O SILÊNCIO DO CORAÇÃO ..


“Transmitir conhecimento é prolongar a luz: quem o guarda apaga; quem o compartilha multiplica. ”


Compartilho um trecho sobre o 13o ano do REAA. Cavaleiro do Arco Real.

Desça fundo...

O Nome espera por você.
No cofre.
O haiku condensa o núcleo inicial do grau: a descida às profundezas, o cofre escondido e a descoberta do Nome Inefável.

Não é uma jornada física, mas um movimento espiritual em direção às próprias raízes do ser. O que está no mais baixo, nas fundações, acaba por ser o mais alto: a presença divina.

O haiku revela a essência inicática do grau: um chamado para descer, atravessar as fundações visíveis do templo e entrar no cofre escondido, onde aguarda silencioso o Nome Inefável. Não se trata de uma viagem exterior nem de uma exploração de pedras e paredes, mas de um movimento da alma em direção às suas raízes mais profundas. Onde a escuridão parece reinar, o iniciado descobre que o mais baixo é, na verdade, o mais alto: a presença divina.
“Desça fundo”
É a primeira exortação. Descer significa renunciar à vaidade da altura, curvar-se, aceitar a humildade. Não é um afundamento na terra, mas sim no coração, onde a profundidade não é abismo, mas revelação.
“O Nome espera por você”
É a promessa. O Tetragrámaton não é criado por lábios humanos, mas permanece desde o início esperando em silêncio. Não se perde nem desaparece: vela-se, esperando que o iniciado esteja disposto a ouvi-lo. A verdade não se inventa, se redescobre.
“No cofre”
O segredo está encontrado. O cofre não é prisão nem trancamento, mas sim câmara sagrada. Representa o oculto, o inconsciente profundo, a tradição que preserva o divino. No símbolo ritual está sob os alicerces; na vida interior, palpita no mais íntimo do ser.
Assim, o haiku ensina que o mistério não está no exterior nem no visível, mas na descida silenciosa para o cofre do coração.

Lá, no centro secreto de si mesmo, o nome sagrado espera desde sempre. O que parecia perdido não era mais esquecido, e o que se achava distante manifesta-se na intimidade mais profunda

O haiku ensina que o iniciado não deve procurar o mistério no exterior, mas sim descer para o mais profundo de si mesmo.

Lá no cofre interior, o nome sagrado espera-o desde sempre.

O que parecia perdido nada mais é do que esquecido, e o que parecia distante se revela no silêncio do coração.

(Eduardo Romera Martin. M. '. M. ')


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