Há uma reação geral à Maçonaria no mundo islâmico.
Depois que Clemente XII excomungou a Maçonaria em 1738, sob a pressão de seus súditos cristãos e com a aprovação dos “ulemas” (teólogos islâmicos) que estavam pensando que “Se o Papa declara que os maçons são ateus, deve haver alguma verdade em suas palavras”, e o Sultão Mahmut I proibiu a Maçonaria.
Desde essa data “Maçom” tornou-se sinônimo de “ateu” no Império Otomano.
Após a declaração da segunda monarquia constitucional no Império (1908), a reação islâmica organizou uma revolta em Istambul. Esta revolta foi conduzida pelo “Exército de Ação” e o Sultão Abdulhamid II foi destronado.
O Exército de Ação tinha sido organizado e comandado por maçons.
A comissão de cinco deputados que veio anunciar a Abdulhamit que ele tinha sido destronado eram maçons, todos os cinco. Esses fatos reforçaramo a reação existentes à Maçonaria pela comunidade islâmica radical. O Sultão era também o Califa de todo o Islã e o guardião dos lugares sagrados em Meca e Medina.
Tudo o que acontecia no Império Otomano influenciava o mundo árabe e islâmico em geral.
Nos anos que precederam a Segunda Guerra Mundial e também durante a Guerra, a propaganda nazista de uma conspiração judaico-maçônica para governar o mundo; as ações de Sheriff Hussein em Jerusalém e, finalmente, a criação do Estado de Israel reforçaram este sentimento anti-maçônico, desta vez com um toque de anti-semitismo com ele. Os árabes encaram a Maçonaria como uma força contra o Islã, e que até mesmo zomba do Islã, e que foi a causa do sucesso do imperialismo europeu na Arábia.
A postura atéia e anticlerical do Grande Oriente de França está reforçando esta corrente.
A Maçonaria é proibida, em geral, nos países árabes.
Houve um florescimento da Maçonaria na Argélia, antes de sua independência.
A Maçonaria é proibida em todos os países árabes, exceto o Líbano e Marrocos.
As lojas trabalhando nas bases americanas nesses países são uma exceção.
MARROCOS
A Grande Loja de Marrocos foi consagrada pela GLNF em 1999.
O Venerável Irmão Claude Charboniaud, Grão-Mestre da GLNF, desejando realizar esta cerimônia com a participação do Grão-Mestre da Grande Loja existentes em um país islâmico, graciosamente convidou o Grão-Mestre da Grande Loja da Turquia, Irmão Sahir Akev Talat, para uma cerimônia de consagração conjunta. Esse Grande Mestre não pode comparecer devido à sua saúde precária, e passou para o Oriente Eterno, em 14 junho de 2000, no dia da consagração da Grande Loja de Marrocos. A Grande Loja da Turquia fora representada por outro Grande Oficial.
Anteriormente, em 23 de março de 1973, o Supremo Tribunal de Casablanca, após um longo processo judicial, deu o veredicto de que a Maçonaria era compatível com o Islã.
Este veredicto foi publicado na Tesviye No. 51 [1], tanto em turco quanto em sua tradução oficial francesa.
EGITO
A Maçonaria Egípcia tinha estado de mãos dadas com a Maçonaria Otomana.
Quando a Grande Loja da Turquia, depois de ser reconhecida e, mais tarde, reconsagrada pela Grande Loja da Escócia, para obter o seu reconhecimento pela GLUI e a GL da Irlanda, demonstrou que sua origem era regular mostrando que a Loja Resne, uma de suas lojas fundadoras teve sua Carta Constitutiva da Grande Loja do Egito, a obediência regular na época.
A Grande Loja do Egito teve períodos regulares e irregulares em sua história. Halim Pasha, filho de Mehmet Ali Pasha de Kavala, que foi o primeiro Khedive (vice-rei) do Egito, fundou o Rito Escocês na Turquia em 1861 e no Egito em 1866, e foi os supremo Grande Comandante em ambos os países.
Como a Grande Loja do Egito começou a aceitar alguns ritos irregulares, como o Rito de Memphis – Misraïm, a GLUI a declarou irregular e fundou sua própria Grande Loja Distrital, em 1867, com Halim Pasha como seu primeiro Mestre. O sobrinho de Halim Pasha, o Khedive Ismail que abriu o Canal de Suez era provavelmente um maçom, mas não há registro escrito para provar isso. Por outro lado, seu filho foi iniciado, sem sombra de dúvida.
Em 1952, após o Rei Farouk ter sido destronado, a Maçonaria entrou em desgraça e foi fechada após a crise de Suez de 1956, por Gamal Abdel Nasser.
Hoje, apesar de que a esposa rotariana de Husni Mubarak, o presidente do Egito, organiza as relações exteriores do Rotary egípcio, esta organização é considerada pela comunidade islamica radical como uma maçonaria camuflada.
Mustafa El-Amin, em seu livro “A Maçonaria, Egito Antigo e o Destino Islâmico”, compara o simbolismo dos mistérios do Antigo Egito e escrituras islâmicas aos da Maçonaria. De acordo com El-Amin, embora os ritos maçônicos e símbolos sejam derivados do Egito, eles chegaram até nós através dos judeus. Assim, os judeus foram operacionais na ridicularização da sabedoria do Egito em lojas maçônicas.
O escritor diz que os Shriners, com suas crescentes e fezes estão zombando da religião islâmica.
O “problema” de “A Maçonaria zombando da fé muçulmana” também é tratado pelo Dr. Paul Rich [2]; ele afirma que: “A proibição da Maçonaria nos países muçulmanos do Oriente Médio é insignificante, porque há aspectos da Maçonaria que pessoas religiosas sentem que estão à beira de zombar de sua fé.
Um exemplo de ritual maçônico que ofende alguns, e que mostra o abismo entre os crentes e os maçons, é a semelhança entre o assassinato e a exumação do candidato no terceiro grau ou grau de Mestre Maçom e narrativas religiosas da ressurreição.
Quase nada pode ser dito para corrigir a sua interpretação comum do terceiro grau, de que o maçom é salvo pela Maçonaria e não pela religião “.
A Universidade El-Azhar no Cairo, e o Colégio Islâmico Jurisdicional [3] possivelmente o corpo mais influentes na promulgação e interpretação da lei islâmica é o Colégio Islâmico Jurisdicional (IJC por sua sigla em inglês).
Em sua reunião de 15 de julho de 1978, ele emitiu um parecer sobre “A Organização dos Maçons”.
O IJC declarou:
“Depois de uma pesquisa completa sobre essa organização,
com base em relatos escritos de muitas fontes,
determinamos que”:
- A Maçonaria é uma organização clandestina, que esconde ou revela seu sistema, dependendo das circunstâncias. Seus princípios reais são escondidas dos membros, exceto para membros escolhidos de seus graus mais elevados.
- Os membros da organização, em nível mundial, são escolhidos entre homens sem preferência por sua fé, religião ou seita.
- A organização atrai membros com base na prestação de benefícios pessoais. Ela vincula os homens a ser politicamente ativo, e os seus objetivos são injustos.
- Novos membros participam de cerimônias de diferentes nomes e símbolos, e são ameaçados no caso de desobedecer seus regulamentos e ordens.
- Os membros são livres para praticar sua religião, mas apenas membros que são ateus são promovidos aos seus graus superiores, com baseado em quanto eles estão dispostos para servir seus princípios e planos perigosos.
- Ela é uma organização política. Ela tem servido a todas as revoluções, transformações políticas e militares. Em todas as mudanças perigosas uma relação com esta organização aparece exposta ou velada.
- Ela é uma organização judaica em suas raízes. Seu conselho administrativo internacional secreto mais alto é composto de Judeus e promove atividades sionistas.
- Seus objetivos principais são o desvio de todas as religiões e ela desvia os muçulmanos do islamismo.
- Ela tenta recrutar pessoas influentes financeiras, política, sociais ou científicas para as utilizar. Ela não considera candidatos que não pode utilizar. Ele recruta reis, primeiros-ministros, altos funcionários do governo e indivíduos semelhantes.
- Ela tem ramificações sob diferentes nomes como camuflagem, para que as pessoas não possam rastrear suas atividades, especialmente se o nome de “Maçonaria” sofre oposição. Estes ramos ocultos são conhecidos como Lions, Rotary e outros. Eles têm maus princípios que contradizem completamente as regras do Islã. Há uma clara relação entre a Maçonaria, o judaísmo e o sionismo internacional. Ela vem controlando as atividades de altos funcionários árabes no problema palestino. Ela limitou suas funções, obrigações e atividades em benefício do judaísmo e do Sionismo Internacional.
Todo muçulmano, que se filiar a ela,
conhecendo a verdade dos seus objetivos,
é um infiel ao Islã”.
Tradução: José Antonio de Souza Filardo, M.´. I.´.
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