A RELAÇÃO MAÇONARIA E RELIGIÃO


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MAÇONARIA E PRESBITERIANISMO
  
Ao se tomar conhecimento da trajetória da Maçonaria, pode-se perceber que ela está e sempre esteve presente na maior parte dos acontecimentos históricos. 

Talvez a Revolução Francesa venha a ser o exemplo mais destacado, uma vez que os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade eram comuns aos revolucionários e aos maçons.

Além disso, tendo por objetivo unir todas as religiões do mundo, a Maçonaria entra em conflito com a Igreja Católica, e, como resultado deste conflito, surge o primeiro documento a estabelecer o distanciamento entre as duas instituições: a Constituição Apostólica (Bula Papal) In eminenti apostolatus specula, do Papa Clemente XII (1730-1740), datada de 28 de abril de 1738, que afirma em parte de seu texto:



Por isto proibimos seriamente, e em virtude da Santa  obediência, a todos e a cada um dos fiéis de Jesus Cristo, de qualquer estado, grau, condição, classe, dignidade e  preeminência, que sejam laicos ou clérigos, seculares ou regulares, ainda os que mereçam uma menção particular, ousar ou presumir sobre qualquer pretexto, entrar nas ditas sociedades de francos-maçons ou as chamadas de outra maneira. COLUSSI, 2002, p.13)


Esta Bula Papal foi suficiente para difundir uma imagem e um conceito subversivos a respeito da Maçonaria, fato que ocorre até os dias atuais.


O presente artigo não visa defender e nem atacar os maçons e simpatizantes da Sublime Ordem, mas promover um pouco mais de conhecimento a todos os que se interessam pelo assunto e mostrar que a Maçonaria, com a proposta de unir os homens e as religiões, contribuiu para o avanço e fixação de um ramo do Cristianismo em solo brasileiro: o Presbiterianismo.


Desta forma, amparados em fontes secundárias, abordaremos a "Relação entre Maçonaria e Presbiterianismo", apresentando algumas das várias formas em que, amigavelmente, a Maçonaria contribuiu para a inclusão desta tradição reformada no Brasil do século XIX.


Sabe-se que a Maçonaria tem por objetivo levar adiante o seu lema: Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Assim, propomo-nos a apresentar neste artigo alguns fatos históricos que comprovam a relação amigável entre a Maçonaria e o Presbiterianismo neste Brasil do século XIX.


Ao analisarmos o trabalho presbiteriano em solo brasileiro, sem dúvida alguma, não podemos desconsiderar a relação e a contribuição que a Maçonaria ofereceu para a inclusão do Presbiterianismo no Brasil. 

Em carta datada de 03.02.2007, endereçada ao presbítero Athos Vieira de Andrade, o pastor presbiteriano Waldyr Carvalho Luz diz:



[...] forçoso me é reconhecer que a maçonaria deu pregadores, nos primórdios da Igreja Presbiteriana do Brasil, preciosa cobertura e apoio, quando forte era a oposição e hostilidade por parte da Igreja dominante e das autoridades adversas (p. 22).


Esta contribuição tornou-se bastante estreita, e não passou desapercebida ao clero católico da época, que se opôs à inclusão das novas religiões – no caso, o Presbiterianismo – em solo brasileiro.

Quando o primeiro pastor presbiteriano Ashebel Green Simonton (1833-1867) chegou ao Brasil, em 12 de agosto de 1859, encontrou, na província de São Paulo, cerca de 700 alemães protestantes. 
Com a preocupação de reuni-los, Simonton procura um salão para a prática de trabalhos religiosos, porém sem sucesso. Chega a negociar o salão da Loja Maçônica Amizade. 
Mas, por dificuldades financeiras, desiste de usar o local. Porém, os maçons paulistas insistem para que Simonton continue a realizar os trabalhos religiosos, e oferecem a ele o salão da Loja gratuitamente. Andrade, citando a obra de Descartes de Souza Teixeira, faz o seguinte relato:


[...] .Estudos e pesquisas recentes, revelando a  história da mais antiga das Lojas Maçônicas da cidade de São Paulo, "AMIZADE", realizados por José Catellani e Cláudio Ferreira, permitiram extrair preciosa informação sobre os cultos dos protestantes em São Paulo. Ata da Sessão da Loja, datada de 15 de maio de 1858, contém a seguinte informação, aqui destacada "in verbis":tronco de propostas produziu uma peça de arquitetura propondo que se empreste, os domingos, aos nossos irmãos Protestantes celebrarem os atos de sua religião, as salas externas deste Templo. Requerida e concedida foi a  proposta aprovada... e dando a palavra a bem da ordem em Geral e da Loja, o Ir. H. Schroeder agradece à
Loja  empréstimo das salas aos nossos IIr. Protestantes, ao que respondeu o Ir. Venerável...".episódio em si mesmo é testemunho exemplar da convivência fraterna existente entre os maçons e protestantes da época. É especialmente revelador denominar os "Irmãos Protestantes". 
A Loja, além de contar com vários clérigos católicos, conforme o registro de Catellani, contava com "Irmãos Protestantes" também. Esse relacionamento estendeu-se por longo tempo, atravessando mesmo o período inicial da República. Os maçons prosseguiram oferecendo apoio à expansão do protestantismo no Brasil. 
Pastores e leigos, protestantes (presbiterianos e episcopais) integravam muitas Lojas Maçônicas" (apud, ANDRADE, 2004, pp. 55-56).



Através do registro acima, vemos a Maçonaria se relacionando de forma amigável e contribuindo para a inclusão do Presbiterianismo, cedendo seu salão para a realização das reuniões religiosas dos presbiterianos. 
Além deste episódio, outros fatos da História oferecem informações sobre o relacionamento entre Maçonaria e Presbiterianismo.
Um dos grandes nomes que aqui citamos, e que fez parte do quadro de pastores da Igreja Presbiteriana, é o de Miguel Rizzo Júnior, filho de imigrantes italianos, que chegou ao Brasil ainda adolescente. Por volta de 1880, o missionário Rev. John Boyle (1845-1892) chega à cidade de Cajuru, onde encontra forte oposição, por parte do catolicismo, para desenvolver seu trabalho religioso. Por onde quer que passasse, o Rev. Boyle não teria sucesso, pois o padre da cidade proibiu o povo de dar ouvidos, atender ou se comunicar com "um certo pregador visitante". Com medo das advertências, a população obedeceu e ignorou o Rev. Boyle.
Porém, o Rev. Boyle encontra o maçom Miguel Rizzo, que lhe deu toda a atenção. E este maçom cedeu-lhe seu auditório para a realização dos serviços presbiterianos. Esta amigável acolhida resultou na conversão do maçom ao presbiterianismo, que, posteriormente, viria a se tornar o respeitável Pastor Presbiteriano Miguel Rizzo Júnior.
O estado do Paraná também é palco do histórico relacionamento entre a Maçonaria e o Presbiterianismo. Guarapuava foi o local das pregações Presbiterianas realizadas pelo Rev. Roberto Lenington (1833- 1903), em maio de 1886. Estas pregações eram realizadas na casa do maçom Francisco de Paula Pletz. Mais uma vez, vemos o presbiterianismo iniciando na casa de um maçom.
Mas a contribuição da Maçonaria não para aí. A relação que a Maçonaria desenvolveu com o Presbiterianismo foi além do que imaginamos. Dois anos após a organização da Igreja Presbiteriana de Guarapuava, as instalações locais se encontravam em péssimas condições. Observando o que se passava, o maçom e membro da igreja Francisco de Paula Pletz encaminha solicitação à Loja Maçônica Philantropia Guarapuavana para o uso de suas dependências com fins religiosos. 


A igreja é atendida.


Em Minas Gerais, a cidade de Cabo Verde, especialmente, nos apresenta a relação e a contribuição que a Maçonaria amigavelmente realizou. A Loja Maçônica, Aug. Resp. e Sub. Loj. Deus e Caridade contribuiu e presenciou a instalação do Presbiterianismo naquela cidade. Em 20 de agosto de 1870, chega a Cabo Verde o missionário presbiteriano Rev. Jonh Boyle. A Loja acompanhou as dificuldades enfrentadas pelo pastor missionário, e não fugiu à sua responsabilidade, cedendo uma sala para a realização das reuniões presbiterianas.


Conclusão


Gostaríamos de citar aqui todos os fatos, mas não o faremos para que o curioso espírito de pesquisa seja despertado no leitor. Entretanto, cremos que os relatos aqui expostos já são suficientes para demonstrar que a maçonaria se relaciona muito bem com instituições religiosas. E, de acordo com o que pudemos pesquisar, observamos que tanto a Igreja Presbiteriana como a Maçonaria se relacionam para o desenvolvimento das religiões cristãs em solo brasileiro.
Desta forma, baseados na história, podemos afirmar que a Maçonaria foi a grande amiga e a grande auxiliadora das novas ideias, inclusive religiosas, sobretudo quando a Igreja Presbiteriana se viu perseguida pela Igreja Romana.


Wilson Ferreira de Souza Neto é
Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Bacharel
em Teologia e Mestre em Ciências da Religião pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo-SP.







MAÇONARIA E ESPIRITISMO

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Segundo o livro "Maçonaria e Espiritismo "Encontros e Desencontros", da editora Madras, ainda não foi encontrado o registro de Kardec nas lojas francesas, mas é certa a influência que o maçom Franz Mesmer teve sobre Kardec.


Allan Kardec foi um discípulo dele.

Além disso, Kardec usa termos maçons em suas obras como "arquiteto" para se referenciar a deus, pedra angular, prumo, etc.


Mesmer é o criador do termo "magnetismo animal", parte fundamental da teoria kardecista.

Ele era formado em medicina pela universidade de Viena.


No ano de 1774 ele diz ter produzido uma onda magnética artificial em uma paciente.

Ele fez a mulher engolir um preparado de ferro e passou ímãs no corpo dela.

A mulher disse sentir ondas percorrendo seu corpo e melhorou da doença.

Mesmer acreditou que não foram os ímãs, mas o seu próprio magnetismo animal que curou a mulher.

Após ter falhado na cura de uma cega em Viena, ele mudou-se para Paris.

Abriu uma clínica e "curava" os paciente fazendo os "passes magnéticos", tão comuns nos centros kardecistas brasileiros.

Como ficou famoso, passou a utilizar uma banheira cheia de água magnetizada com bastões de ferro que saíam dela para "curar" vários pacientes de uma só vez.

 

No ano de 1784 o rei Luiz XVI nomeou uma comissão de cientistas para estudar o fluido do magnetismo animal que Mesmer usava.

A comissão incluía o grande químico Lavoisier: o físico Guillotin inventor da guilhotina e até o cientista maçom Benjamin Franklin, aquele da pipa e o raio.

A comissão logo descobriu que o fluido não existia, e que os benefícios dos tratamento eram devidos à imaginação.

Novamente desmascarado, Mesmer saiu de Paris e voltou para Viena. O que ele fez depois disso é desconhecido.


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