Jesus Cristo é a
figura central do Cristianismo, onde é adorado e venerado como Deus, mas no
Islamismo ele é considerado apenas como um profeta importante e no Judaísmo
alguns o consideram como um profeta e outros até como um apóstata (aquele que
se desviou do caminho da fé).
Existe grande
dificuldade de se reconstituir a vida de Jesus por falta de registros
históricos independentes, pois a maioria das informações são encontradas apenas
nos evangelhos canônicos. Ultimamente os estudiosos tem procurado correlacionar
os relatos encontrados no Novo Testamento com informações de outras fontes.
Acredita-se que Jesus se apresentou como o Messias prometido e que ele procurou
cumprir muitas das profecias messiânicas do Antigo Testamento, embora isto seja
encarado com ceticismo pelo Judaísmo, em função do sofrimento do povo judeu naquela
época.
Assim, iniciamos com algumas considerações a respeito do Novo Testamento, para
em seguida detalhar sobre a importância da Shekinah, fenômeno que parece ter
sido a base de todas as profecias a respeito do novo messias e que ficou
registrada na história do Cristianismo como a “Estrela da Manhã”.
Após analisarmos como Jesus se comportou a respeito do cumprimento das
profecias, passamos a analisar a vida e milagres de Jesus, detendo-nos
especialmente no conteúdo das suas mensagens transmitidas no “Sermão da
Montanha”.
Depois disso, analisamos como, após a morte de Jesus, as ideias do Cristianismo
foram construídas por Paulo de Tarso, como ocorreu a luta de libertação
prevista nas profecias e como o Cristianismo chegou a se tornar a religião
oficial do Império Romano.
Finalmente, analisamos algumas características do catolicismo gnóstico
alternativo e procuramos mostrar como as idéias de Jesus influenciaram a busca
por um mundo melhor, pelos Templários, Maçonaria e outras organizações
modernas.
Novo Testamento
Os livros do Novo Testamento visam transmitir os ensinamentos a respeito da
nova vida representada pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Eles
abarcam um período de quase um século que vão do nascimento de Jesus à
destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 DC. A chave para entendimento do
livro Apocalipse encontra-se no versículo inicial: "Revelação de Jesus
Cristo" - seu propósito é apresentar a mensagem do Juízo Final, tendo
Jesus Cristo como o Redentor do mundo.
O problema central do Novo Testamento é que seus textos não foram escritos por aqueles que viveram a história, como muita gente supõe, mas por seus seguidores, entre os anos 60 e 70, muitos anos após a morte de Jesus, quando as versões estavam fortemente contaminadas pela fé e por disputas religiosas. Para a maioria dos historiadores, os livros do novo testamento, bem como os textos apócrifos (não aceitos), não podem ser considerados inteiramente fidedignos e nem sempre narram com precisão.
Da mesma forma, a história de Jesus, como veremos neste trabalho, apresenta diversas incongruências. Até mesmo algumas coisas antigas foram alteradas na época do Novo Testamento, como, por exemplo, “O conceito de Pecado Original, derivado da desobediência de Adão e Eva como princípio da história pecaminosa da raça humana, não existia no Velho Testamento judaico”, observa o teólogo Paulo Nogueira.
O problema central do Novo Testamento é que seus textos não foram escritos por aqueles que viveram a história, como muita gente supõe, mas por seus seguidores, entre os anos 60 e 70, muitos anos após a morte de Jesus, quando as versões estavam fortemente contaminadas pela fé e por disputas religiosas. Para a maioria dos historiadores, os livros do novo testamento, bem como os textos apócrifos (não aceitos), não podem ser considerados inteiramente fidedignos e nem sempre narram com precisão.
Da mesma forma, a história de Jesus, como veremos neste trabalho, apresenta diversas incongruências. Até mesmo algumas coisas antigas foram alteradas na época do Novo Testamento, como, por exemplo, “O conceito de Pecado Original, derivado da desobediência de Adão e Eva como princípio da história pecaminosa da raça humana, não existia no Velho Testamento judaico”, observa o teólogo Paulo Nogueira.
A história do
paraíso cristão bíblico provavelmente foi inspirada na lenda do Zenda-Avesta,
que conta uma história semelhante associada ao Deus Ormzud dos persas. Nos
primeiros séculos, os cristãos inseriram novas passagens e até livros inteiros,
ampliando os 22 livros originais, e depois acusaram os judeus de terem apagado
essas passagens das suas próprias escrituras.
Ao longo de sua história, os judeus sempre estiveram cercados por povos mais fortes e, sem aliados, sempre contaram apenas com eles mesmos. É impressionante a quantidade e a qualidade dos profetas existente entre o povo de Israel, mostrando que a religião ocupou um lugar central na vida daquele povo.
Ao longo de sua história, os judeus sempre estiveram cercados por povos mais fortes e, sem aliados, sempre contaram apenas com eles mesmos. É impressionante a quantidade e a qualidade dos profetas existente entre o povo de Israel, mostrando que a religião ocupou um lugar central na vida daquele povo.
Por exemplo, vários
profetas do Velho Testamento fizeram mais de 300 profecias específicas sobre a
vinda do Messias: onde ele nasceria, onde cresceria, etc, e centenas de anos
depois, Jesus Cristo se preocupou em mostrar que veio cumpri-las. Estas
profecias foram baseadas em uma “Estrela”, que atualmente associamos com o
fenômeno da Shekinah.
A importância da Shekinah
Shekinah significa
esplendor, glória visível ou presença radiante de Deus habitando no meio do seu
povo. Segundo (13.21; 14.19), a Shekinah apareceu pela primeira vez quando Deus
conduziu Israel para fora do Egito e o protegeu por meio de "uma coluna de
nuvem e de fogo"
Segundo C. Knight e R. Lomas, em O Livro de Hiram, o fenômeno da Shekinah se repete a cada 480 anos, ou seja, a cada 12 ciclos de 40 anos, causado pela conjunção dos planetas Mercúrio e Vênus, que, vistos da Terra, se sobrepõem e parecem uma única estrela, gerando uma luz extremamente brilhante e avermelhada na pré-aurora do solstício de inverno. Este fenômeno era considerado como uma grande manifestação divina.
Os profetas do Antigo Testamento acreditavam que o esperado aparecimento da Shekinah no ano 7 AC anunciaria o surgimento de um Messias, que seria o grande salvador nacional. Nesta data, completaria o perfeito ciclo de 1440 (três vezes 480) anos desde a época que Moisés conduzira seu povo através do Mar Vermelho e considerava-se que o retorno a este ponto de partida nos céus significaria que a vida em Israel também se renovaria e que um “novo Moisés” surgiria para conduzir o povo eleito de Deus e para libertá-lo daqueles que o oprimiam.
Os Judeus não esperavam que este Messias seria o próprio Deus ou o “Filho de Deus”, conceitos que surgiram apenas mais tarde com os Cristãos, que também chamariam, incorretamente, a Shekinah de “Estrela de Belém” e calculariam erroneamente a data do nascimento de Jesus como sendo no ano 1 do novo calendário. Na realidade, o que os Judeus esperavam, com base nos seus profetas, era apenas um homem mandado por Deus, que fosse o seu rei e os conduzisse numa vitória contra os romanos, que eram os seus opressores desde 63 AC. Além disso, antes dos romanos eles haviam sido subjugados por assírios, babilônios, persas, macedônios, selêucidas e ptolomeus. Por isso os judeus sonhavam com o retorno de um monarca forte como o rei Davi, que garantira, por volta do séc 10 AC, um tempo de duradoura estabilidade.
Embora os cristãos hoje não aceitem a Astrologia, o conhecimento dos movimentos nos céus, especialmente aqueles associados com a Shekinah, era uma das crenças centrais dos grupos judeus que deram origem ao cristianismo. Existem evidências de que os escritores do Velho Testamento foram levados pela crença de que os eventos nos céus regiam a Terra.
Segundo C. Knight e R. Lomas, em O Livro de Hiram, o fenômeno da Shekinah se repete a cada 480 anos, ou seja, a cada 12 ciclos de 40 anos, causado pela conjunção dos planetas Mercúrio e Vênus, que, vistos da Terra, se sobrepõem e parecem uma única estrela, gerando uma luz extremamente brilhante e avermelhada na pré-aurora do solstício de inverno. Este fenômeno era considerado como uma grande manifestação divina.
Os profetas do Antigo Testamento acreditavam que o esperado aparecimento da Shekinah no ano 7 AC anunciaria o surgimento de um Messias, que seria o grande salvador nacional. Nesta data, completaria o perfeito ciclo de 1440 (três vezes 480) anos desde a época que Moisés conduzira seu povo através do Mar Vermelho e considerava-se que o retorno a este ponto de partida nos céus significaria que a vida em Israel também se renovaria e que um “novo Moisés” surgiria para conduzir o povo eleito de Deus e para libertá-lo daqueles que o oprimiam.
Os Judeus não esperavam que este Messias seria o próprio Deus ou o “Filho de Deus”, conceitos que surgiram apenas mais tarde com os Cristãos, que também chamariam, incorretamente, a Shekinah de “Estrela de Belém” e calculariam erroneamente a data do nascimento de Jesus como sendo no ano 1 do novo calendário. Na realidade, o que os Judeus esperavam, com base nos seus profetas, era apenas um homem mandado por Deus, que fosse o seu rei e os conduzisse numa vitória contra os romanos, que eram os seus opressores desde 63 AC. Além disso, antes dos romanos eles haviam sido subjugados por assírios, babilônios, persas, macedônios, selêucidas e ptolomeus. Por isso os judeus sonhavam com o retorno de um monarca forte como o rei Davi, que garantira, por volta do séc 10 AC, um tempo de duradoura estabilidade.
Embora os cristãos hoje não aceitem a Astrologia, o conhecimento dos movimentos nos céus, especialmente aqueles associados com a Shekinah, era uma das crenças centrais dos grupos judeus que deram origem ao cristianismo. Existem evidências de que os escritores do Velho Testamento foram levados pela crença de que os eventos nos céus regiam a Terra.
O cumprimento das profecias
O profeta Isaías, em 740 AC, (Is 60: 1,3,6) escreveu a respeito do futuro
messias baseado na Shekinah: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua
luz e a glória do Senhor nasce sobre ti... As nações encaminham-se para a tua
luz e os reis para o resplendor que te nasceu... trarão ouro e incesso e publicarão
os louvores do Senhor”. A profecia da estrela fora prevista também por
Nm. 24.17: “uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá
as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Seth" . A “estrela”
seria a Shekinah em 7 AC, o “cetro” seria a indicação de um Messias que se
tornaria o novo rei e “os filhos de Seth” seriam os opressores romanos. Os
Manuscritos do Mar Morto, encontrados em 1947, reproduziram esta profecia de
chegada do messias, contando que sob o comando do príncipe da congregação, os
Filhos da Luz eliminariam primeiramente os judeus ímpios e depois os próprios
romanos. Previam uma guerra severa e sangrenta, antes que o próprio Deus desse
a vitória a seus filhos, pois os romanos, embora numerosos, não tinham chance
contra o poder da Shekinah. Após isso, o Messias traria “um ensinamento de
retidão no fim dos tempos”, quando todos os justos que tivessem morrido seriam
ressuscitados para compartilhar a glória eterna final.
Naquele tempo os judeus se dividiam em seitas. Os saduceus eram a elite sacerdotal, mais conservadora e com grandes proprietários de terras, colaboravam com os romanos. A maioria era formada pelos fariseus, que eram elementos do baixo clero (rabinos), pequenos comerciantes e artesãos. Hostis à presença romana, mas com uma oposição apenas passiva, cumpriam a Lei e as tradições orais acumuladas ao longo dos séculos e eram abertos a novas ideias, como a ressurreição. Propunham um judaísmo orientado pelos rabinos. Os essênios viviam como se o fim dos tempos já tivesse começado: moravam em comunidades isoladas, seguindo estritas leis de pureza. Já os zelotes eram formados por camponeses e outros membros das camadas mais pobres, esmagadas pelos impostos e que defendiam a luta armada contra os romanos. Eram muito religiosos e nacionalistas radicais.
Um dos motivos pelos quais se acredita que Jesus tinha inspiração essênica, era que o modo de vida dos essênios era condizente com o que atualmente chamaríamos de valores “cristãos” e usavam termos hoje considerados totalmente “cristãos”, como seus ensinamentos voltados para o amor a Deus, o amor à virtude e o amor ao próximo, que diferiam muito do judaísmo então dominante.
Na época, havia muita irritação com o rei Herodes, que embora afirmasse ser Judeu, na realidade era filho de um Idumeu (povo conquistado um século atrás e formalmente se convertido ao judaísmo), que tinha se aliado aos romanos e esmagados recentemente alguns judeus revoltosos na Galiléia. Além disso, para as convicções rígidas dos essênios e de Jesus sobre riqueza e ostentação, era inadmissível o rico estilo de vida dos sacerdotes e do rei Herodes, que aceitavam e se beneficiavam com a dominação dos pagãos romanos.
Existem evidências de que alguns relatos da vida de Jesus sejam ficções adaptadas para justificarem a reivindicação posterior de que ele era o novo messias, como exemplo, o nascimento em Belém (alegoria que teria sido escrita para ligar Jesus ao rei Davi, que teria nascido em Belém e era considerado um dos antigos messias do povo judeu), os reis magos, o presépio, a estrela de Belém, etc. No inicio, muitos achavam que o verdadeiro Messias seria o João Batista, principal crítico de Herodes, mas após o seu assassinato, Jesus passou a ocupar este posto. embora com um discurso diferente.
No Apocalipse 22.16, Jesus é descrito como “a raiz e a Geração de David, a Brilhante Estrela da Manhã”. Os evangelhos usam treze vezes a palavra “rabino” e 47 vezes a palavra “mestre” para se referir a Jesus, palavras que indicam que Jesus era considerado como um sacerdote, mesmo porque ele era demandado para curar doentes, resolver disputas, expulsar demônios e validar testamentos, funções típicas de um sacerdote. Seu sucessor e irmão (ou primo) Tiago, era conhecido como o episkopos, ou seja, como bispo de Jerusalém.
Tanto João Batista como Jesus viam o mundo dividido entre forças do bem e do mal e anunciavam que Deus logo interviria para acabar com o sofrimento e inaugurar uma era de bondade, ou seja: tanto um como o outro eram o que os pesquisadores atualmente chamam de "profetas apocalípticos". Entretanto, João Batista havia imaginado uma intervenção unilateral de Deus e Jesus imaginou uma cooperação bilateral, onde as pessoas deveriam agir em combinação com Deus para que o novo reino chegasse, pregando que primeiro precisaria extinguir a violência: "Ao que te bater numa face, oferece-lhe também a outra" (Lucas 6.29). Depois, amando ao próximo como a ti mesmo e ajudando ao pior inimigo se for necessário, como fez o bom samaritano da parábola famosa. Se considerarmos apenas estas palavras, teremos o forte indício de que provavelmente ele não pretendia liderar uma rebelião militar contra o domínio romano, mas propor uma transformação de outro tipo na estrutura da sociedade e na mentalidade dos homens.
Entretanto, não parece haver dúvida que Jesus era também consciente da importância de cumprir o plano divinamente ordenado. Sua entrada triunfal em Jerusalém na semana da Pascoa, foi feita em um jumento, de forma a cumprir a previsão do profeta Zacarias, que detalhara na Torá o que o messias faria ao chegar (Zacarias 9.9): “exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento”.
Depois disso, outras ações reforçaram este propósito: Jesus entrou no Templo e causou um tumulto ao quebrar as barracas dos comerciantes. Várias passagens dos evangelhos reforçam o sentido de cumprimento da profecia, citando as palavras de Jesus, como exemplo:
Em Lucas 21.6 “então, disse Jesus: Vedes estas coisas: Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada”.
Em Lucas 21.9-11: “Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu.
Em Lucas 21.27-28: “Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça, porque a vossa redenção se aproxima”.
Em Lucas 22.36-37, ensinando aos seguidores a se armarem: “quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito”.
Em Mateus 5:17: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas, não vim para revogar, vim para cumprir”.
Em Mateus 10.34 Jesus acrescenta: “Não penseis que vim trazer paz à terra; Não vim trazer paz, mas a espada”.
Em Mateus 10.40-41 “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta”.
Considerando os fatos e parágrafos selecionados acima, é possível interpretá-los como indicação de uma provável intenção de Jesus buscar, de alguma forma, cumprir a profecia e se preparar para a batalha, apesar das suas várias outras mensagens pacifistas, especialmente nos “Sermões da Montanha”.
Naquele tempo os judeus se dividiam em seitas. Os saduceus eram a elite sacerdotal, mais conservadora e com grandes proprietários de terras, colaboravam com os romanos. A maioria era formada pelos fariseus, que eram elementos do baixo clero (rabinos), pequenos comerciantes e artesãos. Hostis à presença romana, mas com uma oposição apenas passiva, cumpriam a Lei e as tradições orais acumuladas ao longo dos séculos e eram abertos a novas ideias, como a ressurreição. Propunham um judaísmo orientado pelos rabinos. Os essênios viviam como se o fim dos tempos já tivesse começado: moravam em comunidades isoladas, seguindo estritas leis de pureza. Já os zelotes eram formados por camponeses e outros membros das camadas mais pobres, esmagadas pelos impostos e que defendiam a luta armada contra os romanos. Eram muito religiosos e nacionalistas radicais.
Um dos motivos pelos quais se acredita que Jesus tinha inspiração essênica, era que o modo de vida dos essênios era condizente com o que atualmente chamaríamos de valores “cristãos” e usavam termos hoje considerados totalmente “cristãos”, como seus ensinamentos voltados para o amor a Deus, o amor à virtude e o amor ao próximo, que diferiam muito do judaísmo então dominante.
Na época, havia muita irritação com o rei Herodes, que embora afirmasse ser Judeu, na realidade era filho de um Idumeu (povo conquistado um século atrás e formalmente se convertido ao judaísmo), que tinha se aliado aos romanos e esmagados recentemente alguns judeus revoltosos na Galiléia. Além disso, para as convicções rígidas dos essênios e de Jesus sobre riqueza e ostentação, era inadmissível o rico estilo de vida dos sacerdotes e do rei Herodes, que aceitavam e se beneficiavam com a dominação dos pagãos romanos.
Existem evidências de que alguns relatos da vida de Jesus sejam ficções adaptadas para justificarem a reivindicação posterior de que ele era o novo messias, como exemplo, o nascimento em Belém (alegoria que teria sido escrita para ligar Jesus ao rei Davi, que teria nascido em Belém e era considerado um dos antigos messias do povo judeu), os reis magos, o presépio, a estrela de Belém, etc. No inicio, muitos achavam que o verdadeiro Messias seria o João Batista, principal crítico de Herodes, mas após o seu assassinato, Jesus passou a ocupar este posto. embora com um discurso diferente.
No Apocalipse 22.16, Jesus é descrito como “a raiz e a Geração de David, a Brilhante Estrela da Manhã”. Os evangelhos usam treze vezes a palavra “rabino” e 47 vezes a palavra “mestre” para se referir a Jesus, palavras que indicam que Jesus era considerado como um sacerdote, mesmo porque ele era demandado para curar doentes, resolver disputas, expulsar demônios e validar testamentos, funções típicas de um sacerdote. Seu sucessor e irmão (ou primo) Tiago, era conhecido como o episkopos, ou seja, como bispo de Jerusalém.
Tanto João Batista como Jesus viam o mundo dividido entre forças do bem e do mal e anunciavam que Deus logo interviria para acabar com o sofrimento e inaugurar uma era de bondade, ou seja: tanto um como o outro eram o que os pesquisadores atualmente chamam de "profetas apocalípticos". Entretanto, João Batista havia imaginado uma intervenção unilateral de Deus e Jesus imaginou uma cooperação bilateral, onde as pessoas deveriam agir em combinação com Deus para que o novo reino chegasse, pregando que primeiro precisaria extinguir a violência: "Ao que te bater numa face, oferece-lhe também a outra" (Lucas 6.29). Depois, amando ao próximo como a ti mesmo e ajudando ao pior inimigo se for necessário, como fez o bom samaritano da parábola famosa. Se considerarmos apenas estas palavras, teremos o forte indício de que provavelmente ele não pretendia liderar uma rebelião militar contra o domínio romano, mas propor uma transformação de outro tipo na estrutura da sociedade e na mentalidade dos homens.
Entretanto, não parece haver dúvida que Jesus era também consciente da importância de cumprir o plano divinamente ordenado. Sua entrada triunfal em Jerusalém na semana da Pascoa, foi feita em um jumento, de forma a cumprir a previsão do profeta Zacarias, que detalhara na Torá o que o messias faria ao chegar (Zacarias 9.9): “exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento”.
Depois disso, outras ações reforçaram este propósito: Jesus entrou no Templo e causou um tumulto ao quebrar as barracas dos comerciantes. Várias passagens dos evangelhos reforçam o sentido de cumprimento da profecia, citando as palavras de Jesus, como exemplo:
Em Lucas 21.6 “então, disse Jesus: Vedes estas coisas: Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada”.
Em Lucas 21.9-11: “Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu.
Em Lucas 21.27-28: “Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça, porque a vossa redenção se aproxima”.
Em Lucas 22.36-37, ensinando aos seguidores a se armarem: “quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito”.
Em Mateus 5:17: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas, não vim para revogar, vim para cumprir”.
Em Mateus 10.34 Jesus acrescenta: “Não penseis que vim trazer paz à terra; Não vim trazer paz, mas a espada”.
Em Mateus 10.40-41 “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, no caráter de profeta, receberá o galardão de profeta”.
Considerando os fatos e parágrafos selecionados acima, é possível interpretá-los como indicação de uma provável intenção de Jesus buscar, de alguma forma, cumprir a profecia e se preparar para a batalha, apesar das suas várias outras mensagens pacifistas, especialmente nos “Sermões da Montanha”.
De qualquer modo,
aqueles momentos eram consideramos totalmente excepcionais, com expectativas de
mudanças radicais de curto prazo. Segundo Paulo Nogueira, "Na época de
Jesus, os movimentos apocalípticos viam esse futuro como algo para daqui a
alguns dias, quando o Reino dos Céus fosse se sobrepor ao Reino da Terra"
De fato, em Lucas 21.31-32, Jesus afirmou: “Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça”.
De fato, em Lucas 21.31-32, Jesus afirmou: “Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça”.
A vida e os milagres de Cristo:
Em termos históricos, sabe-se muito pouco sobre Jesus, pois a mística que envolve o personagem distorcem as pesquisas. Praticamente não existem referencias a respeito de Jesus por parte dos historiadores da época, por isso somos obrigados a utilizar as referencias do Novo Testamento. Provavelmente, Jesus começou a sua campanha aos 40 anos, ou seja, por volta do ano 33 DC, obedecendo a tradição, pois, de acordo com israelitas, tudo acontecia em blocos de 40 anos: os reinos de Saul, Davi e Salomão duraram 40 anos; Moisés liderou a fuga do Egito aos 80 anos de idade e morreu aos 120, etc.. Segundo John Dominique Crossan, em Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, Jesus é chamado de tekton, que no grego do século 1 designava um trabalhador do tipo pedreiro, não necessariamente carpinteiro.
Por outro lado, como mostra Leonardo Boff, em seu livro Jesus Cristo libertador, tudo que é autenticamente humano aparece em Jesus: alegria e ira, bondade e dureza, tristeza e tentação. É preciso ter claro que a separação que se faz hoje entre natural e sobrenatural praticamente não existia naqueles tempos. O Padre Storniolo enfatiza o caráter alegórico de muitos relatos de milagres, pois na tradicão judaica, os homens ficavam doentes porque pecavam e a cura era um monopólio divino.
Uma possível explicação para a ressurreição de Lázaro, era que os Essênios expulsavam aqueles que quebrasse o juramento essênio ou fosse julgado culpado de alguma falta grande, e esta expulsão era considerado simbolicamente como “morte”, no mesmo sentido da “penalidade simbólica de morte” prevista nos juramentos maçônicos para os perjuros. Possivelmente, Lázaro não havia morrido em sentido literal, mas sido excomungado do seu meio e Jesus fez o seu resgate, trazendo-o à “vida” e à convivência da comunidade.
Do mesmo modo, na terminologia Qumriana (essênios), os não-instruídos eram chamados de “água” e os iniciados refinados chamados de “vinho”.
Em termos históricos, sabe-se muito pouco sobre Jesus, pois a mística que envolve o personagem distorcem as pesquisas. Praticamente não existem referencias a respeito de Jesus por parte dos historiadores da época, por isso somos obrigados a utilizar as referencias do Novo Testamento. Provavelmente, Jesus começou a sua campanha aos 40 anos, ou seja, por volta do ano 33 DC, obedecendo a tradição, pois, de acordo com israelitas, tudo acontecia em blocos de 40 anos: os reinos de Saul, Davi e Salomão duraram 40 anos; Moisés liderou a fuga do Egito aos 80 anos de idade e morreu aos 120, etc.. Segundo John Dominique Crossan, em Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, Jesus é chamado de tekton, que no grego do século 1 designava um trabalhador do tipo pedreiro, não necessariamente carpinteiro.
Por outro lado, como mostra Leonardo Boff, em seu livro Jesus Cristo libertador, tudo que é autenticamente humano aparece em Jesus: alegria e ira, bondade e dureza, tristeza e tentação. É preciso ter claro que a separação que se faz hoje entre natural e sobrenatural praticamente não existia naqueles tempos. O Padre Storniolo enfatiza o caráter alegórico de muitos relatos de milagres, pois na tradicão judaica, os homens ficavam doentes porque pecavam e a cura era um monopólio divino.
Uma possível explicação para a ressurreição de Lázaro, era que os Essênios expulsavam aqueles que quebrasse o juramento essênio ou fosse julgado culpado de alguma falta grande, e esta expulsão era considerado simbolicamente como “morte”, no mesmo sentido da “penalidade simbólica de morte” prevista nos juramentos maçônicos para os perjuros. Possivelmente, Lázaro não havia morrido em sentido literal, mas sido excomungado do seu meio e Jesus fez o seu resgate, trazendo-o à “vida” e à convivência da comunidade.
Do mesmo modo, na terminologia Qumriana (essênios), os não-instruídos eram chamados de “água” e os iniciados refinados chamados de “vinho”.
A incorporação de
pessoas à comunidade de Qumran era simbolicamente chamada de transformação de
água em vinho. Pessoas mal informadas que pegassem estas frases literalmente,
poderiam chegar a conclusões errôneas.
Da mesma forma, as curas praticadas por Jesus poderiam ser explicadas pela tradição dos essênios, que era famosos pelos seus conhecimentos de medicamentos naturais, tanto que muitos deles passavam dos 100 anos de idade, quando, naquele tempo, a duração média de vida não chegava nem à metade. Não devemos esquecer que, naquele tempo, a doença estava diretamente associada com o pecado e a cura, monopólio divino, era entendida como o resultado do perdão dos pecados por Deus.
Da mesma forma, as curas praticadas por Jesus poderiam ser explicadas pela tradição dos essênios, que era famosos pelos seus conhecimentos de medicamentos naturais, tanto que muitos deles passavam dos 100 anos de idade, quando, naquele tempo, a duração média de vida não chegava nem à metade. Não devemos esquecer que, naquele tempo, a doença estava diretamente associada com o pecado e a cura, monopólio divino, era entendida como o resultado do perdão dos pecados por Deus.
O Sermão da Montanha
O sermão da
montanha é considerado a principal obra filosófica de Cristo. É um longo
discurso contido no Evangelho de São Mateus, do capítulo 5 ao capítulo 7, e
pode ser considerado como um resumo dos ensinamentos de Jesus a respeito do
Reino de Deus e da transformação que esse Reino produz, com uma mensagem de
conteúdo altamente social. O sermão começa com as Bem-aventuranças, que são a
síntese dos passos da iniciação cristã, pois as Bem-aventuranças são
consideradas como a verdadeira e plena libertação, e não como mensagens de
conformismo ou alienação.
Segundo os historiadores, esta reunião de frases foram ditas em ocasiões e contextos diversos e depois estruturadas no grande sermão que aparece no evangelho de São Mateus. Para C. Knight e R. Lomas, as palavras de Jesus não eram apenas um discurso de moral, mas faziam parte de uma “campanha de recrutamento” de pessoas, que seriam estimuladas a se separarem em definitivo de suas famílias para seguirem o modo de vida da Comunidade de Qumran, formada por essênios. Para eles, os termos utilizados por Jesus, como “pobres”, “aflitos”, “humildes”, “misericordiosos” e “puros de coração”, entre outros, se referiam exclusivamente às características de pessoas daquela comunidade e não ao público em geral. Considerada desse jeito, as bem-aventuranças seriam, principalmente slogans de recrutamento do tipo “torna-te um de nós e seja parte do Reino de Deus”:
Em Mateus 5.3-12: “Bem-aventurados os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia; bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus; bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus; bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados sois, quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós; regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”.
Em Mateus 5.38-39: “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”.
Em Mateus 5:43-44: “Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.
Em Mateus 5.48: “Portanto, sede vós perfeito como perfeito é o vosso Pai celeste”.
Em Mateus 6.3: “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.
Em Mateus 7.1-3: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?”.
Segundo os historiadores, esta reunião de frases foram ditas em ocasiões e contextos diversos e depois estruturadas no grande sermão que aparece no evangelho de São Mateus. Para C. Knight e R. Lomas, as palavras de Jesus não eram apenas um discurso de moral, mas faziam parte de uma “campanha de recrutamento” de pessoas, que seriam estimuladas a se separarem em definitivo de suas famílias para seguirem o modo de vida da Comunidade de Qumran, formada por essênios. Para eles, os termos utilizados por Jesus, como “pobres”, “aflitos”, “humildes”, “misericordiosos” e “puros de coração”, entre outros, se referiam exclusivamente às características de pessoas daquela comunidade e não ao público em geral. Considerada desse jeito, as bem-aventuranças seriam, principalmente slogans de recrutamento do tipo “torna-te um de nós e seja parte do Reino de Deus”:
Em Mateus 5.3-12: “Bem-aventurados os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia; bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus; bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus; bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados sois, quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós; regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”.
Em Mateus 5.38-39: “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”.
Em Mateus 5:43-44: “Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.
Em Mateus 5.48: “Portanto, sede vós perfeito como perfeito é o vosso Pai celeste”.
Em Mateus 6.3: “Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.
Em Mateus 7.1-3: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?”.
A morte de Cristo e o apóstolo Paulo
Jesus foi preso e crucificado, tendo provavelmente Tiago assumido a liderança
do grupo, tornando-se, assim, o novo Messias. As palavras de Marcos, atribuídas
a Jesus na crucificação, dão evidencia de que Jesus acreditava realmente estar
cumprindo ações profetizadas, que lhe dariam o poder de derrotar os romanos:
Marcos 15.34 “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”.
Em termos históricos, a morte de Jesus na cruz não repercutiu no Império Romano. Somente quase 100 anos após a morte de Jesus, foi que começaram a aparecer relatos sobre ele no centro do Império. Um deles é uma carta do político romano Plínio ao imperador Trajano, que cita pessoas conhecidas como "cristãs" que veneravam "Cristo como Deus".
Em termos históricos, a morte de Jesus na cruz não repercutiu no Império Romano. Somente quase 100 anos após a morte de Jesus, foi que começaram a aparecer relatos sobre ele no centro do Império. Um deles é uma carta do político romano Plínio ao imperador Trajano, que cita pessoas conhecidas como "cristãs" que veneravam "Cristo como Deus".
Outra fonte é o
historiador romano Tácito, que menciona os "cristãos (...), conhecidos
assim por causa de Cristo (...), executado pelo procurador Poncio
Pilatos".
Os muçulmanos acreditam até hoje que Jesus foi um profeta condenado à morte, mas cujo lugar foi tomado por outro. Muitas antigas seitas cristãs acreditavam nisso também. É controversa e não-esclarecida a história de que Barrabás, um pretenso criminoso comum, foi escolhido pela multidão para ser solto, enquanto Jesus era condenado. Segundo C.Knight e R.Lomas, Barrabás não é um nome, mas sim um título e tem o significado de “Filho de Deus”. Eles acrescentam ainda (pg.62) “o que nos deixou pasmos foi a descoberta de que, nos manuscritos antigos de Mateus, 27.16, esse homem é designado por seu nome completo 'Jesus Barabbas'”. Isto é assunto para muita especulação e nenhuma certeza.
Alguns anos depois da morte de Jesus, um estrangeiro, Paulo, da cidade de Tarso, onde a principal religião era o mitraísmo (forma persa de culto ao Sol), que era um culto muito popular no Império Romano, chegou a Jerusalém, ficando ligado ao sacerdote saduceu. Paulo era de família mitraística, que havia se convertido ao judaísmo e após um período de perseguição aos seguidores de Cristo, ele passou por uma experiência mística pessoal e se converteu a Jesus. Em um lampejo de inspiração, Paulo fundiu os conceitos do mitraísmo, do judaísmo e dos seguidores de Jesus para criar uma nova religião: o cristianismo.
Na reescrita da história de Jesus, Paulo desprezou os ensinamentos de Tiago, Pedro e seus seguidores, buscando inspiração em Mitra, que era o deus do dia e da luz e apresentava as seguintes características: nascera 600 anos atrás, em 25 de dezembro, de uma virgem, em um estábulo, que tinha sido crucificado, morto e ressuscitado depois de três dias, para agir como mediador entre a humanidade e Deus no Dia do Juízo Final. Verifica-se que o mitraísmo acreditava na imortalidade da alma, no Juízo Final, na ressurreição da carne, no céu e inferno, etc.
No livro “Origens do Misticismo na Maçonaria”, Castellani diz que na verdade o mitraísmo sofreu grandes influências do judaísmo, sendo muitas de suas crenças originadas da seita judaica dos fariseus, chegando a afirmar pg.76 que “ao fazerem a exegese do cristianismo, situam a origem de suas crenças no mitraísmo, o que não é verdade, pois este foi, apenas, o veiculador da doutrina farisaica, com exceção da santificação do dia 25 de dezembro, que é, realmente, de origem mitraica”.
Paulo não poupou esforços para conduzir os rumos do cristianismo, conforme Cor 9:20-26: “Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhá-los ... Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos com o fim de ganhar os fracos: Não sabeis vós que os que correm, na verdade correm, mas só um leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis"
Assim, ele passou a disseminar que Cristo morrera, ressuscitara e tinha retornado aos céus. Aparentemente, isto nunca foi aceito pelos Judeus, mas o mundo romano se identificou com esta história, que era a base da popular crença mitraística. Como resultado, vários pontos se tornaram comuns ao mitraísmo e ao cristianismo, como exemplo: ideais de humildade, amor fraterno, batismo, uso da água benta, rito de comunhão, crença na imortalidade da alma, julgamento final, vida eterna no céu, castigo para os maus após a morte e, logicamente, a ressurreição. Por outro lado, o cristianismo superava a então incômoda limitação do mitraísmo, que tinha um caráter excessivamente marcial (foi um culto originalmente apenas de soldados) e excluía o acesso das mulheres no templos.
Existe uma crítica generalizada aos desvirtuamento dos ensinamentos de Cristo realizado por Paulo.
Os muçulmanos acreditam até hoje que Jesus foi um profeta condenado à morte, mas cujo lugar foi tomado por outro. Muitas antigas seitas cristãs acreditavam nisso também. É controversa e não-esclarecida a história de que Barrabás, um pretenso criminoso comum, foi escolhido pela multidão para ser solto, enquanto Jesus era condenado. Segundo C.Knight e R.Lomas, Barrabás não é um nome, mas sim um título e tem o significado de “Filho de Deus”. Eles acrescentam ainda (pg.62) “o que nos deixou pasmos foi a descoberta de que, nos manuscritos antigos de Mateus, 27.16, esse homem é designado por seu nome completo 'Jesus Barabbas'”. Isto é assunto para muita especulação e nenhuma certeza.
Alguns anos depois da morte de Jesus, um estrangeiro, Paulo, da cidade de Tarso, onde a principal religião era o mitraísmo (forma persa de culto ao Sol), que era um culto muito popular no Império Romano, chegou a Jerusalém, ficando ligado ao sacerdote saduceu. Paulo era de família mitraística, que havia se convertido ao judaísmo e após um período de perseguição aos seguidores de Cristo, ele passou por uma experiência mística pessoal e se converteu a Jesus. Em um lampejo de inspiração, Paulo fundiu os conceitos do mitraísmo, do judaísmo e dos seguidores de Jesus para criar uma nova religião: o cristianismo.
Na reescrita da história de Jesus, Paulo desprezou os ensinamentos de Tiago, Pedro e seus seguidores, buscando inspiração em Mitra, que era o deus do dia e da luz e apresentava as seguintes características: nascera 600 anos atrás, em 25 de dezembro, de uma virgem, em um estábulo, que tinha sido crucificado, morto e ressuscitado depois de três dias, para agir como mediador entre a humanidade e Deus no Dia do Juízo Final. Verifica-se que o mitraísmo acreditava na imortalidade da alma, no Juízo Final, na ressurreição da carne, no céu e inferno, etc.
No livro “Origens do Misticismo na Maçonaria”, Castellani diz que na verdade o mitraísmo sofreu grandes influências do judaísmo, sendo muitas de suas crenças originadas da seita judaica dos fariseus, chegando a afirmar pg.76 que “ao fazerem a exegese do cristianismo, situam a origem de suas crenças no mitraísmo, o que não é verdade, pois este foi, apenas, o veiculador da doutrina farisaica, com exceção da santificação do dia 25 de dezembro, que é, realmente, de origem mitraica”.
Paulo não poupou esforços para conduzir os rumos do cristianismo, conforme Cor 9:20-26: “Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhá-los ... Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos com o fim de ganhar os fracos: Não sabeis vós que os que correm, na verdade correm, mas só um leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis"
Assim, ele passou a disseminar que Cristo morrera, ressuscitara e tinha retornado aos céus. Aparentemente, isto nunca foi aceito pelos Judeus, mas o mundo romano se identificou com esta história, que era a base da popular crença mitraística. Como resultado, vários pontos se tornaram comuns ao mitraísmo e ao cristianismo, como exemplo: ideais de humildade, amor fraterno, batismo, uso da água benta, rito de comunhão, crença na imortalidade da alma, julgamento final, vida eterna no céu, castigo para os maus após a morte e, logicamente, a ressurreição. Por outro lado, o cristianismo superava a então incômoda limitação do mitraísmo, que tinha um caráter excessivamente marcial (foi um culto originalmente apenas de soldados) e excluía o acesso das mulheres no templos.
Existe uma crítica generalizada aos desvirtuamento dos ensinamentos de Cristo realizado por Paulo.
Mahatma Gandhi
escreveu que “As Epístolas são uma fraude dos ensinamentos de Cristo, são
comentários pessoais de Paulo à parte da experiência pessoal de Cristo”. O
teólogo alemão Albert Schweitzer, prêmio Nobel da Paz em 1952, escreveu que
“Paulo nos mostra com que completa indiferença a vida terrena de Jesus foi
tomada”.
Como é possível ver na bíblia, não há concordância entre todos os apóstolos a respeito dos eventos ligados a ressurreição, mas Paulo, a partir de reflexões muito particulares, criou uma verdadeira teologia da ressurreição. Parecia que ele acreditava que Jesus teria sido "Filho de Deus" apenas após a ressurreição, já que ele atribuía grande importância à ressurreição de Cristo e pouca importância aos dizeres de Cristo antes da morte. Provavelmente ele se inspirava nos sacrifícios judaicos, que tinham como objetivo purificar os indivíduos.
O cristianismo pregado por Paulo defende que Jesus Cristo morreu crucificado para livrar os seres humanos de seus pecados (aqueles pecados originais que não existiam na antiga versão do Velho Testamento) e redimir toda a humanidade, instituindo um novo Pacto com Deus. A partir da sua morte e ressurreição, a salvação estaria garantida para todos aqueles que nele acreditassem e seguissem seus ensinamentos. Enquanto Jesus defendia que a salvação seria dada àqueles que seguissem seus ensinamentos, para Paulo todos os pecados seriam perdoados apenas para aquelas pessoas que acreditassem que Jesus era o filho de Deus, que havia morrido na cruz por elas e que depois havia ressuscitado.
Isto não é assunto de discussão para os pesquisadores, que acreditam que a vida do Jesus histórico encerra-se com a crucificação.
Como é possível ver na bíblia, não há concordância entre todos os apóstolos a respeito dos eventos ligados a ressurreição, mas Paulo, a partir de reflexões muito particulares, criou uma verdadeira teologia da ressurreição. Parecia que ele acreditava que Jesus teria sido "Filho de Deus" apenas após a ressurreição, já que ele atribuía grande importância à ressurreição de Cristo e pouca importância aos dizeres de Cristo antes da morte. Provavelmente ele se inspirava nos sacrifícios judaicos, que tinham como objetivo purificar os indivíduos.
O cristianismo pregado por Paulo defende que Jesus Cristo morreu crucificado para livrar os seres humanos de seus pecados (aqueles pecados originais que não existiam na antiga versão do Velho Testamento) e redimir toda a humanidade, instituindo um novo Pacto com Deus. A partir da sua morte e ressurreição, a salvação estaria garantida para todos aqueles que nele acreditassem e seguissem seus ensinamentos. Enquanto Jesus defendia que a salvação seria dada àqueles que seguissem seus ensinamentos, para Paulo todos os pecados seriam perdoados apenas para aquelas pessoas que acreditassem que Jesus era o filho de Deus, que havia morrido na cruz por elas e que depois havia ressuscitado.
Isto não é assunto de discussão para os pesquisadores, que acreditam que a vida do Jesus histórico encerra-se com a crucificação.
“A ressurreição é
uma questão de fé, não de história”
A revolta e a diáspora judaica
Desde o ano de 62
DC, Jerusalém vivia o auge da crise política. Em 66, romanos perseguiram
ferozmente os judeus com medo de uma insurgência, quando aconteceu a esperada
guerra, prevista pelos profetas. Os zelotes se rebelaram e conseguiram manter
as tropas do Império afastadas por 4 anos, matando 600 soldados romanos.
Isto provocou a reação do Imperador Nero, que ordenou a destruição de Jerusalém
e do Templo, cumprido no ano 70 DC, matando mais de um milhão de pessoas e
espalhando posteriormente o restante pelo mundo.
O Novo Testamento só faz menção a este fato de forma genérica, como nas profecias de Jesus em Lucas 21.20: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação“. Lucas 21.24: “Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. Lucas 21.27-28: “Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima”.
Isto mostra claramente que a nova religião criada por Paulo, ao contrário da tônica do Velho Testamento, não se preocupou em contar em detalhes a história do povo judeu, pois não se identificava com ele, já que não se considerava uma seita judaica. Os fatos eram narrados apenas para glorificação do Filho do Homem.
Como já foi dito, as profecias não previam a vinda do “Filho de Deus", mas apenas um enviado de Deus, que liderasse os judeus em uma luta de libertação. Na verdade, para os Judeus fracassara totalmente a revolta que seria liderada pelo Messias previsto nas profecias e este fato marcou o início de um dos mais desastrosos períodos de toda a história judaica.
O Novo Testamento só faz menção a este fato de forma genérica, como nas profecias de Jesus em Lucas 21.20: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação“. Lucas 21.24: “Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. Lucas 21.27-28: “Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima”.
Isto mostra claramente que a nova religião criada por Paulo, ao contrário da tônica do Velho Testamento, não se preocupou em contar em detalhes a história do povo judeu, pois não se identificava com ele, já que não se considerava uma seita judaica. Os fatos eram narrados apenas para glorificação do Filho do Homem.
Como já foi dito, as profecias não previam a vinda do “Filho de Deus", mas apenas um enviado de Deus, que liderasse os judeus em uma luta de libertação. Na verdade, para os Judeus fracassara totalmente a revolta que seria liderada pelo Messias previsto nas profecias e este fato marcou o início de um dos mais desastrosos períodos de toda a história judaica.
Mas o catolicismo
emergente não estava preocupado em confortar os judeus após este fracasso,
mesmo porque a luta armada não tinha sido uma doutrina pregada por Cristo, mas
sim principalmente pelos zelotes, em um movimento revolucionário de orientação
teocrática, cuja finalidade era a expulsão dos romanos. Ao contrário, o
catolicismo estava preocupado principalmente com a vida e morte de Jesus.
Para piorar a situação dos judeus, a tendência dos escritores do Novo Testamento era de responsabilizá-los pela morte de Jesus e minimizar a participação do procurador romano Poncio Pilatos. Segundo Karen Armstrong, "Em sua ânsia por alcançar o mundo gentio (o dos não-judeus), os autores dos Evangelhos estavam dispostos a absolver os romanos da execução de Jesus e declarar, com estridência crescente, que os judeus deviam carregar a culpa". A responsabilização da morte de Jesus pelos judeus foi um dos dogmas mais cruéis defendidos pela igreja, que gerou perseguições e custou a vida de milhares de judeus durante a idade média e séculos posteriores. Somente em 1965, com o Papa João XXIII é que foram definidas novas regras sobre o tema da Paixão de Jesus, renegando claramente o conceito de que os judeus eram os responsáveis pela morte de Jesus.
Para piorar a situação dos judeus, a tendência dos escritores do Novo Testamento era de responsabilizá-los pela morte de Jesus e minimizar a participação do procurador romano Poncio Pilatos. Segundo Karen Armstrong, "Em sua ânsia por alcançar o mundo gentio (o dos não-judeus), os autores dos Evangelhos estavam dispostos a absolver os romanos da execução de Jesus e declarar, com estridência crescente, que os judeus deviam carregar a culpa". A responsabilização da morte de Jesus pelos judeus foi um dos dogmas mais cruéis defendidos pela igreja, que gerou perseguições e custou a vida de milhares de judeus durante a idade média e séculos posteriores. Somente em 1965, com o Papa João XXIII é que foram definidas novas regras sobre o tema da Paixão de Jesus, renegando claramente o conceito de que os judeus eram os responsáveis pela morte de Jesus.
O cristianismo como religião oficial
Em 313 DC, o Imperador Constantino, que seguia a religião “o invicto Deus Sol”
centrada no Deus Sol e fortemente relacionada com o mitraísmo, tornou o
cristianismo legal no Império Romano, presidindo, em 325, o primeiro concílio
ecumênico da Igreja cristã, que definiram a forma da religião na Europa. Consta
que anteriormente, Constantino havia se apresentado aos Mistérios de Mênfis, mas
que o grande hierofante o havia recusado.
Em votação, foi decidido que Jesus e Deus eram uma única substância, como pai e filho em uma só entidade. Consequentemente, Jesus se tornou uma deidade e doravante quem se desviasse desse dogma era considerado herege e condenado à morte. O domingo (dia consagrado ao Deus Sol) passou a ser o feriado cristão e as figuras de Cristo e dos santos passaram a ser representadas com um halo (ou seja, com um sol por trás das cabeças, para indicar santidade). Para constituir o Novo Testamento, foram selecionados apenas uns poucos livros, que depois de adaptados, tornaram-se a “verdade evangélica”, sendo todos os demais declarados falsos e heréticos.
Curiosamente, os Evangelhos que foram escolhidos para inclusão no Novo Testamento, foram escritos por pessoas que não conviveram com Cristo e que jamais sequer tinham pisado em Jerusalém, com possível exceção de João Evangelista. "O autor de Marcos escreveu por volta do ano 70. Mateus e Lucas, de 80. E João, no final dos 90", diz Karen Armstrong
Embora tragam alguns detalhes da vida de Jesus, os evangelhos são considerados uma obra de reverência (e de fé) e não um documento histórico. Afinal, "evangelho" deriva da palavra grega “euangélion”, que significa "boas novas". O objetivo dos autores não era escrever a biografia de Jesus, e sim propagar a nova fé.
Com base na citação de Mateus 16.18: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”, foi criada uma linha de sucessão na Igreja, com os bispos de Roma se tornando Papas, com a fundamentação de que Pedro havia sido bispo em Roma e o primeiro Papa. Todas as referencias então existentes à família ou filhos de Jesus foram rejeitadas, pois tornariam inexpressiva a sucessão de Pedro e a prejudicaria a pretensão de poder dos bispos de Roma. Entretanto, segundo C.Knight e R.Lomas, quem assumiu o papel de líder da Igreja após a morte de Jesus foi Tiago (irmão de Jesus) e não Pedro.
Finalmente, por conta das inegáveis coincidências com o mitraísmo, as primeiras autoridades da Igreja emitiram uma bula papal afirmando que a história de Jesus se originara primeiro, mas que o diabo tinha falsamente colocado Mitra mais recuado no tempo para fomentar discórdias e confundir os verdadeiros cristãos.
Em votação, foi decidido que Jesus e Deus eram uma única substância, como pai e filho em uma só entidade. Consequentemente, Jesus se tornou uma deidade e doravante quem se desviasse desse dogma era considerado herege e condenado à morte. O domingo (dia consagrado ao Deus Sol) passou a ser o feriado cristão e as figuras de Cristo e dos santos passaram a ser representadas com um halo (ou seja, com um sol por trás das cabeças, para indicar santidade). Para constituir o Novo Testamento, foram selecionados apenas uns poucos livros, que depois de adaptados, tornaram-se a “verdade evangélica”, sendo todos os demais declarados falsos e heréticos.
Curiosamente, os Evangelhos que foram escolhidos para inclusão no Novo Testamento, foram escritos por pessoas que não conviveram com Cristo e que jamais sequer tinham pisado em Jerusalém, com possível exceção de João Evangelista. "O autor de Marcos escreveu por volta do ano 70. Mateus e Lucas, de 80. E João, no final dos 90", diz Karen Armstrong
Embora tragam alguns detalhes da vida de Jesus, os evangelhos são considerados uma obra de reverência (e de fé) e não um documento histórico. Afinal, "evangelho" deriva da palavra grega “euangélion”, que significa "boas novas". O objetivo dos autores não era escrever a biografia de Jesus, e sim propagar a nova fé.
Com base na citação de Mateus 16.18: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”, foi criada uma linha de sucessão na Igreja, com os bispos de Roma se tornando Papas, com a fundamentação de que Pedro havia sido bispo em Roma e o primeiro Papa. Todas as referencias então existentes à família ou filhos de Jesus foram rejeitadas, pois tornariam inexpressiva a sucessão de Pedro e a prejudicaria a pretensão de poder dos bispos de Roma. Entretanto, segundo C.Knight e R.Lomas, quem assumiu o papel de líder da Igreja após a morte de Jesus foi Tiago (irmão de Jesus) e não Pedro.
Finalmente, por conta das inegáveis coincidências com o mitraísmo, as primeiras autoridades da Igreja emitiram uma bula papal afirmando que a história de Jesus se originara primeiro, mas que o diabo tinha falsamente colocado Mitra mais recuado no tempo para fomentar discórdias e confundir os verdadeiros cristãos.
A Religião e os outros tipos de cristianismo
As religiões tem um importante papel de explicar os conteúdos existenciais do
ser humano: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para aonde vamos
depois da morte. A palavra vem da raiz religare (“ligar”, “prender”),
significando uma ligação dos homens a Deus. Em outras palavras, as
religiões são um conjunto de crenças e valores que levam ao sentimento divino
que prende o homem ao Criador. Elas são organizadas pelos homens e portanto são
falíveis e imperfeitas como eles próprios, além de não se tratarem de uma
questão de verdade cientifica ou comprovável, mas de dogmas ou de fé.
É inegável que o cristianismo tem inúmeros pontos de contato com as religiões mais antigas. Urbano Jr. Afirma que a divisão do mundo em luz e trevas é um culto ao Sol e a separação entre o bem e o mal seria uma alusão às estações. O mal teria sido introduzido pelo inverno, uma estação árida que não germina as sementes lançadas ao solo, mas a primavera e o verão trariam de volta os frutos e a alegria. O reparador destas coisas seria o Sol, associado a muitas divindade em várias civilizações e que também havia inspirado os mitos de morte e ressurreição. Segundo ele, o cristianismo não seria “mais que uma lenda solar, como as que temos analisado”, mas que (pg.251) mesmo “demonstrado como mito solar, o cristianismo, a individualidade de Jesus não é anulada... Jesus é o consolador. Prega a solidariedade humana, fala de eras de esperança e paz, em que a perfeita igualdade fosse norma e o sentimento fator de progresso. Apiedado de pobres e humildes, ensina a caridade como dever, mitiga o sofrimento, cura e doutrina. Onde passa, conforta”.
Nos primeiros séculos, existiam vários tipos de cristianismos, cada um com sua própria interpretação da vida de Jesus e seus ensinamentos, com várias vertentes como anacoretas, ascetas, cenobitas e gnósticos. A interpretação da ressurreição gerou grandes controvérsias no início do cristianismo, pois muitas palavras de Jesus podem ser interpretadas como referentes a uma morte iniciática, ou seja, a uma experiência de “ressurreição” em vida. Paulo é considerado o verdadeiro fundador do Cristianismo. Um dos grupos mais influentes do cristianismo primitivo foi o dos gnósticos, que adotavam uma vida ascética, negavam a matéria e acreditavam que o conhecimento era o caminho para a salvação. Para eles, o mundo foi criado por uma divindade imperfeita, mas o Deus bom nos deu a capacidade de despertar dessa imperfeição e conhecer a verdade. Apenas acumulando conhecimento (gnosis, em grego) a respeito do Deus verdadeiro, poderemos nos libertar desse mundo mau.
Assim, acreditavam que não precisavam frequentar cultos e igrejas ou ter um padre como intermediário. Para os gnósticos, Jesus teria sido enviado pelo Deus verdadeiro, para nos ensinar a despertar e a função de Judas tinha sido matar a parte física para livrar o mestre de seu corpo, ou seja, do reino inferior que aprisionava o espírito divino de Cristo.
De uma forma geral, os textos apócrifos (que foram rejeitados) revelam um Jesus mais democrático, mais tolerante e menos autoritário, características mais condizentes com os dias atuais. Eles abrem caminho para uma fé mais pessoal e estão cercados de uma charmosa aura de mistério pelo fato de terem sido condenados pela Igreja.
Para Lindemann, é mais fácil ocorrer um declínio das religiões do que elas se revitalizarem ou evoluírem.
É inegável que o cristianismo tem inúmeros pontos de contato com as religiões mais antigas. Urbano Jr. Afirma que a divisão do mundo em luz e trevas é um culto ao Sol e a separação entre o bem e o mal seria uma alusão às estações. O mal teria sido introduzido pelo inverno, uma estação árida que não germina as sementes lançadas ao solo, mas a primavera e o verão trariam de volta os frutos e a alegria. O reparador destas coisas seria o Sol, associado a muitas divindade em várias civilizações e que também havia inspirado os mitos de morte e ressurreição. Segundo ele, o cristianismo não seria “mais que uma lenda solar, como as que temos analisado”, mas que (pg.251) mesmo “demonstrado como mito solar, o cristianismo, a individualidade de Jesus não é anulada... Jesus é o consolador. Prega a solidariedade humana, fala de eras de esperança e paz, em que a perfeita igualdade fosse norma e o sentimento fator de progresso. Apiedado de pobres e humildes, ensina a caridade como dever, mitiga o sofrimento, cura e doutrina. Onde passa, conforta”.
Nos primeiros séculos, existiam vários tipos de cristianismos, cada um com sua própria interpretação da vida de Jesus e seus ensinamentos, com várias vertentes como anacoretas, ascetas, cenobitas e gnósticos. A interpretação da ressurreição gerou grandes controvérsias no início do cristianismo, pois muitas palavras de Jesus podem ser interpretadas como referentes a uma morte iniciática, ou seja, a uma experiência de “ressurreição” em vida. Paulo é considerado o verdadeiro fundador do Cristianismo. Um dos grupos mais influentes do cristianismo primitivo foi o dos gnósticos, que adotavam uma vida ascética, negavam a matéria e acreditavam que o conhecimento era o caminho para a salvação. Para eles, o mundo foi criado por uma divindade imperfeita, mas o Deus bom nos deu a capacidade de despertar dessa imperfeição e conhecer a verdade. Apenas acumulando conhecimento (gnosis, em grego) a respeito do Deus verdadeiro, poderemos nos libertar desse mundo mau.
Assim, acreditavam que não precisavam frequentar cultos e igrejas ou ter um padre como intermediário. Para os gnósticos, Jesus teria sido enviado pelo Deus verdadeiro, para nos ensinar a despertar e a função de Judas tinha sido matar a parte física para livrar o mestre de seu corpo, ou seja, do reino inferior que aprisionava o espírito divino de Cristo.
De uma forma geral, os textos apócrifos (que foram rejeitados) revelam um Jesus mais democrático, mais tolerante e menos autoritário, características mais condizentes com os dias atuais. Eles abrem caminho para uma fé mais pessoal e estão cercados de uma charmosa aura de mistério pelo fato de terem sido condenados pela Igreja.
Para Lindemann, é mais fácil ocorrer um declínio das religiões do que elas se revitalizarem ou evoluírem.
A sabedoria divina
de homens como Cristo foi se perdendo ao longo do tempo, com a perseguição aos
ensinamentos dos Mistérios Cristãos. Para ele (pg.349), “na falta do êxtase,
que é a experiência espiritual por excelência, o homem tende a apegar-se à
letra, às descrições dos outros. Daí advém a rigidez, o dogmatismo, a
intolerância, o esclerosamento e o declínio das religiões”.
Além disso, o cristianismo, na forma como foi estruturado por Paulo é surpreendentemente frágil, pois sustenta-se principalmente na crença da ressurreição de Jesus. Não discutimos a ressurreição neste trabalho, pois concordamos que se trata primordialmente de uma questão de fé. Entretanto, se ficasse provado que tal não ocorreu, esvaziaria por completo os principais fundamentos cristãos: o pacto com Deus para salvação da humanidade e a doutrina da salvação pela fé. Isto é substancialmente diferente do que ocorre nas outras religiões, pois não existe nenhuma revelação que possa abalar dessa maneira os fundamentos do Judaísmo, do Islamismo ou do Budismo.
Além disso, o cristianismo, na forma como foi estruturado por Paulo é surpreendentemente frágil, pois sustenta-se principalmente na crença da ressurreição de Jesus. Não discutimos a ressurreição neste trabalho, pois concordamos que se trata primordialmente de uma questão de fé. Entretanto, se ficasse provado que tal não ocorreu, esvaziaria por completo os principais fundamentos cristãos: o pacto com Deus para salvação da humanidade e a doutrina da salvação pela fé. Isto é substancialmente diferente do que ocorre nas outras religiões, pois não existe nenhuma revelação que possa abalar dessa maneira os fundamentos do Judaísmo, do Islamismo ou do Budismo.
Cristo e as Ordens Templárias e Maçônicas
Para Knight e Butler, os Templários utilizaram-se da estrutura da Igreja
Católica para tentar criar um mundo bem-ordenado, livre da pobreza e da
depravação, onde as pessoas se comportasse em harmonia com Deus.
Estas eram as
ideias centrais de Jesus Cristo, e, para fazer isso, aproveitaram-se da
complexa rede de poder da Igreja na totalidade da Europa Ocidental,
participando da construção de novas catedrais e proporcionando grande
sofisticação e amadurecimento para a Igreja.
Com a queda dos Templários, a Maçonaria passou a ser o canal primário de busca
de transformação do mundo.
A senda mística da maçonaria, representando a
caminhada mística a partir do ocidente, onde reinam as trevas, em direção ao
oriente, onde nasce e reina o sol, é praticamente uma repetição do mito solar
persa seguido pelo mitraísmo e difundido pelos romanos como “Na talis Invicti
Solis”, que serviram de base para o catolicismo.
O Grau 18, dedicado a Cristo,
o símbolo cristão INRI, também pode ser encarado como um símbolo do mitraismo,
que via o fogo como manifestação divina, capaz de intensas transformações, por isso
a máxima hermética, rosa-cruz e maçônica: “Igne Natura Renovatur Integra” ou
seja, o fogo renova a natureza inteira.
Infelizmente, parece ter havido um enfraquecimento da atuação maçônica a partir
das condenações da Igreja Católica e com a acomodação da Maçonaria Inglesa à
política conservadora, resultando que apenas podem ser Grão Mestre os membros
da Casa Real Inglesa, e se tornou obrigatório que todos os membros do Grão
Mestrado sejam
Anglicanos. Coincidência ou não, o que temos hoje é que os maçons,
em sua maior parte, não são mais dirigentes sociais ativos e os membros das
Lojas mostram pouca ambição de desenvolvimento social. As doações de caridade e
a filantropia feita pelas Lojas não são suficientes para mudar a face da
sociedade.
Hoje em dia, depois do fortalecimento do protestantismo e da proliferação das
denominações cristãs não católicas, o foco tem sido dado para organizações
seculares como “Grupo Bilderberg” (conferência anual com cerca de 100 pessoas
influentes no mundo), que tem mantido encontros reservados desde 1954, e aos
chamados blocos de estados (Comunidade Econômica Europeia, Alca, Mercosul),
buscando um mundo sem barreiras internacionais, com a riqueza e justiça
distribuídas com equidade.
Observa-se que deste modo os ensinamentos de Cristo de busca de caridade,
justiça e dignidade sobrevivem, utilizando-se ou não da estrutura da Igreja
criada em seu nome.
Entendimento final
Só nos EUA, existem
quase 5 mil acadêmicos pesquisando as Escrituras. ]
Há cerca de 80 mil livros
sobre Jesus e mil cursos universitários no mundo sobre ciência e religião.
Para
tentar entender melhor o cristianismo e o personagem histórico de Jesus, os
pesquisadores voltam-se para os textos apócrifos, que a Igreja repudiou nos
primeiros séculos do Cristianismo.
Segundo Paul Johnson, autor de “A História do Cristianismo”, se selecionarmos
só o que tem coerência histórica e é consenso, restará um personagem Jesus
quase desprovido de significado: "Esse ‘Jesus residual’ contava histórias,
emitiu uma série de ditos sábios, foi executado em circunstâncias pouco claras
e passou a ser, depois, celebrado em cerimônia por seus seguidores."
O que sabemos com certeza é apenas que Jesus foi um judeu sectário e um
agitador político que eventualmente poderia levantar os judeus da Palestina
contra o exército de ocupação romano.
A história diz que ele foi morto pelos
romanos porque era considerado um agitador político.
Tudo o mais que se diz
dele carece de provas concretas e precisa da fé para ser tomado como verdade.
A
corrente gnóstica sofreu um virulento ataque por parte da corrente majoritária
cristã, certamente devido ao fato de que ela teve grande aceitação no inicio do
cristianismo.
Para uma corrente de historiadores e teólogos, Paulo deturpou os ensinamentos
de Jesus Cristo a ponto de considerarem que a mensagem cristã que sobreviveu ao
longo dos séculos é originária de Paulo e não de Cristo.
Entretanto, todos
concordam que se não fosse por Paulo, é bem provável que o cristianismo
acabasse sendo reassimilado pelo judaísmo e se extinguísse.
Desse modo,
Paulo foi o responsável por fazer que o cristianismo passasse da cultura semita
à greco-romana, possibilitando que ela se tornasse uma religião mundial e, com
isso, influenciasse toda a nossa história atual.
Os seguidores do catolicismo são pessoas merecedoras de respeito e admiração,
pela sua crença na importância do sacrifício para a salvação da humanidade e
não podem ser responsabilizados pelos períodos de fanatismo e intolerância
caracterizados pela inquisição católica principalmente na idade média.
As
chacinas promovidas em nome das crenças e dogmas, foram um completo
desvirtuamento da mensagem original, mas faz parte do passado.
Após o
século XVI, as críticas foram sendo assimiladas e a reforma protestante iniciada
por Lutero (1483-1546) pretendeu fazer uma arrumação em função dos desvios que
se entendia ocorridos na religião.
O importante é que, independente
das vertentes posteriores, a mensagem original de Cristo que pregava humildade,
caridade, justiça, amor ao próximo e desapego aos valores materiais,
sobreviveu.
E esses são os verdadeiros valores cristãos.
A Maçonaria prega a liberdade de opinião e o respeito às crenças individuais.
Neste contexto, a
crença nos dogmas do cristianismo é prerrogativa individual e os verdadeiros
valores cristãos são totalmente compatíveis com a doutrina maçônica.
Texto elaborado por Manoel Tavares Santos
Comentários
Postar um comentário