MAÇONARIA e POLÍTICA

Alerta Total: Carta Aberta dos Maçons a Dilma Rousseff

No século XVII, os abismos sociais somados aos abusos de poder, viveram seu período mais agressivo e o início de seu declínio, as lutas em torno do poder na Inglaterra despertaram os pensadores políticos. Tomas Hobbes, em 1.651, escreve a obra o Leviatã, uma justificativa racional do Absolutismo.

Em 1.685, foi elevado ao trono da Inglaterra Jaime II, católico fervoroso e tendencioso ao Absolutismo. 
Para evitar este perigo, as principais personalidades do Parlamento Inglês, organizaram-se secretamente e puzeram-se a um acordo com Guilherme de Orange, genro do Monarca.
Essa sociedade secreta teria a finalidade de manter o sistema monárquico, em contrapartida, comprometiam-se com a Monarquia sem Absolutismo, lutava pela prevalência da Monarquia com Constituição e Parlamento. 
Já no século XVIII essa sociedade secreta estava dentro da Maçonaria ou “Maçonaria Azul”.
Assim, em 1.688, foi deposto Jaime II, através de um movimento secreto dentro do Parlamento Inglês. 
Na oportunidade, foram criados novos limites à coroa, asseguradas as garantias do Parlamento e outorgadas novas liberdades individuais aos súditos ingleses.
Após dois anos, John Locke, publica a obra “Ensaio sobre o Governo Civil”, no qual, defende a separação entre a Igreja e o Estado, afirma que a autoridade do Estado deve garantir os direitos individuais de forma igualitária. 
Ainda acha que as revoluções são justas quando os governos abusam de suas autoridades.
As idéias liberais de Locke estão perfeitamente de acordo com os ensinamentos maçônicos, e nos fazem lembrar nosso compromisso maçônico que diz:
“Não somos (nós maçons) inimigos dos governos ou autoridades, se são justos.”
Com objetivos construtivos e tendências ainda mais liberais, surgem duas poderosas personalidades Montesquieu e Rousseau.
Montesquieu em seu livro “Os Espíritos das Leis” classifica os governos em: Monárquicos e Republicanos, Expõe a famosa e ainda utilizada tripartição dos poderes, ou seja, Legislativo, Executivo e Judiciário, limitando os poderes uns aos outros.
Rousseau contribui para o progresso da sociedade, com a obra “O Contrato Social”, com as idéias de soberania popular, de um governo democrático, que considerava que à vontade do povo era o único fundamento legitimo da ação popular.
Todo esse trabalho intelectual, iniciado no século XVII na Inglaterra e culminante no século seguinte na França, jamais teria alcançado seus objetivos se não existisse um agente secreto que disseminasse essas idéias liberais e o conceito de estado laico. 

Esse agente foi a Maçonaria.
A “Maçonaria Azul” ou “Inglesa”, objetivava combater o absolutismo e defender o sistema Monárquico Parlamentar e Constitucionalista

Entretanto, na França a “Maçonaria Azul” deu a origem a outra corrente ideológica: à “Maçonaria Vermelha” cuja finalidade também era combater o absolutismo para substituir, radicalmente, a Monarquia pela República.
A Revolução Francesa, em 1.789, foi um dos movimentos mais poderosos da “Maçonaria Vermelha” derrubando o antigo regime da França e repercutindo em toda a Europa e em várias regiões do mundo, inclusive na América.
Os revolucionários franceses, sob o lema Maçônico: Liberdade, Igualdade e Fraternidade; levaram os ideais iluministas às últimas conseqüências. 

Procuraram instituir um Estado caracterizado por maior participação política da população e pela diminuição das desigualdades sociais. Inauguraram assim um Estado que tinha em sua base o “povo” e o direito à cidadania.
Entretanto, a penetração da Maçonaria no Brasil não era significativa. Precisava recrutar seus elementos entre intelectuais, burgueses, que ainda não possuíam direitos políticos.
No Brasil no século XVIII muitos estudantes freqüentavam a Universidade de Coimbra e Universidades Francesas, onde as idéias revolucionárias eram pregadas por Maçôns, com ênfase ao liberalismo liderado pelo nosso irmão, Marquês de Pombal. 
Recém-formados, os universitários trouxeram as novas idéias políticas Republicanas, ou seja, foram influenciados pela “Maçonaria Vermelha”
Os jovens idealistas, os intelectuais, os burgueses foram formando nos quatro cantos do Brasil, movimentos Maçônicos, baseados nesse espírito libertador e revolucionário. 
Em 1.815 foi fundada a Loja “Comercio e Artes”. 
Em 1.820, foram descobertos e os maçons foram tenazmente perseguidos. Porem conseguiram triunfar, em 1.822, com a fundação do Grande Oriente, adquirindo força e formidável prestigio político.
A Maçonaria sempre foi o agente das revoluções, quando não havia outras possibilidades de triunfar os seus princípios, de forma pacifica. 

A Maçonaria possui um compromisso de implantar as liberdades e direitos coletivos.
“A Nação, hoje livre, poderá amanhã estar escravizada. 
Reino ontem. 
Republica hoje, império amanhã, tais são as fantásticas mutações da cena das Nações..”
Um fruto desse compromisso histórico foi o movimento em prol da independência que começou a tomar corpo dentro dos Templos Maçônicos. 
Neste período, JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADE E SILVA, que era um homem viajado e culto, inicia-se na Maçonaria, cercando-se de prestigio e respeito, tanto assim que em 28 de Maio de 1.822, tornar-se Grão-Mestre, sendo seu Primeiro Grande Vigilante JOAQUIM GONÇALVES LEDO.
D. Pedro foi iniciado em 13 de Junho de 1.822, na Loja Maçônica Comercio e Artes, recebendo o nome simbólico de “Guatimozim” e, sendo exaltado a MM três dias depois, por proposta de Gonçalves Ledo. Percebendo que, José Bonifácio pretendia retirar privilégios pessoais de D. Pedro I, Gonçalves Ledo propõe em 02 de Agosto de 1.822, a candidatura do Príncipe a Grão-Mestre, que é aprovado. Neutralizando assim, as ações de José Bonifácio de Andrade e Silva.
Segundo o autor Rizzardo da Camino todo o desfecho da Independência ocorreu da seguinte forma:
“A Maçonaria não interessava, a pessoa de D. Pedro, mas sim, a sua adesão ao movimento revolucionário”
“Foi na sessão de 20 de Agosto de 1.822, na Loja Maçônica Comércio e Artes, que Gonçalves Ledo proclamou a Independência do Brasil. E assim, o grito de 07 de Setembro de 1.822 foi apenas uma formalização do Grão-Mestre e Príncipe Regente do Brasil”
Posteriormente, Gonçalves Ledo se recusou a receber o titulo de Marquês de Praia Grande, afirmava que, por ser Maçom, não poderia se interessar por títulos ou graus. Afirmou em uma carta datada em 16 de Outubro de 1.822, que cultuava a LIBERDADE, tratava os demais com IGUALDADE e devotava ao próximo a FRATERNIDADE. 

Sendo todos os maçons iguais, independentes de cargos ou graus, merecendo o mesmo respeito e dignidade, sendo desnecessários os títulos honorários.
Porem, o Imperador entendeu a recusa como uma afronta, e instigado por José Bonifácio perseguiu Gonçalves Ledo e todos os maçons, inclusive, suspendendo as atividades do Grande Oriente, em 25 de Outubro de 1.822.
A Maçonaria reagiu e fez ver o Imperador as absurdas acusações, que imediatamente foram regovadas. Sendo assim, Jose Bonifácio pede demissão do cargo de Ministro.
Em 21 de Novembro de 1.823, Gonçalves Ledo retorna da Argentina, onde havia se refugiado, e ocupa sua cadeira de Deputado.
É importante ressaltamos que o futuro de uma Nação mais prospera pesa nos ombros de seus cidadãos e, não apenas em seus governos. 

O que para um cidadão é um dever, para um Maçom é uma obrigação, pois, assim o jurou. 

A Maçonaria contribuiu ativamente em todo o progresso da Humanidade no passado, são acontecimentos históricos relevantes, mas são, principalmente, exemplos a serem seguidos nos dias atuais. 

É chegado o momento da ação, senão, qual legado deixaremos as gerações futuras. 
Sejamos verdadeiros construtores sociais, dignos do titulo de maçons.
A luta pelo bem comum é o que deve presidir as ações individuais e coletivas dos maçons, como já vimos, o que torna a política seu instrumento indispensável na consecução desse objetivo.
Dispensando aqui a crítica histórica, o fato é que até o começo do século XX essa vocação ainda norteava os destinos da instituição, quando cisões e política interna mudaram esse perfil.
Hoje, se realizarmos uma pesquisa entre nossos obreiros sobre o perfil de nossa instituição, constataremos que diversas conotações serão obtidas e uma minoria, apenas se lembrará de nossa vocação política, porque esta vem sendo tratada de maneira secundária, as vezes, por irmãos zelosos, porém confundem divulgação político-partidária com defesa de posições políticas visando o Bem Comum e a Justiça Social.
Por isso é fundamental praticar Maçonaria também fora de nossos Templos, sem falsos pruridos e tendo em mente que nossa missão não terminou quando fizemos a Pátria livre, libertamos nossos irmãos negros, promovemos o estado laico e proclamamos a República. 

A Maçonaria não precisa da política para se promover como instituição ou projetar seus membros, mas é a política que precisa da Maçonaria e de seus obreiros porque esta, não permitindo qualquer tipo de sectarismo entre suas colunas e espalhada por todo o Brasil com seus quinhentos mil pedreiros livres, sob a égide extraordinária de seus princípios, muito tem ainda por fazer por esta Pátria.
Urge, portanto, retomar o poder de influência que dissolveu-se ao longo dos anos e levar à sociedade profana os princípios que norteiam a vida dentro da sociedade maçônica. 

Limitar a Maçonaria à entidade filantrópica, clube de serviço, grupo de estudos místicos e esotéricos, templo religioso ou grupo social fraterno é abandonar suas origens e particularizá-la em funções estanques, não condizentes com suas raízes, pois Maçonaria é tudo isso e muito mais. 

A maçonaria é prestadora de serviços à sociedade, é escola de cultura esotérica e maçônica, é Filosófica, é social e fraterna, mas é também política, porque com este instrumento atinge muito mais amplamente seus objetivos de construtora social.
Defender a participação da Maçonaria nas grandes decisões nacionais e para as quais a política é o caminho natural, é muito mais do que praticar política partidária e por isso não pode ser confundida. A Maçonaria, enquanto instituição, não corteja o poder, mas tem a grande missão de preparar seus obreiros para que exerçam condignamente como cidadãos e como indivíduos formados ao abrigo ela Arte Real.
O Brasil caminha para a maturidade política e viceja no peito do brasileiro o anseio pelo gozo de uma democracia plena. 

Neste contexto, emerge a grande responsabilidade da Sublime Ordem de comprometer-se com a defesa desse ideal.
Democracia não é uma palavra vaga. Mas sim, valor fundamental da vida pública moderna. 

Democracia significa governo do povo. E, portanto, o contrário do autoritarismo e da centralização do poder. 

Construir a democracia significa substituir a centralização por formas de participação dos setores da população nos assuntos de interesse coletivo e disseminar informações, bem como promover a liberdade de expressão.
O Brasil, sem que nos mova aqui qualquer tipo de ufanismo, está predestinado a ser a grande nação e a Maçonaria brasileira, cuja história se contunde com a própria história do país, deve se orgulhar imensamente desta pátria e seus membros lutarem, se preciso for, até a morte, pelo seu engrandecimento

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