MAÇONARIA É RELIGIÃO?

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Não é incomum o leigo achar que a Maçonaria é uma Religião. 
Neste caso, a Maçonaria seria uma Religião com características diferentes das religiões “ismo” (Budismo, Cristianismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, etc.). 
Seria uma religião que não se limita a reconhecer um poder sobrenatural sobre o homem. Seria uma religião que não se atém unicamente em crer em Deus. Seria uma religião que não está confinada a ser simplesmente um sistema de fé e de culto. Seria uma religião que não só respeita, mas também aceita, todas as “ismo” como válidas, conquanto as entenda como tentativas, entre si competitivas, de enunciar a verdade divina, que é relativa. 
Deve-se destacar alguns pontos em que há uma coincidência de práticas entre Maçonaria e Religião: 

(1) O local onde os Maçons se reúnem chama-se templo; 
(2) A mesa onde são depositadas as Luzes da Maçonaria – o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso – e onde são tomados os principais compromissos dos Maçons chama-se Altar (dos Juramentos); 
(3) A mesa onde é queimado incenso chama-se Altar (dos Perfumes); 
(4) Ninguém ingressa na Maçonaria sem crer num princípio criador; 
(5) A Maçonaria cultua a Deus que, em respeito às crenças individuais, é denominado Grande Arquiteto do Universo; 
(6) As Lojas Maçônicas cumprem uma liturgia, fazendo uso de Rituais padronizados que não podem ser alterados ou suprimidos; 
(7) Dentre os Rituais adotados, existem aqueles de Consagração (de Templo, de Estandarte, etc.); 
(8) Para distinguir as formas com que se praticam os Rituais, a Maçonaria utiliza-se de diferentes Ritos; (9) A Maçonaria adota uma moral que “levanta templos às virtudes e cava masmorras aos vícios”; e 
(10) A instalação de um Venerável Mestre, tornando-o um Mestre Instalado, faz dele, em última análise, um sacerdote, com prerrogativas de iniciar novos Maçons, elevar ao grau de Companheiro, exaltar ao grau de Mestre e criar novos Mestres Instalados.
E a Maçonaria é uma Religião? 

Considerando-se que as definições sobre o que é Religião, via de regra, são circunlóquios, são rodeios de palavras tão preconceituosos ou tão genéricos quanto inúteis, não podemos nos limitar às definições clássicas. Se assim o fizéssemos, talvez a resposta poderia ser afirmativa: a Maçonaria é uma Religião. 
Contudo, a Maçonaria não é uma Religião. 

Mas, se não é uma Religião é o quê? 
A Maçonaria é uma “Alternativa Laica da Religião”, ou seja, conquanto não seja uma Religião, possui o suficiente em comum com elas a ponto de poder se apresentar como uma opção que permite, inclusive, excluir a adesão a qualquer uma delas. 
Em outras palavras, como “Alternativa Laica da Religião”, o Maçom pode crer numa determinada Religião, em todas ou em nenhuma. 
Para o Maçom, basta acreditar num princípio criador, no Grande Arquiteto do Universo, significando dizer que embora haja um ponto de vista laico, existe um comprometimento que exerce a mesma função da adesão a uma Religião. 
O Ceticismo, com sua crença em negar a existência de fundamentos racionais nas religiões; o Empirismo, com seu credo segundo o qual não há conhecimento do mundo senão o derivado da experiência dos sentidos; o Freudismo, com sua fé na Psicanálise; o Marxismo, com seu credo no Comunismo e sua fé na Revolução; o Positivismo, com sua fé na Ciência; o Racionalismo, com sua fé na Razão; o Humanismo, com seu conjunto de crenças e valores inteiramente não religiosos, o que não o impede de possuir instituições semelhantes a Igrejas, como a Sociedade Ética de South Place, em Londres, também são “Alternativas Laicas da Religião”. 
A Maçonaria, com seus Templos, com seus Altares, com seus Ritos, com seus Rituais, com sua Liturgia e com seu “sistema de moral velado por alegorias e ilustrado por símbolos”, é, igualmente, uma “Alternativa Laica da Religião”, adotada, consciente ou inconscientemente, pelos Maçons! 


Fonte: MAÇONARIA DOS PAINÉIS

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