Dentro de nossa ordem, muitos desconhecem o nosso apelido de "bode". A origem desta denominação data de 1808. Porém, para saber o seu significado, temos de voltar no tempo.
Por volta do ano 30, vários apóstolos saíram para o mundo para divulgar o cristianismo.
Alguns foram para o lado judaico da Palestina e, lá, notaram que era comum ver um judeu falando baixinho ao ouvido de um bode, animal muito abundante naquela região.
Procurando saber o porquê daquele monólogo, foi difícil obter resposta. Ninguém dava informações e, com isso, aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos em relação àquele fato, até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um rabino da aldeia, foi informado de que aquele ritual era usado para a a expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo contar a alguém, da sua confiança, quando cometia suas faltas, mesmo às escondidas, acreditando, com isto que, se outros soubessem, ficariam mais aliviados junto à sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema.
Mas, por que bode? Quis saber o apóstolo.
É porque o bode é seu confidente.
Como bode não fala, o confessor ficava ainda mais seguro de que seu segredo seria mantido,respondeu-lhe o rabino.
A Igreja, 36 anos mais tarde, introduziu, em seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor. Nesse ponto, a História não conta se foi o Apóstolo que levou a idéia aos seus superiores da Igreja.
O certo é que ela faz bem para a Humanidade. Com esse ato do confessionário, aliado ao voto do silêncio, o povo passou a contar as suas faltas.
Na atualidade, com a confiança duvidosa em função dos escândalos por parte de alguns padres, diminuíram os confessores e os confessionários, embora tenha aumentado o número de divãs de psicanálise.
Voltemos a 1808, na França de Bonaparte que, após o golpe de 18 Brumário, se apresentava como um novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não fossem do governo ou dela própria. Assim, a Maçonaria, que era fator pensante, teve todos os seus direitos suspensos e seus templos, fechados, sendo proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra, na clandestinidade, se reuniam, tentando modificar a situação do país. Nesse período, vários maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições; porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os maçons. Chegou ao ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase aos seus superiores: "Senhor, estes homens parecem bodes: por mais que eu os flagele, não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra".
Assim, a partir desta frase, todos os maçons tinham, para seus inquisidores, a denominação de "bode", aquele que não fala, que sabe guardar segredo.
Comentários
Postar um comentário