Pesquisadores e doutrinadores, nos diversos campos das ciências, das letras e das artes, por intermédio de suas teses e dissertações, fruto de exaustivos estudos, acabam por estabelecer as chamadas Correntes de Pensamento, que, a respeito de determinado assunto, tanto podem ser convergentes quanto antagônicas entre si, cabendo aos seus seguidores adotar o caminho que lhes pareçam mais adequado, a partir das interpretações exegéticas.
Exegese é a interpretação profunda de um texto bíblico, jurídico ou literário. A exegese como todo e qualquer saber, tem práticas implícitas e intuitivas que, aliada à Hermenêutica, informa e encaminha a filiação do usuário às Correntes ou Linhas de Pensamento, que por sua vez, fazem Escolas.
Hermenêutica, a seu passo, é um ramo da filosofia que se debate com a compreensão humana e a interpretação de textos escritos. A palavra deriva do nome do deus grego Hermes, o mensageiro dos deuses, a quem os gregos atribuíam a origem da linguagem e da escrita é considerado o patrono da comunicação e do entendimento humano.
Na Maçonaria não é diferente. O autor C. W. Leadbeater catalogou quatro esçônicas: a Autêntica, a colas maAntropológica, a Mística e a Oculta (Pequena História da Maçonaria, Ed. Pensamento).
Charles Webster Leadbeater (1847 – 1934), foi sacerdote da Igreja Anglicana e Bispo da Igreja Católica Liberal, clarividente, escritor, orador, maçom e uma das mais influentes personalidades da Sociedade Teosófica.
1. ESCOLA AUTÊNTICA
Preocupada em desvendar as origens e os mistérios da Maçonaria, a Escola Autêntica surgiu em meados do século XIX. Centrou as suas fontes de pesquisas em acervos documentais dos mais remotos tempos e todas as espécies que versassem, de alguma maneira, sobre a Maçonaria, incluindo pergaminhos, atas de antigas Lojas e outros registros esparsos. Se por um lado essa Escola prima pela autenticidade dos fatos, por outro padece de limitações, visto que, àquela época, pouco se escrevia sobre maçonaria. A grande maioria das informações eram transmitidas, oralmente, de gerações a gerações. Pertenciam à Escola dos autênticos, dentre outros, os Ingleses R. G. Gould, W. J. Hughan, G. W Speth e os Alemães J. F. Findel e Wilhetm Begemann.
2. ESCOLA ANTROPOLÓGICA
Esta segunda escola é considerada nova. Tem como foco o estudo da Maçonaria na sua concepção mais antiga. Os antropologistas desenvolvem seus estudos com base no comportamento humano, levando em conta usos e costumes de diversos povos, desde os mais antigos até os mais modernos. Todavia, não limitam seus estudos ao passado. Investigam, inclusive, os ritos iniciáticos de tribos selvagens da África e da Austrália. Integraram essa Escola: J. S. M Ward, Albert Churchward e Bernard H. Springer, todos autores maçônicos. Nessas pesquisas foi detectada a existência de antigos ritos maçônicos entre os árabes.
3. ESCOLA MÍSTICA
Enquanto as duas primeiras Escolas tratam da história, esta terceira Escola do Pensamento Maçônico aborda os mistérios da Ordem sob uma óptica completamente diferente. Estuda a parte espiritual e o desenvolvimento interior do homem. A exegese desta Escola concentra-se na interpretação dos símbolos e no estado de consciência individual. Diz-se que o misticismo é a união consciente com Deus. São Representantes ilustres desta escola os Irmãos A. E. Waite, considerado um dos mais finos e eruditos no assunto, bem como o Irmão W. L. Wilms-hurst, grande intérprete do simbolismo maçônico.
4. ESCOLA OCULTA
Temos, finalmente, a Escola Oculta. Esta perquire o estudo do lado desconhecido da Natureza. Preocupa-se em estudar os poderes naturais inerentes ao ser humano, ainda adormecidos. O ocultista considera de grande importância a prática dos ritos cerimoniais como veículos capazes de fazer baixar a luz divina sobre nós e difundir-se em auxílio do mundo, invocando, para isso, a ajuda dos Anjos, dos espíritos da natureza e de outros habitantes do universo invisível.
A Maçonaria contemporânea, também chamada de convencional ou simbólica, desenvolve todos esses estudos através de Oficinas denominadas de Lojas de Pesquisas, tendo como íncone a Loja “Quatour Coronati”, da Inglaterra, fundada em 1886, considerada, neste sentido, a mais importante do mundo.
Nada obstante, no cotidiano, embora da forma empírica, todas as Lojas maçônicas modernas seguem e professam os ditames dessas múltiplas Escolas do Pensamento Maçônico.
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