Mitos maçônicos


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Carlos Bedran

 A palavra mito tem vários significados, mas a definição que nos interessa agora é aquela considerada como ideia falsa, que distorce a realidade ou não corresponde a ela.
Assim como as pessoas, os fatos e as coisas, também as instituições, pessoas jurídicas que são, têm os seus mitos e a instituição maçônica, como uma associação civil de caráter eminentemente filosófico, não foge aos seus, mitos esses alimentados pelos mais estranhos preconceitos que, ao longo dos séculos, seguidamente têm influenciado desde as pessoas mais simples até as mais cultas.
            
O objetivo desta peça de arquitetura é tentar desfazer apenas alguns deles para melhor compreensão da Maçonaria.
            
Dizem que a Maçonaria é milenar. Não é verdade.

 Formalmente foi fundada na Inglaterra em 1723, com as chamadas Constituições de Anderson, muito embora tenha surgido em Londres em 1717, e que foi uma compilação de velhos manuscritos, regulamentos e obrigações, além de usos e costumes que regiam as antigas corporações do ofício de pedreiro.

Como se sabe, na Idade Média os segredos da arte de construir edifícios, pontes e catedrais eram ciosamente guardados pelos arquitetos e pedreiros, que os transmitiam a seus sucessores, geralmente membros da própria família. Entretanto, a partir dessa data, clérigos, políticos e filósofos aproveitaram-se dessa então hermética organização para, sem discussões de caráter político-religioso, tentar transformar o mundo da época, influenciados pelas ideias iluministas do século 18.
            
Para tanto necessitavam dar solidez, estrutura à recém-fundada organização e nada melhor do que isso senão afirmar que ela teve origem entre os gregos, egípcios, hebreus, influenciada pelo cristianismo. Acertaram apenas no que se refere ao ingresso de seus membros, escolhidos a dedo através das chamadas iniciações, tais como as da Grécia antiga,
 os denominados mistérios órficos. Fora disso tudo ela nada tem de milenar.
            
Dizem que a Maçonaria é secreta. Não é verdade. Ela foi secreta para evitar perseguições de ordem político-religiosa. Hoje, espalhada em quase todos os países do mundo, é aceita por todos os Estados democráticos e sua constituição e estatutos são registrados em cartório de títulos e documentos: portanto, são públicos. As reuniões entre os seus participantes — cujos integrantes necessitam ser convidados e preencher certas condições antes de iniciados — continuam a seguir aquela antiga tradição e assim elas permanecem exclusivas e reservadas aos seus membros.
            
Dizem que ela é contra as religiões. Não é verdade

Ao contrário, condição sine qua nonpara nela ingressar é que o interessado não tenha absolutamente — entre outros — nenhum preconceito religioso e, a tal ponto, que na maioria de seus ritos exige-se até que ele deva obrigatoriamente acreditar na existência de um Princípio Criador, denominado por ela de Grande Arquiteto do Universo.
Aliás, em muitas lojas maçônicas, se a maioria de seus membros for cristã, os seus trabalhos são iniciados com a leitura de um versículo da Bíblia; se maçons forem muçulmanos, com o Alcorão e, se judeus, com a Torah. O que se exige, fundamentalmente, é que deva haver a máxima tolerância entre eles, em todos os aspectos, pois devem ser respeitadas as convicções de cada um.
           
Apesar de toda a evolução da humanidade, apesar de todo o conhecimento adquirido nesses anos todos, desde a origem da Maçonaria e agora em pleno século 21, ainda remanescem tais mitos, ideias falsas e fantasiosas sobre e contra a instituição maçônica, o que demonstra que o homem ainda está muito longe de ser considerado totalmente sem preconceitos.
           
E então, no seu dia, em nosso país, comemorado em 20 de agosto, o maçom, que proclama a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre as pessoas; que proclama a tolerância e a prevalência do espírito sobre a matéria; que defende a plena liberdade de expressão de pensamento e que tem por dever o amor à família, o devotamento à Pátria e a obediência à Lei, seja simplesmente considerado um homem como outro qualquer, com todo respeito e dignidade que merece todo ser humano.       

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