A DIGNIDADE DO SER HUMANO, UMA VISÃO MAÇÔNICA
Reza o ritual do Aprendiz Maçom do R.’.E.’.A.’.A.’., que a “ maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas modalidades; é uma escola mútua que impõe este programa: (…) trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano (…)”.
Mais adiante, uma frase, que particularmente reputo como uma das mais ricas e mais representativas de nossos verdadeiros objetivos:
“(A Maçonaria) É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião”.
“Felicidade do gênero humano” e “tornar feliz a humanidade”.
Não raro, em quase todas as obras e rituais maçônicos, deparamo-nos com a palavra “humanidade”.
A idéia primordial do valor da pessoa humana, encontra suas origens no pensamento clássico Cristão.
Na cultura judaico-cristã, notadamente no livro Gênesis, encontramos referências sobre a criação do homem “à imagem e semelhança de Deus”, premissa de que foi extraída a idéia de que todo ser humano é dotado de um valor próprio, intrínsico, ou seja, na figura de uma só pessoa humana está representada toda a humanidade.
Ao longo da história, podemos comparar a evolução da espécie humana com a idéia do que a humanidade pensa sobre sua própria condição existencial.
No pensamento estóico, verificado nas clássicas tragédias gregas, já estava patente que o ser humano possuía uma dignidade que o distinguia das demais criaturas, no sentido de que todos são portadores da mesma, em que pese as diferenças sociais e culturais.
Na idade média, Santo Tomás de Aquino constantemente faz apologia à divindade da “dignitas humana”.
Immanuel Kant sustenta em suas diversas obras, que o homem não pode ser tratado – nem mesmo por ele próprio – como objeto, pois em si está representada toda a humanidade.
Os ideais da revolução francesa, com seu tríplice “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, formam uma espécie de condensação de todo um pensamento filosófico produzido pela humanidade ao longo de sua existência.
O eminente Dr. Ingo Sarlet, juiz e professor de direito na PUC/RS, ensina-nos que:
“A utópica realização plena da dignidade da pessoa humana continua a ser incansavelmente buscada pelas relações sociais e jurídicas de grupos de nações e grupos de pessoas, mesmo que entre este último, inconscientes de sua própria busca”.
Quanto à característica utópica dessa busca, lembro-me vagamente das palavras de Galleano, que situa a utopia no horizonte de suas intenções.
A cada dez passos que tenta aproximar-se desse horizonte, dez passos ele se afasta.
Vinte passos, e vinte passos afastados.
Pergunta-se: “Mas afinal, porque a busco?
Qual o objetivo de sua existência, se já me convenci de que é inalcançável?”
E responde-se: “Seu objetivo é exatamente este, obrigar-me a dar os passos.”
E a Maçonaria atual, em que ponto desta busca utópica se situa?
Qual sua atuação no sentido de colaborar, enquanto Ordem, no reconhecimento universal da Dignidade da Pessoa Humana?
A história é rica em relatar a participação de Maçons enquanto indivíduos, e da Maçonaria enquanto instituição, na petrificação dos ideais humanitários.
A revolução Francesa, o abolicionismo da escravatura no Brasil, os diversos fatos e atos de ilustres maçons (...) são exemplos marcantes dessas intenções.
Ao lapidar a pedra bruta em que se reconhece, o Maçom tem por dever aparar as mundanas arestas que o tornam falível enquanto indivíduo, para que em si possa espelhar todo o valor da humanidade plena. Tem por dever absoluto preparar-se para ser o ponto reflexivo de tudo que em si representa esta idéia.
Ao jurarmos: “ … conservar-me sempre cidadão honesto e digno, (…), nunca atentando contra a honra de ninguém…”, estamos perante o Grande Arquiteto do Universo, prometendo envidar todos os esforços no sentido de valorizar um dos aspectos mais marcantes inerentes à dignidade da pessoa humana: A honra.
Honra e Dignidade são palavras quase que sinônimas, pois encerram valores magnos pertinentes e exclusivos do ser humano.Dignidade, ou honra neste caso, são amplamente garantidas na Carta Constitutiva do Brasil, e em quase todas as Constituições do mundo livre, em suas cláusulas imutáveis, ou pétreas.
Mas como transformar a utópica afirmativa impressa na Constituição em fatos concretos, no nosso dia a dia?
Não podemos mais, a exemplo do passado, destinar o Tronco de Solidariedade para a compra e alforria de um escravo, ou fomentar revoluções libertárias no interior de nossos templos.
Não podemos mais ficarmos adstritos aos Templos, enquanto lá fora a sociedade a qual pretendemos modificar através de nosso interior aperfeiçoamento, peca pela omissão quanto ao respeito a essa Dignidade.
Reza o ritual do Aprendiz Maçom do R.’.E.’.A.’.A.’., que a “ maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas modalidades; é uma escola mútua que impõe este programa: (…) trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano (…)”.
Mais adiante, uma frase, que particularmente reputo como uma das mais ricas e mais representativas de nossos verdadeiros objetivos:
“(A Maçonaria) É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião”.
“Felicidade do gênero humano” e “tornar feliz a humanidade”.
Não raro, em quase todas as obras e rituais maçônicos, deparamo-nos com a palavra “humanidade”.
A idéia primordial do valor da pessoa humana, encontra suas origens no pensamento clássico Cristão.
Na cultura judaico-cristã, notadamente no livro Gênesis, encontramos referências sobre a criação do homem “à imagem e semelhança de Deus”, premissa de que foi extraída a idéia de que todo ser humano é dotado de um valor próprio, intrínsico, ou seja, na figura de uma só pessoa humana está representada toda a humanidade.
Ao longo da história, podemos comparar a evolução da espécie humana com a idéia do que a humanidade pensa sobre sua própria condição existencial.
No pensamento estóico, verificado nas clássicas tragédias gregas, já estava patente que o ser humano possuía uma dignidade que o distinguia das demais criaturas, no sentido de que todos são portadores da mesma, em que pese as diferenças sociais e culturais.
Na idade média, Santo Tomás de Aquino constantemente faz apologia à divindade da “dignitas humana”.
Immanuel Kant sustenta em suas diversas obras, que o homem não pode ser tratado – nem mesmo por ele próprio – como objeto, pois em si está representada toda a humanidade.
Os ideais da revolução francesa, com seu tríplice “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, formam uma espécie de condensação de todo um pensamento filosófico produzido pela humanidade ao longo de sua existência.
O eminente Dr. Ingo Sarlet, juiz e professor de direito na PUC/RS, ensina-nos que:
“A utópica realização plena da dignidade da pessoa humana continua a ser incansavelmente buscada pelas relações sociais e jurídicas de grupos de nações e grupos de pessoas, mesmo que entre este último, inconscientes de sua própria busca”.
Quanto à característica utópica dessa busca, lembro-me vagamente das palavras de Galleano, que situa a utopia no horizonte de suas intenções.
A cada dez passos que tenta aproximar-se desse horizonte, dez passos ele se afasta.
Vinte passos, e vinte passos afastados.
Pergunta-se: “Mas afinal, porque a busco?
Qual o objetivo de sua existência, se já me convenci de que é inalcançável?”
E responde-se: “Seu objetivo é exatamente este, obrigar-me a dar os passos.”
E a Maçonaria atual, em que ponto desta busca utópica se situa?
Qual sua atuação no sentido de colaborar, enquanto Ordem, no reconhecimento universal da Dignidade da Pessoa Humana?
A história é rica em relatar a participação de Maçons enquanto indivíduos, e da Maçonaria enquanto instituição, na petrificação dos ideais humanitários.
A revolução Francesa, o abolicionismo da escravatura no Brasil, os diversos fatos e atos de ilustres maçons (...) são exemplos marcantes dessas intenções.
Ao lapidar a pedra bruta em que se reconhece, o Maçom tem por dever aparar as mundanas arestas que o tornam falível enquanto indivíduo, para que em si possa espelhar todo o valor da humanidade plena. Tem por dever absoluto preparar-se para ser o ponto reflexivo de tudo que em si representa esta idéia.
Ao jurarmos: “ … conservar-me sempre cidadão honesto e digno, (…), nunca atentando contra a honra de ninguém…”, estamos perante o Grande Arquiteto do Universo, prometendo envidar todos os esforços no sentido de valorizar um dos aspectos mais marcantes inerentes à dignidade da pessoa humana: A honra.
Honra e Dignidade são palavras quase que sinônimas, pois encerram valores magnos pertinentes e exclusivos do ser humano.Dignidade, ou honra neste caso, são amplamente garantidas na Carta Constitutiva do Brasil, e em quase todas as Constituições do mundo livre, em suas cláusulas imutáveis, ou pétreas.
Mas como transformar a utópica afirmativa impressa na Constituição em fatos concretos, no nosso dia a dia?
Não podemos mais, a exemplo do passado, destinar o Tronco de Solidariedade para a compra e alforria de um escravo, ou fomentar revoluções libertárias no interior de nossos templos.
Não podemos mais ficarmos adstritos aos Templos, enquanto lá fora a sociedade a qual pretendemos modificar através de nosso interior aperfeiçoamento, peca pela omissão quanto ao respeito a essa Dignidade.
Mas a Maçonaria, se não esquecesse que a utopia é inatingível e não desse os primeiros passos rumo ao horizonte utópico, não teria como contabilizar entre seus feitos, uma revolução francesa, uma abolição da escravatura, e tantas outras ações tomadas a partir de um ideal humanitário.
ResponderExcluirA nós, modernos Maçons, restam ainda muitos caminhos a serem trilhados. Se, unidos tal nossa simbólica Cadeia de União, agregarmos esforços conjuntos e reconhecermos nosso papel na luta pela Dignidade da Pessoa Humana em termos contemporâneos, ou seja: a garantia à vida, à saúde, à alimentação, à moradia, e à uma existência plena, estaremos justificando às gerações maçônicas passadas, e quiçá, às futuras, nossa razão de existir.
A proposta atual, e factível, é a educação da geração vindoura. Que nossas Lojas, nossos Maçons, (...) possam trabalhar valores que, num contexto a médio e longo prazo, farão a diferença na plena, e aí sim, concreta, valorização da Dignidade da Pessoa Humana.