Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria, quando ele demonstre sem sombra de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer sintoma de má vontade.
O Padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembleia decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de uma autoridade delegada por Irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse Padrinho traga ao seio da Maçonaria, um futuro Irmão, que preserve os costumes da Ordem. Contudo, a responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu afilhado, tendo o Padrinho como exemplo, cujo Padrinho também é responsável pela manutenção desses costumes.
O Padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um Pai, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao Padrinho compete dar bom exemplo para seu afilhado inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações pecuniárias na Ordem.
É bom lembrar que o Padrinho tem o dever de procurar seu afilhado, quando esse se encontre inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando apresentou o nome do seu proposto, afirmou categoricamente mediante documento assinado, estar em condições de responder pela idoneidade moral e financeira do candidato. Em outras palavras, o Padrinho quando apresenta à Assembleia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado.
Ocorre que os membros da Assembleia simplesmente acreditam nas afirmativas do Irmão e aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um ser humano passível de erros.
Infelizmente acontecem casos em que o Padrinho depois da iniciação do afilhado, se afasta da Ordem como se dissesse: “vou deixá-lo no meu lugar”. Outras vezes se observa o afilhado cobrando do Padrinho as responsabilidades que esse não vem cumprindo. Em verdade, conforme já dito, o Padrinho deve ser o espelho do seu convidado.
Deve ser estabelecido como princípio maçônico que o nome de um candidato não surge apenas de uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina.
Resumindo: é o G.’. A.’. D.’. U.’. que passa às mãos de um maçom que recebe o título de “apresentador” ou “padrinho”, aquele que, de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug.’. Mistérios da sublime Ordem Real.
Quando um Irmão recebe a incumbência determinada pelo G.’. A.’. D.’. U.’. de propor um candidato, deve se conscientizar dos encargos que advêm com aquela apresentação. Por isso, não deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão. O Padrinho tem o dever inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado.
Chegando ao prédio onde funciona a Loja, na sala dos PP.’. PP.’. o candidato é vendado. Privado do mais precioso órgão dos sentidos, o candidato deixa de ver com os olhos materiais e passa a enxergar com os olhos do espírito, tendo início verdadeiro processo esotérico que produzirá efeitos misteriosos, cujos efeitos, criarão pouco a pouco algumas imagens e alegorias na mente do iniciando dali em diante.
Uma vez vendado, o candidato é entregue ao Exp.’. que colocando a mão sobre seu ombro diz: – “Sou o vosso guia. Tende confiança em mim e nada receeis”. Depois de iniciado, ao Padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa se desenvolver com satisfação e entusiasmo.
Deve o Padrinho, ainda no dia da iniciação, orientar o iniciado no sentido de que não deve comentar com ninguém o que se passou, até porque ele prestou um juramento nesse sentido. Deve ainda o proponente orientar o afilhado na parte ritualística, ensinando-o a entrar em Loja quando chegar atrasado, explicando a circulação em Loja no sentido dextrocêntrico, de forma que o lado direito esteja sempre voltado para o Altar dos Juramentos.
Deve orientá-lo em quais momentos se faz o sinal, deve inclusive treiná-lo no trolhamento e incentivá-lo à leitura de livros pertinentes ao Grau de Aprendiz Maçom.
Com esses ensinamentos básicos, de certo, as qualidades do neófito serão adequadamente desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica. Deve também o Padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, sejam ritualísticos ou não.
Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe chegar.
Ainda compete ao Padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive, mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que nasça o maçom.
Com isso, deve o Padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos maçons imbuídos de vaidades e com imposição de ideias desagregadoras.
Quando por ventura ocorrerem tais imposições capazes de desagregar provocando a desarmonia na Loja, deve aflorar na mente do afilhado a figura do Padrinho maçom que sempre deu bons exemplos de dedicação à Sublime Ordem.
Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No entanto, o Padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus dentro da Instituição.
COLABORAÇÃO: REVISTA UNIVERSO MAÇONICO
Normalmente observamos Irmãos tecendo comentários e até criticando Lojas que não conseguem crescer rapidamente. Chegam inclusive a perguntar se os Irmãos componentes daquelas Lojas não têm amigos.
ResponderExcluirNão é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da Ordem.
Em verdade, a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas, principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é que perpetuar-se-ão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não iniciados.
Outrossim, o Padrinho não deve esquecer de que seu afilhado no futuro pode vir a ser um Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom, ou porque a pessoa lhe prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível.
A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha ou indicação terá a Maçonaria excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de desenvolver o trabalho a que ela se propõe, que é oferecer meios que facultem melhores dias para a humanidade ser feliz.
ResponderExcluirOs meios apresentados pela instituição maçônica para que possa a humanidade ser feliz, são de simplicidade ímpar, bastando que os maçons os exercite e os coloque em prática no mundo profano.
ResponderExcluirNa prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica, deve o maçom pregar:
1º – o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas;
2º – que por meio do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem tumulto;
3º – que se exercitando a tolerância com paciência, se evitam atritos entre as pessoas;
4º – que todos são seres humanos com ideias próprias e como tal, devem ser tratados com igualdade e respeito, inclusive se respeitando a autoridade e a crença de cada um, não se estabelecendo para isso fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais.
Daí uma grande responsabilidade do Padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma como lhes forem ensinadas e exigidas.
Por essas e outras razões é que dizemos que o padrinho ou Proponente deve ser considerado tão importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que, é o responsável direto pelo seu afilhado.
ResponderExcluirPerante a Assembleia da Loja, o Padrinho garantiu por meio de documento assinado, que seu escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu quadro.
A responsabilidade que tem início na escolha do candidato deve continuar durante toda a vida maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o Padrinho permitindo que seu afilhado se engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento.
Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido, patrocinado.
Ao Padrinho maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz conhecer a família do candidato. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica, também tem ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual, é de suma importância a participação efetiva de todos os membros da família, para a realização dos mais diversos atos, tais como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de
ResponderExcluirJó, movimentos caritativos etc. e etc.
Logo, é necessário que o Padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo para isso, conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento com os colegas de trabalho, sua situação econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e principalmente seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos.