Ao longo de algum tempo, vimos observando que, várias Lojas Maçônicas de nossa jurisdição não costumam orientar seus Aprendizes quanto a elaboração e apresentação de seus trabalhos, deixando-os, por muitas vezes, preocupados e sem saber como começá-los.
Entendemos que há a necessidade de se buscar cada vez mais e permanentemente o aperfeiçoamento maçônico, o qual deve começar com a chegada do Aprendiz, motivados e ainda sem vícios, que acabamos adquirindo com o tempo. Assim, sem maiores pretensões, é que sugerimos, aos responsáveis pela instrução dos Aprendizes, a aplicação deste Manual Básico.
É sabido que, o Aprendiz Maçom necessita de toda atenção e orientação, como se fosse uma pedra valiosa a ser lapidada, além de apoio para que sua evolução seja exitosa, sobretudo quanto aos fundamentos maçônicos. Assim, de forma despretensiosa, elaboramos este trabalho e o oferecemos, como sugestão, aos envolvidos nas instruções para aumento de salário dos Irmãos.
Sabemos que a evolução do Aprendiz Maçom passa, necessariamente, pelo estudo e pesquisa, além da observação atenta da postura, do comportamento e da manifestação oportuna e adequada dos Irmãos “Mestres” e, sobretudo, pelo treinamento e prática instrucional em Loja.
Por outro lado, oficialmente, não dispomos de regras explícitas que estabeleça um roteiro pleno e absoluto, que oriente o Aprendiz em sua pesquisa, elaboração e apresentação de trabalhos para ascensão de Grau. Daí, apresentarmos essa sugestão como alternativa.
A inexistência de regras específicas tem possibilitado informações e práticas difusas e conflitantes, quanto aos procedimentos que antecedem a apresentação de trabalhos que tenham por objeto o Aumento de Salário dos Irmãos e que estejam sob orientação instrucional da segunda vigilância.
Portanto, sem qualquer esforço, é possível constatar a necessidade de se estabelecer e uniformizar as rotinas e procedimentos, desti-nados ao Aumento de Salários dos Irmãos, principalmente sob orientação da segunda vigilância, que são os aprendizes.
Além de tudo, destacamos a necessidade de oferecer aos Irmãos em geral e em especial aos Aprendizes, uma orientação básica com vista a iniciar uma pesquisa maçônica e o desenvolvimento de um trabalho a ser apresentado em Loja, bem como da importância do envolvimento, da integração e da participação efetiva de todos que, por força da Legislação Maçônica, ou por designação do Venerável Mestre e do Ritual, tenham que se manifestar.
BASE LEGAL
Tendo em vista a necessidade de adequarmos a prática à orientação legal, abaixo apresentamos a base legal de nossa sugestão:
“Compete à Comissão de Admissão e Graus: Emitir parecer sobre os processos de Admissão e Colação Graus” – Art. 133, do RGF.
Ressalte-se que o Ritual do REAA de 2009, página 174, taxativamente, diz que: “O 1º Vigilante responde pela instrução dos Companheiros e, o 2º Vigilante é o responsável pela instrução dos Aprendizes”. Além disso, o Inciso II do artigo 121 do RGF estabelece que: “compete ao Segundo Vigilante instruir os Maçons sob sua responsabilidade, de acordo com o Ritual”.
Como podemos verificar, o RGF fortalece o entendimento de que a competência para instruir o Aprendiz é do 2º Vigilante.
Desta forma, não temos dúvida em dizer que, pelo menos no REAA, o 2º Vigilante é competente para instruir os Aprendizes. Daí o nosso entendimento é que, para instrução em Loja, por ser legal ou mais lógico, temos a seguinte sequência ou esclarecimento:
- a) O 2º Vigilante é responsável pela Instrução do Aprendiz;
- b) O 1º Vigilante é responsável pela Instrução do Companheiro;
- c) O Venerável Mestre é responsável pela Instrução do Mestre.
CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS PARA OS TRABALHOS
1) Os trabalhos do Grau, além de serem extremamente importantes para o Aprendizado Maçônico, permite a evolução do iniciado além de ser um importante instrumento de avaliação. Devendo, portanto, ser realizado somente no momento em que, o Aprendiz Maçom, já tiver demonstrado o interesse necessário, relativo ao conhecimento maçônico mínimo do Grau e depois de cumprir todas as exigências cabíveis.
2) Vencida esta etapa, o 2º vigilante deverá sugerir o(s) tema(s) para que o Aprendiz possa pesquisar e elaborar o seu trabalho, tendo em vista seu interesse à obtenção do Aumento de Salário.
Quando da elaboração do trabalho, o Aprendiz, se entender, observará o seguinte:
fazer um trabalho sintético ou compacto (dizer muito com pouco);
ter mais ou menos 3 laudas;
ser objetivo;
ter conclusão pessoal;
indicar a bibliografia ou as fontes consultadas.
3) Após concluir o trabalho, o Aprendiz entregará diretamente ao Segundo Vigilante cópia do trabalho para que seja verificada sua conformidade com a orientação estabelecida. O 2º Vig, a seu critério, poderá dar o “de acordo” ou sugerir alterações por não atender os objetivos propostos. Nesta fase o autor do trabalho poderá fazer treinamento com os demais Aprendizes, visando melhorar sua apresentação.
4) Uma vez examinado e liberado pelo 2º Vigilante, o Aprendiz encaminhará seu trabalho à Loja, sempre através do SPPII, no sentido de ser apreciado e receber o parecer da Comissão de Admissão de Graus. Nesta ocasião o VM, poderá, de acordo com sua conveniência e oportunidade, estabelecer a data ou prazo para apresentação ou defesa do(s) referido(s) trabalho(s) e ainda cogitar da possível Sessão de Elevação.
5) É extremamente importante lembramos ainda que, para termos um melhor desempenho na elaboração do trabalho maçônico proposto, devemos atentar para as seguintes orientações básicas:
1º) Quando do recebimento da notícia da tarefa a realizar, aceitá-la com alegria, confiança e a certeza de bem desempenhar o encargo.
2º) Coletar toda literatura necessária e possível, de que trata o assunto, tais como:
Livros e Rituais Maçônicos;
Legislação Maçônica;
Revista e Periódicos Maçônicos;
Trabalhos elaborados pelos Irmãos do Quadro, etc.
6) Colecionar ou selecionar o material referente, especificamente, ao assunto a ser abordado.
7) Ter em mente que é absolutamente necessário, primeiramente, fazer as anotações gerais e depois refletir sobre o tema, buscando o mais claro e profundo entendimento acerca do mesmo. Para tanto, poderá servir-se não só dos Irmãos que têm as atribuições para dar orientação, como também dos demais Irmãos Mestres, visando esclarecer quaisquer dúvidas quanto ao assunto, objeto do trabalho.
Finalmente, queremos enfatizar que, tudo que se escreve, principalmente sobre maçonaria, deve ser fruto da mais sincera e profunda reflexão, fazendo transparecer a verdadeira luz que o GADU reveste todo aquele que por seus próprios esforços e méritos vencem as trevas do mundo profano para alcançar a perfeição dos Maçons verdadeiramente iniciados.
RECOMENDAÇÃO FINAL
No sentido de evitar qualquer surpresa, aconselhamos aos nossos Irmãos Aprendizes que, independentemente do tema escolhido, estejam também preparados para os eventuais questionamentos por parte da Comissão de Admissão e Graus referentes às áreas de Simbologia da Iniciação, Simbologia do Templo e Liturgia referente ao Grau em exame.
Concluindo, acreditamos que, para nossa contínua evolução maçônica, a busca pelo conhecimento deve ser uma atividade incessante de todos nós maçons.
Todo maçom deve perseverar na busca do seu próprio conhecimento, através de um processo de introspecção e de reflexão.
O conhecimento deve ser acima de tudo, um propulsor da evolução do maçom e, consequentemente, um inimigo da tirania que busca escravizar a inteligência e o espírito do homem.
Todos nós conhecemos a frase escolhida por Sócrates, grande filósofo e pensador grego, a qual serviu de norte, tanto para a sua trajetória, como para a sua pregação filosófica, que é: “CONHECE-TE A TI MESMO”. E esse deve ser o primeiro passo do Aprendiz rumo a sua evolução maçônica.
Destacamos, a atividade de pensar confere asas ao maçom para mover-se e raízes para aprofundar-se na realidade do mundo em que vivemos. Assim, que sejamos sempre o paradigma e a força motriz em prol de uma sociedade fraterna, solidária e mais justa.
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