Muitos maçons brasileiros com certeza responderão:
“Liberdade, Igualdade, Fraternidade”!
Porém, a resposta não é tão simples assim.
A origem desse lema é política, surgindo na Revolução Francesa e pegado emprestado pela Maçonaria daquele país, que tratou de adotá-lo e divulga-lo.
A Maçonaria Brasileira, tão dependente da francesa, tratou de incorporá-lo e, desconhecendo a história da Revolução Francesa, fez o favor de popularizar entre seus membros uma inversão histórica dos papéis: na mente de muitos maçons brasileiros, foi a Revolução Francesa que pegou emprestado o lema da Maçonaria.
Já a Maçonaria de qualquer lugar que não seja descendente ou não tenha sido influenciada historicamente pela Maçonaria Francesa simplesmente desconhece “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” como lema maçônico.
Para o restante do universo maçônico, algo em torno de ¾ da Maçonaria mundial, a Sublime Ordem possui outro lema:
“Fraternidade, Alívio e Verdade”.
Essa é a divisa original da Maçonaria, muito bem explorada pela Maçonaria britânica e norte-americana de forma simbólica, ritualística e filosófica.
A Fraternidade, ou Amor Fraternal, é demonstrado pelo tratamento tolerante, respeitoso e igualitário do maçom para com os demais maçons e que também alcança a sociedade.
O Alívio, ou Socorro, é o objetivo de cada atitude caridosa do maçom aos irmãos, seus familiares e a toda a humanidade.
A Verdade é compromisso de cada maçom, que além de observá-la, deve sempre busca-la.
Alguns estudiosos procuram relacionar tais grandes princípios com as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade.
A Verdade estaria ligada à Fé, pois Deus é a Verdade;
O Alívio seria a demonstração de Caridade.
A Fraternidade representaria a Esperança de um dia todos os homens se tratarem como irmãos.
E assim como a Maçonaria brasileira costuma destacar a divisa republicana francesa de “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” em seus diplomas, estandartes e adesivos, é bastante comum encontrar a divisa maçônica “Fraternidade, Alívio e Verdade” (Brotherly Love, Relief, Truth) em brasões, anéis, placas e souvenires maçônicos pelos países de língua inglesa.
Não se espera que a Maçonaria brasileira renegue o lema de costume, já tão enraizado na cultura maçônica local.
Mas que, pelo menos, essa questão sirva como mais um exemplo de como, com o passar dos anos, a Maçonaria Universal tem sofrido fortes influências externas regionais, diferenciando-se em cada país, tornando-se “Maçonarias”.
Independente de ser algo bom ou ruim, trata-se de um fenômeno que deve ser reconhecido e observado de perto.
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