A Maçonaria Política consiste na ocupação de espaços na sociedade, participação, atuação cívica e representatividade.
A maçonaria está sempre presente na nossa história.
Destacou-se, inicialmente, entre alguns revolucionários da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana no final do século XVIII, período em que assumiu uma posição avançada, representando um importante centro de atividade política, difundindo os ideais do liberalismo anticolonialista.
Sua influência cresceu consideravelmente durante o processo de formação do Estado Brasileiro, onde apareceu como uma das mais importantes instituições de apoio à independência, permanecendo atuante ao longo de todo período monárquico no século XIX.
A participação da Maçonaria na política está na sua própria razão de ser.
A política desinteressada, conduzida com honestidade encontra guarita dentro das aspirações maçônicas e dos princípios de nossa Lei Maior, ou seja, a construção de um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.
Duas organizações maçônicas: uma visível, outra invisível
Existe uma organização maçônica que a maioria dos seus adeptos desconhece, mesmo aqueles que já tenham atingido o grau 33.
Frequentemente, os maçons contestam a ligação da maçonaria com o ocultismo ou qualquer outra prática religiosa.
Isso ocorre porque, até mesmo os maçons de elevada posição dentro dessa sociedade, não sabem que a maçonaria é uma organização dentro de outra organização.
Uma organização é deliberadamente enganada com mentiras e levada a crer em falsas interpretações, enquanto a outra organização, mais secreta, conhece a suposta “verdade espiritual” e a abraça de todo o coração, alma e mente.
Leiamos o que nos declara um autor maçom, Manly P. Hall, ao descrever essa organização bidimensional:
- A maçonaria é uma fraternidade dentro de uma fraternidade, uma organização exterior que esconde uma irmandade interior dos eleitos [...] É necessário estabelecer a existência dessas duas ordens separadas, porém, independentes, a visível e a invisível.
A sociedade visível é uma esplêndida camaradagem de homens ‘livres e aceitos’ que se reúnem para dedicar seu tempo às atividades éticas, educacionais, fraternais, patrióticas e humanitárias.
A sociedade invisível é uma fraternidade secreta e augustíssima, de majestosa dignidade e grandiosidade, cujos membros dedicam-se ao serviço dos arcanos: os segredos e mistérios” (Lectures on Ancient Philosophy, Manly P. Hall, p. 433).
Muitos homens bem intencionados são membros dessa sociedade visível sem saberem nada sobre a sociedade invisível.
Na verdade, Albert Pike, um dos mais importantes autores maçons, teve algumas coisas a dizer sobre os membros da sociedade visível:
- “A maçonaria, como todas as religiões, todos os mistérios, o hermetismo e a alquimia, esconde seus segredos de todos, exceto dos adeptos e sábios, ou eleitos, e usa falsas explicações e falsas interpretações sobre seus símbolos para enganar aqueles que merecem somente ser enganados; para esconder a verdade, que chama de Luz, e afastá-los dela” (Morals and Dogma, p.104-5).
Pike diz que a maçonaria é uma religião, da ordem dos mistérios satânicos, da mesma categoria que a filosofia hermética e a alquimia.
A maçonaria esconde seus segredos dos irmãos que estão na sociedade visível exterior, independente do grau deles; somente os eleitos na sociedade invisível interna conhecem a verdade.
Aqueles que estão na sociedade visível recebem uma dieta de “falsas explicações e falsas interpretações” de seus símbolos.
E, por que razão? Esses pobres homens na sociedade visível “merecem somente ser enganados”.
Se, no início de sua participação na maçonaria, um homem demonstrar venerar Jesus Cristo, ele será imediatamente colocado na sociedade visível e nunca aprenderá a verdade. Nunca será considerado um sábio ou um dos eleitos, pois esses termos são reservados somente aos membros da sociedade invisível. Ele será um daqueles que aprende mentiras sobre as doutrinas da maçonaria e que, deliberadamente, recebe falsas explicações sobre seus símbolos, para que, simplesmente, pense que conhece a verdade.
Em seguida, Pike completa suas instruções sobre o engano intencional dos membros da sociedade visível, dizendo: “Portanto, a maçonaria, zelosamente, esconde seus segredos e leva os intérpretes presunçosos ao erro” (Morals and Dogma, p. 105).
Os membros da sociedade visível são chamados de “massas” e constituem 95% de toda a maçonaria.
Observe o que Albert Pike diz sobre a verdade da organização para as “massas”: “Um espírito que ama a sabedoria e contempla a Verdade que está por perto é forçado a disfarçar-se, para induzir as multidões a aceitá-la [...] O povo precisa de ficções, e a Verdade torna-se mortal para aqueles que não são fortes o suficiente para contemplá-la em todo o seu fulgor” (Ibid., p. 103).
Há um pequeno parágrafo que define correta e concisamente o coração e a alma da fraternidade invisível da maçonaria.
Vejamos mais uma citação de Manly P. Hall: “Quando o maçom aprende que o segredo para o guerreiro é a correta aplicação do dínamo do poder da vida, ele aprende o mistério de sua Arte. As energias ardentes de Lúcifer estão em suas mãos e, antes que ele possa avançar para frente e para cima, precisa provar sua capacidade de aplicar corretamente a energia” (The Lost Key to Freemasonry, p.17).
O Scottish Rite Journal elogiou Manly P. Hall, em 1990, como sendo “o maior filósofo da maçonaria”. Alguns maçons nunca ouviram falar de Manly P. Hall, mas o livro dele foi publicado pela editora Macoy Publishing, tradicionalmente maçônica. A única razão por que alguns maçons de graus elevados desconhecem os escritos de Manly P. Hall é que Hall é um líder da “fraternidade invisível”, enquanto esses outros maçons participam apenas da “fraternidade visível”.
Esta é a maçonaria invisível, sobre a qual muitos são mantidos na ignorância durante muito tempo. Agora, esclarecidos sobre esse caráter bidimensional da maçonaria, podemos narrar os acontecimentos que envolveram os maçons em nossa história.
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