AS LETRAS M B

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Considerações a respeito das letras M:.B:. do avental do M:.M:.

       
Ma mais sagrada de todas as letras, segundo o dicionário esotérico, pois é ao mesmo tempo masculino e feminino, isto é, uma letra andrógina. 
É uma letra mística em todos os idiomas, orientais e ocidentais. 
O nome sagrado de Deus em Hebraico, aplicado a letra M, é “MeBorach”, que quer dizer o Santo ou o Bendito.

        BÉ uma clara expressão da dualidade dos princípios superpostos, que evidenciam a lei da polaridade. 
Mostra claramente a relação  entre o superior e o inferior, o céu e a terra e o espírito e matéria. 

O lado curvo corresponde a involução ou revelação do espírito na matéria. 
O lado reto é o ascendente, que corresponde à evolução do Espírito na matéria. 
O lado reto mostra o domínio do homem, e o lado curvo o da matéria. 

A forma hebraica desta letra é Beth e tem uma relação com o princípio da vida.


Pesquisando, encontramos várias interpretações para o M:.B:. do avental do M:.M:., umas até interessantes, que tentaremos reproduzir, e outras tão absurdas que não convém nem citá-las, por riscos de reproduzirmos o ridículo sem berço e sem fundamento.


MohaBon


Respeitando  as  várias  opiniões, já que existem muitas controvérsias sobre a origem do M:.B:., preferimos ficar com o que nos ensinou nossos mestres, que aliás é endossado pela convenção de “Lösane”, setembro de 1875, que afirma o seguinte: o avental do M:.M:. do Rito Escocês, Antigo e Aceito, será branco forrado de vermelho com as iniciais M:.B:. alusivas à palavra S:. do Grau. 

Quando fomos exaltados, aprendemos sobre a belíssima lenda do nosso mestre Hiran, e a parte que mais nos tocou, foi quando os irmãos encontraram o corpo, já em estado de putrefação, e ao tentar levantá-lo, exclamaram: “A carne se desprende dos ossos!” em hebraico M:.H:.B:., que foi adotada pela maioria dos ritos maçônicos, como a palavra S:. do M:.M:.. 

É lógico que a tradução difere de acordo com o idioma, mas a essência é e será sempre a mesma em todos os ritos e potências.


Mak Benak

O manuscrito “The Graham”, do ano de 1726, fala sobre a lenda de Noé e seus três filhos “Sem, Cam e Jafet”, que encontramos nos antigos rituais. Noé teria recebido do GADU, a missão de construir a Grande Arca, que embora de madeira fora construída segundo a Geometria, e de acordo com as regras maçônicas. 

Diz a lenda que os três filhos foram até o túmulo do pai Noé, a fim de tentar descobrir o segredo que possuía o grande patriarca Bíblico. 
Quando tentaram levantar o corpo já em avançado estado de decomposição, um dedo e um pulso se desprendeu, e só conseguiram levantá-lo, fazendo uso dos “Cinco Pontos Perfeitos”.

Um dos filhos teria dito: “Ainda há tutano  neste osso!” [Marrow in the Bone] segundo alguns pesquisadores maçônicos, origem das iniciais M:.B:., que mais tarde se tornaria “Mak Benak”. 

Este é o único documento que se refere a lenda de Noé, com conexão com os C:.P:.P:. e com a palavra S:. do mestre. A lenda de Hiram ainda não era conhecida.


Moab Bem-ami

Jules Boucher, defende a teoria Moabita [“O que vem do Pai”], aliás interpretação aceita por muitos rituais antigos, que cita o incesto praticado pela duas filhas de Ló [Gênesis cap 19 vs. 30 a 38]. Ló  vivia com suas duas filhas, num local onde não existia nenhum outro homem. 

Para que se cumprisse a tradição do patriarcado, e a geração do  genitor, e não havendo outra solução, elas resolveram embebedar o pai com vinho, e copularam com ele, totalmente embriagado. 

A primeira a cometer o incesto foi a primogênita, que engravidou e deu a luz a um filho, dando lhe o nome de “Moab” [que vem do pai], em seguida a Segunda filha a imitou e deu a luz a “Bem-Ami” [pai do filho].

Desse fato surgiu na Maçonaria a estranha interpretação “Aquele que vem do pai” ou “geração do pai”. Maçons que aceitavam essa hipótese tentaram relacionar a imoralidade do incesto com podridão, putrefação etc. 


Adversários da Maçonaria aproveitaram-se disto para desmoralizar e denegrir a sublime ordem, como por exemplo o escritor antimaçonico Paulo Rosen em sua obra “Satan e Cia”.

Maugh Bin

Num apêndice da sua obra “Historiy of Free Masonary”, página 487, o Ir:. R. F. Gould  reproduz uma publicação do jornal sensacionalista “Flying Post” [Correio Volante], impresso em Abril de 1723, descrevendo o que seria uma iniciação Maçônica. 

Prossegue o articulista contando que ao candidato, entre outras coisas, era revelada a palavra “Maughbin”, a qual era transmitida de ouvido a ouvido ate chegar ao Mestre. 

Então o candidato era posto à ordem como o Mestre, e devia recitar: [traduzido p/ o português]

Fui iniciado Maçom,
Vi “B” e “J”.
Prestei o raríssimo juramento.
Conheço a pedra o diamante e o esquadro.
Conheço perfeitamente a parte do Mestre.
Como um probo “Maughbin” poderá dizer-vos.


Bons autores apontam a palavra MaughBin ou MachoBin, cuja tradução é algo parecido De qualquer modo isto está relacionada com “Putrefacto”, e o significado varia conforme o idioma. 
Em Francês, por exemplo, quer dizer “podre até os ossos” [la chair quitte les os].

Mac Benah

Os Jacobitas e a lenda de Hiram – vasta literatura sobre o Grau de mestre, levanta a hipótese de a lenda de Hiram ter surgido por inspiração política dos partidários dos Stuarts, os Jacobitas.

Em 30.01.1649, o Rei Carlos I dos Stuarts foi decapitado por decisão do parlamento Inglês. Após a morte do Rei os maçons Jacobitas, por segurança, acobertavam seu partidarismo por segredo. 


Assim, o filho do decapitado passou a representar o Verbo, a Palavra Perdida, e os maçons eram os filhos da viúva, alusão a rainha Henriette de França, viúva do finado Rei.

Mackey, na sua enciclopédia, definiu a palavra MacBenah como derivada do dialeto gaélico, significando “Filho Abençoado”, alusão ao príncipe filho de Carlos I. 


A nosso ver, os maçons Jacobitas apenas se aproveitaram da doutrina maçônica da época, em proveito de suas tendências de hegemonia dos Stuarts, mas é bom lembrar que a lenda do Mestre Hiram só viria a existir quase um século após.


Maçonaria Brasileira

Só a título de curiosidade, vamos citar o Ir:. Manuel Gomes no seu “Manual do Mestre Maçom”, pag. 321 a 334: “O manifesto Maçônico do primeiro G:.M:. do Grande Oriente do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva, que entre outras observações, critica a disseminação de lojas estrangeiras, com rituais executados nos vários idiomas, menos no da nossa pátria, e conclama os maçons patriotas a usarem obrigatoriamente nos aventais de mestre as iniciais M:.B:., alusivo a 'Maçonaria Brasileira'”.

A bem da verdade, em nossa pesquisa encontramos uma infinidade de explicações e definições a respeito do M:.B:., porem por irrelevantes, citamos as que realmente interessam à Sublime Ordem.



Mak Benak – usada pelo Rito Adonhiranita, Mak origem Galica significa podridão, estar podre.

Mac Benac – Rito Moderno ou Francês, “Viver no Filho”.

MoaBom - Rito Schroeder, “O filho do Mestre está Morto”.

MohaBon – Rito E:.A:.E:.A:., “A carne se desprende dos Ossos”.

Mac-Benah – “Filho da Putrefação ou do Mestre Morto”.

Macheh-Bea [Beamacheh] – “Deus seja Louvado”.


        

Como se vê, não obstante as inúmeras definições e variações, a mensagem que fica é a mesma. 

A afirmação da imortalidade, a eterna ressurreição, é preciso morrer, apodrecer, a fim de renascer para o eterno ciclo cósmico. 

O Mestre exaltado transpõe a materialidade da morte e assume a preponderância do espírito.
Isto posto, concluímos que, antes e além de tudo, há algo especial na exaltação, qual seja: Exaltação vem do latim: EX – ALTARE, ou seja, além do altar, transpor o altar, mudar transcedentalmente de nível, quero dizer o Maçom, [com os três golpes que feriram o Mestre Hiran] deve destruir em si mesmo:

1 O coração – mudando seus sentimentos, do egoísmo para o amor ao próximo e a humanidade;

2 A garganta – aprimorando o seu verbo ou expressão, de modo a tornarem-se somente palavras úteis, verdadeiras, e sempre que possível agradáveis;

3 A cabeça – Pondo em sua mente um novo modo de pensar, elevando–se acima do material, temporal e finito para renascer sobre o símbolo da acácia imperecível, num nível superior de compreensão e consciência que o tornará um autentico e digno mestre.

        

Para finalizar, uma máxima mística para os Iir:. refletirem:


“NASCEMOS PARA MORRER,
E MORREMOS PARA NASCER!”

  
      
Livros e Autores  Consultados:
Curso de Maçonaria  Simbólica – Theobaldo Varoli Filho
O Mestre Maçom – Francisco Assis Carvalho [Chico Trolha]
A Simbólica Maçônica – Jules Boucher
Manual do Mestre Maçom – Manoel Gomes
Maçonaria  e o Livro Sagrado – Zilmar de Paula Barros
Maçonaria Mística – Rizzardo da Camino
Ritualística Maçônica – Rizzardo da Camino
Bíblia Sagrada

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