DESÍGNIOS DO COMPANHEIRO MAÇOM

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O Companheiro Maçom, do Rito Escocês Antigo e Aceito é consagrado à exaltação do trabalho, qualquer que seja a sua natureza: intelectual, manual ou técnico. 
Aprendemos que, com os instrumentos do trabalho, obtemos a abundância, que tem como símbolo a espiga de trigo; e pelo trabalho transformamos a pedra bruta em cúbica, subimos a escada do aprimoramento por 3, 5 e 7 degraus, aprofundamo-nos nos mistérios da existência, conhecemos o significado da letra G e ascendemos à visão da Estrela Flamígera de cinco pontas. 
Dedicamo-nos, outrossim, ao estudo dos símbolos, procuramos conhecer o homem como ser útil à sociedade buscando coloca-lo a serviço da humanidade, para semear bem estar através do trabalho, da ciência e da virtude. 
O nosso caminho será um pouco mais preciso e filosófico prático, sem, obviamente, somar profundos conhecimentos maçônicos exigidos gradativamente, em sua exaltação ao 3º grau. 
Por ser um grau intermediário dentro da Maçonaria Simbólica, assumimos relevante posição de estudo. 
Ser Companheiro Maçom, significa o laço de união entre o Aprendiz e o Mestre. 
Sem ser Aprendiz e sem ter alcançado a posição de Mestre, colocamo-nos como se fôssemos o fiel de uma balança imaginária, equilibrando posições, aspirações e tendências. Depois de cumprido o nosso período, que também é longo, paciente, precioso e constante, a nossa fidelidade nos dará um prêmio valioso, o de ser aceito como Mestre, que é dentro da Maçonaria Simbólica o último grau. 
Assim, se ser Companheiro significa um avanço no caminho reservado a poucos, logicamente constitui uma complementação da Maçonaria Simbólica, já que o Maçom atinge a sua plenitude simbólica ao ser exaltado Mestre. 
Vendo a Estrela Flamejante, tendo cinco anos, tendo passado da Coluna B.: para a Coluna J.:, nos fazendo reconhecer por Sinais, Toques e as Palavras de Fartura e Abundância, bem como Estabilidade e Firmeza e tendo recebido minhas instruções na Coluna do Sul, como Companheiro Maçom, já tenho conhecimento de mim mesmo, por isso já posso dar ou pedir a Palavra da Estabilidade e de Firmeza. 
Já sendo capazes de descobrir, por nós mesmos os primeiros elementos da ciência iniciática, não podemos nos considerar mais, ignaros ou inábeis. 
Já somos capazes de identificar as relações existentes entre as Colunas e o salário que recebem o Aprendiz e o Companheiro Maçom, pois erguidas de cada lado e à entrada do Templo de Salomão, as Colunas correspondem a obeliscos egípcios que cobertas de hieróglifos ou ideogramas, onde recebemos o nosso salário, indicam que os princípios da iniciação são imutáveis. 
Por serem ocas, na Maçonaria Operativa, guardavam os instrumentos, ferramentas e a doutrina iniciática dos que sabem se aprofundar nos estudos. 
O Companheiro tem uma jornada e por conseqüência uma caminhada, muito mais longa que o Aprendiz; já possui as bases, mas deverá propalá-las, primeiramente, entre os seus companheiros do Grau, mantendo-os alertas, conscientes e recordando as promessas trocadas. 
O desvio para a direita, com o passo lateral, significa que nossa ação, deve deslocar-se no sentido da beleza, da geração, da criatividade, pois agora, atingida a puberdade, estamos aptos a exercer a nossa missão no mundo, dirigindo-nos em companhia de Vênus, que representa a mulher, para o mundo profano, onde iremos contribuir para o aperfeiçoamento, em todos os sentidos, do próximo. 
Contudo, ousamos divergir, afirmando que constituem dois símbolos distintos, começando pela colocação das referidas Estrelas uma sobre a Porta de Entrada e a outra sobre o Trono do 2º Vigilante. 
A Estrela de Cinco Pontas é comum à Loja de Companheiro e à Loja de Aprendiz e seu estudo torna-se mais minucioso no 2º Grau, face ser a Estrela de Cinco Pontas, o Pentagrama e considerado o número cinco, como estudo específico do Grau 2. 
O Tetragrama ou Estrela Quinário é representada pelo polígono de cinco lados, tendo inserido em seu centro a letra G. 
A Estrela Flamígera é o mesmo Pentagrama, porém, sem a inserção da letra G, mais que irradia ou expele chamas. 
Não se confundam as chamas, com os raios luminosos. 
As chamas são originárias dos egípcios que consideravam o símbolo estrelado como união da filha de Ísis com o filho do Sol. 
Da Estrela Flamígera, considerada ponto de partida, semente universal de todos os seres. 
Para o Maçom, constitui o emblema do Gênio que eleva a alma para a realização das supremas tarefas.
Pitágoras recomendava aos seus discípulos que não deixassem de se referirem as Chamas, quando falassem em assuntos divinos. 
A Estrela Flamígera simboliza a Estrada Luminosa da Maçonaria, as chamas purificadoras, a luz que ilumina os discípulos, o símbolo dos livres pensadores, a eterna vigilância e a proteção objetiva do GRANDE GEÔMETRA. 

Quando Jeová determinou ao Anjo que expulsasse dos Céus os anjos rebeldes, Gabriel o fez empunhando uma Espada Flamejante
A Espada em si representa a força e o poder; a Espada cercada de chamas representa a força e o poder Divinos. 

Assim, as chamas que saem de traz da Estrela de Cinco Pontas representam a Divindade do símbolo. 

O Pentagrama é o símbolo celeste, porém que se situa no plano objetivo. 
A Estrela Flamígera é o símbolo no plano subjetivo, é o fogo interno, o ardor que cada Companheiro coloca dentro de si, para queimar as oposições e aspectos negativos do ser humano. 

Dentro do Pentagrama é colocado o homem de braços e pernas abertos. 
Dentro do Pentagrama envolto em chamas, o homem material é consumido e já não é visível; a sua posição passa a ser, exclusivamente, no plano espiritual, pois seu corpo foi consumido pelas chamas purificadoras. 

Assim, não seria racional, colocar no mesmo símbolo para representar dois aspectos. 
Embora cada símbolo suporte múltiplas interpretações e lhes sejam atribuídas mais de uma função, no caso das Estrelas, as distinções entre Estrela Flamígera e o Pentagrama, confirmam a existência de dois símbolos distintos, colocados em dois locais distintos, ao Ocidente e ao Sul. 

A Estrela Flamígera é colocada dentro da Loja, sobre o trono do 2º Vigilante, conforme já foi dito. Seus cinco focos luminosos estão simbolicamente representados pelas cinco luzes dispostas em torno do Altar dos Juramentos. 
A generosidade dos sentimentos do Companheiro Maçom é emanada depois de nos tornarmos foco ardente, fonte de luz e de calor e devemos desta forma, com discernimento, trilhar nos devotamentos sem reservas, pois necessário é, estarmos abertos à todas as compreensões. 

Algumas deduções simbólicas podemos retirar dos ensinamentos que nos são passados por vocês meus Irmãos e a que nos chama muita atenção é que na quinta viagem, não necessitamos mais de nenhum instrumento usados em viagens interiores e isto demonstra o completo desenvolvimento das faculdades internas já enumeradas. Para tanto, iniciamos esta viagem em sentido oposto ao que vínhamos fazendo até então. 

Esta direção significa que, depois de termos desenvolvido as seis faculdades principais no mundo exterior e revendo tudo aquilo que já tínhamos passado, estávamos, agora, obrigados a penetrar no mundo interno, para buscar a sétima faculdade que é o PODER DO VERBO, representado pela letra G, localizada e escrita dentro da Estrela Quinário. 

O abandono dos instrumentos demonstra o domínio dos cinco sentidos, representados pela Estrela de Cinco Pontas, porém, agora a Estrela irradia a luz interior. 

A Retrogradação da quinta viagem tem então, por objetivo, o volver de novo ao mundo Interno, ao Paraíso, de onde saímos ao mundo de DEUS que está dentro de cada um de nós. 

Depois do Solstício de Verão, começa, então, o Sol um movimento em sentido inverso em relação ao anterior, incrementando desta forma a noite e o frio, que se fazem mais marcantes. 

Partindo do MOVIMENTO APARENTE do Sol, até o MOVIMENTO REAL da Terra, ingressamos, permanentemente, no campo da realidade, deixando assim de sermos escravos da aparência externa. Isto nos lembra que, à medida que os homens se aproximam da realidade, reconhecem que esta sempre se manifesta e procede no sentido inverso da aparência, a APARÊNCIA INVERTIDA. 

Agora com a espada sobre o peito, nos sugere nos aspecto físico uma ameaça, entretanto, esotericamente, representa uma indicação ou mensagem, de que o Companheiro Maçom deve procurar a Régua que o acompanhou até a 4ª viagem, como lei de seu novo comportamento, o SÉTIMO SENTIDO, tão necessário na efetiva GRANDE OBRA DE NOSSAS VIDAS. 

Sobre a filosofia do Grau, devemos começar pelo ENIGMA DA VIDA E A MEDITAÇÃO DA VERDADE, e devemos estar sempre nos perguntando: 

O que é a vida? 
Para que ela serve? 
Qual o seu fim? 

Podemos acreditar que uma grande quantidade de homens quer somente que, se deixe viver das satisfações materiais, não cogitando buscar os verdadeiros mistérios do trabalho cerebral, buscando desta maneira a existência dos mundos e dos seres, interrogando ansiosamente, a Natureza, para arrancar os segredos racionais por ela emanados. Daí surgem sistemas filosóficos e religiosos que propagados por todos nós, procuram corresponder à NECESSIDADE DE SABER, tão necessária ao homem. 

Para formulá-la com acerto, precisamos buscar com a posse integral da verdade, o que ninguém ainda conseguiu. 

Só através de ingentes esforços poderemos penetrar neste mistério, investigando a fim de desvendá-los. 

NUNCA SABEREMOS TUDO, eis a VERDADE, porém não devemos ficar inertes, pois no desejo de QUEREMOS SABER, estaremos buscando adivinhar o ETERNO ENIGMA DA VIDA, sabendo que este é o mais nobre e elevado destino. 

A VERDADE, que é inatingível, é muito vasta, muito vivaz, muito livre e muito sutil para ser alcançada e petrificar-se na rigidez de um sistema filosófico. 

Devemos aprender, primeiro, esquecer tudo aquilo que não nos é próprio e, em seguida concentrarmo-nos a aproximarmo-nos da fonte da VERDADE, principalmente pela meditação dos sábios ensinamentos que os Irmãos Mestres Maçons nos proporcionam. 

Como Companheiro Maçom, não podemos nos satisfazer com a concepção teórica. 
Nossa função é realizar, lutar constantemente contra as dificuldades encontradas no caminho e vence-las. 

Agora, como realizadores, temos o número quatro como ponto de partida. 
O Círculo, a Cruz, o Triângulo e o Quadrado, referem-se respectivamente à Unidade, ao Binário, ao Ternário e ao Quaternário e produzem uma série de ideogramas, cujo sentido se revela pela análise de seus elementos componentes. 

Ao termos o número quatro como ponto de partida e tendo os conhecimentos que chegaram até nós sobre o Tetragrama hebraico, podemos crer que o SER dos SERES, é Aquele que é representado, na Sagrada Escritura, por Quatro Letras, que formam a Palavra Sagrada, cuja pronúncia é proibida. 

Suas letras ordenadas simbolizam o fogo realizador, o sopro animador, a vida emanada e sem a segunda letra, HÉ, a primeira, IOD, não seria ativa, no sentido gramatical. Juntando-se às primeiras letras, VAU, refere-se à Lei e é a arte e as regras ou condições de trabalho. 
Formando a Palavra, HÉ, se repete ao Tetragrama para manifestar o resultado final da atividade ou o trabalho executado ou ainda a obra em via de execução e a resultante de toda e qualquer ação baseia-se, primeiramente, no princípio ativo, depois na atividade desenvolvida por esse princípio, na aplicação da celeridade e no resultado produzido. 
A Quintessência aí aparece no ser e manifesta-se unicamente pela ação e, podem estar certos que, não agir significa não existir ou ainda não ser portador da grande obra do Grande Arquiteto do Universo.
Desta forma, o homem-tipo, buscando a perfeição, será exaltado sobre a cruz para realizar o mistério da redenção, resplandecendo o Verbo, remediando o abscurantismo do Instinto e atingindo o estado de espiritualidade, de iluminação fazendo com que as trevas interiores sejam dissipadas, fazendo brilhar em todo seu esplendor a ESTRELA FLAMEJANTE, astro central da Loja de Companheiro Maçom. 
A Rosa unida à Cruz, num emblema de pura espiritualidade, símbolo da Quintessência, é aquilo que o homem tem mais de puro e elevado. 
A atmosfera psíquica, que envolve nossa personalidade, compõese hermeticamente pelo fluido vital, onde são carregadas energias vitais, oriundas de água vaporizada pelo fogo e essa união é representada, por uma figura muito conhecida, por SELO DE SALOMÃO. 
Este selo, composto por dois triângulos entrelaçados, representando o masculino e feminino, o ativo e o passivo, são destinados a receber o orvalho depositado pela unidade, através do espaço e do mundo em toda a extensão infinita. 
Temos certeza que depois de realizada a marcha de três côvados sagrados, adicionando-se mais um côvado em direção a beleza e outro em direção a sabedoria, perfazendo o total de cinco (3,175m), depois de arrancarmos o coração e livramo-nos dos nossos remorsos, podemos afirmar como Plantagenet, que o trabalho coletivo só se torna fecundo quando tem por objetivo a exaltação das faculdades do indivíduo. 
O Maçom, animado do puro espírito de nossa Ordem, sabe amar profundamente aquele cuja alma é clara, límpida como uma fonte impoluta e na condição de homem simples, sincero, leal e essencialmente bom. 
O homem que se conhece, estima aquele que, sinceramente, se procura a si mesmo e, por modéstia natural ou adquirida, se delicia em honrar aquele que sem alarde, sabe elevar-se dele pelas qualidades morais, intelectuais ou outras. 

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