O significado da estrela de 5 pontas
É importante assinalar algo importante:
A estrela de 5 pontas tem muitas raízes em várias culturas, e não está sempre e obrigatoriamente relacionada com o mal.
São muitos os grupos que se apoderaram de determinados símbolos, na sua origem relacionados com a natureza primitiva, de forma a contextualizar as suas práticas de magia negra.
Por essa razão, é sempre interessante conhecer todas as abordagens relacionadas com este símbolo tão comum.
Ao nosso alcance temos diversos livros para aprofundar este tema, como por exemplo o livro dos símbolos, onde podemos ler as explicações sobre diversos símbolos em todo o mundo.
A estrela de 5 pontas um símbolo pagão com muitas origens
O primeiro uso conhecido do pentagrama pode ser encontrado na antiga Mesopotâmia.
Por volta do ano de 3500 a.C. a estrela de 5 pontas aparece em múltiplas peças de cerâmica caldeias, e tinha, segundo os especialistas, um poder real, como uma força divina que se estendia para além dos quatro cantos do mundo. Era pois, um sinal de carácter positivo e relacionado com a natureza.
Os druidas, com os cenios celtas associados quase sempre ao poder da Terra, do Sol, da Lua e das criaturas das florestas, como olhavam eles para a estrela de 5 pontas?
- Os pagãos celtas representaram no pentagrama o poder da natureza, das cinco correntes dos rios, dos 5 poços do conhecimento, e sobretudo dos 5 sentidos através dos quais se obtinha o conhecimento. A deusa associada ao uso e conhecimento do pentagrama era Morrigan.
Avancemos um pouco mais e até à religião hebraica.
Que significado tem neste contexto?
O pentagrama é um símbolo da verdade e aparece nos livros do Pentateuco. Como vemos, de momento e nesta linha histórica inicial, a estrela de 5 pontas representava algo nobre.
Vejamos mais exemplos:
- Na antiga Grécia, para os pitagóricos o pentagrama era associado à perfeição.
- Para os hindus e budistas a estrela de 5 pontas costuma aparecer na arte tântrica como uma representação positiva da perfeição, tal como fizeram os pitagóricos ou mesmo os gnósticos, para quem o pentagrama tinha uma conotação associada à origem e fim da raça humana. E para além disso, era um meio para alcançar a redenção do ser humano.
- Um pentagrama “com a ponta virada para cima” (ao contrário do invertido) representava a supremacia do homem sobre os quatro elementos naturais: terra, água, fogo e ar.
Podemos ainda dizer que até à chegada da inquisição, que a estrela de 5 pontas tinha sempre um significado nobre.
Com efeito, para os primeiros cristãos o pentagrama representava também as cinco chagas de Cristo.
A estrela de 5 pontas como algo “maligno” ou “oculto”
Com a chegada da Idade Média, a ideia que representava as 5 chagas de Cristo começou a mudar, deixando de se olhar para esse sinal não como de verdade, deidade e natureza, mas para passar a estar associado ao paganismo e ao satanismo:
Na purga das bruxas, o pentagrama, adquiria pela primeira vez na história o simbolismo da representação do próprio diabo.
Era o pentagrama invertido, e com ele a forma inequívoca “de uns cornos”. Era o sinal do mal.
Por outro lado, ao longo da Idade Média, começaram também a surgir grupos secretos e sociedades eruditas associadas à alquimia. Na sua filosofia oculta era habitual encontrar a estrela de 5 pontas.
Lentamente e ao longo da história iremos continuar a ver este símbolo a renascer em muitos movimentos conhecidos como os seguintes:
- Na maçonaria o pentágono ou estrela de cinco pontas é um símbolo de grande poder.
- Também o encontramos na Kabbalah, associada à natureza de Deus, do universo divino, da moral e das verdades ocultas ao homem.
- Em 1966 Anton LaVey fundou a sua Igreja de Satã, um momento chave em que a Estrela de 5 pontas ficou para sempre marcado com pela tendência mais escura, com o uso da magia negra do pentagrama invertido, com o vértice para baixo e que nos sugere a figura de um bode…
Tal como podemos ver, a estrela de 5 pontas passou por uma curiosa evolução em que andou sempre de mãos dadas com diferentes abordagens de conhecimento e religião.
Os homens fazem uso dos símbolos muitas vezes de acordo com os seus próprios interesses, daí a confusão de se conseguir delimitar uma origem clara e específica.
Não obstante, o tema não deixa de ser interessante.
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