Rito de Schröeder

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Introduzido no Brasil em 1855 pela Loja “Zur Deutschen Freundeschaft” (À Amizade Alemã”) que foi fundada em Joinville, Santa Catarina no final de 1855.
O SURGIMENTO
Com a desvirtualização da maçonaria francesa, tirando-lhe a pureza da ritualistica, a maçonaria germânica sofreu suas influências negativas.
O alemão Friedrich Ludwig Schröeder  decidiu restaurar a tradição maçônica, buscando os antigos postulados oriundos da Inglaterra.
Desejoso de restabelecer a simplicidade na ritualística, Schröeder descobriu um pequeno ritual, sem autor, que se denominava “As três batidas diferentes”, o qual continha a pura e sonhada Maçonaria. Após exaustivos estudos e pesquisas escreveu o Ritual no qual está baseado o Rito de Schröeder, um rito simples contendo o que mais buscava, a essencialidade, simplicidade e moralidade.
Em 1790, ele consegue fazer com que as diretrizes corretas, contidas em seu Ritual, fossem adotadas pela maçonaria de seu País.
Em 1801, a Loja “Absalonzu den Drei Nesseln” (Absalão das Três Urtigas) editou o Ritual de Schröeder, sendo que a versão brasileira foi traduzida em 1982, pelo Irmão Gerhard Ludwig Reepo da Grande Loja do Rio Grande do Sul.
RITUALISTICA
No Rito Schröeder, o cortejo de abertura dos trabalhos é conduzido pelo Irmão Primeiro Diácono. Ao Segundo Diácono cabe cumprir o primeiro dever de um Maçom em Loja. Faz a batida do grau na porta do Templo e é respondido pelo Cobridor Externo.
Após cumprir essa formalidade o Venerável Mestre determina aos Diáconos desenrolar e estender o Tapete no centro do Templo.
Após o desenrolamento do Tapete, o Venerável Mestre passa uma pequena vela ao Primeiro Diácono que acende as menores. Em seguida o Venerável Mestre vai até a Coluna Noroeste e acende a vela da Sabedoria. Depois os Vigilantes acendem, respectivamente, as outras duas, Força e Beleza.
Após essa cerimônia o Venerável Mestre declara aberta a Loja.
O TAPETE
Uma peça que fica situada no centro do Templo cujos lados representam os quatro pontos cardeais. Na orla, há tres portas representando os três primeiros oficiais da Loja (O Venerável Mestre e os Vigilantes).
Há também diversas ferramentas de pedreiros que simbolizam o trabalho , o desenho da pedra bruta, na qual trabalham os Aprendizes.
Em torno do Tapete ficam três colunas portando grandes velas. A Coluna da Sabedoria fica na posição Nordeste, a da Força na posição Noroeste e a da Beleza no meio da orla sul do Tapete.
LIVRO DA LEI
Fica sobre o Altar do Venerável Mestre a Bíblia com as pontas voltadas para o Ocidente. Sobre ela permanece o compasso aberto em engulo reto, com as pontas viradas para o Ocidente e encobertos pelas hastes do esquadro. O Livro da Lei não é aberto em hipótese alguma.
Friedrich Ludwig Schröeder
Nascido em 1744, adotado por um casal de atores do teatro mambembe. Demonstrando grande inteligência, Schröeder conseguiu absorver com muita facilidade os ensinamentos através da mãe e do padrasto. Teve também uma formação teatral, pois atuava juntamente com seus pais no teatro.
Foi iniciado na Maçonaria em 1773 e logo sentiu a necessidade de simplicidade dentro da Maçonaria.
CHEGADA DO RITO SCHRÖEDER AO BRASIL
Contribuição de Werner Rinkus
O Rito Schröeder chegou ao Brasil em dezembro de 1855, com a fundação da Loja “Deutsche Freundschaft” (Amizade Alemã), por imigrantes alemães e suiços em Joinvile-SC.
Entretanto, este fato correu após a fundação do povoado denominado Dona Francisca, hoje muinicípio de Schroeder, cujo nome foi uma homenagem ao seu colonizador Senador Cristiano Mathias Schroeder, em 1851, sendo onde se concentraam as colônia germânicas e suíças, inicialmente.
Esta Loja (Amizade Alemã), em maio de 1859 uniu-se à Loja”Zum Südlichen Kreuze”(Ao Cruzeiro do Sul), que havia sido fundada em maio de 1856, tomando a nova Loja o título distintivo de “ Deutsche Freundschaft Zum Sülinchen Kreuze” Amizade Alemã ao Cruzeiro do Sul).
Naquela oportunidade, chegaram a compor o Rito Schröeder, cerca de 49 lojas, até o início da 1ª Guerra Mundial, somente no Rio Grande do Sul.
Infelizmente, o advento bélico fez com que o governo brasileiro, em 1917, proibisse as reuniões e o uso da língua alemã em todo o território nacional.
Esta proibição fez abater colunas todas as lojas Schröeder existentes. Assim permaneceu até 24 de junho de 1958, quando ocorreu a fundação da Loja Concórdia & Humanitas nº56, sob a jurisdição da GLMERGS, onde, então, voltou-se a desfrutar a beleza e o humanismo do genuíno Ritual Schröeder, primeiramente em alemão e posteriormente em português.
Entretanto foi no Estado do Rio Grande do Sul, que as lojas do Rito Schröeder se desenvolveram com maior ênfase, quando lá se estabeleceram as colonizações alamãs e italianas, surgindo (cada uma em sua época) fundações de associações, clubes e lojas maçônicas.
Com o advendo da 2ª Guerra Mundial, todas as lojas que utilizavam rito alemão foram obrigadas a trocar o seu rito (Schröeder) pelo rito Escocês. Com isso várias Lojas abateram colunas.
Havia muita pressão sobre os alemães e italianos, mormente sobre os alemães, já que eram os causadores diretos da 2ª Guerra Mundial. Quando, finalmente, foi permitida a reabertura das Lojas, no pós guerra, foi procurada uma maneira de se fundar uma loja no idioma alemão, a fim de preservar e manter as tradições e cultura germânica. Fundou-se, então, uma loja que trabalhava no Rito Escocês, porém, onde todo o ritual era lido e falado em alemão.
Somente tempos depois é que foi escolhido o Rito de Schröeder, sendo que, por falta de informações, possuía a denominação Schröeder, porém trabalhava no Escocês.
Assim surgiu de forma bastante peculiar, o Rito Schröeder no Rio Grande do Sul.
Com a chegada do valoroso Ir:. Kurt Max Hauster, da Alemanha, trazendo consigo o ritual alemão da Loja Absalom, foi que os irmãos daquela Loja tomaram conhecimento oficial, não só da formatação da loja, como, também, do rito, propriamente dito.
Todo o material então foi repassado à vários obreiros que se incumbiram de organizar as traduções, colocando-as em ordem para posterior elaboração dos rituais.
Feito isso, foi passado à Loja Concórdia & Humanitas, no dia 24/06/1958 (data oficial) e, assim, deram início aos trabalhos que têm curso até a presente data, principalmente nos estados do Sul do Brasil.
As Obediências tradicionais há alguns anos passaram a adotar este belo Rito, apesar do REAA, infelizmente,  ainda ser utilizado na maioria de suas Lojas. 
A Grande Loja Maçônica do Brasil – GLOMAB –  SP – pratica em todas as suas Lojas somente o Rito Schröeder, por acreditar que é um dos Ritos mais puros e oriundo das antigas tradições, antes da contaminação dos Altos Graus e o excesso de adorno no Templo, que conduz à vaidade e ao distanciamento da essência maçônica.

Comentários

  1. Os Rituais de Schröder (pronuncia-se "chreder") foram aprovados em 1801 pela Assembléia dos Veneráveis Mestres da Grande Loja de Hamburgo, Alemanha, sendo praticados por alemães e seus descendentes em diversos países. No Brasil, com a colonização germânica no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o Rito estabeleceu-se inicialmente no idioma Alemão. Mais tarde foi traduzido para o Português e hoje é reconhecido pelas Grandes Lojas Estaduais- CMSB, pelo G. O. B. e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes - COMAB.

    Os Rituais foram elaborados por uma Comissão presidida pelo Irmão FRIEDRICH LUDWIG SCHRÖDER, nascido em 3 de novembro de 1744 e falecido em 3 de setembro de 1816. Iniciado em 1774 no Rito da Estrita Observância, em 1785 foi eleito V.M. de sua Loja Mãe, a "Emanuel Zur Maienblume", ficando no cargo até 1799. Entre 1794 e 1814 foi Deputado do Grão-Mestre (Grão-Mestre Adjunto) e, de 1814 a 1816, Grão-Mestre da Grande Loja de Hamburgo e da Baixa Saxônia (naquela época a Alemanha ainda não fora unificada).

    O Irm. Schröder gozava de grande prestígio como Maçom e como profano (foi considerado na época, "o maior ator que a Alemanha já teve") e era reconhecido como um profundo conhecedor da História e dos Antigos Rituais da Maçonaria. Estudou principalmente os livros "As Três Batidas Diferentes na Porta da Mais Antiga Franco-Maçonaria – The Three Distinct Knocks at the Door of the Most Ancient Free-Masonry", de autor desconhecido, sem dúvida o mais antigo ritual maçônico impresso; e "Maçonaria Dissecada - Massonry Dissected", de Samuel Prichard, que continha as práticas maçônicas utilizadas em Londres em 1730.

    Examinou também, os rituais dos diversos sistemas de graus complementares que proliferavam na Europa daqueles tempos. Suas pesquisas o levaram a abolir os chamados "altos graus", bem como todo o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura e para o idioma germânicos seus contemporâneos. É devido a essa origem comum nos antigos rituais ingleses que o Rito Schröder é semelhante ao Rito de York (Emulation Rite) sem, contudo, ser uma cópia do mesmo.

    O Irm. Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e não, uma sociedade esotérica. Por isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservando a importância dos símbolos e resgatando o princípio que afirma ser "a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João".

    O famoso historiador e maçom Findel, na sua História Geral da Franco-Maçonaria, dedica grandes elogios ao Irm. Schröder, como podemos perceber nessa passagem: "Além de maior pureza de objetivos (comparando-se com os do Irm. Fessler que atuava em Berlim) em que se inspiraram seus trabalhos e investigações, sua natureza, sua forma e as circunstâncias exteriores o secundaram ainda mais eficazmente. Estava-lhe reservada a glória de fazer penetrar vitoriosamente a luz entre as trevas do erro, de dissipar as espessas nuvens que obscureciam os resplendores da verdade maçônica e de assentar bases sólidas para atividade de seus Irmãos."

    Pelo seu trabalho e exemplo, o Irm. Schröder é venerado e respeitado hoje, como no passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas alemãs e por Lojas e Irmãos de todo o mundo.

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  2. Algumas Características do Rito Schröder:

    · O Rito Trabalha exclusivamente nos Três Graus Simbólicos ou Azuis;

    · Somente os cargos de Ven. Mestre, Vigilantes e Tesoureiro são eletivos;

    · O Orador é nomeado pelo V. M. somente para as sessões em que for considerado necessário e não atua como "Guarda da Lei", que é o próprio V.M.;

    · Os demais cargos em Loja: Secretário; 1° e 2° Diáconos; Mestre de Harmonia; 2° Diáconos Adjuntos (Guardas do Templo interno e externo) e Preparador, são nomeados pelo V. M.;

    · O 1° Diácono é também o Mestre de Cerimônias;

    · São T. as batidas para todos os Graus, variando apenas na cadência;

    · Durante as Sessões ritualísticas a Palavra é concedida pelo V. M. através do 2° Vig.;

    · Todos os Irmãos usam chapéu ou cartola ("cilindro alto") e luvas brancas nas Sessões;

    · Os aventais: o de Aprendiz é branco e mantém a abeta levantada; o de Companheiro é branco e tem a abeta baixada, circundada por uma borda azul; o de Mestre é branco com uma borda azul que também circula a abeta baixada, sem rosetas ou Taus.

    · O avental de Mestre é o mesmo para o V.M. e os Ex-Veneráveis;

    · O Rito original não adota a Cerimônia de Instalação de Veneráveis Mestres. É o Reg. Geral da Potência que determina este procedimento adotado pelas Lojas Brasileiras;

    · O V.M., em visita a outras Lojas, usa na lapela esquerda, presa a uma fita azul, uma comenda com um pequeno Esquadro;

    · Os Ex-Veneráveis, chamados Past Masters, usam na lapela esquerda, presa a uma fita azul, uma comenda com a representação gráfica do 47° Problema de Euclides pendurada a um pequeno Esquadro;

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  3. Todos os Irmãos tem direito a Voz e voto (inclusive Aprendizes e Companheiros). É o Reg. Geral da Potência que determina, por exemplo, que para a Administração votem apenas os Mestres Maçons;

    · Todas as Sessões são encerradas com a formação da Cadeia de União em um cerimonial próprio;

    · Se necessário passar a "Palavra Semestral", o V.M. formará uma segunda Cadeia de União após encerrada a Sessão;

    · Adota-se a "Noite dos Convidados", que é uma Sessão Branca Especial "a campo" (fora do Templo e sem ritualística) para apresentar candidatos à Loja.

    Algumas Características do Templo do Rito Schröder:

    · As Colunas J (à esquerda) e B (à direita de quem entra) ambas no lado externo (átrio) do Templo (alguns Templos não apresentam as Colunas B e J);

    · Piso em um único nível (sem degraus) para Oriente e Ocidente (algumas Lojas – inclusive a ABSALOM - adotam dois degraus para o Oriente e um terceiro degrau para o Altar do V.M.);

    · A decoração do Templo pode ser simples, com teto e paredes na cor azul variando apenas na tonalidade (pode-se também utilizar formas artísticas e arquitetônicas para embelezar o Templo);

    · O Tapete da Loja, com os símbolos tradicionais da Ordem, é aberto ritualisticamente no centro do piso no Ocidente, substituindo os Painéis dos Três Graus;

    · Três Colunas (que podem ser das ordens Jônica, Dórica e Coríntia) encimadas por "Três Grandes Velas" circundam o Tapete (algumas Lojas adotam três grandes castiçais);

    · A iluminação do Templo na Abertura e no Encerramento da sessão segue um cerimonial próprio (do Oriente para o Ocidente);

    · Um Triângulo ou um Compasso e um Esquadro com a letra G no centro na parede oriental, sobre a cabeça do V.M.;

    · Altar (mesa retangular e cadeira sobre uma plataforma) para o V.M.;

    · Mesas simples e retangulares para os Oficiais (1° e 2° Vigilantes, Secretário e Tesoureiro);

    · O Livro da Lei sobre o Altar (que é a própria a mesa do V.M.) permanece fechado;

    · Na abertura da Loja, Compasso e Esquadro são armados pelo V.M. de acordo com o Grau dos Trabalhos e colocados sobre o Livro da Lei;

    · Ao lado e abaixo do Altar fica uma cadeira, a direita do V.M., para o G.M. ou seu Deputado;

    · Ao lado e abaixo do Altar fica uma cadeira, a esquerda do V.M. , para o V.M. Adjunto (Ex-V.M. mais moderno);

    · Os Past Masters (Ex-Veneráveis Mestres, pois o Rito não usa a expressão M.I.) sentam-se no fundo do Oriente, de frente para o Ocidente.

    · Os Aprendizes sentam-se na primeira fila da Coluna do Norte;

    · Os Companheiros sentam-se na primeira fila da Coluna do Sul;

    · Os Mestres sentam-se em qualquer das duas Colunas;

    · Uma Sala de Preparação e uma Câmara Escura substituem a "Câmara de Reflexão".

    Algumas diferenças com o Rito Escocês Antigo e Aceito, pois o Rito Schröder NÃO utiliza:

    · Cargos de: Chanceler; Mestre de Cerimônias (é o 1° Diác.); Hospitaleiro; 1° e 2° Expertos; Porta-Estandarte; Porta-Espada; Mestre de Banquetes e Arquiteto;

    · Punhos para o V.M. e Vigilantes;

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  4. Pavimento Mosaico (com o mesmo simbolismo, tijoletas coloridas aparecem na borda do Tapete da Loja);

    · Colunas Zodiacais;

    · Abóbada Celeste (o céu está representado no centro do Tapete);

    · Gradil entre Oriente e Ocidente;

    · Altar de Juramentos (é a própria mesa do V.M.);

    · Olho que Tudo Vê (substituído por um Triângulo com a letra G no centro, ou pelo Compasso e Esquadro também com a letra G em seu centro);

    · Estrela Flamígera;

    · Corda de 81 Nós;

    · Espadas;

    · Espada Flamejante;

    · Prova dos Elementos (substituída pelas 3 Viagens);

    · Painéis dos Graus (representados pelo Tapete);

    · Mar de Bronze;

    · Bolsa de Propostas e Informações (são entregues diretamente ao V.M., antes do início da sessão);

    · Giro hierárquico para o Tronco de Solidariedade;

    · Turíbulo ou incensório, pois não há queima de incenso nas sessões.

    Algumas diferenças com o Rito de York (Emulation Rite), pois o Rito Schröder NÃO utiliza:

    · Cargos de: Diretor de Cerimônias; Capelão; Organista; Esmoler; Mordomo; Administrador da Caridade;

    · Pavimento Mosaico (substituído pelo Tapete da Loja);

    · A letra "G" suspensa no centro da Loja;

    · Os Pedestais do V.M. e dos Vigilantes;

    · A Pedra Bruta (representada no Tapete);

    · A Pedra Esquadrada (Idem);

    · Altar de Juramentos (é a própria mesa do V.M.);

    · Espada para o Guarda Externo;

    · Painéis dos Graus (representados pelo Tapete);

    · O andar "esquadrando" o Templo.

    Conclusão: O Rito Schröder apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando havia cerca de 14 Lojas no Brasil. Atribuímos este crescimento a divulgação, nos Seminários de 95 e 98 (RS) e 99 (CE) e, a Fundação do Colégio de Estudos do Rito Schröder de Florianópolis (SC) em 1997. Este, mantém contato com todas as Lojas Schröder do Brasil, buscando sintonia com os ideais de Schröder e com os Rituais da Loja ABSALOM N.º 1. Visa uniformidade ritualística e de pensamento, em um trabalho de cooperação entre Lojas das diversas Obediências. Estas iniciativas estimulam muitos Irmãos, alguns mesmo sem deixar suas "Lojas Escocesas" outros, transferindo-se para Lojas Schröder para fundar novas Oficinas. Por utilizar um Templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se muito mais fácil "trabalhar" em uma Oficina Schröder. Tudo isso contribui para aumentar o número de Oficinas que adotam o Rito. Atento a este movimento, o G. O. B. criou em 1999 o cargo de Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística- Adjunto para o Rito Schröder, não por acaso, ocupado por um dos integrantes do Colégio de Estudos.

    Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o Rito: a simplicidade da Liturgia, que em nada diminui sua beleza e profundidade; as palavras amáveis do V.M. ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das qualidades morais do homem; o estímulo ao auto-conhecimento.

    Pela objetividade, os trabalhos litúrgicos permitem excelente dinâmica. Uma sessão econômica raramente ultrapassa 1h30, tratando-se os assuntos administrativos (ata e expediente) e com apresentação de trabalhos ou instruções. Já uma Sessão Magna de Iniciação de três profanos, cumprindo-se individualmente toda a ritualística, demora cerca de 2h30.

    Por estes motivos, já atingimos o expressivo número de 38 Lojas no Brasil, o que supera as 36 Oficinas da Alemanha e, temos certeza, continuaremos crescendo À Gloria do Grande Arquiteto do Universo.

    Os Rituais foram traduzidos dos originais revisados pela Loja ABSALOM DAS TRÊS URTIGAS N.º 1 em 1960. Esta Oficina fundada em 1737, uma das mais antigas do mundo, é jurisdicionada a Grande Loja dos Maçons Antigos, Livres e Aceitos da Alemanha.


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  5. A ORIGEM E FONTES DO RITUAL SCHRÖDER

    Na Grande Loja dos Maçons Antigos Livres e Aceitos (que é uma das mais importantes componentes da Potência Maçônica denominada Grandes Lojas Unidas da Alemanha) estão em uso dois rituais oficiais e o uso de mais dois é permitido. A maioria das Lojas trabalham no Rito Schröder na versão realizada em 1960.

    A Grande Loja também publicou um ritual da Arte Real baseado na tradição Francesa, com ambos os vigilantes colocados no Oeste e com a Acácia figurando no grau de Mestre. As Lojas que pertenciam a hoje extinta Grande Loja Royal York, foram autorizadas a trabalhar com seus antigos rituais baseados no texto reformado por Fessler. Algumas Lojas da igualmente extinta Grande Loja "Zur Sonne" (traduzido: "Ao Sol") continuam trabalhando pelos seus velhos rituais.

    Como na Inglaterra, não há nenhuma diferença fundamental entre estes trabalhos, porquanto todos eles derivam de Prichard's Masonry Dissected (Maçonaria Dissecada de Prichard) ou do Three Distinct Knocks (Três Batidas distintas) tendo sido introduzidos certos elementos de algumas exposições e ainda adicionados embelezamentos de origem Francesa.

    A cerimonia "Passing the Chair" (Passando pela Cadeira) nunca foi introduzida e nem o “Real Arco” tem-lhe dado apoio. A Grande Loja Nacional dos Maçons da Alemanha (outra componente da Grandes Lojas Unidas da Alemanha) ainda trabalha pelo sistema Sueco, que consiste de 10 (dez) graus com um fundo pronunciadamente Cristão.

    O Rito York Americano, trabalhado principalmente pelas Lojas Militares (Na Grandes Lojas Unidas da Alemanha existem ainda uma Grande Loja Américo-Canadense e uma Grande Loja dos Maçons Ingleses, cujos componentes em quase sua totalidade são membros das tropas militares estacionadas na Alemanha) introduziu na Alemanha os graus Crypticos e Templários. O Supremo Conselho do 33º para a Alemanha, trabalha pelo Rito Antigo e Aceito, usualmente conhecido como Rito Escocês, parecido com o Rito Escocês Retificado na França, que está se tornando popular de novo.

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  6. O que inspirou o Irmão Friedrich Ludwig Schröder em dar um novo Ritual a Maçonaria Germânica e como ele atacou esta tarefa que impôs a si mesmo? Estas são as questões que serão agora investigadas. Primeiramente algumas palavras sobre o homem, Schröder. Ele foi como seus pais, um ator produtor, que naquele tempo significava que ele era proprietário de teatro em Hamburgo. Ele conhecia na Europa as partes onde dominava a língua alemã muito bem, nunca esteve na Inglaterra, França ou Itália. Suas habilidades lingüisticas eram limitadas embora ele fosse capaz de adaptar peças de teatro dos originais Franceses e Ingleses. Sem conhecer Latim e Grego, ele adquiriu entretanto um grande cabedal de conhecimento pelo auto-estudo. Acima de tudo se destacava nele o seu caráter forte e sincero. O estado da Franco-Maçonaria na Alemanha no tempo em que ele foi iniciado com a idade de 29 anos, era caótico. Seu proponente foi Johann J. Christoph Bode, seu amigo, e sem escrutínio foi aceito na Loja "Emanuel”. O Rito Estrita Observância era dominante naquela época e o caráter da Franco-Maçonaria Inglesa, como originalmente introduzida em Hamburgo, se tinha perdido. As Lojas foram dominadas pelo misticismo, alquimia, Rosa-Cruzes e Iluminados, sendo que os últimos introduziram formas de cavalheirismo e "Altos Graus" importados da França.

    Mesmo os sóbrios e democráticos Irmãos de Hamburgo não se abstiveram de desfilar como "Muito excelente Cavaleiro Templário".

    Não é de estranhar que um homem sério e despretensioso como Schröder, Estivesse radicalmente contrário a estas excentricidades; ele esperava da Maçonaria, educação e verdadeira moralidade. Com o declínio do Rito Estrita Observância, depois da Convenção de Wilhelmsbad em 1782, a hora de Schröder tinha chegado. Segundo seus desejos os Irmãos de Hamburgo decidiram:

    l.º) Restaurar a verdadeira e antiga Maçonaria, como nos foi trazida pelos nossos antepassados e espalhada daqui por quase toda Alemanha, e que existiu em Hamburgo até a reforma de 1765. Esforçar-se zelosamente para elevar seus propósitos a um nível mais alto e fazer com que cada um dos seus ramos sejam mais úteis; isto deverá ser alcançado, com amor pela pesquisa da Verdade, seguindo com a máxima sinceridade os ensinamentos da sagrada religião Cristã e pondo fielmente em prática seus deveres.

    2º) Melhorar a harmonia entre os Irmãos, procurando concentrar as quatro Lojas unidas em duas, sendo uma Loja Alemã e outra Francesa, e permitir a seus membros elegerem seus Mestres no Festival de São João.

    3º) Trabalhar nos três graus da Arte Real de acordo com o Antigo Ritual Escocês dos nossos antepassados, até que os Rituais organizados na Convenção Geral nos sejam comunicados.


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  7. Para se ter uma idéia dos problemas que envolviam uma tal decisão, aqui estão alguns exemplos das dificuldades com o Ritual que existiu em Hamburgo e em outras partes. Estes eram tirados na sua maior parte da primeira edição do livro "Materialien zur Geschichte der Freimaurerei" (Matéria para a Historia da Franco-Maçonaria), um tratado composto do 1.400 páginas. Este trabalho é ainda uma mina de informações para o historiador principalmente por causa dos documentos mencionados e cujos originais agora não são mais acessíveis.

    Schröder relata, por exemplo, sobre uma Loja da cidade de Dresden que se compunha de membros da alta aristocracia, mas, entre os oficiais da Loja havia um "cozinheiro-chefe" e um "Porta Caneco" e em 1743 bebidas eram servidas enquanto a Loja estava aberta. Em 1744 dois Diáconos foram nomeados pela primeira vez na Loja "Absalom" em Hamburgo, presumivelmente por causa das exposições que haviam aparecido na Inglaterra e na França.

    Era naquela época ainda costume de pagar ao Secretário um salário especial pelos seus discursos, que apareciam depois impressos. O oficio de Orador veio para a Alemanha da França. Naquele tempo, o primeiro e o segundo grau não eram mais conferidos juntos em Hamburgo, por causa dos regulamentos que requeriam um período entre eles de nove meses.

    O compromisso de Aprendiz incluía a seguinte exigência: "Que ele devia amar seus Irmãos e ainda promover seus melhores interesses por todos os modos". Esta frase podia muito bem ter sido idealizada pela própria Loja; e se acha no Ritual até hoje.

    A publicação da exposição "L' Ordre des Franc Maçons Trahi" (1745), fez a Loja "Aos três Globos", trabalhando num Ritual Francês, introduzir uma mudança que não foi entretanto mantida por muito tempo; a palavra "Tecton" e o sinal de “Harpocrates” (dedo indicador sobre os lábios) eram para ser usado como uma palavra e sinal adicional.

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  8. Havia uma completa incerteza acerca da colocação da venda nos olhos. O candidato geralmente era trazido para o interior da Loja com os seus olhos não vendados; o procedimento correto aprenderam de Londres somente em 1763. Além do mais, ninguém estava certo se as espadas eram para ser usadas dentro da Loja. (na França elas eram consideradas como um símbolo de igualdade) ou se "fogo" deveria ser dado nos banquetes. O processo de escrutínio também não era compreendido. Foi somente em l763 que a Grande Loja Provincial de Hamburgo decidiu que cada Irmão que colocasse uma bola preta na caixa do escrutínio, devia informar o Mestre dos motivos de assim ter procedido, no prazo de 3 (três) dias. Isto é habitual na Alemanha, até hoje se até 3 (três) bolas pretas aparecerem. Painéis da Loja desenhados em oleados somente apareceram no fim do século 18; em 1765 o Cobridor ou um Irmão servente ainda tinha de fazer o desenho com giz no chão. Um Diretor de Cerimônias foi pela primeira vez nomeado em 1774, embora na Alemanha e na França o seu titulo era de "Mestre de Cerimônias. Mais ou menos nesta época os Diáconos foram renomeados de "Stewards".


    É bem conhecido pelos balaústres de uma pequena Loja no Castelo Kniphausen na Frisia Oriental, que um soldado da guarda do Conde foi empregado como Cobridor e pago pelos membros da Loja. O trabalho desta Loja era baseado no de Prichard embora o Tapete (Painel) tenha sido copiado de um desenho do livro “L’ Ordre des Franc-Maçons Trahi1”. É também conhecido pelas muitas averiguações emanando de todas as partes da Alemanha, que as Lojas de Hamburgo e a Loja Provincial Inglesa, eram consideradas autoridades em todos os assuntos ritualísticos. Isto foi provavelmente a razão porque Schröder tinha seu Ritual impresso claramente sem abreviação ou código. Ele sabia que isto não estava de acordo com a pratica Inglesa. Ele também selecionou o tamanho ou formato "quarto" por ser mais prático para o Ritual e este está em uso ainda hoje. Ele achou que era preferível ter um Ritual organizado pelos principais Maçons do seu Tempo e aprovado pela Grande Loja Provincial de Hamburgo e que deveriam estar disponíveis para as Lojas, em vez de suas cerimônias serem baseadas em uma dúzia de exposições.

    Schröder fez uma observação ao pé da página: isto se refere ao Ritual usado antes de 1765, isto é, antes da introdução da Estrita Observância. Entretanto como não havia então Ritual escrito, tornava-se impossível relembra-lo depois de 17 anos. De qualquer maneira aquele Ritual não seria apropriado para o fim atual. Os balaustres da Loja "Absalom" mostram que o Ritual inglês não era acuradamente conhecido mesmo antes de 1763. Em 14 de março de 1764, uma iniciação e elevação na mesma noite, - como era então praticado na Inglaterra - teve que ser adiada por causa da ausência do Irmão Bode, que era o único capaz de dar uma explanação do Painel da Loja. Esta era a situação, quando Schröder começou sua tarefa. É importante mencionar que o trabalho em certas Lojas, era ainda em língua Francesa.

    Mas havia mais um obstáculo no caminho de um começo decidido e enérgico - O Grão-Mestre, von Exter. Embora ele ainda mantivesse uma nomeação Inglesa como Grão-Mestre Provincial para a Baixa Saxônia e Hamburgo, ele estava profundamente envolvido com a Ordem Rosa-Cruz e os graus cavalheirescos e também influenciado com idéias místicas. Desde a introdução do Rito da Estrita Observância em 1765.

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  9. A Grande Loja Provincial de Hamburgo há muito havia negligenciado suas obrigações para com a Grande Loja Mãe em Londres. Finalmente, o então Grande Secretario, Irmão Heseltine, em uma carta de 30 de maio de 1773 (UGL MS.26/B/B/1) pediu a devolução da Carta Constitutiva do Grão-Mestre Provincial. Não tendo recebido resposta dentro de poucos meses, o Irmão Heseltine enviou uma copia de sua primeira carta acrescentando que a Carta Constitutiva deveria se entregue ao Irmão Sudthausen que por acaso se achava em Hamburgo. A Grande Loja Provincial de Hamburgo reagiu com diversas cartas iradas, mas, mesmo assim não enviou relatórios, nem saldou as devidas contribuições.

    Uma vez que Schröder tomou as rédeas em suas mãos esta situação mudou imediatamente. De agosto de 1786 em diante, a Grande Loja Provincial de Hamburgo enviou regularmente os balaústres de suas reuniões para Londres. A intervenção do Irmão, von Gräfe certamente tinha sido de grande ajuda nesta mudança. (UGL Ms.26/B/B/7-27). Ele tinha ditado o Ritual Inglês para o Grande Secretário Provincial, Irmão Beckmann. Em seu comentário, Schröder, faz a seguinte anotação:

    ....e assim temos agora um antigo Ritual comunicado para nós – exceto por algumas alterações introduzidas pelo tempo e o desejo de melhorar. De acordo com este texto, o 2ª Vigilante tem seu lugar no Sul; não havia nenhuma Estrela Flamígera e nem mais espadas dentro da Loja. O Diretor Regional, von Exter, pois ele ainda detinha este cargo na Estrita Observância, não trabalharia se as duas Colunas (Vigilantes) no Ocidente, sem a Estrela Flamígera, sem o monte de terra e o galho de Acácia, sem as alusões e promessas de uma Luz Superior e sem os vinte e mais itens muito preciosos para ele. Assim veio a Luz um Ritual até mesmo mais místico e mais pomposo do que esse da Estrita Observância.

    Estas observações contém uma importante indicação. O texto Gräfe não era bem o mesmo, como o bem conhecido texto do Prichard que havia sido publicado em uma edição Alemã em 1736 e que foi largamente utilizado pelas Lojas Alemãs e na França pela versão Francesa. O Irmão N. B. Spencer já apontou isto no volume Ars Quatuor Coronatorum nº 74: "O aparecimento regular de traduções de uma ou de outras exposições bem conhecidas em Alemão ou Francês, encadernadas, com quase todas as cópias dos livros Alemães da Constituição do Século 18, sugere de uma maneira taxativa, que os Alemães estavam usando-os como guia para as suas cerimônias, assim como nos usamos um moderno Ritual ou Monitor”.

    Schröder escreveu para seu amigo Meyer:

    “Eu estou surpreso que você não achou nenhuma Loja em Londres na qual o 2º Vigilante senta-se no Sul ou a tal conhecida Loja dos Antigos. Durante este ano já tivemos quatro Irmãos de tais Lojas como visitantes.”

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  10. Na verdade os Vigilantes estavam colocados no Noroeste e Sudoeste respetivamente nos trabalhos da maior parte dos Rituais Continentais derivados de Prichard ou das versões Francesas baseado no "Masonry Dissected". Quando Schröder tornou-se membro da comissão para elaborar uma nova Constituição, ele devotou-se a esta tarefa de maneira metódica e diligentemente e com uma considerável despesa pessoal. Assim ele imprimiu as suas próprias custas numa tipografia secreta em Rudolstadt, todos os Rituais disponíveis para ele, bem como uma historia da Maçonaria em quatro volumes e uma exata análise da Constituição Inglesa. Este empreendimento é algo fora do comum na historia da Franco-Maçonaria e, lançar-se um pouco de luz sobre isto somente poderá ser de proveito.

    Schröder via a necessidade de abraçar a pesquisa maçônica dentro da obrigação de um segredo contido nos Rituais. Investigando entre os seus "Irmãos de confiança" verificou que a Loja Amália, em Weimar, (Goethe e Herder eram ambos membros dela) podia ajudar. Um dos seus membros era o Irmão Wesselhöft que morava em Jena e que tinha o seu negócio de Impressão e Publicações em Rudolstadt, cidades estas próximas a Weimar. O Irmão Wesselhöft fez o juramento, como também todos os membros de suas empresa, para manter o sigilo; sendo que alguns deles foram simplesmente convidados a se unirem a Loja de Rudolstadt. O Irmão Conta, que era alto oficial da Policia Alemã, foi nomeado para exercer a função de supervisor e censor. As detalhadas instruções anotadas pelo Mestre da Loja, provas que Schröder forneceu o necessário material e capital de trabalho, ainda existem. Este estabelecimento começou a trabalhar na ultima década do século 18 e parece ter encerrado suas atividades depois da morte de Schröder. Uma de suas publicações foi a coleção de Rituais em 21 volumes, dos quais, a única cópia conhecida nos dias atuais, encontra-se na Biblioteca da Grande Loja Nacional da Dinamarca. Este trabalho, cerca de trinta Rituais dos então conhecidos e dos "Altos Graus", incluindo um texto do 'Three Distinct Knocks" e que é sem duvida considerado como o "mais velho e genuíno Ritual Inglês", sem entretanto mencionar sua origem. O texto de Prichard é identificado, e a razão para o anonimato sobre "Three Distinct Knocks" pode se achar na correspondência de Schröder com Meyer onde escreve:

    Pelo amor de Deus, “Three Distinct Knocks (Jachim e Boaz é só uma reimpressão da anterior) não deve se tornar conhecida porque o nosso ritual está baseado nele. Portanto eu removi estes dois livros do catálogo de nossa biblioteca. È muito raro na Alemanha e provavelmente na Inglaterra também.

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  11. Mas seu amigo sabia melhor; "Jachim e Boaz" é sempre reimpresso sem alteração, ele tinha uma edição de 1800. No prefacio da edição de 1815 do seu livro "Materialien zur Geschichte der Freimaurerei" (Materiais para a Historia da Franco-Maçonaria), Schröder aponta que "Three Distinct Knocks" é o ritual que é trabalhado até hoje em dia por todas as velhas Lojas Inglesas na Grã Bretanha, Ásia, África e América. Acerca de Prichard ele diz que este foi o primeiro desvio do mais velho, isto é do "Three Distinct Knocks” mas que tinha sido usado pela maioria das Lojas Alemãs. Os Rituais Franceses a maior parte deles baseados em Prichard, foram as fontes dos Rituais de Zinnendorf e Sueco, cujos sistemas haviam aceitado os "Altos Graus" da França, também eram conhecidos por Schröder. Os "Altos Graus" reproduzidos nesta coleção, não são de nenhum interesse aqui, mas deve-se dizer que o trabalho total é até hoje uma rara fonte de pesquisa ritualística. Como este trabalho foi destinado somente aos membros do "Circulo Interno", a edição não podia consistir de mais de cem cópias e por isto é que se trata de uma Obra rara e que não foi totalmente registrada por Taute e Wolfstieg que produziram uma Bibliografia Maçônica. Assim há muita razão em ser grato a Grande Loja Nacional da Dinamarca por ter liberado sua cópia para fazer-se uma reprodução fotográfica em 1976, que foi limitada a uma edição de trezentas cópias e não está disponível comercialmente. Com isto chegamos a uma certa conclusão: quando o trabalho começou em Hamburgo em 1790 para um novo Ritual, a Grande Loja Provincial subordinada a Primeira Grande Loja da Inglaterra, não possuía em Ritual escrito em Inglês com um texto autêntico. Schröder estava absolutamente convencido de que "Three Distinct Knocks” não era apenas genuíno, mas era efetivamente o mais velho Ritual existente. Como podemos ver, ele baseou todo o seu trabalho sobre este texto, tanto quanto diz respeito a estrutura ritualística. Nas instruções do Grau de Aprendiz datado de 1801 Schröder diz:

    Não pretendemos absolutamente proteger todas as partes do velho catecismo. Embora estejamos inclinados a preferi-lo - no todo – a qualquer coisa nova, entretanto reconhecemos que foi dito uma Fraternidade Inglesa, que consistia principalmente de artesões, não pode ser inteiramente adequado para maçons educados de outro país. Portanto corrigimos ou omitimos o que está fora do espírito ou circunstâncias do nosso tempo.

    Ele sentia profundamente que princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria e ele os formulava com grande cuidado e em colaboração com os mais educados Maçons do seu tempo. Isto dá ao seu Ritual um caráter particular próprio, expressando as tendências espirituais da Alemanha por volta do século 18. A tendência para a Maçonaria Cavalheiresca ou Templária, com um forte conteúdo Cristão e até mesmo Católico Romano, tinha desaparecido. Fortaleceu-se a tendência de que, moral elevada e princípios éticos, deveriam ser as essenciais caraterísticas da Arte Real.

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  12. Schröder, bem conhecido e respeitado como era, tanto profissionalmente como Diretor de um teatro de alta reputação e, também como Maçom, estava em contato com Irmãos proeminentes e os familiarizava com os seus planos. Sua correspondência com seus "Muitos confiantes Irmãos" por todo o norte da Alemanha. era parcialmente escrita em um código que foi tirado da Estrita Observância e usado com sua própria frase chave, a qual foi descoberta recentemente. Os princípios básicos seguidos pelos dois reformadores da Arte Real na Alemanha, por uma iniciativa paralela, foram lançados por Fessler em Berlim e sua linha de ação será mencionada mais tarde - pode melhor ser compreendida estudando-se a introdução do "COMPACT" da Grande Associação Maçônica de 1801 entre a Grande Loja Provincial de Hamburgo e a Grande Loja Royal York de Berlim a qual Fessler pertencia. Embora este texto tenha sido traçado por Fessler e não por Schröder, o conteúdo reflete fielmente as idéias do último:

    1º) Franco-Maçonaria e fraternidade maçônica, são dois conceitos bem diferentes, como as palavras “ciência e escola”, “religião e igreja”. Isto nos leva para:

    2º) Franco-Maçonaria, independente de tempo e condições locais, (ouvimos a voz de Lessing) sempre una e a mesma, é sempre aquilo que envolve e coloca firmemente o homem interno entre o esquadro e o compasso, seu modo de pensar e agir e que fixa a posição moral do homem na Sociedade, embora a Franco-Maçonaria possa ocasionalmente ter-se desenvolvido em direções diferentes.

    3º) As Grandes Lojas Provinciais Unidas não reconhecem na Fraternidade Maçônica o tal chamado propósito ou desígnio secreto que se diz possuir e além dos três graus de São João. Para elas o objetivo da Fraternidade Maçônica é o mesmo: prática, manutenção e crescimento comum da Arte; tudo isto visto pela luz de sua pura tendência moral. Isto os mais esclarecido Irmãos tem em todos os tempos reconhecido.

    4º) Como não mais se pode deixar aos caprichos de Maçons isolados ou Lojas em particular, a decisão e definição da natureza e tendência da Maçonaria, as Grandes Lojas Provinciais Unidas estão convencidas de que o mais velho Ritual Inglês dos três graus é o único em que podemos confiar como fonte histórica e para compreensão da natureza e evolução da Franco-Maçonaria.

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  13. A razão da curta vivência da Grande Associação Maçônica pode se achar na conturbada situação política existente naqueles dias na Alemanha, entretanto estes princípios ainda são válidos hoje em dia para a Maçonaria Antiga Livre e Aceita na Alemanha.

    Pode nesta conjuntura ser de interesse mencionar uma opinião não favorável a Schröder; é a de um Pastor Protestante ortodoxo e ex-membro da Loja de Leipzig. De acordo com Taute este ex-Irmão, Professor Lindner deixou a Loja por causa de sua ambição não satisfeita e publicou um trabalho no qual apresentava Maçonaria e Religião num falso relacionamento ainda que um pouco melhor do que fez o Reverendo Walton Hannah em nosso dias. Assim o Professor e ex-Irmão Lindner escreve:

    Eu tenho ... impressão que o melhor do "Iluminati" foi aceito em sua (de Schröder) forma de Maçonaria, mas é ainda necessário mostrar-se que a forma de Schröder não se enquadra na dominante cultura do tempo atual, embora seja mais profunda que outras. Ele nos mostra uma espécie de ecletismo enfeitado com alguma filosofia de Kant, mas não há realmente nada de original ou genuíno. Sua secretividade sobre assuntos publicamente conhecidos é bem desorientadora. Tudo isto se pode chamar uma filosofia de rigorismo moral, tendo nela disseminado algumas demonstrações de caridade.

    Mais tarde, Lindner arrependido retratou-se. A insinuação sobre "Iluminati" se refere ao "Circulo Interno" de Schröder que era para ser, não uma outra "Ordem", mas somente uma Loja de Instrução Histórica.

    Antes de iniciar a elaboração de novos Rituais a Franco-Maçonaria em Hamburgo tinha que se organizar e isto não poderia se realizar sem surgirem animosidades pessoais. Só em 1790 tornou-se possível nomear uma pequena comissão sobre a presidência de Schröder e composta de representantes de todas as Lojas. Antes de tudo ele viajou para consultar seus amigos nas Lojas sobre a jurisdição de Hamburgo, que haviam se espalhado além de Hamburgo e até na Alta Saxônia. Seu interesse particular era para consultar com o Irmão Bode, que tinha se mudado de Hamburgo para Weimar de forma a estabelecer contato mais freqüente com o Irmão Herder, um alto Clérigo no Ducado de Weimar. Isto tornou-se somente possível porque Schröder tinha abandonado a direção do seu teatro em Hamburgo e agora estava vivendo como fazendeiro em sua propriedade em Rellingen perto de Hamburgo. Os próximos anos de sua vida foram dedicados integralmente ao trabalho da reforma que deixou uma forte marca na Arte Maçônica da Alemanha até hoje.

    Uma importante contribuição para o trabalho de Schröder, veio de seu amigo de longos anos, Professor Friedrich Ludwig Wilhelm Meyer (1759-1840). Ele era um gentil-homem de vida independente tendo muito viajado por toda Europa e Inglaterra. Na Universidade de Göttingen ele foi tutor dos Duques de Sussex, Cumberland e Cambridge. Existem evidências de que seus talentos e habilidades lingüísticas foram usados muitas vezes pelo Rei da Prússia e seus ministros, que o empregaram como agente político secreto. Meyer era Franco-Maçom e foi membro da Loja "Pilgrim" em Londres de 1789 a 1791. Felizmente pode ser consultada sua enorme correspondência, particularmente essa com Schröder. Quando ele não estava viajando vivia numa pequena cidade na então parte dinamarquesa de Holsatia e só recentemente cerca de 700 cartas foram descobertas nos arquivos do Estado de Hamburgo. Destas, agora sabemos que Meyer traduziu a maior parte dos textos Ingleses e Franceses que seu amigo Schröder usou. Schröder aceitava os argumentos e sugestões de Meyer de bom grado.

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  14. Aqui vemos a influência de Herder bem clara. Num memorando para o rascunho de Schröder, ele escreveu:

    Não pode ser negado, que o todo das cerimônias dos Maçons Operativos, são para nós estranhas e fora de moda e não contém nada de inspirador. Já no fim do século (17) isto foi sentido mesmo na Inglaterra onde as tradições das várias Artes eram tidas em alta estima. Portanto os símbolos mais finos de, por ex. Arquitetura, foram adicionados aos símbolos da pura Arte Operativa. Tomando isto em consideração, devemos evitar qualquer coisa grosseira; mesmo as perambulações não devem ser chamadas de provas perigosas e escabrosas .... Somente com muita cautela podemos preservar essas velhas usanças que ficaram para trás.

    O nó corrediço e o cabo de reboque nos mostram falta de compreensão nas praticas ritualísticas Continentais. Que o candidato entrava na Loja, com uma corda no seu pescoço, foi dado um significado espiritual e simbólico pelos Franceses, indicando que ele ainda estava preso ao mundo profano fora da Loja. Esta interpretação, embora se ajustasse bem quando as suas idéias, não foi adotada por Schröder. O cabo de reboque na forma tradicional da obrigação, tem pouco significado para os Irmãos do Continente que não viajam. A corda com nós místicos em intervalos, que aparece com certa proeminência nos painéis das Lojas do Continente ou que e vista circundando as paredes do Templo, tem sido assunto para muita especulação. Ritualistas, como Boucher e Plantagenet deram longos comentários sobre ela e no dicionário de Ligou, é afirmado que este elemento decorativo poderia ter sido derivado do Brasão dos Eclesíastas e que um significado simbólico foi adicionado depois, ou seja, que esta corda representa a Fraternidade.

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