OS LEGÍTIMOS SUBSTITUTOS

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O Venerável Mestre é o reflexo da Loja ou a Loja é o reflexo do Venerável Mestre?

Os Vigilantes VIGILANTES 

Denominação dos dois primeiros Oficiais de uma Loja Maçônica, que independente ou não de serem Mestres Instalados, são os eventuais, legais e legítimos substitutos do Venerável Mestre. 

O Primeiro Vigilante, governa durante as horas de labor. 

Preside os trabalhos na ausência do Venerável, indicando um Irmão, e não o segundo Vigilante, para ocupar o seu lugar no Ocidente. 

Se a ausência for definitiva, o Vig.’. convocará a Loja para nova eleição. 

Se tiver que realizar trabalhos: colações de Graus, Iniciações, Elevações e Exaltações, pelo fato de não ter sido eleito Ven.’. M.’., não por não ter sido instalado, passará a direção ao Ven.’. M.’. mais moderno. 

Mas ainda assim, até a nova eleição, quem convoca e reúne a Loja é o Vig.’., conforme a Constituição de Anderson. 

A sua jóia é um Nível, símbolo da igualdade que deve existir entre os Irmãos enquanto estiverem trabalhando na Loja. Senta-se no Ocidente, representando a Coluna da Força. 

O 2º Vigilante preside durante as horas de descanso, e, na ausência do Venerável e do 1º Vigilante, desempenha as funções do Presidente. 

Desta forma, se o Venerável e o 1º Vigilante falecerem ou se afastarem da jurisdição, o 2º Vigilante assume a direção da Loja, até completar o período. 

A Jóia do 2º Vigilante é o Prumo, emblema da retidão de conduta que deve distinguir os Irmãos. Senta-se no Sul e representa o Pilar da Beleza. 

O Venerável Mestre, junto com os dois Vigilantes, formam um corpo místico “uno”; essas três Luzes, empunham Malhetes através dos quais expedem suas ordens: o Venerável Mestre a toda a Loja e os Vigilantes às suas Colunas. 

Não se deve confundir a mesa dos trabalhos com o Trono. 

Ao lado do Trono, podem ser colocadas outras poltronas para receber Autoridades e Visitantes, mas sob o Dossel, existem apenas três poltronas. 

As pertencentes aos Vigilantes, que ficam “vagas” pelo deslocamento dos titulares, passam a ser ocupadas, pelo Venerável de Honra e pelo Grão-Mestre; na ausência desses, o Venerável convida alguma dignidade presente ou mesmo, algum Mestre Instalado. 
Não convém que o Trono seja ocupado somente pelo Venerável
Por ordem hierárquica, os Vigilantes seguem o Venerável Mestre. 
Os Vigilantes ficam na dependência direta do Venerável; nenhum outro Oficial poderá ditar-lhes ordens; em suas Colunas, os Vigilantes são a autoridade máxima e comandam o desenrolar dos Rituais. 

Os Vigilantes têm o privilégio de usar dos Malhetes que empunham e falar sentados. Quando necessário e pela ordem, os Vigilantes têm prioridade da palavra que solicitam, dando antes um golpe sobre a mesa com o Malhete. 

Por uma questão hierárquica é o Venerável Mestre que instrui todos os Irmãos presentes em Loja; os Vigilantes têm a função de instruir os Irmãos de sua Coluna. 

No que diz respeito à astronomia, o Sol surge do Oriente, onde tem assento o Venerável Mestre, passando em seguida ao Meio-dia, onde assenta o 2º Vigilante, para depois se pôr no Ocidente, onde se situa o Primeiro Vigilante. 

Portanto, as três Luzes originam-se de uma única fonte, o que acentua constituírem, Venerável Mestre e Vigilantes, um único foco. 

O Primeiro Vigilante 

O Primeiro Vigilante tem assento no Ocidente; sua Mesa eleva-se sobre dois degraus (um a menos que o Trono do Venerável Mestre). Aos pés do estrado está colocada a Pedra Bruta. 
Na mesa há uma Coluneta de madeira ou de metal que permanece abaixada e que o 1º Vigilante levanta, no início dos trabalhos. 
A Coluneta representa a força e é da ordem dórica. 
Cumpre ao Primeiro Vigilante manter a disciplina da Loja, admoestando os negligentes e repreendendo os faltosos e executa diretamente as ordens do Venerável Mestre. 
O 1º Vig.’., ao receber o nível do V.’. M.’., recebe-o com as seguintes palavras: “O Nível significa que, não obstante o elevado cargo que ides ocupar, nunca vos deveis esquecer que em todas as coisas concernentes à Mac.’., todos os nossos Irmãos estão no mesmo Nível que vós”. 

Na Abertura dos Trabalhos – Ele tem dois deveres a cumprir: verificar se o Templo está a coberto e se todos os presentes são Maçons. 
“Materializando” a “cobertura”, ordena ao Guarda do Templo que verifique se a porta está fechada. Feita a verificação, passa a observar quanto à cobertura espiritual; se todos os presentes demonstram ser portadores da Luz espiritual; se há harmonia, disciplina e amor. 

“Cobertura” significa a proteção do Grande Arquiteto do Universo; se pela entrada nenhuma força do maligno ousou penetrar; o “manto” que Deus usa para cobrir os Irmãos reunidos em seu nome; a proteção divina, o isolamento místico para capacitar a todos os presentes receberem as benesses celestiais. 

“Sentindo” essa “cobertura”, o 1º Vig.’. comunica ao V.’. M.’. que o Templo está a coberto. 
O Primeiro Vigilante é o único Oficial que tem deveres a cumprir; cumprindo o primeiro dever, segue seu trabalho, para verificar se todos os presentes são Maçons. 
Percorre as Colunas e fixa seu olhar nos olhares dos presentes: “retina na retina” com a finalidade de se certificar se na realidade ele está na presença de um Maçom. Ser Maçom é um estado de consciência; não basta estar inscrito no Quadro da Loja. 
O Maçom deve demonstrar a sua condição de se comunicar espiritualmente, de modo místico, com o Primeiro Vigilante. O Primeiro Vigilante investido no cargo, transforma-se em uma espécie de “vidente” e passará a enxergar, com sua terceira visão, as mazelas que porventura ex-surgirem da pessoa do irmão que acredita ser Maçom mas que na realidade não o é. 

Ninguém poderá entrar no Templo se seu coração tiver mágoas contra um Irmão. 
No Templo não há lugar para malquerenças; não se deve esquecer que além de cultuar ao Grande Arquiteto do Universo, o Irmão presta culto ao amor fraternal. 
A seguir, o Primeiro Vigilante dá a sua “idade” ao Venerável mestre confirmando assim, o Grau em que está trabalhando e afirmando que: “Tudo está justo e perfeito em ambas as Colunas”. 

Essa afirmação equivale a dizer que os trabalhos transcorreram tranqüilamente e com grande proveito e que a Justiça e a Perfeição reinam na Loja. 

No Encerramento dos Trabalhos – Finalmente, o Primeiro Vigilante recebe do Venerável Mestre a incumbência de fechar a Loja. A Loja é fechada com o fechamento do Livro Sagrado e com a seguinte frase proferida pelo Primeiro Vigilante: “Em nome do Grande Arquiteto do Universo e em honra a São João, nosso patrono, está fechada esta Loja de...” O Primeiro Vigilante “abaixa a Coluneta” de seu Altar e acompanha a saída do Venerável Mestre, reunindo-se com os Irmãos no átrio, onde se despoja do Avental e do Colar, passando todos à Sala dos Passos Perdidos onde, completamente “recarregados”, os Irmãos preparam-se para retomar ao mundo profano. 

Na Cadeia de União – Procedida a formação da Cadeia de União, posta-se o Primeiro Vigilante ao lado direito do Venerável Mestre. O 1º Vigilante não se limita ao trabalho dentro do Templo, mas supervisiona todos os Aprendizes, orientando-os no estudo, corrigindo-os, auxiliando-os na preparação dos seus trabalhos, recomendando ao V.’. M.’. o aumento dos salários, ou seja, a passagem para o Grau seguinte. 

Há uma corrente que diz que essa função do Primeiro Vigilante, pertenceria ao Segundo Vigilante; na prática, porém, e atualmente, o Primeiro Vigilante como “comandante” da Coluna do Norte, onde têm assento os Aprendizes, é que se encarregará da instrução e vigilância dos mesmos. 
O 1º V.’. participa, ativamente das sete Instruções a serem dadas aos Aprendizes. 

O Segundo Vigilante 

O Segundo Vigilante tem assento ao Sul, no meio da Loja, encontrando-se a sua Mesa elevadas sobre um degrau e sua função específica é a de “observar o Sol no meridiano e chamar os obreiros ao trabalho, dando-lhes recreação e retomando a conclamá-los para o trabalho”. 
Ele é o substituto natural do Primeiro Vigilante e em segundo lugar, sendo Mestre Instalado, do Venerável Mestre. 
Na sua mesa, está uma Coluneta, da ordem Compósita que permanece “levantada”, antes de iniciada a sessão e que é abaixada, ao iniciarem-se os trabalhos. 
Essa Coluneta que representa a “beleza”, como a Coluneta do 1º Vigilante que representa a “força”, estão nas respectivas mesas, para identificar a Coluna do Norte e a Coluna do Sul. 

Encerrados os trabalhos, o Segundo Vigilante volta a colocar em pé a sua Coluneta. 
A Jóia do 2º Vigilante é o Prumo, símbolo da pesquisa e da Verdade, dando à obra a perfeição que merece. 
O Segundo Vigilante representa a Beleza e a Concórdia. 
Na abertura da sessão o Venerável Mestre pergunta ao 2º Vigilante o porquê de ele ocupar esse lugar, e ele responde: “Para melhor observar o Sol no meridiano, chamar os Obreiros para o trabalho e mandá-los a recreação, a fim de que os labores prossigam com ordem e exatidão”. 
Um pouco mais tarde, volta o Venerável Mestre a questioná-lo, perguntando: “Que horas são, Irmão Segundo Vigilante”? Responde: “Meio-dia em ponto, Venerável Mestre”. Os trabalhos se encetam ao meio-dia, quando o Sol está a pino. 
O Maçom é inundado pelo Sol, recebendo-o no alto de sua cabeça, no ponto vital (os israelitas e os prelados de Igreja tapam esse ponto com o solidéu, para protegê-lo desses raios solares), e assim iluminando todo o corpo por um breve lapso de tempo até, com o deslocamento do Sol para a sua trajetória, principiar a criar a sombra do próprio corpo. 
Nessa posição “neutra”, o Maçom recebe a força do Astro Rei e seu corpo é inundado pela energia solar. 
Passa a ser “iluminado”, e nessa hora, os trabalhos maçônicos adquirem luminosidade conservando-a até o pôr-do-sol e, pelo impulso, ir até meia-noite, para completar o ciclo natural. 
Da meia-noite ao meio-dia, seguinte, o corpo descansa; ao nascer do Sol, apenas uma parte do corpo é iluminada. 

O Segundo Vigilante recebe a Palavra Sagrada por intermédio do Primeiro Vigilante, que a transmite por intermédio do segundo Diácono. 
Depois, batendo com o seu Malhete, diz o Segundo Vigilante: “Tudo está justo e perfeito, Irmão 1º Vigilante”. 

A participação do 2º Vigilante é um pouco menor que a do 1º Vigilante; obedece às ordens do Venerável Mestre, concede a palavra aos Companheiros de sua Coluna, autoriza o Hospitaleiro a proceder à Coleta dos óbolos. 

A seu cargo está a suspensão dos trabalhos para a recreação.  

Fontes Consultadas: 

- Ritual do Aprendiz Maçom; 
- “Ritualística Maçônica” de Rizardo de Camino; - Preparação para o Veneralato – de Valdemar Sansão 

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