A FLAUTA MÁGICA

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A famosa ópera de Wolfgang Amadeus Mozart e Emanuel Schikaneder,“A Flauta Mágica” tem sido objeto de inúmeros estudos, sem dúvida motivado tanto pelo seu imenso valor musical quando pelo tema subjacente ao seu livreto.
As claras referências esotéricas feitas em seu desenvolvimento motivaram, inclusive, que Goethe escrevesse uma segunda parte, continuação do livreto de Schikaneder e, não satisfeito com isso, ele preparava pessoalmente os esboços para uma representação da ópera de Mozart em Weimar, esboços que foram parcialmente preservados. Mas, infelizmente, a grande maioria dos estudos realizados são devidos a musicólogos. Estes são, sem dúvida, muito competente na sua disciplina, mas o são muito pouco em matéria de esoterismo.
Por isso, entendemos que poderia ser interessante uma análise da ópera do ponto de vista iniciático, deixando quase que totalmente na parte técnica da música (como nós entendemos que existem outros mais competentes do que nós para lidar com eles).
Além dos musicólogos quem vez por outra tentou mergulhar em “A Flauta Mágica” foram os maçons. 
Com relação a isso, porém, convém ser taxativamente claro.
Na verdade, existem dois tipos distintos de maçonaria. 
Por um lado temos a Maçonaria política e econômica formada quase inteiramente por pessoas pouco ou nada se importam com as tradições espirituais dessa Ordem.
Este tipo degradado de Maçonaria tem sido amplamente difundido no mundo, porque sempre existiram aventureiros sem escrúpulos, como desejos de poder político. Naturalmente, em tais organizações não deve buscar nem se pode encontrar valores espirituais.
Há, porém, um outro tipo de maçonaria que transmite um legado espiritual real que vem desde o antigo Egito. Naturalmente, isso a Maçonaria é a antítese da anterior. Vale a pena parar um momento sobre este assunto para entender melhor a questão que hoje nos ocupa. Segundo nos informa o erudito francês antimaçônico Jacques D’Plonchard D’Assac, Mozart, bem como Schikaneder pertencia à Maçonaria Egípcia em Viena, aquela que praticava o rito de Mizraim.
Este rito havia se difundido enormemente tanto na Áustria quanto na Espanha desde meados do século XVIII, dando então origem ao Rito Nacional Espanhol neste segundo país.
Deve-se mencionar que o Rito de Mizraim originou-se no iniciação transmitida pelo Mestre Althotas a Joseph Balsamo, conhecido como Conde de Cagliostro.
Mais tarde, esse rito se difundiu na Itália e depois na França. É interessante notar, de passagem, a Espanha, porque foi iniciado (na Loja “Lealidad” de Cádiz), o então jovem tenente do exército espanhol Don José de San Martín
O fato é que em 14 de dezembro de 1784 Mozart foi iniciado como aprendiz na loja “Zur Wohlthätigkeit” ascendendo a companheiro em 07 de janeiro do ano seguinte (menos de um mês entre as duas iniciações).
Imediatamente começa a composição de sua famosas Sonatas Maçônicas. 
Em abril de 1785 Mozart já é Mestre Maçom e em seis desse mesmo mês, é iniciado seu pai, o compositor e maestro Leopold Mozart. Este foi sem dúvida um homem de talento e provou-se recentemente que a famosa “Sinfonia dos Brinquedos”  atribuída por muito tempo a Haydn é, na realidade, de autoria de Leopold Mozart.
Na loja, Mozart conheceu Johann Joseph Schikaneder, que tinha ali o nome de Emannuel, e que mais tarde seria o libretista de “A Flauta Mágica”.
Schikaneder era um homem de caráter, barítono de boa voz e bom gosto e, mais tarde, diretor de um pequeno teatro. Sabe-se que ele representou o primeiro Papageno na estréia da ópera em questão. Também frequentava a loja Karl Ludwig Giesecke que aparentemente contribuiu com algumas idéias para o libreto.
O fato incontestável é que Mozart foi um maçom ativo até o fim de sua vida. 
Em 18 de novembro de 1791, quando só lhe restavam dezessete dias de vida, conduziu pessoalmente sua “Pequena Cantata Maçônica” (Köchel 623) por ocasião da consagração do novo templo da Loja “Zur neugekrönten Hoffnung”. Schikaneder por outro lado adormeceu, ou seja, retirou-se da loja logo depois de ter conhecido Mozart, embora a amizade e a cooperação entre os dois tenha persistido, dando conforme sabemos um magnífico resultado.
Uma das mais vis calúnias que circularam sobre Wolfgang Amadeus Mozart foi ter sido envenenado pelos maçons por ter revelado segredos da Ordem em “A Flauta Mágica”. 
Justamente por isso eu mencionei o fato de que poucos dias antes de sua morte, foi especialmente convidado para dirigir o sua Cantata para a consagração de um novo templo. Isso aconteceu um mês e meio após a estréia de “A Flauta Mágica”, ou seja, a ópera em questão. Isso prova a falsidade de tal afirmação.
Se houve revelação, como alguns dizem, o principal responsável teria sido Schikaneder, o autor do libreto e não, evidentemente, o autor da música. Schikaneder continuou a viver por muitos anos, mas este fato não é mencionado por esses caluniadores.
Mozart e seu libretista estavam bem cientes destas coisas e por isso colocaram em sua ópera um arquétipo que simboliza a via lunar governada pelas emoções mais baixas que se disfarçam e se ocultam nas aparências religiosas.
Este arquétipo é a Rainha da Noite, cujas duas árias expressam aspectos bem contrastantes de uma personalidade sinistra.
Em sua primeira ária aparece como a mãe de coração partido por ter-lhe sido tirada sua filha. Tamino se deixa seduzir por suas lágrimas falsas e suas mentiras. Ela o elogia e lhe promete a mão de Pamina, enquanto sutilmente planta o ódio no coração do jovem príncipe.
Muito diferente é a sua atitude na segunda ária “Der Holle Rache kocht em meinem Herzen” (O rancor do inferno ferve no meu coração) quando coloca um punhal na mão de Pamina para que a virtuosa, porém perturbada jovem assassine o Venerável Mestre Sarastro.
Nessa cena se revela toda a traição e maldade que antes a Rainha encobria com sentimentalismo e lágrimas, pois ela ameaça Pamina se ela não cumprir seus desejos. Claramente aqui se aproxima do que temos tratado amplamente em vários artigos e conferências.
Trata-se do antagonismo existente entre os que praticam a via lunar ou religiosa (a pitriyana ou o caminho dos ancestrais ​​dos hindus) e os Iniciados, que praticam a via solar ou Devayana (caminho dos deuses).
A via lunar se reveste de emotividade e pretende ser um conforto para as massas, a quem manipula com base justamente no medos e nas emoções. Desta forma, aceita-se indistintamente a todos os que se apresentam, pois seu último desejo é o poder temporal com base na quantidade. Corresponde ao modo passivo e é a única forma de vida espiritual a que podem aspirar as pessoas não qualificadas.
A via solar iniciática está reservada para as elites, quer dizer, a indivíduos plenamente qualificados. Naturalmente, os grupos sectários que são os religiosos nunca quiseram aceitar sua subordinação aos Mistérios Iniciáticos e se esforçaram para destruí-los.
Na alegoria de Mozart e Schikaneder, a Rainha da Noite, que representa, sem dúvida, a Igreja Católica, organização sectária tipicamente lunar.
As damas da Rainha da Noite, apesar do flerte e do bom humor que revelam no início da ópera, não hesitam em se apresentar a Tamino e Papageno para derramar calúnias insidiosas contra a Sarastro e seus sacerdotes.
Finalmente, em cumplicidade com o traiçoeiro mouro Monostatos, a Rainha prepara uma grande complô nas sombras para destruir o templo. Felizmente eles fracassam nessa tarefa e são jogados de volta para as trevas do mundo profano.
Parece muito provável hoje em dia que Mozart e Schikaneder tenham sido aconselhados por Ignaz von Born sobre este tema. Von Born era o Venerável Mestre da Loja “Zur Wohltätigkeit” naquela época, e um verdadeiro erudito nos mistérios da Grécia antiga.
A interpretação de alguns autores do rancor da rainha contra Sarastro para impor a primazia de sucessão matrilinear em relação à tradição patriarcal nos aparece hoje pura fantasia. Ainda em mais alto grau é fantasiosa a interpretação do escritor maçônico M. Zile, que em 1866 sustentou ingenuamente que Tamino representava o Imperador Joseph II, Pamina o povo austríaco, Sarastro era mencionado como Venerável Mestre e a Rainha da Noite, a imperatriz Maria Teresa, que então tinha começado a perseguir a Maçonaria.
Até aqui, um primeiro símbolo mais político que esotérico e que refletia uma realidade daqueles tempos. Não se pode esquecer que em 1738 o Papa Clemente XII havia excomungado a Maçonaria com sua encíclica “In eminenti specula”. Embora pouca atenção fosse dada em Viena a tal resolução, era evidente que o velho ódio da Igreja pelos Mistérios Iniciáticos subsistia em pleno vigor.
De maior interesse para esta alegoria são outros símbolos de natureza tanto anagógica quanto tropológica que vemos desfilar na ópera. Vamos recordar brevemente que, segundo a classificação estabelecida por Dante Alighieri em “Il Convivio”, os símbolos podem ser agrupados em quatro categorias.
A primeira é a dos símbolos literais. Como exemplo podemos citar um texto escrito em qualquer língua ou uma equação matemática.
A segunda categoria corresponde aos símbolos alegóricos. Como tal, pode-se mencionar a pomba, símbolo da paz, a lira de Apolo representando a música, a foice uma reminiscência de Saturno que recorda a morte, Mercúrio representando o comércio e a cornucópia simbolizando abundância, entre muitos outros.
Símbolo tropológico (De tropos: mudança de direção) é o que tem um sentido ético-moralizante, indicando uma mudança de rumo na vida. Como tal, podemos citar um esquadro simbolizando a retidão, um prumo indicando a disciplina e verticalidade, e a colher do pedreiro que recorda necessidade de suavizar as asperezas.
Por último, temos os símbolos anagógicos (De Anas: no alto). Estes últimos representam uma indicação de elevação através da espiritualização da existência e, geralmente, têm conteúdo esotérico.
Podemos mencionar aqui a escada de Jacó que recorda precisamente isso, o caduceu de Hermes-Mercúrio que esotericamente se refere à transmutação das energias inferiores do homem e o Olho de Deus que simboliza que nada do que fazemos foge ou está oculto para a Consciência Suprema.
Um desses últimos símbolos, muito interessante e que escapou completamente da análise dos musicólogos está no início da ópera, imediatamente após a abertura. Nos referimos à serpente ou dragão, um tema que reaparece mais tarde, com o mesmo significado na Tetralogia de Richard Wagner. (Recordemos o dragão Pfafnir em cujo sangue deve o herói solar Siegfried deve banhar-se).
Aqui estamos lidando com um símbolo tradicional que reaparece continuamente na literatura esotérica. Trata-se, naturalmente, do Primeiro Guardião do Umbral.
O candidato à iniciação deve enfrentar os efeitos cármicos que ele mesmo acumulou em incontáveis ​​existências. Seu enfrentamento supõe um processo doloroso de purificação e de um risco; quem evita isso renuncia para sempre à recompensa espiritual desejada; e Tamino, assim como Siegfried deve passar por essa prova.
Se Tamino pode ser bem-sucedido é com a ajuda das damas da Rainha da Noite. Mas essa ajuda, como era de se esperar, não é desinteressada. As damas têm a missão a lhe designar: é claro que se trata de salvar Pamina.
Tamino e Pamina são um casal arquetípico precursor como o são de certa forma Siegfried e Brunhilde. Não são diferentes, na verdade um do outro em ambos os casos.
Pamina é a alma de Tamino, a alma que deverá passar por novas e duras provas antes de chegar à Iniciação: odisséia de Pamina é uma verdadeira “Noite Escura da Alma” (A Nigredo na terminologia dos alquimistas). São provas iniciáticas que conduzem à purificação através do caminho do sofrimento humano e das dúvidas que assaltam os aspirantes. Constituem o chamado Segundo Guardião do Umbral e são uma parte inevitável da Via Iniciática. Desgraçado daquele que as evita ou cede ante estas dúvidas, pois se verá cada vez mais mais mergulhado nas trevas do mundo profano e não chegará a receber a luz espiritual da Iniciação.
Este processo vital de transmutação interior (cuja realidade só pode ser negada pelos ignorantes) tem como contrapartida visível as provas simbólicas do ritual, aquelas que em “A Flauta Mágica” são mencionadas com maior clareza.
Felizmente, Mozart e Schikaneder foram suficientemente discretos e seria muita ingenuidade alguém pretender conhecer alguma coisa dos mistérios da Iniciação Maçônica apenas assistindo à ópera.
As damas dão a Tamino, para ajuda-lo em sua missão de resgate a Flauta Mágica que dá o título à ópera, e também Papageno que será seu companheiro recebe sinos de prata, também dotados de incríveis poderes. Aqui há alusões simbólicas a várias pontos da tradição esotérica que merecem ser mencionadas rapidamente.
É uma dupla referência ao poder do som, o poder que pode ser incompreensível e absurdo, não só aos profanos, mas também aos pseudo-maçons tão ignorante quanto arrogante a quem referimos anteriormente.
É fácil ver que isso é verdadeiro; basta perguntar a qualquer um dos maçons orientados para a política e os negócios, qual é a verdadeira origem dos símbolos e sinais de seus graus, e quais são as sílabas de poder associadas a tais sinais. 
Não terão outra alternativa, a não ser reconhecer a enormidade da sua ignorância sobre o assunto e nem por um momento mencionarão que existe uma antiquíssima tradição secreta a respeito disso.
Esta tradição foi, inclusive, transmitida pelo Profeta Maomé aos seus mais fieis discípulos e o Corão contém certas sílabas intraduzíveis que estão ligadas a este mistério.
Mas, tudo isso e muito mais é e será para sempre desconhecido por este tipo de pessoa que têm a audácia de se auto-qualificar como maçom regular e de qualificar outros como irregulares. Seria possível escrever um livro sobre isso e é bem possível que algum dia este autor o faça.
Na Índia, este poder oculto do som é ensinado no Matrika Yoga e testemunhamos pessoalmente alguns fatos surpreendentes feitos por este meio.
A pergunta honesta, desde já, se Mozart e Schikaneder estavam ao corrente de tais fatos. É provável que eles estivessem, somente por tradição mítica na forma de contos de fadas populares.
O que é fato estabelecido é que a trama externa, profana digamos, o enredo de “A Flauta Mágica” era uma narrativa deste tipo intitulada “Lulu oder die Zauberflöte”.
Seja como for, é interessante notar com William Mann que, tendo sido esculpida a flauta pelo pai de Pamina, este a havia feito de carvalho. Na tradição esotérica, esta árvore é um símbolo de sabedoria e força
Para ser esculpida, à madeira foi adicionada a Beleza e agora estamos de volta à tradição maçônica completo. Isto se refere, evidentemente, à Tradição Sagrada tanto maçônica quanto não maçônica.
Na tríade é simbolizado tanto a divindade quanto a síntese de opostos. Isto é bem conhecido e só se pode acrescentar que unido ao quaternário conduz ao setenário, símbolo do justo e perfeito.
Na encenação original se referia ao Quaternário (símbolo do material), com uma inscrição em uma pirâmide que os vigilantes armados do templo liam para Tamino: “Quem passa por este caminho difícil será purificado por terra, ar, fogo e água.”
A pirâmide, assim como a famosa ária de Sarastro “Ísis e Osíris” http://www.youtube.com/watch?v=K_IaJDqz2Zo eram uma clara referência à origem egípcia do Rito de Mizraim.
Curiosamente, esse rito (unificado posteriormente com o outro Rito Maçônico egípcio, qual seja o Rito de Memphis pelo Grão-Mestre Giuseppe Garibaldi) reverencia a memória de um notabilísimo Mestre Arquiteto: Imotep, que a Bíblia menciona com o nome de Hiram Abif, diretor das obras de construção do famoso Templo de Salomão, uma das maravilhas do mundo antigo e também artesão excelso.
Note-se que o referido Rito de Memphis constitui, em seu próprio direito, o mais notório da tradição maçônica, pois vem, por sua vez, dos mistérios de Isis do antigo Egito e das antiquíssimas filiações maçônicas drusas. Este Rito foi trazido à Europa por Napoleão IChampollion e oficiais do exército francês que foram iniciadas por ocasião da expedição ao Egito.
Nota-se, de passagem, que as três crianças-guias na decoração original levavam em suas mãos folhas de palmeira
Este é um símbolo permanente na tradição esotérica, cujo significado é ascensão, vitória, regeneração e imortalidade.
Até agora, os aspectos anagógicos do simbolismo da ópera. Passemos agora a abordar rapidamente os aspectos tropológicos, ou seja, aqueles que tornam o conteúdo ético, moral e filosófico.
Em primeiro lugar, não se pode ignorar a tipologia psicológica que estabelece uma clara diferença entre os dois casais: Tamino – Pamina e Papageno – Papagena.
Os primeiros são seres superiores com aspirações nobres, autênticos “homens de desejo”, para usar a terminologia de Louis Claude de Saint Martin. Esta atitude contrasta com a dos outros dois que só aspiram a uma boa comida, um bom relacionamento conjugal e que, em suma, são seres humanos bons, mas pequenos e medíocres.
Assim, vemos que a Iniciação de Tamino e Pamina acontece, mas a de Papageno e sua futura esposa falha (como não poderia ser de outra forma). De fato, a esmagadora maioria dos seres humanos em seu estado atual não é iniciavel, e deve se contentar com as pequenas coisas da vida: seu estado atual não lhes permite aspirar outra coisa.
Papageno o diz claramente: “Ein Netz fur Mädchen möchte ich, ich fing sie dutzenweis fuer mich”. (De uma rede para garotas eu preciso, eu as teria às dúzia para mim.)
No entanto, e apesar da sua vulgaridade. Papageno é bom em seus sentimentos. Isto se manifesta no célebre dueto com Pamina, onde eles expressam o fato de que o amor é a lei suprema da natureza, e que ele leva o casal ao limiar da Divindade.
Cabe perguntar se os dois personagens, tão charmosos quanto diferentes entre si, concebem o amor da mesma maneira e no mesmo nível. Pamina é a própria espiritualidade e Papageno a pura sensualidade. Ela pode conceber e sentir o amor divino, assim como o humano. Seria demais pedir isso a Papageno.
Uma segunda lição pode ser encontrada nas palavras das crianças-guias. Deve ser dito que estas crianças são referências às Columbas, a personificação da voz da consciência. Tais Columbas foram introduzidas nos Ritos Maçônicos Egípcios por Cagliostro. Hoje eles desapareceram, mas ainda são preservados nos rituais de certas ordens Rosacrucianas de origem moderna e que afirmam ter uma filiação inexistente proveniente (segundo eles) de tais Ritos.
As crianças-guia são claras com Tamino: “Sei standhaft, duldsam und verschwiegen” (Seja persistente, paciente e guarde o silêncio). 
Aqui estão três regras de ouro que devemos adicionar ao amor fraterno entre os seres humanos.
Com isso, Tamino chega às três portas do templo. Sua reflexão é precisa: Onde reina e atividade e o ócio é proibido, o vício dificilmente pode criar raízes.”
As dúvidas e os erros afligem Tamino. O Segundo Guardião do Umbral está em ação. Surge então do fundo de seu ser a pergunta-chave “Quando então verei a luz?”. 
Uma pergunta honesta da parte de alguém que está disposto a reconhecer seus erros e que cada profano de valor deve fazer em um dado momento a si mesmo.
Cabe recordar de passagem que Richard Wagner na Tetralogia também menciona claramente este Segundo Guardião do Umbral. Referimo-nos à passagem de Siegfried atacado pelo anão Alberich a quem a capa mágica torna invisível.
E aqui é imperativo encerrar pois não se trata de esgotar o tema, mas apenas fornecer abundantes motivos para reflexão a cada um dos amados leitores.

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