A TERCEIRA IDADE DENTRO DA MAÇONARIA

Será que nossa Sublime Instituição Universal, cumpre um dos objetivos a que se propõe? 

Preocupar-se em “Construir a Velhice”, para que o Maçom possa ser útil e ter como ocupar seu tempo livre? 

Como sabemos, a aposentadoria constitui em regra um grande fardo, quase castigo; o homem atinge a Velhice e seu lazer lhe será pesado como uma terrível enfermidade.

Acredito que sim, em um contexto geral, e acho que a Instituição Maçônica acolhe esta Velhice bem ou mal e, lhe dá ocupação, convívio permanente, avivamento em sua mente e sobretudo, pleno conhecimento do que possa ser a Morte e a Vida Futura. 

Pelo menos na teoria...

Durante minha Vida Maçônica, tenho obtido alguns relatos de vários sexagenários, que comungam entre si com os mesmos Ideais, consideram a Loja, um cenáculo de Irmãos, para expressar nosso espírito gregário. Possuindo uma terapia ocupacional particular, e participando de toda atividade da Oficina (quando possível), nos Graus Simbólicos, Inefáveis e Filosóficos; de colaborar, participar e dirigir entidades beneficentes. 

Porém isso é uma exceção, e sabemos bem disso. Daí advém a cruel pergunta que não quer calar. 

O que a Nossa Loja tem feito em Benefício dos Maçons Idosos de seu Quadro? 

Ou até mesmo: Será que Nossa Loja tem um fichário com os nomes e endereços de Cunhadas Viúvas e dos Sobrinhos Órfãos? 

E podemos ir mais além: 

-E a Maçonaria Brasileira, o que tem feito ela, pelas suas Cunhadas Viúvas e pêlos seus Sobrinhos Órfãos.

Irmãos, enquanto ficamos dando essas Esmolinhas, arrecadadas nos nossos Troncos “Mixurucos”, para Entidades Filantrópicas, Esmolas essas que na maioria das vezes matam de vergonha quem as entrega; e, de raiva, quem as recebe, esquecemos dos nossos Irmãos necessitados e de seus familiares. Sabemos que isso é pura Hipocrisia. 

E Maçom não pode e não deve ser Hipócrita, com sua Loja, com seus Irmãos. 

Esse negócio de fingir que dá, mas não deu, não é digno de um Maçom.   

Dogmas e Paradigmas produzem um cenário de abstração em todo Mundo, principalmente quando questionamos: De onde viemos? Quem eu sou? O que somos? O que a Morte fará de nós? E para onde vou? Essas perguntas preocupam o homem profano, mas para o Maçom continuará a ter motivação para gozar a Vida com Serenidade e Interesse.

Com o tempo, o grave Problema da Infância Abandonada acabará encontrando solução, mas a “Velhice Abandonada”, é um peso que a sociedade não sabe como carregar. 

O Maçom Idoso será sempre um Conselheiro conduzindo os mais novos para o caminho da Segurança, e da Tranqüilidade, para que possam dizer que encontraram na Velhice contentamento que consideram como Privilégio e Dádiva Divina.

Como Envelhecer? 

Indubitavelmente, constitui, também uma Arte e uma Ciência. A própria Maçonaria tem em seus Quadros, uma grande maioria constituída de Idosos. Chega o dia em que, por motivos óbvios, deixam de freqüentar as reuniões de suas respectivas Lojas. Aí começa a derrocada cruel. E o Idoso que não soube construir a sua Velhice, sofre, caindo no ócio desagregador, na lamentação e na nervosa expectativa de Morte, que passa temer e odiar.

Quem freqüenta a sua Loja, não terá tédio e a Vida será sempre útil. 

Exemplos conhecemos e muitos. São os Beneméritos Maçons que, embora doentes não deixam de tomar parte nos Trabalhos, Edificando, Instruindo, dando o testemunho de sua experiência, e esta só se adquire com o Tempo.

Quem, durante uma Vida toda não se descuidou de armazenar Conhecimentos, valendo-se sempre da observação e da experiência para comprová-los, no fim da jornada, ao olhar para o Passado, sentirá que cresceu, que viveu bem e quanta riqueza acumulou. Os velhos são os Mestres, aqueles que possuem os Segredos do Saber, a Experiência Viva.

São eles as “Reservas da Arte do Conhecimento” que só com o tempo se pode adquirir. 

São eles que orientam os Companheiros e dirigem os Aprendizes. 

Sem eles não pode haver Oficiais, sem eles as Luzes não dissiparão as Trevas. 

Os ímpetos dos jovens serão contidos e orientados pela Sabedoria e Calma dos Amadurecidos. 

A sua ciência sempre brilhará, e o Progresso jamais se findará.

Nos Estados Unidos, uma boa parte da força econômica está nas mãos de pessoas com mais de 50 anos, que controlam, por exemplo, 80% de todo o dinheiro na poupança. 

No Brasil, os brasileiros com idade acima de 50 anos, são superiores a 30 milhões, mas sua situação financeira difere radicalmente da apresentada pela população madura dos Estados Unidos. 

Cerca de 40% dos brasileiros com idade superior a 65 anos, ganhavam menos que um salário mínimo, passando a ganhar um salário mínimo recentemente, e apenas 1,5% das pessoas nessa faixa de idade ganham mais de vinte salários mínimos.

Em breve, o Brasil será um dos seis países com população mais densa do Mundo e nós não estamos preparados para essa mudança de rosto, pois sempre nos enxergamos como Nação Jovem, diz o médico Dr. Marcos Angulo, da Sociedade Brasileira de Geriatria. A maioria dos cientistas, afirmam que existe um limite máximo para a Vida Humana. Uma idade da qual não se pode passar.

Alguém que chegasse a esse limite mesmo em bom estado de saúde, se apagaria como uma lâmpada. Ocorre que o limite é bem mais alto do que se imagina. A maioria dos pesquisadores situa essa ponte entre 115 e 120 anos.

O limite teórico é de 120 anos, mas as pessoas geralmente vivem até 70 ou 80 anos de idade. 

A Expectativa de Vida cresceu por mérito dos Sanitaristas, que, praticamente, eliminaram das cidades, doenças como a febre amarela e o tifo, e dos combatentes das doenças Infecto Contagiosas, que descobriram vacinas contra a paralisia infantil e outras pragas assassinas de crianças, como o sarampo e a varíola.

Com objetivo de ilustrar essa Prancha, encerro com as opiniões de alguns Pensadores Estudiosos:

“A Velhice é um resto de elegância da mocidade”. Machado de Assis, em a Mão e a Luva.

“A gente teme a Velhice quando ignora o que ela é. Quem amadurece, em qualquer idade, não teme a Velhice. Quem não amadurece teme” Paulo Autram, ator.

“Velhice é quando um dia as moças começam a nos tratar com respeito e os rapazes sem respeito nenhum” Mário Quintana, poeta gaúcho

“Serás jovem enquanto fores receptivo a tudo que é Belo, Bom, Sublime e Grande. Receptivo ás mensagens da natureza, do homem, do Divino. Mas... se um dia a tua alma for invadida pelo pessimismo e corroída pelo cinismo, que Deus se apiéde de tua Alma de Velho”. General Mac Arthur.

“A derradeira cena, a que termina esta estranha aventura, e a segunda infância e o esquecimento total: Sem dentes; sem olhos; sem nada”. Shakespeare.

Desconhecido o autor