O OLHO QUE TUDO VÊ

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Ao entramos em um Templo Maçônico veremos ao fundo, bem acima da cadeira do Venerável Mestre um Triângulo Equilátero[1] contendo em seu centro um olho humano – Delta Luminoso ou Delta Sagrado, sendo por vezes, representado pela letra hebraica “Yod”  (?) ou a letra G.

Apesar de ser identificado como um símbolo maçônico, o Olho que Tudo Vê não é uma criação da Maçonaria, inclusive é um símbolo antiquíssimo presente em várias religiões do mundo como na Índia, Nepal e Egito.

Nas religiões em que foi adotado, seu significado é a representação de um Ser Divino, baseando-se na Trindade, Tríade ou Trimurti, representada pelo Delta:
Egípcios – Osíris, Isis e Hórus;
Hindus – Brahma, Vishnu e Shiva;
Celtas – Hes, Tharan e Belen;
Caldeus – Ami, Nuah e Bel; e
Cristãos – Pai, Filho e Espirito Santo.

Há também os atributos de Onipresença, Onividência e Onisciência”; “Criador, Conservador e Destruidor”; “Começo, Meio e Fim” e “Vontade, Ideia e Ação”.

Para a escola mística, o Delta Sagrado representa as forças criadoras primordiais da filosofia hermética: Enxofre, Sal e Mercúrio.














No período Judaico-cristão, há indícios históricos que no 1º século da era cristã, o símbolo do Olho que Tudo Vê, foi esculpido na chamada Tumba Talpiot, descoberta em Jerusalém na década de 1980, pelo geólogo Aryeh Shimron.

Estudiosos realizaram testes nos restos mortais que poderiam pertencer a família de Jesus de Nazaré, Maria Madalena, seu filho Judá e Tiago, irmão de Cristo.

Na literatura maçônica a primeira referência parece ter sido feita por Thomas Smith Webb no “The Freemasons Monitor” onde cita algo semelhante a “pensamentos, palavras e ações, podem ser escondidos dos olhos do Homem, mas ao Olho que Tudo Vê nada pode ser escondido, pois penetra no fundo do coração do Ser Humano, premiando ou punindo conforme seus méritos”.

Já o autor Albert Pike, em Moral e Dogma, fala que o seu poder era simbolizado por um olho sobre um Cetro. 

O Sol foi denominado pelos gregos o Olho de Júpiter, e o Olho do Mundo; e ele é o Olho Que Tudo Vê em nossas Lojas. 

O oráculo de Claros o estilizaram Rei das Estrelas e do Fogo Eterno, o que dá gênero ao ano e às estações do ano, dispensa a chuva e os ventos, e traz o amanhecer e à noite. 

E Osíris foi invocado como o Deus que reside no Sol e é envolvido por seus raios, a invisível e eternal força que modifica o mundo sublunar, por meio do Sol.

A maçonaria não é uma religião, mas determina que seus integrantes acreditem em Deus, independentemente de como nós o entendemos. Pois o primeiro e fundamental Landmark é a crença em Deus como sendo o Grande ou Supremo Arquiteto do Universo, o Ser que “poderosa e suavemente ordena todas as coisas”, e de que seu elevado Plano, governa Seu universo com Sabedoria, Força e Beleza, lhe infundindo a Vida.

Ao contemplarmos o Olho Que Tudo Vê rapidamente lembramos que “Deus está Presente” e que “Deus Vê tudo”, isto é, o Grande Arquiteto do Universo está sempre presente observando nossos atos e todos os nossos pensamentos.
Portanto, IODG e o Olho Que Tudo Vê são poderosos símbolos que representam a Presença do Grande Arquiteto do Universo dentro do Templo Maçônico, em toda a sua plenitude de Seus atributos divinos de perfeição, igualdade e justiça, representados nos lados perfeitamente iguais do triângulo e, ainda, a sua onisciência representada no seu símbolo central.
Concluímos que ao perscrutarmos este símbolo em toda a sua magnitude poderemos dar passos largos em direção ao nosso constante aperfeiçoamento moral, finalidade principal de estarmos na Maçonaria.

Por Rogério Vaz de Oliveira
MM da ARLS Estrela do Sul Nº 84 - Oriente de Bagé – RS


Referências:

BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. São Paulo – SP. Editora Pensamento, 10ª Edição, 1994.
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O Templo Maçônico e o Seu Simbolismo. Rio de Janeiro – RS. Editora Aurora, 1977.

CASTRO, Boanerges Barbosa de. O Simbolismo dos Números na Maçonaria. Londrina – PR, Editora A Trolha, 2008.

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria. São Paulo - SP. Editora Pensamento, 2ª Edição, 1994.

WEBB, Thomas Smith. The Freemason’s Monitor or Illustrations of MasonryNew and improved ed. Salem, Mass.: John D. Cushing, 1821.

A Tumba de Jesus. 2015. Site do History Channel Brasil, disponível em <https://seuhistory.com/noticias/geologo-afirma-ter-descoberto-tumba-de-jesus>, acessado em 9 de abril de 2017.

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