O Trabalho
Durante o decorrer de uma sessão ritual maçônica existe o hábito generalizado de existir música ambiente.
Música essa que deverá criar certos estados de espírito aos seus ouvintes para possibilitar uma certa harmonia entre todos os presentes na sessão.
A responsabilidade da condução musical numa loja é do Mestre da Harmonia, o qual também é designado por Coluna da Harmonia.
A seleção musical a ser utilizada deverá ser preferencialmente escrita e/ou musicada por autores maçônicos, nomeadamente Ludwig van Beethoven, Frédéric Chopin, Wolfgang Amadeus Mozart entre outros, mas também pode ser utilizada música de qualquer tipo de autor sem prejuízo para os anteriormente citados.
O gênero musical a ser utilizado também dependerá daquilo a que se proponha fazer o Mestre da Harmonia em consonância direta com o programa da respetiva sessão; sendo que ao conjunto de músicas que integram o seu trabalho se designar por Prancha Musical.
No entanto, e apesar da liberdade de escolha musical propiciada pela loja ao Mestre da Harmonia, a este apenas lhe é pedido (aliás, exigido por assim dizer…) que com a sua música proporcione o ambiente ideal ao desenrolar dos trabalhos a serem efetuados.
Mas apesar da vasta e ampla seleção musical que pode ser utilizada numa sessão, não pode a mesma ser usada de qualquer forma nem em qualquer tempo.
Existe uma temporização adequada e um tipo de sonoridade específica que se espera escutar em determinados momentos da sessão, sejam eles a Abertura ou o Encerramento dos Trabalhos, seja no momento da execução da Cadeia de União ou na circulação do Tronco da Viúva; a música deverá criar uma sensação própria a cada um que a ouvir em relação ao momento em concreto.
Não devendo o estado de espírito dos maçons se encontrar contrário ao disposto, senão resultaria numa possível quebra da egrégora criada pela harmonia experimentada pelo conjunto dos irmãos presentes na respetiva sessão.
E se no decorrer de uma sessão existir um momento ritual relevante para a vida de um maçom, tal como uma Iniciação ou um “aumento de salário”, a música a ser utilizada deverá ser alvo de uma especial atenção pelo Mestre da Harmonia para que esses momentos fiquem marcados na memória de quem por eles passa, pois mesmo aqueles que apenas assistem e não têm uma intervenção direta no cumprimento do ritual, também estes acabam por rever esta mesma situação que anteriormente vivenciaram.
E isto também faz parte da formação maçônica, o rever e meditar sobre o que se já viveu e retirar de aí a devida reflexão.
Pelo que aqui exposto, já deu para perceber que o trabalho efetuado pela Coluna da Harmonia não é de somenos importância, porque apesar de não ter um papel ritual importante durante a sessão, este é um dos cargos mais ativos da loja; é ele que tem o dever de criar os ambientes específicos e respetivos estados de alma e isso não é tão fácil como se poderia imaginar à primeira vista.
E é mesmo um trabalho demorado que ocupa algum do tempo disponível que o Mestre da Harmonia tem na sua vida pessoal, pois ele terá de ouvir bastantes músicas para poder selecionar aquelas que considere como as mais apropriadas para serem utilizadas no decorrer de uma sessão maçónica.
Se este Mestre for um apaixonado pela música ou inclusivé um melómano até, a sua loja só terá a ganhar dada a riqueza dos conhecimentos que ele terá e que poderá propiciar aos seus irmãos.
Nem todos poderão gostar dos temas musicais que ouviram no decorrer da sessão, fruto das mais variadas preferências musicais de cada um, mas se a energia que brotou da sessão for a ideal, a melhor crítica que o Mestre da Harmonia poderá ouvir dos seus irmãos é que eles sairam contentes e satisfeitos da sessão e que o trabalho que ele desempenhou contribuiu para esse fato.
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