A ORDEM
MAÇÔNICA, conforme consta no Ritual de Aprendiz, se define como sendo “uma
associação de homens sábios e virtuosos que se consideram IRMÃOS entre si e
cujo fim é viver em perfeita igualdade, intimamente unidos por laços de
recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se, uns aos outros, na
prática das virtudes.”
Ou também, como sendo: “Um sistema de Moral, velado por
alegorias e ilustrado por símbolos”; acreditando na existência do GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO e numa vida futura.
Para um
melhor sentido dessa definição é importante esclarecer o ESPIRITUALISMO como
sendo um conjunto de sistemas filosóficos, sociológicos, estéticos, etc., que
reconhece no mundo alguma coisa além da matéria.
Em regra
geral, o espiritualismo é um sistema filosófico oposto ao materialismo e que
admite o principio da alma ou do espírito como base e ponto de partida das suas
afirmações doutrinárias.
Diante disso
se conclui que a Maçonaria é uma doutrina cheia de religiosidade sem, no
entanto, ser uma religião.
Essas
definições dão a certeza de que a MAÇONARIA sempre foi e continuará a ser a
“UNIÃO CONSCIENTE de homens inteligentes, virtuosos, desinteressados, generosos
e devotados, Irmãos livres e iguais, ligados por deveres de fraternidade para
se prestarem mútua assistência e concorrerem, pelo exemplo e pela prática das
virtudes, para esclarecer os homens e para prepará-los para a emancipação
progressiva e pacífica da Humanidade”; assim diz o Ritual de Aprendiz.
Os Símbolos
e Alegorias que adornam os Templos Maçônicos trazem, dentro do seu âmago,
ensinamentos que burilam o caráter do Maçom, desde que ele passe a vivenciar
tal preceito educativo.
É oportuno,
portanto, se buscar essa lição de filosofia social e espiritual, manifestadas
pelas alegorias e instruídas pelos símbolos, norteando os iniciados para a
prática dos mais sagrados deveres do homem cidadão e do cidadão iniciado.
É no operoso
DESBASTAR DA PEDRA BRUTA que se descobre o poderoso ser que existe dentro da
cada um.
O ser humano
é capaz de grandes realizações, porém, é necessário que busque despertar dentro
de si o poder existente.
Somente com
estudo e perseverança poderá construir esse novo HOMEM que vive escondido
dentro das asperezas do seu íntimo.
Com certeza
será um novo OBREIRO a trabalhar conscientemente para a melhoria do gênero
humano, pregando a paz e a concórdia dentro do seio da Maçonaria, “levantando
Templos a virtude e cavando masmorras aos vícios.”
Portanto, o
CIDADÃO INICIADO deve ser sempre um exemplo de comportamento humano, praticando
com esmero, a justiça, a caridade, a honestidade, a fraternidade, o respeito, a
tolerância, a compreensão, o amor, etc. Somente com essas virtudes poderá
angariar a confiança e a credibilidade dos seus irmãos maçons e dos irmãos em
espirito, cumprindo o propósito de sua iniciação. É nesse sentido que todo
Maçom deve se guiar, tendo como fundamento de sua trajetória, as fontes do
ESPIRITUALISMO MAÇÔNICO.
É oportuna a
observação do ilustre escritor Nicola Aslan, quando afirma que: “Pelo método
Iniciático, o Maçom se distingue culturalmente dos outros homens. Não conhece
nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual, pois ele sabe que a
Verdade de hoje pode não ser a Verdade de amanhã. Pesquisador eterno, o Maçom faz jus à
denominação de FILHO DA LUZ.”
A observação
de Paul Naudon é ,também, pertinente quando diz: “o Maçom procura sua própria
“essência”, que é de ordem ontológica (conhecimento de si e Deus), na exaltação
das virtualidades divinas que nele existem como em todos os homens”.
É exatamente
isso que deve o Maçom procurar sua “essência” para ser um Iluminado e, ser
também, tocado pela graça do GADU.
A
Espiritualidade da MAÇONARIA é para ser vivenciada e não interpretada somente
como instituição social.
Vendo-a por
este ângulo, nota-se que ela representou num passado distante uma sequência de
fatos históricos capazes de ir modificando a natureza social e política dos
povos, se adequando às épocas de cada momento da história da humanidade até os
dias atuais; buscando o bem estar da humanidade e a igualdade entre os homens.
A maçonaria é uma escola de filosofia para formar líderes, homens de bem
engajados no ideal desta fraternidade.
Por tradição deve ter o caráter
transcendental iniciático.
Portanto, a
necessidade de se preparar para este novo tempo.
O limiar
dessa nova era exige mais esforço na formação de homens que encarnem o
verdadeiro sentido iniciático.
Homens
comprometidos em levantar templos onde a virtude possa ter seus altares; cavar
masmorras profundas onde os vícios possam ser atirados pelo resto dos tempos,
construindo finalmente o tão sonhado “Admirável mundo novo” onde todos possam
viver em paz e felizes.
É uma tarefa
difícil, porém, não impossível. Quem, senão a Maçonaria, está apta a realizar
tal façanha, com seu exército de verdadeiros Maçons, formada de homens íntegros
e de bons princípios, desprovidos das vaidades fúteis do mundo profano?
Urge um
chamamento geral da consciência maçônica, independentemente de potência ou
rito, irmanados num único ideal que é a felicidade de todos.
Finalmente,
para que a Maçonaria refaça o mundo, basta, para isso, que ela volte a ser o
que era: a difusora da Luz e do Amor, da Verdade e da Justiça, do Conhecimento
e da Fraternidade.
Existe um
ponto em comum entre a Iniciação Maçônica e a iniciação antiga.
A
preocupação de fazer nascer de novo o iniciado, dando-lhe uma vida nova.
Fazer-se iniciar é aprender a morrer simbolicamente, a fim de ascender, por
graus, não somente a um estado de perfeição, mas a plenitude absoluta.
É importante
lembrar o caráter espiritualista da Maçonaria, que destaca no momento que
antecede ao ritual de Iniciação, o Testamento Moral e Filosófico, para ser
respondido pelo candidato, no momento em que se prepara para uma reflexão profunda , e encontra na responsabilidade
do ato, o compromisso que irá assumir,
se despojando de todas as asperezas que formam sua personalidade,
principalmente quanto aos em que o faz refletir
sobre sua vida, os vícios, o egoísmo, o exame de consciência sobre o valor do
perdão e da solidariedade fraterna que deve dispensar ao seu semelhante, sobre
uma vida futura e de sua responsabilidade como ser humano e edificador social.
Dentro deste
contesto, a Maçonaria sabiamente apresenta ao candidato que se dispõe a
pertencer e servir a Ordem, este testamento para ser meditado profunda e
seriamente, dando a conhecer os seus deveres de cidadão honrado e digno, tendo
o seguinte conteúdo:
- “Em
presença de Deus, após ter refletido séria e profundamente sobre os símbolos
que se me deparam à vista, e sendo meu ardente e sincero desejo morrer para os
vícios e preconceitos sociais ou de educação do mundo profano, LEGO à minha
vida passada os erros e defeitos morais que me oprimem a consciência,
renunciando às minhas vaidades humanas, pedindo perdão àqueles que, porventura,
feri, voluntária ou involuntariamente, com o meu egoísmo e a minha
intolerância, e perdoando àqueles que, com ou sem justa razão, em qualquer
momento, tenham voltado contra mim seus espíritos irascíveis, para, desse modo,
poder transformar-me em verdadeiro construtor social”.
Segundo Paul
Naudon, “o Ensino Iniciático da Maçonaria é realmente diferente dos outros
modos de ensino. Não tem por objetivo fazer conhecer, ou difundir uma verdade
ou verdades contingentes ligadas a objetivos finitos, apreensíveis por laços de
causalidade.
A sua meta
visa Verdade Infinita sem pretender a sua posse, embora oferecendo elementos e
meios para que a ela possa ter acesso. É mais um convite à pesquisa que a
revelação sistemática do resultado das pesquisas.
E este esforço
ao qual a Maçonaria convida, pelo infinito de sua meta, é ele mesmo infinito.
Abarca inteiramente toda a vida do individuo.”
Se, porém, analisar as fases desses
ensinamentos, encontram-se nestes, verdadeiros sentidos esotéricos, buscando o
crescimento espiritual de todos que passaram pelo processo da INICIAÇÃO.
Observa-se o
que se descobre quando se penetra nesse mundo obscuro de mistérios quando se é
INICIADO.
De
principio, uma visão simbolizando ao Candidato a C TERRA, a qual, por sua vez, representa a
materialidade.
Nessa fase
inicial da Iniciação, espera-se que o isolamento em que vai se encontrar, a
atmosfera que nela existe e os objetos que nela se encontram, concorram para
levá-lo a novas descobertas a proporcionar-lhe ensinamentos que o faça recuar
sobre si mesmo.
O choque de
espirito contra a superfície refletora da Câmara há de levá-lo a examinar suas
ideias, a compará-las e, deste processo, há de resultar certamente um pensamento
novo.
Por seu
isolamento e suas paredes negras, a C.’.
representa um período de escuridão e de maturação silenciosa da alma,
por meio da meditação e da concentração em si mesmo, período que prepara o
verdadeiro progresso, efetivo e consciente, que se manifestará posteriormente,
à luz do dia.
A passagem
pela Câmara mostra para o Profano que tinha chegado o momento de morrer para o vicio,
para as paixões, para os preconceitos e desaparecem o orgulho e a ambição, e
que de nada valem o poder e as riquezas do mundo.
A permanência
do Recipiendário nessa Câmara representa o período de gestação do Maçom, pois,
ao morrer para o mundo profano, ele prepara sua mente e seu espirito para o
nascimento de um novo homem e de uma nova vida.
É oportuno destacar o pensamento de Oswald :
“Para aprender a pensar, é necessário
que nos exercitemos a nos isolarmos e nos abstrairmos.
Isto é conseguido se reentrarmos em nós
mesmos, olhando para dentro, sem deixar-nos distrair com o que se passa fora”,
segundo Nicola Aslan, “assume, também, o aspecto de uma gruta ou de uma caverna
sombria, por simbolizar o centro da terra, o seio da natureza material de onde
vimos e para onde voltaremos, com o nosso físico dissolvido e transformado em
pó, o que é lembrado ao Recipiendário pelos despojos humanos nela contido(s).”
Os símbolos
que na C significam:
A LUZ DA
VELA OU LAMPARINA
O clarão
da vela tremeluzente simboliza a primeira luz da Maçonaria que o profano
recebe, de inicio fraca para que este, através dos pensamentos que o ambiente
lhe sugere, possa acostumar a sua visão espiritual à luz deslumbrante das
verdades que lhe serão reveladas.
A luz desta
vela é o reflexo e a representação da Divindade no plano terrestre.
O
significado dessas inscrições leva o Recipiendário a refletir sobre o caráter
da pessoa humana quanto à curiosidade; sobre seus próprios defeitos, sobre sua
personalidade dissimulada, se é apegado a distinções mundanas, sobre sua
coragem, sobre sua perseverança em busca do domínio do espirito sobre a
matéria, cultivando as virtudes e dominando os vícios, não dispensar interesse
puramente material da Maçonaria e, finalmente, pensar na morte para empregar
bem sua vida. –
V.I.T.R.I.O.L.
É uma
fórmula alquímica e hermética, que quer dizer: Visita Interiora Terrae,
Retificandoque, Invenies Occulttum Lapidem, que traduzindo, significa: “Visita
o interior da terra e, retificando, encontrarás a Pedra Oculta”.
É oportuno
destacar o sentido do que isto significa, segundo ainda Nicola Aslan que, “ao
descer nas profundezas do seu Eu, o profano visita o interior da Terra, a fim
de encontrar e retificar, por meio das purificações por que passa a Pedra dos
Sábios para transformá-la em Pedra Filosofal, ou seja, no Ouro Iniciático, que
os Maçons denominam de Pedra Cúbica”.
É ainda,
importante destacar Nicola Aslan quando cita Magister, no seu Manual de
Aprendiz, falando dessa sentença moral breve e conceituosa do hermético, dando
o significado seguinte: “Desce nas profundezas da terra, debaixo da superfície
da aparência exterior que esconde a realidade interior das coisas e a revela;
retificando o teu ponto de vista e a tua visão mental com o esquadro da razão e
do discernimento espiritual, encontrarás aquela pedra cúbica ou filosofal que
constitui o Segredo dos Sábios e a verdadeira Sabedoria”.
De fato,
esse princípio do desbastar as asperezas humanas contidas dentro de cada um,
constitui o principal trabalho do APRENDIZ MAÇOM e requer, por isso, profunda
reflexão.
Jules
Boucher, no seu livro A SIMBÓLICA MAÇÔNICA, destaca sobre os três princípios
Herméticos, o Enxofre, o Sal e o Mercúrio, definindo-os como: o Enxofre,
símbolo do Espírito e o Sal, símbolo da Sabedoria e da Ciência, cada um numa
taça.
O Mercúrio,
sob a forma do Galo, atributo de Hermes que na Maçonaria anuncia a Luz que o
Recipiendário vai receber. Ele é o signo exotérico dessa Luz, indicando que
deve o Recipiendário, estar em constante vigilância e perseverança.
A Bandeirola
com as palavras Vigilância e Perseverança, indicam que o Maçom deve estar, a
partir ), atento, e desse instante
(dentro da C investigar os diversos sentidos que os símbolos podem oferecer,
mas cujo entendimento ele só conseguirá por inteiro com calma, equilíbrio e
perseverança. os símbolos.
Existem,
ainda, na C, simbolos fúnebres de elevado sentido moral e espiritual que
representam Esotericamente a morte do profano que está se processando naquele
“túmulo”, para que possa renascer a vida espiritual, momento em que se despoja
do velho e nasce a de um novo homem.
Ao examinar
o sentido de cada símbolo fúnebre, se encontra o seguinte significado: -
O Crânio
Representa o
cérebro quando em plena atividade, onde a sede da inteligência, faculdade que
tem por base e por condição primitiva da existência, a sabedoria. –
A Ampulheta
Destinada a
medir o tempo, é entendida em Maçonaria como um símbolo que mostra a rapidez
como o tempo corre, para que o profano recorde a brevidade da existência
humana. O seu significado exotérico é tão profundo, que faz perder de vista a
sua interpretação mística. –
O Pão e
Bilha D’água
São na
interpretação de A. Gedalge, emblemas da simplicidade que deverá reger a vida
do futuro iniciado. Eles lembram que o alimento do corpo é
Pão feito de
trigo
Finalmente,
é o elemento indispensável a vida e simboliza a força moral e o alimento
espiritual.
A
ESPIRITUALIDADE DO SIMBOLISMO
A Ordem
Maçônica, a exemplo de qualquer outra instituição de cunho filosófico,
esotérico e religioso, tem o seu Simbolismo.
O Simbolismo
Maçônico, alma e vida da Instituição, derivou dos símbolos primitivos, dos da
arte de construir e dos que foram encontrados em muitas associações esotéricas:
cabala, hermetismo, dentre outras, adaptados a uma doutrina espiritual e moral.
Sendo o
Simbolismo a representação visível duma idéia oculta, em que todo símbolo
admite três interpretações distintas: a liberal, a figurada e a esotérica.
Diante
disso, a Maçonaria que apresenta verdades imutáveis sob a forma de símbolos,
entende que cada Maçom, na sua individualidade, deve dedicar-se livremente a
buscar a interpretação dos símbolos, nos quais encontrará a razão de ser de sua
Iniciação.
Vejamos o
que diz Jean C. M. Travers:
-“O símbolo
é imagem, é pensamento...Ele nos faz captar, entre o mundo e nós, algumas
dessas afinidades secretas e dessas leis obscuras que podem muito bem ir além
do alcance da ciência, mas que nem por isso são menos certas. Todo símbolo é, nesse sentido, uma espécie de
revelação”.
Já Jules
Boucher é categórico quando diz: “Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente
em todas as partes. É preciso, portanto, penetrar pacientemente seu
significado”.
É importante
destacar Henry Thiriet lamentando a negligência de alguns quando não
valorizavam o estudo do simbolismo. “Não consigo entender, a não ser como uma
enfermidade do espirito, que se possa negar, seja o valor, seja a necessidade
do simbolismo em nossa Ordem.
Os que se
obstinam nessa atitude não percebem que estão negando, ao mesmo tempo, o
caráter filosófico da Franco Maçonaria e que, desse modo, privam-na de sua virtude
essencial”.
A formação
do SIMBOLISMO MAÇÔNICO foi constituída graças a estudos empreendidos pelos
estudiosos.
Neles são
compreendidos símbolos das mais variadas origens e procedências que podem ser
divididos, segundo Nicola Aslan, em cinco classes principais:
1º) Símbolos
Místicos e religiosos tradicionais:
o TAU (símbolo do poder);
o CIRCULO COM UM
PONTO CENTRAL (SOL);
o SELO DE SALOMÃO ou ESCUDO DE DAVI (criação, Deus,
perfeição);
o TRIÂNGULO, o DELTA LUMINOSO, os TRES PONTOS (sempre evocando a
ideia de Deus).
2º) Símbolos
tirados da arte da construção. Símbolos da profissão dos Maçons Operativos:
o
COMPASSO (medida na pesquisa);
o ESQUADRO (retidão na ação);
o MALHO (vontade
na aplicação);
o CNZEL (discernimento na investigação);
a PERPENDICULAR
(profundeza na observação);
o NÍVEL (emprego corretos dos conhecimentos);
a
RÉGUA (precisão na execução);
a ALAVANCA (poder da vontade);
a TROLHA
(benevolência para com todos);
o AVENTAL (símbolo do trabalho constante).
3º) Símbolos
Herméticos e Alquímicos: o SOL e a LUA, as COLUNAS B E J, os três princípios da
grande obra:
ENXOFRE, MERCÚRIO E SAL,
os quatro elementos Herméticos:
AR, ÁGUA,
TERRA E FOCO,
o VITRIOL, iniciais da expressão latina: Visita Interiora Terrae,
Retificandoque Invenies Occultum Lapidem (“Visita o interior da terra e,
retificando, encontrarás a Pedra Oculta”).
4º) Símbolos
possuindo um significado particular:
- ROMÃ
(simbolizando os Maçons unidos entre si por um ideal comum),
- CADEIA DE
UNIÃO (a união fraternal que liga por uma cadeia indissolúvel todos os Maçons
do globo, sem distinção de seitas e condições,
-ESTRELA
FLAMEJANTE (a iluminação),
-LETRA “G”
(conhecimento), o RAMO DE ACÁCIA (imortalidade e inocência) e
-PELICANO
(amor e abnegação).
5º) Outros
Símbolos tradicionais:
-PITAGÓRICOS
(números),
-CABALÍSTICOS
(Sefirot) – numeração mística da cabala em número de dez),-
-GEOMÉTRICOS,
-RELIGIOSOS
e todos aqueles que se prestarem a um significado maçônico.
Ainda Nicola
Aslan, “de acordo com pontos de vistas particulares, estes símbolos são vistos
pelos Maçons seja como elementos de iniciação com significados esotéricos, seja
como fórmulas morais comportando significados educativos.”
Paul Naudon,
escritor Maçônico, dedicado ao estudo místico e oculto, assim se expressa: “O
objetivo da iniciação formal é de conduzir o individuo ao Conhecimento por uma
ILUMINAÇÃO interna.
É a razão
pela qual a Maçonaria usa SÍMBOLOS para provocar esta ILUMINAÇÃO por
aproximação analógica”.
O Símbolo,
por si só, define o seu sentido Espiritual.
A Cruz, a
Fé, a âncora, a Esperança e a mão segurando à taça, a caridade.
A
ESPIRITUALIDADE DA RITUALISTICA
Vejamos a
força espiritual por ocasião da abertura dos trabalhos ritualísticos numa loja
justa, perfeita e regular.
Segundo
Leadbeater, na liturgia de abertura das atividades maçônicas no templo, devemos
meditar com profunda concentração mental em perfeito
equilíbrio, para manterem a harmonia do ato.
Diz
Leadbeater: “Necessitamos de cobrir a LOJA, não só para resguardar os
Mistérios, e sim, porque, só estando coberto, é que poderemos manter pura e
tranquila a sua influência.
A forma
mental que vamos construir tem de estar muito bem equilibrada e medida com
extremo cuidado, pois consta de matéria etérea do plano físico e das mais sutis
dos planos emocional e mental”.
Ainda
Leadbeater:
-"Diante do domínio das emoções, o homem desenvolve o principio do
amor intuicional que entra em atividade
Com o
auxilio da mente, o homem quebra os cinco grilhões, que o impedem de se
adiantar na evolução.
São eles:
-a ilusão de
que sua personalidade é o seu verdadeiro ser,
-a dúvida
sobre a realidade das coisas espirituais,
-a superstição,
e
-os
insensatos gostos e desgostos.
Assim
capacita a vontade espiritual para que se manifeste em sua conduta”.
Daí, a necessidade de manter, durante toda a
reunião, esse clima harmônico de atitudes mentais, \objetivando o resultado altamente
espiritualizado dos IIr manter o clima fraternal que deve reinar entre os
Maçons.
Por ocasião do encerramento, as saudações
apresentadas não são de puro formalismo.
Cada saudação contribui para intensificar a
energia que se está produzindo enquanto a Loja trabalha, e envolve a peculiar
atmosfera mental da Loja.
Realmente,
um clima de perfeita harmonia Espiritual.
Como
entidade mental, a Loja está constituída pela soma das referidas porções de
seus membros, que se combinam para formar um conjunto do qual brota o raio de
luz protetor.
“Que nos reunimos com perfeita
amizade e igualdade, sem prejuízos nem preferências a respeito de ninguém e
fazendo justiça a todos.
Atuamos
sempre com absoluta veracidade e retidão, demonstrando incessantemente o mais
agudo senso de honra.
E mesmo que
a Loja esteja agora sendo fechada e estejamos para separar-nos no plano físico,
contudo nos separamos sobre o esquadro, sem jamais esquecer o perfeito ajuste
que o esquadro assegura, de sorte que o interesse de nossos IIr seja o nosso
próprio interesse durante a sua ausência, porque todos somos pedras unidas na
construção do divino templo erigido a glória do GADU”.
Sem sombra
de dúvida, quando a ritualista da reunião se desenvolve em perfeita harmonia e
concentração mental, o magnetismo flui de tal maneira que o clima de bem estar
é sentido por todos os membros que dela participam.
Existe,
ainda, a proteção formada por correntes magnéticas, com o objetivo de proteger
o desenvolvimento dos trabalhos dentro da mais perfeita harmonia e que todos
estejam em sintonia com os propósitos e objetivos da Sublime Instituição.
Neste clima
de congraçamento, todos se irmanam dentro dos mais elevados ensinamentos que
fundamentam a Irmandade dos Homens Justos e Perfeitos.
Não se deve
esquecer nunca do ESQUADRO como símbolo da matéria e o COMPASSO que simboliza o
Espirito.
Portanto, o
Maçom deve trabalhar constantemente para que o Espirito subjugue a Matéria; é o
que ensina o simbolismo, posição do Esquadro e do Compasso sobre o LL.
Outro
momento sublime é quando da abertura do LL.
Merece uma
atenção especial diante do L\L com eloquente
leitura do Salmo, onde se verifica o instante da espiritualização da abertura
dos trabalhos.
A abertura
do não é um ato singelo, mas uma
repetição no simbólica da construção do ser humano, o que equivale dizer, da
construção do Templo humano pelo Ir.´.
responsável .
Quando o Ir
está abrindo o Universo e, ao ler em voz alta o Salmo, oferece seu sopro,
iniciando com sua vibração, os mistérios ocultos da Maçonaria, espiritualizando
os símbolos que o cercam, numa ação de criatividade.
Todos devem
acompanhar o cerimonial com atenção, porque participam dos resultados,
desaparecendo o homem profano, para que, numa perfeita união, as palavras do
Salmista possam penetrar no íntimo de cada um, transformando as dificuldades da
vida em momentos de indivisível paz.
Na abertura
deste Livro Sagrado se está solicitando Sua autorização e Sua glória para se
dar início ao cerimonial, que só é possível com a presença da Luz, símbolo da
revelação, reflexo às divindades, que iluminam o coração, a inteligência e a
sabedoria de cada um para discernimento da verdade e para que cresçam a
bondade, a fé e a caridade.
O ser humano
anseia pelo conhecimento.
A satisfação, do desejo de conhecer se inicia quando
se sente uma substância invisível, um fluído divino, um potencial de energia, a
presença de Deus.
Assim cumpre
a todos os Maçons buscarem o seu embasados crescimento espiritual, desbastando a P nesse manancial de
ensinamentos contidos nos Rituais, o alicerce para impulsionar a essência
inicial de seu crescimento, onde deverão, com trabalho, estudo e senso moral
construir sua vida, sendo útil na edificação moral e social da humanidade.
Esse é o
real proposito de todos que fazem parte da Sublime Instituição.
Aí estão os
verdadeiros significados da Espiritualização do desenvolvimento da liturgia dos
Rituais praticados na Maçonaria.
Ainda sobre
a preparação na construção de sua edificação moral e espiritual, o Maçom irá
encontrar nas ferramentas que compõem a construção da grande obra da
espiritualidade e moralidade da humanidade, o senso moral, indispensável
argamassa na edificação do grande Templo humano.
Nunca
esquecer que a Maçonaria molda , portanto, o amor, o homem para ser justo e solidário;
a fraternidade, a justiça e a caridade devem ser as virtudes que embelezam sua
natureza humana se contrapondo aos vícios que denigrem e alvitram o seu ser.
Numa
reflexão a parte, deve lembrar o Maçom que o CERIMONIAL DA INCIAÇÃO é um ato
sagrado, início da construção do templo interior de cada iniciado, daí a
responsabilidade de cada Loja em dispensar a devida atenção ao desempenho da
ritualística, procurando dar o verdadeiro sentido Espiritual ao sublime
processo iniciático.
O tratamento
dispensado ao Recipiendário deverá ser revestido do mais elevado respeito, para
que seja dispensado todo carinho, afeto e respeito.
Este Neófito
irá fazer parte da grande FAMILIA MAÇÔNICA UNIVERSAL. Lembrar-se de que a
INICIAÇÃO é um dos mais solenes momentos da vida de um maçom.
Portanto, as
brincadeiras de mau gosto e a gozação não deverão, por hipótese alguma, fazer
parte desse trote irreverente, mesclado de sadismo.
Tal
comportamento não faz parte da Maçonaria, pelo contrário, vem apenas denegrir a
seriedade e sublimidade da INICIAÇÃO, que é revestida do mais excelso principio
espiritual.
Para
analisar o verdadeiro sentido místico que norteia a MAÇONARIA, necessário se
faz entender o A espiritualidade na maçonaria , verdadeiro significado da parte
Mística existente dentro da Sublime Instituição, particularmente no que diz
respeito aos símbolos e alegorias.
Portanto,
quando se fala sobre MISTICISMO, como mistério, tem o significado de algo que
se percebe, profundamente, no íntimo, mas que não pode ser revelado, ou de que
não se pode falar.
O MISTICISMO
representa uma tendência para a busca de um Absoluto, com o qual pretende o
místico unir-se, moralmente, através de meios simbólicos, e nasce do esforço,
que faz o homem para entender o verdadeiro sentido da realidade absoluta ou
divina, que está em íntima ligação com as coisas.
Enfim, é na
realidade, um conjunto de atos e disposições, cuja finalidade é a união com a
divindade, considerada como espirito criador e regulador de tudo que existe e
que procura compreender os atributos divinos, buscando a unificação e
concretização de UM ABSOLUTO, ou do ENTE ÚNICO, supremo e onipotente.
O Espírito
Místico não segue a exatidão cientifica, dominada pela evidência, pela clareza
e pela demonstração real.
Pelo
contrário, ele é ininteligível, obscuro, enigmático, misterioso, totalmente
especulativo e atua na esfera de circunstância indefinível. É inefável e
intuitivo.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Nas
considerações que seguem, é oportuno lembrar que o bom Maçom tem o dever de
aprender, e aprender bem, para poder ensinar melhor ainda.
É evidente
que o estudo enobrece e conscientiza.
Não esquecer
que é importante saber; entretanto, mais importante do que saber é fazer, é
ser!
Os Mistérios
que envolvem a Maçonaria são cheios de riquezas ocultas, os quais é preciso
descobri-los para que se possam conceber todos esses ensinamentos, para que o
Maçom se torne um sábio.
A Maçonaria
é uma escola de Moral, ilustrada por Símbolos e velada por Alegorias.
Há, portanto, uma presença totalitária de
símbolos, que apresentam um conteúdo cognitivo, na medida em que permite
aprender, através de seus significados: a realidade.
O símbolo
desempenha essa função em nossa vida maçônica e fora dela.
Em outras palavras,
a missão do Maçom desde então é o da Construção espiritual interna de cada
membro.
Entretanto,
resultando deste esforço a CONSTRUÇÃO SOCIAL, estendida a toda humanidade.
No início
deste trabalho, se fez referências à ilustração dos símbolos que ocultam na
alegoria maçônica, seus significados que se tornaram secretos e somente pela
instrução, revelados.
Outros
símbolos, conforme transcritos abaixo, exprimem o sentido moral e espiritual do
seu conteúdo oculto, despertando no Maçom a necessidade do seu crescimento
interior, preparando-se para o trabalho de lapidação de seu EU interior.
É assim que
esses instrumentos símbolos se definem:
-a Régua é
dividida em 24 polegadas, ela nos ensina a apreciar às 24 horas em que está
dividido o dia, induzindo-nos a empregá-la com critério, na meditação, no
trabalho, no descanso físico e no espiritual. É ainda o símbolo da Lei, da
Ordem e da Inteligência, a determinar a direção e a regular a aplicação dos
estudos.
-o Cinzel, é
com ele que o Obreiro dá forma e regularidade à massa informe da Pedra Bruta e
pode marcar impressões sobre os mais duros materiais. Por ele aprendemos que a educação e a
perseverança são precisas para se chegar à perfeição; que o material grosseiro só recebe fino
polimento depois de repetidos esforços, e que é, unicamente, por seu incansável
emprego que se adquire o hábito da virtude, a iluminação da inteligência e a
purificação da alma.
Nas
ALEGORIAS procura-se nas estrelinhas, por trás da aparência das palavras e das
coisas, o sentido espiritual sempre oculto, tal como ocorria nas palavras de
Jesus, cuja função essencial consistia em traduzir as verdades do espírito em
narrações concretas e cotidianas.
São
inspirações contidas nos símbolos e alegorias que conscientizam o Maçom sobre
os direitos e deveres e, acima de tudo, o exercício efetivo da fraternidade e
da .
Sabe-se que
a desarmonia dos IIr e a armonia da Of
de uma Loja se embasa em três pontos fundamentais:
-a vaidade,
- o rancor e
-o
radicalismo.
Portanto, é
oportuno se manter vigilante para que esses desabrimentos não venham desequilibrar a união dentro da Oficina.
O exercício de virtudes opostas a esses pontos
torna o Maçom mais dedicado aos estudos, à frequência e numaparticipação assídua nos trabalhos da Loja e no interrelacionamento
fraterno, perfeito e de interesses mútuos.
No SIMBOLISMO, também, a presença marcante da
Maçonaria se faz sentir nos instrumentos e ferramentas usados pelos Pedreiros
Operativos na Idade Média, como também, remontando as antigas corporações dos
construtores e dos antigos povos da Babilônia, do Egito, do povo hebreu, etc.,
repleta de símbolos que se identificam com os atuais da Maçonaria Especulativa.
Mostram a
força desses Símbolos na relação direta do pensamento e do sentimento
espiritual e moral neles contidos.
O que mais
impressionam, além dessa sensibilidade, é a sua linguagem universal.
Onde quer que esteja um Maçom, em qualquer
parte do mundo, encontrando o Esquadro e Compasso entrelaçados, por exemplo,
sabe que a Maçonaria está ali presente.
São tantas
as observações sobre a ESPIRITUALIZAÇÃO NA MAÇONARIA, a liturgia dos diversos
cerimoniais existentes, as lições dos rituais referentes a cada grau, a vasta
literatura sobre a SUBLIME ORDEM, os fatos históricos sobre as transformações
sociais e politicas ocorridas no mundo inteiro, se faz entender que, embora a
Maçonaria não tenha feito a historia do mundo, não se pode, porém, contar a
história do mundo sem a participação da Maçonaria.
O homem faz
a história, é o homem que escreve a história.
É, portanto,
a força dessas Alegorias e desses Símbolos que sempre transformou a Sublime
Instituição numa energia moral e espiritual capaz de modificar o homem e o
mundo em que vive.
A história
da humanidade prova sua transformação graças a sua intervenção.
É através
dos ensinamentos recebidos que o Maçom se torna consciente de seus deveres e de
sua responsabilidade perante a Ordem, a humanidade, buscando sempre o progresso
e o bem estar dos povos.
Finalmente, para vivenciar o estado Espiritual na
Maçonaria, é preciso estudar, aprender e compreender a fim de fazer um
julgamento de conduta na vida e da vida.
BIBLIOGRAFIA
ACADEMIA
MAÇÔNICA DE LETRAS – Formação Social da Maçonaria– (Anais do I Congresso
Internacional de Historia e Geografia) Volume II – Rio de Janeiro - 19 a 21 de
março de 1981 - Impresso na Gráfica Editora Aurora.
ASLAN Nicola – Estudos Maçônicos sobre
Simbolismo – 3ª Edição – Editora Aurora – Rio – 1981.
ASLAN,
Nicola – Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Volumes I,
II – Editora ARTENOVA – 1974; Volume III – 1975 e Volume IV – 1976.
BOUCHER
Jules – A Simbólica Maçônica (Segundo as regras da Simbólica esotérica e
tradicional) – Título Original: LA SYMBOLIQUE MAÇONNIQUE – Tradução de FREDICO
OXANAM PESSOA DE BARROS.
CASTELLANI
José – Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom (Em todos os Ritos) –
Editora A GAZETA MAÇÔNICA – 1987.
Ritual de
Aprendiz Maçom do – Edição (1928) 2012
Ritual de
Companheiro Maçom – Edição (1928) 2012
Ritual de
Mestre Maçom do – Edição (1928) 2012
A Vida Oculta na Maçonaria – Editora
Pensamento
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