Perdoar, tolerar, ser clemente...
Este é o significado básico da palavra indulgência que encontramos no dicionário da língua portuguesa.
Uma forma simples de explicar, o que talvez seja um individuo indulgente.
Quando nos reportamos ao Livro Sagrado, encontramos um conselho de Jesus que nos adverte quanto ao ato de julgar. Normalmente dentro de nossa pequenez acreditamos que não devemos julgar o próximo, mas, até quando devemos atribuir aos outros nossos julgamentos, quanto tempo ainda mais vamos continuar rotulando o nosso próximo de forma a nos isentar de sermos nós os maiores responsáveis pela interpretação deste hábito de julgar as pessoas?
Vejamos a prática da indulgência, com base na abordagem acima:
Eu te perdoo, pois sou tolerante.
Apesar da conotação “indulgente” da fala, fica claro o ar de superioridade de quem perdoa.
No livro “O Profeta” de Kalil Gibran, ele aborda de forma contundente o ato de dar:
"- É belo dar quando solicitado; é mais belo, porém, dar sem ser solicitado, por haver apenas compreendido;
..e para os generosos, procurar quem recebe é uma alegria maior ainda que a de dar.
E existe alguma coisa que possais guardar?
Tudo que possuís será um dia dado.
Dai agora, portanto, para que a época da dádiva seja vossa e não de vossos herdeiros.
Dizeis muitas vezes: ‘Eu daria, mas somente a quem merece!
As árvores de vossos pomares não falam assim, nem os rebanhos de vossos pastos.
Dão para continuar a viver, pois reter é perecer.
Certamente, quem é digno de receber seus dias e suas noites é digno de receber de vós tudo o mais.
E quem mereceu beber do oceano da vida, merece encher sua taça em vosso pequeno córrego.
E que mérito maior haverá do que aquele que reside na coragem e na confiança, mais ainda, na caridade de receber?
E quem sois vós para que os homens devam expor seu íntimo e desnudar seu orgulho a fim de que possais ver seu mérito despido e seu amor-próprio rebaixado?
Procurai ver, primeiro, se mereceis ser doadores e instrumentos do dom.
Pois, na verdade, é a vida que dá à vida, enquanto vós, que vos julgais doadores, sois simples testemunhas.
E vós que recebeis – e vós todos recebeis – não assumais nenhum encargo de gratidão a fim de não pordes um jugo sobre vós e vossos benfeitores.
Antes, erguei-vos, junto com eles, sobre asas feitas de suas dádivas; pois se ficardes demasiadamente preocupados com vossas dádivas, estareis duvidando da generosidade daquele que tem a terra liberal por mãe e Deus por pai."
Este conjunto nos convida a uma introspecção com a finalidade de realmente entender se somos indulgentes com nossas atitudes, com nossos conceitos de certo e errado, e como interpretar as atitudes existentes no Universo em que nós convivemos.
Este é um dos objetivos de manter constantemente o polimento interior, tendo a coragem de se desvencilhar do mesquinho sentimento de que somos corretos, que temos o direito de ser oque perdoa, oque tolera, o que é indulgente.
Devemos ser o resultado de um trabalho constante do ato de ser indulgente com nossas emoções, com nossos sentimentos mais mesquinhos de perfeição, que muitas vezes nos impedem de reconhecer a nossa trajetória em busca de um Ser melhor.
BIBLIOGRAFIA
Livro Sagrado O Profeta – Kalil Gibran
Trabalho escrito pelo Ir ∴Ronald José Pereira dos Santos M∴M∴ da ARLS CRESCER E EVOLUIR 3767
A trolha, utensílio dos maçons operativos, também conhecido como colher de pedreiro, é o símbolo da benevolência para com todos na maçonaria especulativa. Sua utilização para estender o emboço e cobrir todas as irregularidades, fazem parecer o edifício como formado por um único bloco e por isso, a trolha pode ser considerada como um emblema de tolerância e de indulgência com que todo maçom deve dissimular as faltas e defeitos de seus irmãos. Símbolo que ensina a propagar os sentimentos de afeto e bondade que unem a todos os membros da família maçônica numa sólida fraternidade, a trolha tornou-se um emblema de benevolência para todos, de conciliação e de silêncio. Recorda, portanto, que se devem perdoar os defeitos dos irmãos, transformando em doçura as suas palavras, por amargas que sejam. A trolha, segundo Plantagenet, «é o símbolo do amor fraternal que deve unir a todos os maçons, único cimento que os obreiros podem empregar para edificação do templo». Passar a trolha significa, pois, esquecer as injúrias ou as injustiças, perdoar um agravo, dissimular um ressentimento, desculpar uma falta.
ResponderExcluirNa maçonaria operativa, o aprendiz ocupava-se do preparo dos materiais brutos, pelo que necessitava unicamente do martelo e do cinzel. Estes materiais passavam depois às mãos dos companheiros ou operários que os colocavam convenientemente, servindo-se do prumo, do nível e do esquadro.
ResponderExcluirPor último, o mestre verificava a exatidão com que foi feito o trabalho, dando a última demão e estendendo com a trolha o cimento que une definitivamente todos os materiais.
Por isso, considera-se que a trolha é um instrumento do mestre maçom. Em certas lojas inglesas, porém, a trolha é a ferramenta de trabalho do mestre instalado.