É comum aos espiritualistas em geral, a
assertiva da evolução do Espírito através da reencarnação e do tempo...
Os textos esotéricos milenares, dentro de uma simbologia mística própria, que limitava de uma forma intencional a sua compreensão por aqueles ainda não preparados para os vôos mais elevados do aprendizado, ensinavam aos seus iniciados através de lendas ou histórias repletas de comportamentos sobre-humanos, de caracteres míticos, que exigiam um conhecimento aprofundado de astrologia, alquimia e outras ciências iniciáticas restritas a poucos.
Justificava estes cuidados o pequeno número de almas que se destacavam da grande massa humana em busca da sua independência espiritual.
Nos dias atuais, com a humanidade renovada em seus conceitos existenciais e mais receptiva às realidades eternas, os véus das simbologias começam a se esvaecerem, permitindo acesso ao conhecimento iniciático a uma coletividade numericamente maior.
A antiga história do semideus Hércules e suas tarefas, um clássico da cultura grega traduzido em diferentes línguas, filmes e seriados, destaca um homem, materialmente falando, com força extraordinária que o coloca na condição de um herói que muitos, intimamente, o desejariam ser.
Há, no entanto, uma verdade oculta por trás desta figura, rica em simbologia e ensinos. Alice A. Bailey apresenta-nos interessante análise sobre a vida deste antigo herói demonstrando que, em uma visão transcendental, realidades espirituais podem ser apreendidas nas diferentes etapas de sua vida.
O grande interesse que hoje se observa pela vida eterna, a verdadeira vida, é justificativa suficiente para o presente estudo.
A Maçonaria, com sua característica iniciática e colocando-se acima dos rótulos religiosos, cultuando G.A.D.U. e caminhando pelas trilhas da simbologia, é terreno fértil e propício para o presente estudo e síntese.
Os ensinos maçônicos nos permitem uma crescente conscientização da divindade inata do Homem e de que é, verdadeiramente, feito à imagem de Deus; de que seu destino é a evolução e o progresso da Ignorância à Sabedoria, do desejo material à conquista espiritual; de que é um “Peregrino” da eternidade que avança pelo “Caminho” com a face voltada para a “Luz”.
A “Senda” é árdua e longa, porém, a alegria de cada conquista é o combustível de sua motivação e o estímulo da continuidade.
A história de Hércules é a síntese simbólica da luta da Alma em busca de sua “Libertação”.
É o resumo de uma jornada heróica de um aspirante ao “Caminho dos Iniciados”.
Neste “Caminho” desincumbiu-se de determinadas tarefas de natureza mística, vivendo episódios e trabalhos que caracterizam o Homem que busca a de sua independência espiritual. “Ele [Hércules] representa o Filho de Deus encarnado, mas ainda imperfeito, que definitivamente toma em suas mãos a natureza inferior e, voluntariamente, submete-se à disciplina que fará emergir o divino que carrega consigo.
É a partir do homem que falha, mas que é sinceramente sério e inteligentemente consciente do trabalho a ser realizado, que se forma um Salvador do Mundo”.
A descrição de suas tarefas, a história dramática de seus fracassos e conquistas, demonstram a mesma luta que enfrentamos nos dias de hoje em nossa própria evolução, pois, certos acontecimentos e episódios retratam, em qualquer época, a natureza do treinamento e realizações que caracterizam o “Caminho” de qualquer homem que busca e se aproxima de sua “Libertação”.
Hércules era o nome de sua Alma, enquanto Herakles do homem material; o primeiro nome era a expressão de sua origem paterna divina – o Espírito, enquanto o segundo era a expressão de sua origem materna humana – a Matéria.
Daí a simbologia de semideus.
Esta dualidade é representada, também, pela notícia de seu irmão gêmeo, por ele assassinado ainda na infância, fato que simboliza a unificação do Corpo e da Alma em uma só unidade.
Os relatos da morte de duas serpentes com as próprias mãos, quando ainda infante, representam o estrangulamento da serpente da matéria e da ilusão, demonstrando-o pronto para a tarefa a desempenhar.
Na simbologia mística são descritas três serpentes, uma representando a matéria, outra a ilusão, e a terceira. a Sabedoria.
Somente se descobre a serpente da Sabedoria, quando as duas primeiras são eliminadas.
Na seqüência, tem-se a notícia de seu casamento e do nascimento de três filhos. O casamento é forma simbólica da união de sua Razão com sua Alma, e os filhos a conscientização de seus três corpos, ou os três aspectos da personalidade: o físico, o astral e o mental.
Conta-nos, então, a história, que Hera, nome representativo do Psiqué ou Alma, levou-o a loucura com seu ciúme, fazendo com que matasse seus filhos, amigos e todos os demais de seu relacionamento.
Este estado doentio é comum em muitos candidatos ao iniciato, quando, entusiasmados com os novos horizontes ou dimensões que a Alma lhe faculta, escolhe o caminho do fanatismo e dos extremos para seu progresso espiritual, tornando-o desequilibrada e de difícil convívio.
O caminho do meio e do equilíbrio é momentaneamente esquecido.
Estes momentos de desequilíbrio são exemplificados pelos fanáticos sacrifícios feitos no Oriente, ou de excessos da Inquisição que a história relata, pela incompreensão da interpretação de determinadas verdades por ângulos diferentes daqueles que se iniciavam em determinada corrente de pensamentos. Sua lenda representa a luta de toda Alma que, vencido as etapas iniciais da evolução comum, candidata-se à evolução consciente dos Iniciados.
O significado de um “Iniciado”, ou “Aspirante a...” corresponde à etapa final da evolução na qual o Homem, ainda imperfeito, toma em suas mãos, intencionalmente, sua evolução e impõe a vontade de sua Alma sobre sua natureza inferior ou material.
Seu trabalho consiste em libertar-se dos laços maternos (a Matéria), para assim responder ao amor do pai (o Espírito).
Segundo os antigos textos exotéricos, há dois caminhos para evolução da alma humana:
1. Um lento e contínuo crescimento evolutivo, levado avante sob o efeito das Leis da Natureza, ciclo após ciclo, até que gradualmente o lado divino começa a se expressar no homem;
2. Ou o resultado de sistemática aplicação e disciplina por parte do aspirante, que permite o desabrochar mais rápido do poder e vida da Alma.
Em sua história, Hércules percorre os doze signos do zodíaco.
Esses elementos fazem parte da estrutura simbólica de todo T.‟. Maçônico que são, em seu devido tempo e em diferentes momentos, apresentados aos IIr.‟.. nos GGr.‟. que haverão percorrer.
O teto dos TT.‟., propositadamente, reflete a imagem do Universo, local onde as constelações que representam os signos repousam, expressos nas colunas que ladeiam sua sala de reuniões.
“O Zodíaco, propriamente falando, é aquele cinturão nos céus através do qual passa o aparente caminho do Sol; seu ponto inicial é o do Equinócio Vernal que, como sabemos, está em movimento retrógado contínuo através de um círculo de constelações que ficam perto da eclíptica.
O Zodíaco está dividido em doze porções iguais de 30 graus cada, quase que correspondendo às doze constelações de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
“A segunda coisa, pois, a lembrar, é que há dois Zodíacos, o maior e o menor. O primeiro compreende as doze constelações através das quais o Sol e o Sistema Planetário parecem passar num grande ciclo de mais de 25.000 anos.
O outro é o mesmo círculo de constelações através das quais a Terra parece passar em sua revolução anual em torno do Sol, e é nesse que os astrólogos apóiam suas predições e traçam os horóscopos.
Assim nós temos nesses dois Zodíacos o símbolo do progresso da Vida formando um Sistema Solar, um planeta, um Homem.
Cada signo sujeita o Homem que nele está trabalhando às influências de certas forças que o distinguem, e abastece-o com certas tendências.
Relacionadas com cada signo do Zodíaco, serão encontradas três outras constelações que, simbolicamente encarnam o problema de um candidato e lhe indicam a solução.
As constelações simbolizam os aspectos tríplices do Espírito.
Nos relatos sobre a vida de Hércules e seu caminho pelos signos, encontramos preciosas informações que definem suas características específicas, influências espirituais e os dons que estas constelações permitem adquirir.
Não é da Astrologia tradicional que trata a história do herói sob análise, mas sim da transcendental, pois, no momento em que o ser assume voluntariamente sua evolução, a Astrologia comum perde seu valor. “O horóscopo da Alma não será feito com base me nosso conhecimento tradicional, uma vez que as Leis de Tempo e Espaço não exercem influência alguma sobre a Alma”.
Todo homem dominado pela vida material se caracteriza pelo medo, pelo individualismo, pela competição e pela cobiça, ao contrário do iniciado, que traz em si a confiança espiritual, a cooperação, a consciência grupal e o altruísmo.
Obviamente, em sua marcha evolutiva consciente, necessário se faz ao Homem alcançar determinadas conquistas pessoais, para que possa se candidatar à Grande Iniciação a que a história de Hercules se refere:
1. Deve adquirir o entendimento de que a toda a expressão material do Universo é simbólica e transitória, inclusive seu próprio corpo. “Todas as coisas externas e tangíveis são símbolos de forças criativas internas, e é esta a idéia que serve de fundamento a toda simbologia. Um símbolo é a forma externa e visível de uma realidade espiritual”.
1 2. A realidade de Deus é indiscutível, e verdade absoluta na consciência dos iniciados. 3. Que é um Filho de Deus, criado à Sua imagem. Com estas conquistas plenamente definidas e integradas em seu coração, o Homem deixa de identificar-se com a matéria e passa a identificar-se com a Alma. A partir desse momento está pronto para iniciar Os Doze Trabalhos Iniciáticos de Hércules. Está pronto para ultrapassar os Portais das Iniciações.
Ao estudar os seus Trabalhos, acompanharemos sua carreira no decurso de sua passagem ao redor do Zodíaco, a partir de Áries, que é o signo do começo, passando por Touro, Gêmeos, etc., até Peixes, o signo da morte e da consumação.
É importante destacar que Hércules, a Alma despertada, reverte o procedimento usual e segue pelo Zodíaco no sentido oposto dos ponteiros do relógio, portanto, o caminho inverso do homem comum.
O homem que está imerso no corpo físico e segue necessariamente o caminho da ilusão e das aparências, acompanha a trajetória dos ponteiros do relógio.
O primeiro trabalho foi a “Captura das Éguas Antropófagas”
Signo Áries, o Carneiro.
Conta a história que Hércules se fez acompanhar de grande amigo Abderis, auxiliando-o no cumprimento da tarefa, que consistia em prender as éguas antropófagas, que matavam e devoravam as carnes dos homens.
Uma vez aprisionados os animais, foi à frente, deixando para seu amigo levá-las ao local determinado, porém, por ser fraco e inseguro, Abderis não conseguiu contê-las, sendo pisoteado e morto pelas mesmas que, em seguida, retornaram a atacar nas paragens de origem.
Triste e humilhado retornou aos prados e recapturou as éguas, levando-as, enfim, a local onde seriam domesticadas e adestradas.
Esta prova indica que a primeira tarefa da Alma deve se iniciar no mundo do pensamento, onde deverá obter o controle mental. “Há muito tempo as éguas do pensamento vinham produzindo cavalos guerreiros e, através do pensamento errado, da palavra errada e de idéias errôneas, devastavam os campos.
Uma das primeiras lições que todo principiante tem que aprender, é o tremendo poder que ele exerce mentalmente, e a extensão do mal que ele pode causar no meio que o circunda, através das éguas reprodutoras de sua mente.
Ele tem, pois, que aprender o correto uso de sua mente, e a primeira coisa a fazer é capturar o aspecto feminino da mente e providenciar para que não mais cavalos guerreiros sejam gerados”.
No conto em estudo, nosso herói realmente conseguiu capturar seus animais, mas superestimouos. Não conhecendo a forma e a potência das mesmas, de suas “éguas antropófagas”, entregou-as aos cuidados de Abderis, o símbolo de seu eu inferior pessoal. Não atentou que, para o domínio correto de seus pensamentos, ambos, Hércules (a Alma) e Abderis (a Personalidade humana), eram necessários para a guarda e domínio desses devastadores cavalos.
Na simbologia esotérica, o cavalo representa a atividade intelectual; o cavalo branco simboliza a mente iluminada do Homem espiritual.
Cavalos negros representam a mente inferior, com suas idéias falsas e errôneos conceitos humanos.
As éguas reprodutoras indicam o aspecto feminino da mente dando nascimento a idéias, teorias e conceitos às formas-pensamento.
O pensamento-forma, o produto de um mental operante, é nesta história simbolizado pelas idéias concebidas e deixadas à solta sobre o mundo, salvando e construindo quando oriundas da Alma, e devastando, destruindo e devorando os homens, quando emanadas da mente inferior.
O signo de Áries é sempre referido como o primeiro signo do zodíaco, porque é nele que a “Grande Roda” inicia seu ciclo.
É o signo do começo, ou o signo da Criação.
Áries, o Carneiro – signo do Fogo (como também o são Leão e Sagitário)
Qualidade: Início. Começos. Vontade ou Poder que se expressa através de grandes processos criativos. Nos primeiros estágios, as atividades são dirigidas para o lado material da vida; mais tarde, para o espiritual.
Oposto polar: Libra, ou Balança – um signo do Ar.
Regentes:
Exotérico – Marte;
Esotérico – Mercúrio.
“Na vida do ser humano, ele marca o início da primeira consciência da existência latente, subjetiva e a partida do ser humano no círculo da experiência.
Na vida do aspirante ao discipulado, ele dá a conotação do período de reorientação e de renovado esforço autoconsciente, e a sua partida naquele estágio final do caminho evolutivo que o levará para fora do reino humano e o capacitará para fazer a transição para o reino dos deuses (fim do ciclo das encarnações).
É a promessa feita a Hércules, e esta é a recompensa oferecida a todos os discípulos.
O primeiro trabalho marca o primeiro passo no, caminho da translação.
“Áries é o signo do poder em expansão, da irradiação da energia divina a partir da deidade central, Deus, ou do ser humano, um filho de Deus”.
Este signo é caracterizado por três energias ou impulsos: o de começar, o de criar, e o da ressurreição.
O impulso de “começar” pode acontecer por dois caminhos, sendo primeiro de envolver-se com a matéria, ou seja, simplesmente renascer na carne, ou, em sentido inverso, o da libertação da influência da mesma, da conquista da libertação de suas influências.
O segundo de criar, além do significado inicial de criar um corpo específico para si, representa o trabalho da alma aprisionada para se libertar desta prisão.
O terceiro representa a criação do corpo espiritual para a necessária libertação.
Este signo traz em si, portanto, o começo da vida física e o começo da espiritual, a criação física e a criação espiritual, a emergência física e a libertação espiritual.
É o signo que governa a cabeça, conseqüentemente, é o signo do pensamento e, por essa razão, o cavalo representa os pensamentos.
As três constelações relacionadas com Áries são: Cassiopéia, a Rainha Entronizada, sempre o símbolo da matéria, onde a Alma se infiltra em busca da evolução; a segunda é Ceteus, o Monstro Marinho, ou o Inimigo dos Pequenos Peixes, é o símbolo daquilo que chamamos de mal, que procura destruir a Alma encarnada, aprisionando-a na ilusão das formas; a terceira é a constelação de Perseu, “aquele que subjuga”, ou “o domador”, aquele que pode acorrentar a Rainha e vencer o monstro.
Dizem que Perseu possui o elmo da invisibilidade, as sandálias da velocidade, o escudo da Sabedoria, e a espada do Espírito.
O significado da prova fica evidente. Nosso herói teve que iniciar sua jornada no Mundo do Pensamento, para obter o controle mental. Há muito tempo suas “éguas do pensamento” vinham produzindo “cavalos guerreiros” através do pensamento errado, das palavras erradas, e das idéias errôneas, “devastando os campos”. Todos os Maçons com pretensões a um “Hércules” devem ficar profundamente atentos às suas “éguas reprodutoras”. Dedicar especial atenção aos seus pensamentos, os promotores de suas palavras e ações, cuidando para que o egoísmo, a maldade, a pretensão, a calúnia ou a crítica destrutiva não sejam os frutos de sua mente, constantemente fertilizadas pelo egoísmo e pela ilusão, aspectos inferiores da natureza humana.
Os pensamentos originados na Alma, no reino espiritual, hão de ser, sempre, edificantes e fraternos. Pode-se deduzir, portanto, que o primeiro grande trabalho de todo maçom é o devido controle de seu mental. Pagamos em nossas próprias vidas, o preço pelas palavras incorretamente proferidas e pelas ações delas decorrentes. Os Doze Trabalhos de Hércules e a Evol
O segundo trabalho foi “A captura do Touro de Creta”
Signo: Touro.
Sua tarefa consistia em prender o Touro e levá-lo ao Lugar Sagrado onde habitavam os homens de um só olho - Ciclopes.
O animal estava em Creta, ilha existente no horizonte, na qual existia um grande labirinto, o labirinto de Minos (rei de Creta e guardião do Touro), cuja finalidade era desnortear os homens audazes que se aventuravam a capturá-lo.
Sozinho procurou e perseguiu o Touro em diferentes lugares da ilha, guiado pela estrela cintilante que brilhava na testa do animal, até que o capturou e nele montou.
Conta a lenda que, ao seu redor, se postaram Sete Irmãs e o acompanharam animando-o no caminho, e ao brilho da Luz, ele cavalgou-o através das águas cintilantes em direção à terra onde habitavam os três Ciclopes.
Chegando a terra firme, os três homens o esperavam e agarrando o Touro, o levaram para longe de Hércules, para o Templo do Senhor, no interior da cidade dos homens de um só olho.
Taurus, o Touro – signo da Terra
(como também o são Virgem e Capricórnio)
Qualidades:
Para a grande massa dos homens - Desejo.
Para o discípulo - Vontade ou propósito dirigido.
Oposto Polar: Escorpião, signo da Água (completo da dualidade; desejo superado; discipulado triunfante)
Regentes:
Exotérico – Vênus.
Esotérico – Vulcano.
Este trabalho representa o início do trabalho do já iniciado no Plano Mental. Expressa a relação entre dois pólos, o positivo e o negativo, entre o “Eu” e o “NãoEu”, entre o Espírito e a Matéria, entre o Macho e a Fêmea, e a estabilidade, ou equilíbrio, entre as mesmas. É a prova da sexualidade e da sensualidade.
A difícil tarefa do correto uso das forças sexuais, é representada nesta segunda tarefa. Para Hércules, o Touro representava o desejo animal. Se reconhecermos as funções físicas como uma herança divina e atentarmos para seu correto uso para benefício próprio e da grande família humana, veremos um novo impulso motivador subjacente à conduta humana no que diz respeito ao sexo.
O uso correto da função sexual, permitindo a troca energética entre dois seres que as amam, a continuidade da família humana e a provisão de corpos por meio dos quais as Almas alcançam os veículos necessários para seu progresso, permitirão eliminar a paixão, a luxúria, a auto-satisfação, a doença e inúmeros problemas psíquicos de nosso planeta.
A matéria não será mais prostituída pelo desejo egoísta, e relacionamento entre os sexos será governado pela compreensão dos propósitos divinos e pela habilidade em sua utilização.
Os textos esotéricos e espiritualistas em geral, são claros em definir que o Homem pode ser puro, no verdadeiro aspecto espiritual e, ao mesmo tempo, casar e constituir família.
São contrários, sim, às práticas ritualísticas que levam, eventualmente, às orgias sexuais, ou mesmo às práticas egoísticas individuais que levam o Homem ao orgasmo espúrio e irresponsável, fruto do domínio e exigência do seu “eu inferior”, senhor da forma e da ilusão.
Por outro lado, de nada vale um controle sexual físico e uma mente deturpada ativa, constantemente envolta em sonhos e imagens de uma vida desregrada de sensualidade e volúpia. As “éguas antropófagas” também representam estas distorções.
As formas-pensamentos continuam a serem geradas.
Todo aspirante à Luz tem no sexo um problema real a enfrentar. Quando a mente de um Homem está totalmente voltada para o sexo e vive, principalmente, para satisfazer um desejo carnal, quando se vê impotente para resistir ao apelo do sexo oposto, demonstra ser vítima do aspecto mais inferior de sua natureza, o animal – o Touro, e é por ele controlado.
Até o celibato é questionado, quando fruto de um pensamento extremo de uma Alma despreparada para tanto.
Esta opção fundamenta-se em reencarnações missionárias, ou pré-planejadas individuais, onde a Alma, preparada para tal, busca conquistas diferentes do desejo egoísta e pessoal, ou de extremos patrocinados pelo fanatismo e desconhecimento.
Um sacrifício a benefício da coletividade, o mais puro altruísmo. Desta tarefa aprende-se a lição da proporção. A fortaleza para executar a tarefa árdua e a disposição para executar a tarefa que não esteja além de nossas possibilidades.
No plano criativo, o impulso-pensamento é seguido pelo desejo. Alcançada a “consciência”, característica do uso da Razão, ou uso do Mental, segue-se a “sensibilidade”. É desta etapa que trata o segundo trabalho. A chave do trabalho em Touro é a correta compreensão da Lei de Atração, e o correto uso e controle da matéria.
O primeiro teste é a intensidade de sua natureza animal e as razões de sua utilização; o segundo, a atração que a vida material pode exercer sobre ele.
A matéria e o sexo são apenas dois aspectos de uma mesma força, uma manifestando-se no Plano Físico, e a outra no Plano Astral, no campo do desejo emocional. Minos, Rei de Creta, o dono do Touro Sagrado, possuía também o labirinto no qual o Minotauro vivia.
O labirinto, sempre foi o símbolo dos atalhos que levam a lugar nenhum da vida material; indica algo confuso, que desorienta e ilude, tal qual o faz a vida física.
O Touro representa o desejo animal. Portanto, a ilha de Creta (a vida física), o labirinto (as armadilhas da vida física) e o Touro (o desejo), são importantes símbolos da “Grande Ilusão”.
A luz em sua fronte, a representação da Alma sempre a guiar o candidato no labirinto das ilusões. Nos antigos ensinos esotéricos, montar um animal significa controlá-lo. Hercules não sacrificou o Touro, ele o montou e dirigiu – o desejo dominado e dirigido pelo Homem.
O continente representa o grupo humano em que somos levados a reencarnar a cada vida. “Mente limpa e coração puro, corpo físico corretamente organizado e usado, em conformidade com as leis do país no qual seu destino o colocou, máxima consideração pelo bem-estar daqueles a quem está ligado, e uma vida de serviços amorosos: estes constituem os ideais do aspirante”.
As três constelações relacionadas com Touro são Orion, Erídano e Áuriga. Orion significa literalmente “explodir na Luz”. Seu nome antigo era “Os três Reis”, devido às três estrelas encontradas no Cinturão de Orion.
Elas representam os três aspectos da Divindade: Vontade, Amor e Inteligência, as três Energias, ou Raios, iniciais da manifestação de Deus.
Erídano é a segunda constelação, um rio de estrelas que corre sob os pés de Orion. Significa “Rio do Juiz”, e é o símbolo do rio da vida que leva as Almas à reencarnação. A constelação de Áuriga é a condutora da carruagem que conduz a novas terras. Desta forma, temos Orion simbolizando o Espírito, Erídano a reencarnação, e Áuriga a Alma.
Quando a Alma cavalga a forma, dominado-a e conduzindo-a, conhecerá suas corretas obrigações. Reconhecerá a relação que deverá ter com outros seres humanos, quer seja como marido ou mulher, pai ou mãe, irmão ou irmão, amigo ou companheiro.
Com o correto uso de sua vida física, de suas realidades e energia espiritual, a Alma agirá como fator controlar da vida, e seu corpo todo se encherá de Luz.
A belíssima representação que aqui encontramos é de que Hércules não era apenas o caçador, mas o próprio Touro em sua natureza inferior, e os Cíclopes em sua natureza superior.
O Ciclope Bontes, o Trovão ou Som Criativo, é o símbolo do primeiro aspecto de Deus, o Pai que falou.
Esterope, significando Relâmpago ou Luz, representando o segundo aspecto, simboliza a Alma.
Arges, simbolizando o terceiro aspecto, a Atividade Turbilhonante, se expressa na intensa atividade da vida no Plano Físico. Quando o Touro do desejo é entregue aos Cíclopes, ao iniciado com um olho só, que ele mesmo, sua Alma, os três aspectos divinos que lhes são natos, começarão a se manifestar.
O segundo trabalho de Hércules estava consumado.
Este também deve ser o segundo grande trabalho do iniciado maçom. Deus, Pátria e Família são os princípios básicos de nossa confraria.
O terceiro trabalho foi buscar “Os pomos de ouro de Hespérides”. Signo - Gêmeos.
Em uma longínqua região crescia a árvore sagrada, a Árvore da Sabedoria, que produzia as maçãs de ouro de Hespérides. A fama destes doces frutos alcançara terras distantes, e eram desejados por todos os filhos do Homem que se reconheciam igualmente como filhos de Deus. Sendo os frutos da Árvore da Sabedoria guardada por três belas donzelas que, por sua vez eram protegidas por um dragão de cem cabeças, Hércules foi orientado por seu Instrutor em apenas dois detalhes: em primeiro lugar, precaverse de forças grandes demais para suas forças e das astúcias demasiadamente sutis para sua compreensão e, em segundo, que cinco grandes provas fazem deste “Caminho”. Indo em direção norte, percorreu todas as terras, perguntando a todos que encontrava, onde poderia encontrar a árvore dos pomos sem, no entanto, alcançar sucesso. O tempo passava e ele continuava procurando, às vezes voltando sobre seus próprios passos. Seu Mestre observando suas dificuldades enviou Nereu para auxiliá-lo. Vezes sem conta o emissário dele se aproximou, com diferentes formas e palavras, buscou orientá-lo, sem sucesso. Hércules não reconheceu a sutil ajuda e Nereu retornou comunicando seu fracasso. Esta foi a primeira das cinco provas, para a qual o herói fracassara. Mas a luta continuou. Voltou-se, então para o Sul, no lugar da escuridão, e continuou sua busca, quando Anteu, a serpente, surgiu em seu caminho enfrentando-o em diversas lutas, sempre o vencendo a cada investida. Supondo que a mesma fosse a guardião da árvore, entendeu que deveria vencê-la a qualquer custo, se desejasse cumprir sua tarefa. Usando de toda sua força em uma batalha desesperada, levantando-a no ar, conseguiu vencê-la, quando então, a serpente que dele se afastou, não antes de prometer voltar na oitava prova, onde se enfrentariam novamente. Esta era sua segunda prova, da qual saiu vitorioso.
Nada encontrando nos caminhos do Sul, voltou-se ao ocidente em busca do cumprimento de sua tarefa. Neste caminho encontrou com Busiris, grande arquienganador, filhos das águas, parente próximo de Poseidon, cujo trabalho era trazer a ilusão aos filhos do Homem, através de palavras de aparente sabedoria.
Com belas palavras, aparentando verdadeiras, e colocando-se como único caminho para a Sabedoria, convenceu Hércules a ele se unir, enfraquecendo na sua busca anterior a tal ponto, que não mais procurou a árvore sagrada. Amava Busiris a tal ponto, que aceitava tudo que dizia.
Tornou-se cada vez mais fraco, até que seu Mestre o amarrou a um altar e lá o manteve preso por um ano. Descobrindo aos poucos quem era seu tirano, e lembrando-se das palavras de Nereu: “No seu interior há um poder mais elevado, força e sabedoria. Volta-te para teu interior e evoca a força que existe, o poder que é a herança de todos os homens que são filhos de Deus”, alcançou a força necessária para libertar-se, aprisionando, em seguida, o falso Mestre em seu lugar. Assim venceu a terceira grande prova. Percorreu, então, longas distâncias sem rumo certo e, agora amadurecido pelo sofrimento vivido em seu ano de prisão, seguia sua busca com mais sabedoria. Surpreendido por gritos agônicos, defrontou-se com a cena de Prometeu preso em uma rocha, com abutres a devorar seu fígado. Vacilando entre socorrer ou não o prisioneiro em seu sofrimento, temendo perder mais tempo em sua busca além do ano que já passara acorrentado, cedeu aos novos gritos ouvidos, partindo para sua libertação, matou os abutres e cuidou dos ferimentos até sua cura. Após longa demora, partiu novamente em sua tarefa. Sem o saber, além de não retardar sua viagem, venceu a quarta prova, pois, a regra que acelera todo o sucesso na “Senda” é “Aprende a servir”.
Depois de longo tempo, ouviu rumores sobre a árvore que busca em uma montanha do leste, e para lá se dirigiu. Vendo-a ao longe e já antevendo sua vitória, foi surpreendido por outra cena que lhe trouxe profunda tristeza. À sua frente estava Atlas, cambaleando sob o peso do mundo em suas costas, com a face expressando extrema agonia, com seus membros vergados pela dor, em expressivo silêncio. Não pedia auxílio...
Apenas cumpria penosamente seu trabalho. Esquecendo sua tarefa, sem qualquer outro pensamento, correu para Atlas retirando de suas costas a carga do mundo para aliviá-lo, e a transferiu para as suas, suportando-a sozinho. Repentinamente a carga desapareceu, e viu-se livre como Atlas. Este, diante dele, com as mãos estendidas em gesto de amor, oferecia-lhe as maçãs de ouro. Era o fim de sua busca.
Em seguida, as três irmãs surgiram e lhe trouxeram outras maçãs douradas, que também as depositaram em suas mãos.
Aegle, a bela virgem disse-lhe ao entregar a maçã: “o „Caminho‟ que traz a nós é sempre marcado pelo serviço. Atos de amor são sinalizações do „Caminho‟.” Eritéia, a guardiã do portão que todos devem cruzar antes de se apresentarem a sós diante do “Grande Ser que tudo Preside”, entregou-lhe uma maçã na qual estava inscrita em luz a palavra SERVIÇO. Por último, Héspero, a maravilha da estrela vespertina, lhe falou amorosamente: “Vai e serve, e a partir de hoje e para sempre, palmilha o caminho de todos os servidores do mundo”. “Então devolvo estas maçãs para aqueles que virão”, disse Hércules. O signo de Gêmeos é o principal relacionado com o trabalho ativo do candidato ao Iniciado no plano físico, à proporção que ele chega a uma compreensão de si mesmo. Mas, antes que este trabalho ativo se torne possível, é obrigatório haver um ciclo de pensamento interior e de anseio místico.
Tal é o tema deste trabalho de Hércules.
Gemini, os Gêmeos
Signo do Ar (como também o são Libra e Aquário).
Qualidade: Amor e Sabedoria. Fluidez. Qualidade. Controle de cada par de opostos. O subjacente amor divino alcança nosso sistema solar através de Gêmeos.
Oposto Polar: Sagitário. Um signo do Fogo (unidirecionalidade; preparação para a iniciação).
Regentes:
Exotérico – Mercúrio.
Esotérico – Vênus.
Ao definir apenas a necessária conquista das maçãs e os cuidados a ser tomado, seu Mestre não lhe deu, propositadamente, o local específico onde encontrá-la. Por essa razão teve de percorrer o mundo de norte a sul, leste a oeste, até encontrar Nereu que, em um de seus múltiplos disfarces, indicou-lhe o caminho do Sul. Na simbologia esotérica, o Sul representa o retorno ao Mundo físico, da mesma forma que o Norte ao do Espírito. É neste plano que qualquer candidato ao discipulado, deve lutar para vencer a ilusão e a miragem do Mundo das Formas, ou em outras palavras, não se deixar iludir com os aspectos da fascinação material e do psiquismo inferior. A chamada “miragem” é a representação das aparências, do engodo, assim como a terra – Géia – é sua representação mitológica. Seu primeiro embate simbólico com a fascinação material se deu com a figura de Anteu, aqui representado por uma serpente (em outras oportunidades na literatura grega citado como um gigante, filho de Poseidon, deus das águas, e de Géia, a terra, que era invencível enquanto em contato com sua mãe), que somente foi derrotado quando erguido ao ar, momento em que perdeu sua força.
E Gêmeos é o símbolo do ar.
No entanto, após vencer a primeira ilusão material, outra miragem cruza o caminho do herói, representada agora na figura mitológica de Busiris, outro filho de Poseidon, agora com uma mulher mortal comum.
Ele se apresentava com um grande mestre, afirmando-se portador de grandes talento e sabedoria, depositário da verdade, capaz de conduzi-lo à Luz.
Deixando-se vencer por suas palavras, cedeu aos seus encantos, até deixar-se dominar por completo. Mas, recordando-se dos conselhos de Nereu, e cansado de sua prisão, consegue libertar-se após muitos esforços, acorrentando Busiris no mesmo altar onde estivera preso.
É no Plano Físico, ou seja, no Corpo Material, que a prova do trabalho de realização e de obtenção das maçãs de ouro da Sabedoria para o aspirante sincero tem lugar. “Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os fatos da vida espiritual, esforços espasmódicos para a autodisciplina, oração e meditação, precedem quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço”.
O lugar onde se obtém a experiência e onde as causas que foram iniciadas no mundo mental têm que se manifestar é na matéria.
É o lugar, portanto, onde o Conhecimento é obtido, e onde deve se transmutar em Sabedoria, pois ela, a Sabedoria, é o onisciente e sintético conhecimento da Alma. Compreensão é a aplicação do Conhecimento sob a luz da Sabedoria aos problemas da vida e à conquista de seu objetivo. Unificar a Alma ao Corpo, de tal forma que a dualidade de lugar à unidade, é a grande tarefa a se realizar no terceiro trabalho hercúleo. A unificação do “eu inferior” com o “eu superior”, do aspecto mortal e imortal, é o objetivo e a grande luta de todo aspirante. Gêmeos é o signo da dualidade e de sua qualidade mental. Isto se enfatiza na história de Hércules, quando é influenciado por dois professores: Nereu, o instrutor superior (ou Alma) e Busiris, seu instrutor inferior (sua Razão). Há em Gêmeos, duas estrelas denominadas de Castor e Pólux, ou os Gêmeos. Elas personificam dois grupos principais de estrelas, as Sete Plêiades e as Sete Estrelas de Ursa Maior, que são duas constelações no norte, ao redor das quais nosso universo parece girar.
Esotericamente considera-se que esses dois grupos de estrelas representam Deus, o macrocosmo, enquanto que, em Gêmeos, Castor e Pólux simbolizam o Homem, o microcosmo.
Estas estrelas também são chamadas de “Apolo” e “Hércules”, a primeira significando “o Governante”, e a segunda “aquele que vem trabalhar”.
Representam os dois aspectos da natureza do homem, a Alma e a Personalidade, o homem espiritual e o ser humano através do qual aquela entidade espiritual está atuando.
Considerava-se Castor o símbolo do mortal e Pólux do imortal.
Por estranha coincidência, a astronomia registra o fato de a estrela Castor está perdendo seu brilho, não mais apresentando a mesma luz de vários séculos atrás; Pólux - o irmão imortal – cresce em brilho ofuscando seu irmão mortal. Isto simboliza a crescente potência da vida espiritual e do decrescente poder do eu - pessoal. “A dualidade enfatizada no signo de Gêmeos percorre um grande número de histórias mitológicas.
Deparamos com os mesmos irmãos em Romulo e Remo, por exemplo, e em Caim e Abel: um irmão morrendo e outro vivendo.
Vemos o símbolo astrológico de Gêmeos nos dois pilares da Maçonaria e muitos acreditam que, se tivéssemos poder para acompanhá-la, a tradição maçônica poderia ser rastreada até aquele período anterior à era de Touro, quando o sol estava em Gêmeos, e até aquele grande ciclo no qual a raça lemuriana – a primeira raça estritamente humana – veio à existência onde o aspecto mente começou a emergir e a dualidade do homem tornou-se um fato na natureza”.
“A raça humana foi a terceira raça; e este trabalho que simbolicamente Hércules executou, é o terceiro. Era a Alma que ele buscava, e tem sido sempre a não-reconhecida busca do ser humano até que ele se reconheça como Hércules, e comece a se concentrar na busca das maçãs de ouro da instrução e sabedoria.
Assim, na tradição maçônica, está exemplificada a busca da família humana: a busca da Luz, a busca da Unidade, a busca da Divindade.
Os dois pilares – Boaz e Jachin – permanecem como símbolo dessa unidade”.
Gêmeos é predominantemente o signo do intelecto, e tem sobre a raça ariana especial efeito vital, desenvolvendo a faculdade da mente e do intelecto continuamente. Tem influência diretamente nos assuntos que dizem respeito às relações humanas, governando todos os aspectos da educação; lida com o conhecimento, as ciências e lança as bases para a sabedoria, além de representar “a relação entre” a dualidade.
No terceiro trabalho,
Hércules recebeu uma importante revelação e, nas cinco etapas de sua busca, sua educação foi desenvolvida. As três constelações em conexão com Gêmeos são Lepus, a Lebre, Canis Major, o Cão Maior, e Canis Minor, o Cão Menor. Em Canis Major, o Mastim do Céu, encontramos Sírio, a Estrela do Cão, também conhecida na antiguidade como “a líder de todas as hostes celestiais”, com brilho dez ou doze vezes maior do que qualquer outra estrela de primeira grandeza; é o símbolo da Alma Universal, tanto quanto da Alma individual.
É considerada a estrela da Iniciação.
Em Canis Minor, “o pobre coitado” ou o homem na encarnação física, sua principal estrela significa “a redentora”, e a segunda, “a carregadora de fardos” ou “a que carrega o fardo dos outros”, significando estes dois nomes o exemplo de Hércules, ao trabalhar por sua própria salvação, ao carregar o fardo de atlas, além de aprender o significado de “Servir”. Lupus, em associação com estas duas constelações, contém uma estrela de coloração escarlate, quase uma gota de sangue, denominada por alguns de Bashtibeki, que significa “caindo em confusão”.
Vermelho é sempre o símbolo do desejo das coisas materiais.
Caracteriza o “eu - inferior”, eternamente caçado pelo “eu - superior”; a Alma humana perseguida pelo Mastim do Céu.
Toda esta história significa, realmente, a primeira lição que todos os aspirantes têm que aprender a dominar o que é impossível sem haver passado pelas provas em Carneiro e Touro.
Então, no Plano Físico, no campo do cérebro e em consciência vigil, o discípulo tem que registrar o contato com a Alma e reconhecer-lhe as qualidades.
A grande lição resume-se no fato de que os candidatos não podem se esquecer, que não basta mais ser um visionário místico, mas há que somar à realização mística o conhecimento oculto da realidade.
O conhecimento adquirido que lhe permite compreender melhor a Criação, um sincero desejo do Bem, o caráter refinado e uma pureza de intenções, sem o serviço ao próximo, com o esquecimento de si próprio, de nada valem no progresso espiritual do iniciado.
“Quando os aspirantes no campo religioso e na Igreja, no campo teosófico, no campo rosacruciano, e nos muitos grupos em torno do qual gravita, tiverem aprendido a esquecerem de si mesmos no serviço, deixarem para trás o seu egoísmo espiritual e passarem a ajudar a humanidade, haverá uma muito mais rápida reunião de iniciados atravessando o portão do Caminho que conduz das trevas à Luz, e da irrealidade à Realidade”.
Como todos que buscam com sinceridade, Hércules libertou-se do mundo da miragem psíquica pseudo-espiritual, e começou a servir.
Inicialmente se libertou dos “abutres” do passado, do desejo que tanto tempo o torturava.
O Plexo Solar, o estômago e o fígado são as exteriorizações da natureza do desejo. Deixou de ser egoísta e de satisfazer a si mesmo.
No signo de Gêmeos recebeu duas difíceis lições e, sob o signo de Prometeu, que significa “o Deus encarnado” ou “o Deus Interno”, pode seguir para o serviço do mundo e aliviar Atlas de seu fardo. Do sacrifício vem a recompensa; para sua surpresa depois que libertou Prometeu do altar onde fora aprisionado (deixando seu “eu - inferior” em seu lugar), e Atlas, abandonando sua busca em troca de ajudar o mundo (colocando-o em suas próprias costas) recebeu as maçãs de ouro, e foi colocado em contato com as três belas virgens, ou os três aspectos da Alma.
“Ao dar início ao seu trabalho ele (Hércules) faz contato com sua Alma, simbolizada como Nereu; ao término do trabalho, tendo vencido muitas miragens, ele conquista uma visão muito ampliada de sua Alma, vencendo-a em seus três aspectos, cada um contendo em si a potência dos três princípios da divindade. Aegle simboliza a glória da vida e o esplendor do sol poente; a magnificência da manifestação no plano físico. Ela oferece uma maçã a Hércules e diz-lhe: “O caminho até nós é sempre através de atos de amor”. Eritéia guarda o portão da Alma, que é sempre aberta pelo Amor-Sabedoria, e dá a Hércules outra maçã, na qual está inscrita em ouro a palavra SERVIÇO. Héspero, a estrela vespertina, a estrela da iniciação, personifica a Vontade.
Ela diz a Hércules: “palmilha o Caminho.
Corpo, Alma e Espírito; Inteligência, Amor e Vontade, visualizados e contatados pelo aspirante desprendido por meio do SERVIÇO ao próximo, a verdadeira FRATERNIDADE.
O quarto trabalho do herói foi “A captura do Cervo Dourado”.
Signo – Câncer.
Determina o grande Ser Que Presidia: ”Submetei-o (Hércules) a uma prova que exija dele a mais sábia escolha. Envie-o a trabalhar num campo onde ele precise decidir qual a voz, entre todas as muitas vozes, que despertará a obediência de seu coração. Submetei-o a uma prova que também seja de grande simplicidade no plano exterior, e ainda assim uma prova que desperte, no lado interno da vida, a plenitude se sua sabedoria e a correção de seu poder de escolha. Que ele dê início à quarta prova”. Segundo descreve a lenda, nosso herói postou-se diante dos pilares do portal e vislumbrou bela paisagem onde, no horizonte, erguia-se o Templo e Santuário do Deus-Sol. Em uma colina próxima percebeu a presença de um esguio cervo de galhada dourada que o motivou o impulso de caçá-lo.
Neste momento a deusa Ártemis fala-lhe aos ouvidos, como a dona do animal. Em seguida, surge Diana, a caçadora, surge diante à sua frente, avocando para si o direito de propriedade do cervo. Surpreso, Hércules, entre as colunas do Portal, escutava e ouvia a disputa entre as deusas, sem saber o porquê, quando uma terceira voz lhe fala aos ouvidos: “A corça não pertence a nenhuma das duas donzelas, oh Hércules, mas sim ao Deus cujo santuário podes ver sobre aquele monte distante. Salva-a, e leva-a para a segurança do santuário, e deixa-a lá.
Coisa simples de se fazer, oh filho do homem, contudo (e reflete bem sobre as minhas palavras) sendo tu um filho de Deus, deves ir à sua procura e agarrar a corça. Vai”.
Durante todo um ano o herói seguiu o animal por toda a parte, sem sucesso. Captava rápidos vislumbres de sua forma e, ao tentar capturá-la, facilmente desaparecia nas densas matas. À distância, as deusas em disputa, que a tudo observavam, e sempre que podiam iludiam a Hércules, procurando anular seu esforço. Incansável, procurava o animal por diferentes lugares, até que certo dia a encontrou à margem de tranqüila lagoa repousando, exausta pela fuga.
Com uma flecha certeira, feriu-a no pé, imobilizando-a. Tomou-a nos braços, e de encontro com seu coração, exclamou: “A corça é minha!”. Novamente, a voz autoritária lhe fala: “Não, não é, oh Hércules. A corça não pertence a um filho do homem, mesmo embora sendo um filho de Deus. Carrega a corça para aquele distante santuário onde habitam os filhos de Deus e deixa-a lá com eles”. “Por que tem que ser assim, oh Mestre? A corça é minha, porque muito peregrinei à sua procura, e uma vez minha, porque a carrego junto ao coração”. “E não és tu um filho de Deus, embora um filho do homem? E não é o santuário também sua morada? E não compartilhas tu da vida de todos aqueles que lá habitam?
Leva para o santuário de Deus a corça sagrada, e deixa-a lá, oh filho de Deus”. Artemis e Diana questionavam ao Deus-Sol o direito posse de Hércules sobre o animal e, apenas Diana foi autorizada a adentrar ao templo, e observando a corça deitada diante do altar, aparentando morta, com tristeza falou: “Mas se seu espírito permanece contigo, oh grande Apolo, nobre filho de Deus, então sabes que a corça está morta. A corça está morta pelo homem que é um filho do homem, embora seja um filho de Deus.
Por que ele pode passar dentro do santuário enquanto nós esperamos pela corça La fora?” “Porque ele carregou a corça em seus braços, junto ao coração, e a corça encontra repouso em lugar segura, e também o homem. Todos os homens são meus. A corça é igualmente minha; não vossa, nem do homem, mas minha”. Com sua missão cumprida, e retornando aos pilares do portal, é Hércules estimulado a olhar as colinas que deixava, vislumbrando em elevação próxima, a corça liberta. Questionando a razão do fato, ouviu: “Muitas e muitas vezes precisam todos os filhos do homem, que são filhos de Deus, sair em busca da corça de cornos de ouro e carregá-la para o lugar sagrado; muitas e muitas vezes”. “O quarto trabalho está terminado, e devido à natureza da prova e devida à natureza da corça, a busca tem que ser freqüente. Não te esqueça disto; medita sobre a lição aprendida”.
Câncer, o Caranguejo.
Elemento: signo da Água (como também o são Escorpião e Peixes). Qualidade: Sensibilidade da massa; para o homem comum, identificação da massa com a forma; para o discípulo, serviço à massa.
Oposto Polar: Capricórnio, um signo da terra (conscientização espiritual após a luta; lugar de nascimento do Cristo) Câncer é considerado o último dos quatro signos preparatórios, seja no que se refere à descida da Alma para a matéria, ou seja, a ascensão do aspirante à medida que se esforça para subir do reino humano para o reino espiritual Equipado com a faculdade da mente em Carneiro, com o desejo em Touro, com a compreensão de sua dualidade essencial em Gêmeos, o ser humano encarnado entra, através do nascimento, no reino humano.
Para o candidato ao iniciato, é nestes quatro signos que ele prepara seu equipamento e aprende a utilizá-lo.
Em Carneiro, apossa-se de sua mente e aprende submetê-la à sua vontade, aprendendo o controle mental; em Touro, “a mãe da iluminação”, conquista o primeiro lampejo da Luz espiritual, cujo brilho cresce progressivamente à medida que se aproxima de sua meta.
Em Gêmeos, conquista a percepção dos dois aspectos de sua natureza, consciente de sua imortalidade, começa a crescer à custa do mortal.
Em Caranguejo, ele tem seu primeiro contato com aquele sentido mais universal que é o aspecto superior da consciência da massa.
Equipado, pois, com uma mente controlada, com uma capacidade para registrar a iluminação, habilidade para estabelecer contato com seu aspecto imortal e reconhecer intuitivamente o reino do Espírito, ele está agora pronto para o trabalho maior.
É quando o iniciado começa a vivenciar o verdadeiro sentido da Fraternidade. A corça simboliza a “Intuição”, processo final da transmutação do “Instinto”, cujo estágio intermediário é o “Intelecto”. Estas três palavras – Instinto, Intelecto e Intuição – resumem a auto-percepção objetiva ou do aspecto consciente do ser humano em evolução. Ainda que o signo em estudo seja o do Instinto, a sublimação do Instinto é a Intuição. O Intelecto representa a conquista cultural que se adquire em diferentes momentos da vida, e que, após a devida seleção, devem nos encaminhar ao desenvolvimento interior. A grande necessidade a que este trabalho de Hércules se refere, é a necessidade de desenvolver a intuição e familiarizar-se com aquele reconhecimento instantâneo da Verdade e da Realidade que é a alta prerrogativa e o potente fator na vida de um liberto iniciado.
Pode-se resgatar o seguinte ensinamento neste trabalho: “O aspirante não obtém o sucesso até que tenha transmutado instinto em intuição, nem há uso correto do intelecto enquanto a intuição não está presente para interpretar e ampliar o intelecto e produzir a realização. Então, o instinto está subordinado a ambos”.
Câncer, o Caranguejo, simboliza as limitações de toda encarnação física. É o portão para o mundo das formas, para a vida material, e o signo onde a dualidade “Forma e Alma” são unificadas no corpo de carne. “O signo oposto a Caranguejo é Capricórnio, e esses dois constituem os dois portões, sendo um, o portão para a vida da forma e outro, o portão para a vida espiritual; um abrindo a porta para a forma da massa da família humana, e o outro para o estado de consciência universal, que é o reino do Espírito.
Um marca o começo da experiência da experiência humana no plano físico, o outro marca seu clímax. Um significa potencialidade, e o outro, a consumação”.
Resumindo, em Câncer, a Alma desce à terra para unir-se ao corpo, o que constitui sua morte espiritual; em Capricórnio, o “Portão dos Deuses”, ela reascende ao céu.
No novo testamento há um relato que pode representar esta simbologia, quando Jesus dá a Pedro a chave do céu e da terra, as chaves dos dois principais portões zodiacais, os pontos solsticiais de Caranguejo e Capricórnio, também chamados de “os Portões do Sol”, ou o “Portão dos Deuses”.
O Caranguejo vive tanto na água como na terra. Por essa razão simboliza a Alma restrita ao corpo físico, mas vivendo predominantemente sua natureza emocional, suas sensações, cuja representação simbólica é a água.
Esotericamente, Câncer é regido pela Lua, a eterna mãe da forma, que controla as águas e marés.
A conhecida “Cruz do Iniciado”, ou “Cruz Cardinal”, tem em Câncer um de seus braços.
Outro braço é Áries, o símbolo do começo, do início, da vida subjetiva, do estágio pré-natal, ou involução, e também do primeiro passo, seja para assumir a forma, seja para a libertação espiritual.
O terceiro braço é Libra, ou Balança, “a escolha entre...”, “o começo da caminhada...” Capricórnio é o quarto braço, outra vez o nascimento, o nascimento do “salvador do mundo”, nascimento para o mundo espiritual, nascimento que leva para fora do mundo da matéria, para o mundo do “ser”. Involução, encarnação, expressão e inspiração, são as quatros palavras que expressam a história da “Cruz Cardinal”.
Na verdade, é história do Espírito da sua criação, descida nos diferentes Reinos, ascensão e libertação do ciclo das encarnações.
Não há estrelas ou constelações que se destaquem no signo de Câncer.
Com as oitenta e três estrelas que a compõe, sendo a mais brilhante de terceira magnitude, é exatamente em seu centro que encontramos um aglomerado maior denominado de “Presépio, a manjedoura”, também denominada de “Colméia”.
Esta designação simboliza a organização coletiva da família humana, uma das razões pela qual Caranguejo é considerado um signo de massa; é o instinto que rege a massa, razão pela qual é considerado o signo do instinto, da vida em manada, da reação em massa.
Representa a mente subconsciente, o instinto hereditário e a imaginação coletiva.
O homem comum deste signo está imerso na massa e é uma parte inconsciente do todo, porém, tanto o homem comum como o candidato a iniciado que está executando o trabalho deste signo, está sujeito ao impulso para destacar-se da massa a qual está preso pelo “Instinto”, e desenvolver a “Intuição” que lhe permitirá erguer-se acima dela. O contraste entre Câncer e Capricórnio está em que, o que é iniciado em primeiro, se consuma no segundo.
O portal de Câncer é atravessado pela transferência do estado animal de consciência para o humano, ao passo que, em Capricórnio, é atravessado através da Iniciação. “Um processo é inevitável, subconsciente e potencial (do estado animal para o humano); o outro é auto-iniciado, autoconsciente e potente. Caranguejo representa a forma da massa, a alma coletiva animal; Capricórnio representa o grupo, a Alma Universal”.
O mais interessante, é que o símbolo astrológico de Câncer não possui relação com o Caranguejo, pois é formado por duas “caudas de asnos”.
Próximas desta constelação há duas brilhantes estrelas: uma denominada Asellus Borealis, o asno do norte, e a outra Asellus Australis, ou o asno do sul. Coincidentemente, ligados à história de Jesus, observamos a menção de dois asnos: o primeiro que transportou Maria até Belém, e o segundo que a levou ao Egito, após o nascimento do menino.
Há o relato de um terceiro asno, para o qual não se vincula qualquer astro, que transportou o Cristo em sua entrada triunfal em Jerusalém, no Domingo de Ramos.
O nascimento de Jesus, arbitrariamente estabelecido em dezembro vincula seu nascimento em Capricórnio, porém, em Câncer foi originalmente o signo de nascimento do Mestre, pois, em tempos remotos, o nascimento dos infantes deuses do sol acontecia neste signo.
A manjedoura, o berço de Jesus, é encontrada no signo do solstício do Caranguejo, chamada de “o Portão do Sol”, através do qual se dizia que as Almas desciam do seu lar celestial para a terra, assim como no solstício de do inverno retornavam à origem no outro “Portão do Sol”, a constelação de Capricórnio. Vinculam-se com signo de Caranguejo três constelações: Ursa Maior, Ursa Menor e Argos.
Em alguns textos esotéricos antigos do Oriente, as duas primeiras constelações são também conhecidas como ”aprisco”, “rebanho de ovelhas”, “os carneiros” ou “o navio”.
O simbolismo destas duas constelações nos dá a massa ou grupo, influência decisiva do trabalho levado a efeito no signo de Câncer.
Em Ursa Maior temos a Estrela Polar, ou a “Estrela do Norte”, símbolo de uma estrela guia que indica ao peregrino o caminho de volta ao lar. Argos, uma das maiores constelações do sistema, conta com sessenta e quatro estrelas, e tem Canopus como a mais brilhante.
Seu simbolismo cobre a vida do aspirante do momento em que encarna até alcançar sua meta.
Que lição simbólica pode-se alcançar neste trabalho?
Apolo, o deus-sol, Artemis, a lua, Diana, a caçadora dos céus, disputavam o mesmo gamo sagrado que Hércules procurava. Como qualquer outra espécie animal o homem traz em si a qualidade do “Instinto”, assim como respostas instintivas ao seu meio ambiente. Em sendo o Instinto a “consciência” da forma e da vida celular, a expressão da matéria estar consciente e alerta, Artemis, a lua, a regente da forma, simboliza a disputa pelo gamo de galhos dourados. Em uma visão mais ampliada, o Instinto animal é tão divino quantas outras qualidades consideradas estritamente espirituais.
O homem, além de animal, é “racional” e, através do que chamamos de “mente”, pode analisar, criticar, e alcançar respostas elaboradas intelectuais através desta faculdade de percepção, ausente nos demais animais.
A sua ascensão à racionalidade lhe permite a evolução do “Instinto” em “Intelecto”.
Através do primeiro, ele toma consciência dos contatos físicos e das condições emocionais e, através do segundo, percebe o mundo do pensamento e das idéias. Diana, a caçadora, simboliza o Intelecto, razão pela qual também disputava o gamo dourado. Quando o homem Hércules alcançou o estágio de percepção instintiva e inteligente, “Euristeu”, a terceira voz, indicou-lhe a existência de outro mundo, ou sentido, a “Intuição”, do qual poderia tornar-se também consciente, mas um mundo que tem seu próprio método de contato e aparelho de resposta.
Durante um ciclo de vida ele caçou,
Não era a corça, ou o “Instinto”, que procurava, tampouco o gamo, ou o “Intelecto”, o objetivo de sua busca. Era algo mais, pelo qual passou um ciclo de vida caçando.
Finalmente o capturou, e levou-o ao templo, onde foi reclamado pelo deus-sol, que reconheceu na corça a “Intuição” espiritual.
Intuição, uma extensão da consciência, um sentido de percepção altamente desenvolvido, que dá ao candidato a visão de novos campos de contato e lhe desvela um novo mundo de ser. “É-nos dito que a batalha continua entre Apolo, o deus-sol, que reconhece na corça a Intuição, Diana, a caçadora dos céus, que nela via o Intelecto, e Ártemis, a lua, que julgava ela fosse apenas o Instinto. As duas deusas reclamantes têm razão, e o problema de todos os discípulos é usar o Instinto corretamente, no seu devido lugar e de modo adequado. Ele tem que aprender a usar o intelecto sob a influência de Diana, a caçadora, a filha do sol, e por meio dele entrar em sintonia com o mundo das idéias e das pesquisas humanas.
Ele tem que aprender a levar essa capacidade que possui para o Templo do Senhor e lá vê-la transmutada em Intuição, e por meio da Intuição tomar consciência das coisas do Espírito e daquelas realidades espirituais que nem o Instinto, nem o Intelecto lhe podem revelar”.
O quinto trabalho foi “A morte do Leão de Neméia”
Signo Leão.
Conta a história que recebeu Hércules sua nova tarefa, que era caçar um grande leão na cidade de Neméia, que devastava seus campos e devorava seus habitantes. O povo viva silenciosamente a portas fechadas, sem semear ou cultivar suas terras. De norte a sul, leste a oeste rondava o leão que, nesta ronda, devorava a todos que encontrava. Seu poderoso rugido era ouvido à noite e a todos apavorava. Devido às suas proezas, Hércules era famoso e por todos evocados na esperança de livrá-los do terrível animal. Incumbido pelos deuses da tarefa, foi agraciado por diferentes armamentos para desempenhá-la. Entendendo, porém, que todas suas armas o tornavam pesado e lento, optou apenas por uma clava por ele confeccionada a partir de uma tenra e verdejante árvore. De lugar a lugar andou a procura do animal, sem sucesso. A maioria dos habitantes de Neméia permanecia fechada em suas casas, porém, alguns poucos se aventuravam a sair, premidos pelo desespero e fome. Jubilavam-se ao encontrar nosso herói, antevendo sua libertação, mas também se espantavam com o reduzido armamento que carregava Diversas eram as informações que colhia sobre o paradeiro do leão, em todas, porém, não o encontrava. Durante longos dias e noites vasculhou o “Caminho”, ouvindo atento, procurando o rugir do animal, enquanto o povo de Neméia permanecia escondido em suas casas.
Repentinamente o encontro aconteceu. Atrás de uma moita escondia-se o leão que, ao avistar Hércules, rugiu furiosamente, fazendo estremecer tudo à sua volta. Hércules permaneceu imóvel. Lançando mão de um arco e desferiu certeira flecha que, ao bater na espádua do animal, caiu sem feri-lo. Lançou outras tantas, também sem sucesso.
O felino rugindo ameaçadoramente começou a avançar em direção do destemido herói que, ao invés de fugir, lançou fora seu arco e passou a correr em sua direção gritando loucamente. Espantado com inusitada reação, o animal estancou e fugiu por entre as moitas da encosta de uma montanha. E a perseguição continuou pela montanha até que, subitamente, o leão desapareceu e não mais foi visto ou ouvido.
Hércules, portando apenas sua clava, parou e atentamente, procurou por todos os lados, de um ponto a outro do estreito caminho que cortava obliquamente a encosta da montanha. De súbito deparou com escura caverna, de onde partiu vigoroso rugido como a alertá-lo do risco de morte que corria. Ainda assim, corajosamente, ali penetrou e a percorreu até sair do outro lado, sem, no entanto, encontrar o animal.
Outra vez ouviu seu rugido, agora em suas costas. Foi quando percebeu que a caverna possuía duas entradas, astutamente usadas pelo leão, na tentativa de surpreendê-lo.
Decidiu, então, por bloqueá-las, encerrando a ambos na escuridão do local.
Finalmente o encontrou e matou, estrangulando-o com suas próprias mãos em furiosa luta. Retirando-lhe a pele, usou-a como prova de sua vitória ao povo que o aguardava de fora da caverna. Retornando ao portal, depositou a pele do animal aos pés de seu Mestre, avocando a permissão de usá-la no lugar da antiga, do primeiro animal por ele morto.
“Mais uma vez, oh Hércules, mataste o leão. Mais uma vez o estrangulaste. O leão e as serpentes têm de ser mortos uma vez mais e mais uma vez. Bom trabalho, meu filho. Vai e descansa em paz entre aqueles que libertastes do medo. Terminaste o quinto trabalho e eu vou dizê-lo ao “Grande Ser Que Preside”, aquele que senta e espera na Câmara do Conselho do senhor. Descansa em paz” ”
E partindo da Câmara do Conselho soou uma voz: „Eu sei‟”.
Leo, o Leão.
Elemento: Signo do Fogo (como também o são Áries e Sagitário). Oposto Polar: Aquário. Um signo do Ar. (Consciência grupal, serviço mundial).
Regentes:
O Sol é tento o regente Exotérico como Esotérico.
Este leão não tem relação com o animal morto em sua juventude (espiritual), antes de desincumbir-se dos trabalhos em estudo, pois, por aquele gesto, demonstrara estar pronto para as provas e treinamento.
Este quinto trabalho tem um significado especial, uma vez que o número cinco, esotericamente, é o número do Homem.
É um filho de Deus, somado ao quaternário que consiste na sua natureza quádrupla inferior: o Corpo Mental, o Corpo Emocional, o Corpo Etéreo e o Corpo Físico.
Nos quatro trabalhos e signos anteriores, estes quatro corpos foram trazidos a um relacionamento maior com a Alma.
Compreendamos melhor o trabalho de um candidato ao inicialato, lembrando que o mesmo, o iniciado, caminha em sentido oposto dos ponteiros do relógio, ou da própria humanidade comum. “Em Carneiro, a Alma tomou para si o tipo de matéria que lhe permitia entrar em relação com o mundo das idéias, revestiu-se de um invólucro mental.
Juntou à individualidade aquelas combinações de substância mental através das quais se pudesse melhor se expressar. E o Homem tornou-se uma Alma pensante.
Em Touro, fez contato com o mundo do desejo, e seguiu-se um processo idêntico. Foram desenvolvidos os meios de contato sensível com o mundo dos sentimentos e da emoção, e o Homem tornou-se uma Alma que sente.
Em Gêmeos, foi construído um novo corpo de energia vital através das energias da Alma e da Matéria, e o Homem tornou-se uma Alma vivente, pois os dois pólos estavam em relação, nascendo, assim, o Corpo Vital ou Etérico.
Em Caranguejo, que é o signo do nascimento físico e da identificação da unidade com a massa, o trabalho da encarnação foi completada e a natureza quádrupla manifestada.
O Homem tornouse um agente vivo, no plano físico.
Mas, é em Leão que o homem se torna o que em termos ocultistas se chama “a Estrela de Cinco Pontas”, pois esta estrela é o símbolo da individualização, da sua humanidade, do ser humano que sabe que é um indivíduo e toma consciência de si mesmo como Eu.
É neste signo que começamos a usar as palavras “eu” e “meu”. Nos textos mais antigos da Sabedoria Eterna oriental, o número cinco é, dentre os demais, o mais oculto e o de mais profundo significado.
Segundo esta mesma Sabedoria Oriental, o grupo de seres celestiais que encarnaram na Terra, manifestaram-se através do quaternário, e deste modo, permitiram ou trouxeram à existência a família humana, formando o quinto grupo de vidas divinas, e que, portanto, reuniam dentro de si mesmos, os atributos duais do universo: o físico e o espiritual.
Tornaram-se, a um só tempo, exotéricos e esotéricos, objetivos e subjetivos. É à Humanidade atual a que se referiam as antigas escrituras.
São os “filhos de Deus encarnados” e é por sua vontade e pleno conhecimento das dificuldades que aqui estão; com o propósito de elevar a matéria aos céus que vieram à existência manifestada.
Esta informação é de profunda importância para o entendimento do número dez (10), considerado o número do Homem perfeito, completamente desenvolvido, que alcançou o equilíbrio entre Espírito e Matéria.
O número cinco (5) é o número em que o Espírito, consciente, ainda não domina a Matéria; é o número do candidato à Libertação. Interessante correlação se pode fazer entre os GG.‟. de Comp.‟. e M.‟. da Maçonaria.
É em Leão que o Homem autoconsciente começa, realmente, seu treinamento para a Iniciação que tanto almeja; é neste signo que encontra as últimas provas do caminho probatório.
Quando o trabalho deste signo termina, inicia-se o treinamento específico da Iniciação, em Capricórnio.
Ele alcançou determinado controle sobre o pensamento em Carneiro, e relativo poder em transmutar o desejo foi alcançado em Touro. A Sabedoria teve seu início, e com ela a parcial distinção entre Conhecimento e Sabedoria em Gêmeos.
A necessidade de transmutar o Instinto e o Intelecto em Intuição foi sua lição em Câncer.
As três constelações associadas ao signo são: Hidra, a serpente, Crater, a taça, e Corvus, o corvo.
As três simbolizam o problema do Homem em busca da Iniciação.
No início de sua jornada, o Homem descobre que tem de beber na “taça” do sofrimento e experiência, vencer a “serpente” da ilusão, e a “ave de rapina” tem que eliminar a Hidra.
Hidra é a constelação que se estende por mais de cem graus, abaixo das três constelações: Câncer, Leão e Virgem.
Em Escorpião, esta serpente da matéria, ou da ilusão, com a qual a Alma se identifica por tão longo tempo, é finalmente vencida. Hidra tem sessenta estrelas e, novamente, depara-se com significativo número, pois seis (6) é o número da mente, do trabalho criativo da Mente Universal, e também dos seis dias bíblicos da Criação.
No sexto signo, Virgem, tem-se a forma completa. No Livro das Revelações encontramos a informação de que o número da Besta é 666, e Hidra, a serpente, se estende por três constelações e, sendo seu número o seis (6), é três vezes mais potente. Hidra, portanto, simboliza a matéria velando e escondendo a Alma.
O número 6 representa as limitações da natureza do corpo, trabalhando através da forma e utilizando a personalidade. Crater, a taça, possui três estrelas de média grandeza, e outras noventa pequenas.
Outra vez temos o número da matéria, ou do domínio da forma, o número do que é chamado de “apostasia” ou “dar as costas” à Alma.
Esta constelação faz parte de Hidra, pois as estrelas de sua parte inferior formam parte do “corpo” da Hidra.
Em terceiro lugar, temos Corcus, o corvo, que fica sobre a Hidra e a bica. Tem nove (9) estrelas, o número da Iniciação. Esta taça realmente faz parte do corpo da Hidra, pois as estrelas de sua parte inferior também fazem parte do corpo da Serpente, e ambas as constelações as consideram suas.
É a “Taça da Obrigação” em certos antigos rituais maçônicos, e simboliza o beber aquilo que nós mesmos preparamos. “Tal como o homem semeia, assim colherá”.
O pássaro é símbolo antigo de libertação, expresso em diferentes momentos na história do Homem.
O Velho Testamento inicia com um Corvo, e o Novo Testamento com um Pombo, ou seja, a experiência começa no pássaro da matéria e termina com o pássaro do Espírito.
Buscando a síntese, o Leão de Neméia representa essencialmente a personalidade coordenada, dominante, pois todo aspirante tem de ser um indivíduo altamente desenvolvido, com os tríplices aspectos de “eu inferior” fundidos, portanto, potentes além da média.
Tem uma mente ativa, e dela faz uso.
Suas emoções fundidas às suas reações mentais apresentam-se excepcionalmente poderosas. Por esta razão, torna-se excessivamente individual, muitas vezes bastante agressivo, autoconfiante, com uma personalidade difícil em todos os ambientes em que caminha.
Portanto, o aspirante tem de matar o leão de sua personalidade, matar aquilo que ele mesmo criou; o egoísmo, o instinto de auto-preservação tem de dar lugar ao altruísmo, que é, literalmente, a subordinação do ego ao todo. Por essa razão, o Leão de Neméia simboliza a poderosa personalidade, correndo de maneira selvagem, destruindo e ameaçando a paz dos campos.
A caverna bloqueada pode representar o bloqueio dos chakras inferiores, ou bloqueado abertura das emoções pessoais, com isso a morte do personalismo e egoísmo.
A sua confiável clava deixado de lado, para uma luta com suas próprias mãos, simboliza a recusa em continuar a levar uma vida pessoal e egoísta. Em Leão, vemos a mente cósmica expressando-se no indivíduo como a mente racional inferior, e é este aspecto inferior tem que ser sacrificado, e a pequena mente do Homem de vê ser subordinada à mente universal. O problema diante de Hércules era, portanto, o problema do signo: o domínio do “Eu Inferior” e a conquista da sua auto-afirmação individual perante a Eternidade.
O sexto trabalho foi “A tomada do cinturão de Hipólita”
Signo -Virgem.
O grande Ser que Presidia, perguntou ao Mestre que acompanhava a Hércules, estava pronto para nova prova, porém de espécie diferentes das demais, o que por ele foi afirmado.
E então a palavra foi emitida: “Levantate, oh Hércules, e atravessa o sexto portal”. Outra palavra semelhante foi emitida, embora não para Hércules, mas sim, para aqueles que habitavam as costas do grande mar. Eles escutaram e eles ouviram.
Nas costas do grande mar vivia uma grande rainha, que reinava sobre todas as mulheres do mundo então conhecido. Eram suas vassalas e guerreiras ousadas.
Em seu reino não se encontrava nenhum homem. Só as mulheres, reunidas em torno de sua rainha.
No templo da Lua elas adoravam diariamente e lá sacrificavam a Marte, o deus da Guerra.
De volta de sua visita anual aos abrigos dos homens elas chegavam. Nos arredores do templo elas aguardavam a palavra de Hipólita, sua rainha, que estava nos degraus do elevado altar, envergando o cinturão que lhe fora dado por Vênus, a rainha do amor.
Este cinturão era o símbolo da unidade conquistada através da luta, do conflito, da aspiração, um símbolo da maternidade e da sagrada Criança para quem toda a humanidade está verdadeiramente voltada. “Ouvi dizer”, disse ela, “que está a caminho um guerreiro cujo nome é Hércules, um filho do homem e, no entanto, um filho de Deus; a ele devo entregar este cinturão que uso. Deverei entregar obedecer a ordem, oh Amazonas, ou deveremos combater a palavra de Deus?”
E enquanto ouviam suas palavras e refletiam sobre o problema, novamente foi passada a informação, dizendo que ele se havia adiantado e estava lá, esperando fora, esperando para tomar o sagrado cinturão da rainha guerreira.
Hipólita, a rainha guerreira, dirigiu-se ao encontro do filho de Deus, que era igualmente um filho do Homem.
Ele lutou com ela, combateu-a, e não ouviu as palavras sensatas que ela procurava dizer. Arrancou seu cinturão de forma abrupta e violenta.
Ao deparar-se com suas mãos estendidas lhe oferecendo a dádiva, oferecendo o símbolo da unidade e amor, de sacrifício e fé, tomando-o e a feriu, matando a quem lhe dera o dote exigido. Percebeu seu erro e enquanto estava ao lado da rainha agonizante, consternado pelo o que fizera, ouviu seu Mestre dizer: “Meu filho, por que matar aquilo que é necessário, próximo e caro? Por que matar a quem você ama, a doadora de boas dádivas, guardião do que é possível? Por que matar a guardiã da Criança sagrada?
Novamente registramos um fracasso. Novamente você não compreendeu. Ou redimirá esse momento, ou não mais verá minha face”.
O silêncio caiu e Hércules, trazendo o cinturão colado em seu peito, buscou o caminho de casa, deixando as mulheres se lamentando, privadas de liderança e amor.
Na praia, foi surpreendido por um monstro das profundezas trazendo em suas mandíbulas à pobre Hesione.
Seus gritos elevaram-se aos céus, alcançaram e feriram os ouvidos de Hércules, perdido em remorsos e sem saber que caminho seguir. Correu em seu auxílio, porém, era muito tarde: ele já a havia engolido.
Esquecendo-se de si mesmo, nadou em direção do monstro que, ao vê-lo, também o abocanhou.
Descendo pela garganta do animal, Hércules encontrou Hesione em seu estômago, quando a agarrou firmemente com sua mão esquerda, sustentando-a junto a si.
Com sua mão direita armada por espada, abriu caminho no ventre do monstro para fora. Salvando a jovem, equilibrou seu feito anterior de morte.
Pois assim é a vida: um ato de morte, um ato de vida, e assim os filhos do homem, que são filhos de Deus, aprendem a Sabedoria, o equilíbrio e o caminho para andar com Deus.
Chegando ao Portal, falou-lhe o Instrutor: ”O Sexto Trabalho está completo. Você matou aquela que o admirava, todo o desconhecido e todo “o nãoreconhecido” que lhe deu o necessário amor e poder. Você salvou aquela que precisava de você e, assim, novamente os dois são um. Medite novamente sobre os caminhos da vida, refletindo sobre os caminhos da morte. Vá e descanse, meu filho”.
Virgo, a Virgem
Elemento: Signo da Terra (como o são também Touro e Capricórnio).
Qualidade: O serviço ímpar em Virgem é que tanto a Matéria como o Espírito são nutridos, escudando o “Cristo em vós, esperança é de glória”.
Oposto Solar: Peixes. Um signo da Água (a consciência do Cristo revelada como um Salvador Mundial)
Regentes:
Mercúrio, como regente Exotérico;
a Lua, como regente Esotérico.
Há um terceiro regente, Vulcano, encoberto pela Lua.
Afirmam alguns que, sob certos aspectos, Virgem é o mais antigo dos Signos Zodiacais. Através dos tempos, seja como Lilith ou Ísis, Eva ou a Virgem Maria, todas retratam a “Mãe do Mundo”, mas é Maria, por fim, quem leva a “Criança” em seus braços. É o signo em que a consciência do Cristo Cósmico é concebida e nutrida através do período de gestação, até que, por fim, em Peixes, o signo oposto, o salvador mundial nasce.
É o “útero do tempo”. “A simbologia da Virgem concerne ao inteiro objetivo do processo evolutivo, o qual é proteger, nutrir, e finalmente revelar a oculta realidade espiritual. Esta (a realidade espiritual), toda forma encobre, mas a forma humana está equipada e ajustada para manifestá-la e maneira diferente de qualquer outra expressão da divindade, e assim tornar tangível e objetivo aquilo para que todo o processo criativo foi destinado”.
É um signo de síntese, e esta qualidade sintética é enfatizada pelo fato de que oito outros signos (todos, exceto Leão, Libra e Capricórnio), através de seus planetas regentes, derramam suas energias através de Virgem.
Alertam os grandes Mestres ao fato de que estamos entrando no oitavo signo de Virgem, o que significa, em outras palavras, o próximo signo em que a Criança é dada a luz, época em que muitos serão iniciados em sua busca em direção da Luz.
Outra característica de Virgem (também encontrada em Escorpião, e apenas nestes dois signos) é a de possuir um símbolo tríplice, vinculando-os com “o crescimento da consciência do Cristo”.
Marcam pontos críticos na experiência da Alma, pontos de integração nas quais a Alma está, conscientemente, unificando-se com a Forma e ao mesmo tempo com o Espírito.
Um triângulo eqüilátero. Ao matar a rainha, Hércules demonstrou não haver compreendido sua missão espiritual, ainda que houvesse obtido o que buscava.
Sempre há uma escolha para o bem ou para o mal diante do nativo de um signo, dependendo de seu estágio de evolução e do grau de sensibilidade.
Virgem é chamada a deusa da virtude ou do vício, ou a “deusa dos dois caminhos”, da dualidade. Podemos interpretar a palavra “vício” como uma “ineficiência” de nosso “eu espiritual”.
Uma das regras do “Caminho” alerta: “Pois cada um deve conhecer a vilania de cada um e ainda assim continuar a amá-lo‟, o que pode ser interpretado, em outras palavras, „respeitar os limites de cada ser‟”.
Regras da verdadeira tolerância.
Habituamo-nos a delegar ao Corpo Físico a responsabilidade de nossas atitudes e hábitos errados, esquecendo-nos que o mesmo é apenas um equipamento de resposta automática, sujeito ao controle do homem interior. Em uma segunda interpretação, “vício” ou “pecado” pode significar “qualquer coisa que tenha sido feita inapropriadamente”, precisamente não atingir o “olho do Touro”, ou o “Olho da Iluminação”, a luz na testa do animal de que se fala em Taurus.
Virtude tem sua raiz na palavra latina “Vir”, que significa “força”, “homem”, semelhante a “virilidade”. Virgem, “a deusa dos dois caminhos”, porque, como o princípio da Mãe Sagrada, simboliza a matéria e também é a guardiã da vida do Cristo.
Em absoluto o número expresso pela ação do signo de Virgem (o sexto signo) representa a ação da Besta (666); o seu verdadeiro significado se expressa como signo da triplicidade, ou seja, 6 no plano físico, 6 no plano emocional e 6 no plano mental, o triângulo eqüilátero, de lados perfeitamente iguais.
Em virgem é dado o primeiro passo na Espiritualidade, é o signo da Iniciação.
As três constelações relacionadas com Virgem são “Coma Berenice”, a mãe da forma somente, o “Centauro”, o cavalo com a cabeça e tronco humanos (o que simboliza o ser humano, pois o homem é um animal mais um deus), e “Bootes”, “aquele que vem”, o salvador em Peixes, que liberta a humanidade da subserviência à forma.
A constelação de Centauro é a mais baixa dela e, o animal-homem, embora vitorioso nos cinco portais anteriores, fracassou no início de sua tarefa, tendo que recomeçar de baixo, buscando reparar sua falta de amor e compreensão.
Em Virgem, delineando suas três estrelas principais, obtemos a forma semelhante a uma taça que, em simbologia mais elevada, pode representar o “Santo Graal”.
A Cruz Móvel - Virgem (Terra) é um dos braços desta cruz esotérica (diferente da Cruz Cardinal), em oposição a Peixes (Água), com Gêmeos (Ar) e Sagitário (Fogo), completando os quatros braços.
É a Cruz daqueles que têm status de probacionário. “A Cruz Móvel é a Cruz do Espírito Santo, da terceira pessoa da trindade cristã, ao organizar a substância e evocar reposta sensível da própria substância (observar a bela correlação de
sta afirmação com o fato de que o Espírito Santo encobria Maria). Nessa Cruz o homem alcança o estágio da aquiescência e aspiração, e assim prepara-se para a Cruz Fixa do Discipulado”.
É a cruz onde o homem material (sua personalidade) é crucificado para que possa o candidato, finalmente, aprender seu uso divino. “O mau uso da substância e a prostituição da matéria para maus fins é um „pecado‟ contra o Espírito Santo (o Espírito)”
Foi este “pecado”, considerado o maior de toda sua peregrinação, que Hércules cometeu em Virgem, quando não compreendeu que a rainha das Amazonas deveria ser redimida pela unidade, e não morta.
Foi esquecer que o triângulo da Trindade é eqüilátero, com todos os ângulos de igual importância.
O regente exotérico de Virgem, Mercúrio “a versátil energia do filho de mente – a Alma - emite uma energia intermediária.
O regente exotérico de Virgem, Mercúrio “a versátil energia do filho de mente – a Alma - emite uma energia intermediária entre o “Pai” e a “Mãe”; seu regente esotérico, a Lua, rege a forma, recordando-nos, outra vez, de que é a vontade de Deus manifestar-se através da forma.
Estes três regentes definitivamente relacionam Virgem a oito outros signos, tornando-o o principal signo da síntese; a sua soma com os demais, temos nove signos onde a energia é intercambiada, e nove (9) é o número de meses da gestação de embrião humano.
É o signo da transfiguração.
Mas para que a transfiguração ocorra, três virtudes são exigidas: tolerância, compaixão e caridade.
Em resumo, todos os conflitos são absolvidos, todas as transições são resolvidas nos nascimentos do Cristo interior, que é o clímax do nascimento da consciência crística latente em Virgem.
O sétimo trabalho foi “A captura do Javali de Erimanto”
Signo: Balança.
O Grande Ser Que Presidia, medita, pensando sobre que seria necessário para torná-lo (Hércules) ainda mais semelhante ao Seu Pai.
“Outro trabalho deve ser feito. De equilíbrio ele precisa e do julgamento justo, e de preparação para um teste importante e um futuro serviço à humanidade. Que ele se prepare para isso com cuidado”.
E o instrutor, anotando em suas tábuas o propósito da prova seguinte, dirigiu-se a Hércules e lhe disse: “Vai, meu filho, e captura o javali selvagem; salva a terra assolada, contudo, guarda um tempo para que te alimentes”. E Hércules partiu. Ao cruzar o portal, o poder do sétimo portão passou através dele. Ele não sabia que estava se submetendo a uma prova dual, a prova da amizade rara e da coragem destemida. Presenteado por Apolo com um arco novo para melhor desempenho de sua tarefa, preferiu deixá-lo, diante do temor de matar novamente. Armado apenas de sua clava, escalou a montanha em busca do animal, encontrando medo e terror por onde passasse.
E entrou encontrou um amigo, Pholos, o centauro. Pararam e conversaram longamente, a ponto de Hércules esquecer-se de sua missão. O grupo de centauros a que Pholos pertencia, foi agraciado pelos deuses com um barril de vinho, o qual somente poderia ser aberto quando todos, e por todos, os centauros estivessem presentes. Mas Hércules e Pholos o abriram na ausência dos irmãos, convidando Cherion, outro sábio centauro, para juntarse a eles. Assim os três beberam até se embebedarem, e festejaram com grande alarde, a ponto de chamarem a atenção de outros centauros que se achavam distantes.
Seguiu-se então, feroz batalha, na qual Hércules acabou por matar a dupla de amigos com quem bebia e, enquanto os demais centauros choravam suas perdas, nosso herói se evadiu e retornou à sua busca. Montanha acima, até os limites das neves Hércules o seguiu por suas pegadas, sem qualquer sucesso.
Meditando sobre sua tarefa, buscava dentro si uma habilidade sutil. Preparou, então, uma armadilha cuidadosamente oculta e esperou pela chegada do javali.
No raiar do dia, surgiu o animal buscando saciar sua fome e caiu na armadilha e, no devido tempo, Hércules libertou a fera, tornando-a prisioneira de sua habilidade. Lutou com javali e o domesticou, ensinando a obedecê-lo e segui-lo onde desejava. Do pico nevado da alta montanha desceu, levando o animal pelas pernas traseiras, cantando e dançando, e todos por que passava riam ao ver sua passagem.
Assim Hércules cumpriu seu sétimo trabalho e voltou para o Instrutor de sua vida.
E o Grande Ser que Presidia comentou: ”A lição do verdadeiro equilíbrio foi aprendida. Falta ainda uma lição. No nono Portão, o centauro deve novamente ser encontrado, conhecido e corretamente compreendido”.
E o Instrutor disse: “O sétimo trabalho foi completado, o sétimo portão ultrapassado. Medita sobre as lições do passado; reflete sobre as provas, meu filho. Por duas vezes mataste a quem amavas. Aprende por que”. E Hércules permaneceu no centro dos portões da cidade e lá se preparou para aquilo que mais tarde iria ocorrer, a prova suprema.
Libra, a Balança.
Elemento: signo do Ar (como também Gêmeos e Aquário). Qualidade: Equilíbrio. Um interlúdio onde a dualidade é conhecida, e a vida da Alma e da Forma são balanceadas (Lei, Sexo, Dinheiro).
Oposto Polar: Áries, um signo do Fogo (subjetivo, consciência latente, vontade de encarnar).
Regentes:
Exotérico – Vênus.
Esotérico – Vulcano.
É o signo com muitos paradoxos e extremos marcantes.
Dependerá do caminho escolhido pelo candidato para seu retorno ao lar, seguindo o zodíaco no segundo os ponteiros do relógio, ou no caminho inverso.
É um interlúdio comparável com a silenciosa escuta na meditação, como também um tempo de cobranças do passado. O homem comum aproxima-se da Balança através da drástica prova do signo de Escorpião, enquanto que o candidato o faz através de Virgem, com a consciência do Cristo a excitar-lhe o coração e mente. No primeiro, a balança oscilará violentamente para cima e para baixo; no segundo, o equilíbrio será alcançado, ou conquistado, entre a Matéria e o Espírito, e em todos os pares de opostos menores.
Neste signo nos deparamos com os problemas do sexo, do dinheiro, ambos bons servos ou maus amos, dependendo do uso de que deles façamos. “O sexo é um sacramento, unificação do macho e da fêmea, para a produção das formas, para prosseguimento da vida em evolução. O dinheiro é um meio de troca, de partilhar à distância, se não amado e conservado somente para si próprio; o ouro do avarento ou o ouro do coração amoroso, doador”.
“O equilíbrio dos pares opostos é agudamente definido.
A balança pode oscilar do preconceito até a justiça ou julgamento; da dura estupidez à sabedoria entusiástica. Que combinação tão „não-usual‟ e agradável de palavras, essa”.
É nesse signo de equilíbrio, justiça e lei, que verificamos que a prova termina em risos, o único trabalho em que isso acontece. Hércules desce a montanha conduzindo o animal pelas pernas e, apesar de haver cometido falta grave, todos riem com ele prazerosamente. Orientado para que “guardasse tempo para comer”, o herói gastou seu tempo em bebedeira com dois velhos sábios centauros amigos.
Apesar das precauções para não matar o javali, acabou matando dois amigos, além do fato de abrirem um barril de vinho que estava reservado para ser aberto apenas com e pelo grupo. Assim, sempre, ainda que acreditemos tê-las vencido, as tentações nos perseguem com diferentes ciladas pelo caminho. Na avaliação de seu trabalho, o Instrutor limitou-se a dizer: “Medita sobre as lições do passado” (avaliação de Balança).
“Por duas vezes mataste a quem amavas. Aprende por que”.
Isto significa que Hércules apenas passou pela prova, sem qualquer louvor: justiça com misericórdia.
Grande simbolismo é encontrado neste trabalho: a bebedeira com os amigos simboliza a Alma na jovialidade, buscando e encontrando o prazer, essa ilusão que deve ser dissipada antes que a tarefa maior do autodomínio possa ser cumprida (no caso em questão, a captura do javali).
Os Centauros mortos são conhecidos, simbolicamente, como Cherion, o bom pensamento, e Pholos, a força física.
Representam a prova do controle da natureza astral, emocional ou do desejo, que Hércules enfrentou. Representa a grande dificuldade de se controlar ou guiar a natureza do desejo somente pela força física ou pelo pensamento.
O aparente domínio é apenas temporário, pois o desejo sempre ressurge dominante outra vez.
Qual de nós já não se surpreendeu repetindo erros que já supúnhamos superados. É nos cumes das montanhas, ou seja, nas potencialidades de nossa Alma, que todas as revelações ocorrem, onde as névoas do vale da matéria desaparecem, e a iluminação espiritual chega...
A bebida trouxe uma tragédia na vida de Hércules. Sem tragédias ou severas experiências, as potencialidades de Libra permanecem adormecidas; somente quando a vida da personalidade perde seu encantamento, ela exerce sua função.
Sob os efeitos da energia libriana, os candidatos procuram conquistar seus objetivos gentilmente, sem encontros diretos ou desperdícios de energia. Isto se representa na ação de Hércules em preparar uma armadilha, sem o uso de força bruta. Uma habilidade para encontrar soluções incomuns e perceber o valor do incongruente.
A percepção das incongruências é uma das maiores armas oferecidas à humanidade, em sua perpétua luta contra a miragem, a ilusão da vida material. É a fonte do riso que explode a pretensão e destrói instituições absoletas.
A descrição de Hércules conduzindo o javali pelas patas trazeiras simboliza a Alma conduzindo o Corpo Físico.
Assim, o iniciado caminha em Balança pesando e equilibrando todas as coisas. Ainda que momentaneamente indeciso ou inseguro, o candidato raramente estará inclinado a extremismos. “Como uma laboriosa aranha, sob a influência de Libra, está perpetuamente tecendo fios de relacionamento, criando uma rede sensível de significados.
O resultado de tal atividade é a síntese.
Entre o concreto e o abstrato ele permanece, tentando relacionar um com o outro. Sempre há uma discrepância, sempre um espaço vazio entre o fim visado e o objetivo conquistado; e, contudo, a teia brilha e assume um desenho de intricada beleza”.
O iniciado passa a viver a meio caminho, entre a terra e o céu. Olhando para cima, observa a aurora dourado de um cume nevado, onde seres celestiais habitam e, olhando para baixo, aprecia os charcos e atoleiros por onde os filhos do homem passam.
Se ele se eleva em direção ao mundo ideal, perde contato com as coisas comuns; se descer ao nível da atividade materialista, perde as preciosas percepções que são a razão de ser de sua existência. “Entre esses dois mundos ele se posiciona para que possa novamente ganhar compreensão; uma compreensão que inclui o mais elevado e o mais baixo, o bom e o mau, o valioso e o insignificante. Isto é compaixão”
“O conhecimento ganho traz desilusão. Perscrutando os corações humanos, ele percebe as obscuras sombras, e o sedimento, neles, de estranhas paixões. Ele descobre os métodos básicos pelos quais as pessoas de importância estabelecem seu sucesso, os pontos obscuros nas vidas dos homens de reputação, os inteligentes caminhos pelos quais se furtam de suas consciências. Ele observa as idéias em botão, queimadas pelo gelo da primeira tentação. Ele contempla a longa progressão da raça humana, com suas esporádicas conquistas e seus mais variados fracassos”.
São as contradições de uma sociedade como a atual onde encontramos extremos, presenciando atitudes angelicais contrastando com outras que beiram à animalidade. Uma sociedade onde a corrupção e a impunidade reinam com aparente sucesso, questionando os valores da ética e da moral. O desejo de servir, no entanto, enraíza-se em sua vida e um senso de serviço baseado numa realística avaliação da natureza humana o leva a luta, ainda que saiba muito difícil a tarefa de “servir” à humanidade.
Ao trazer as verdades que possam libertá-la de determinados problemas, ela provavelmente a condenará como radical e optará pela prevalência de seus instintos, ou, por outro lado, caso demonstre indiferença a eles, será rotulado de indiferente aos seus sofrimentos. “Todo aquele que pretenda servir à humanidade, deve estar preparado para a incompreensão, a má interpretação e a perversidade que sustenta o oposto do que é dito”.
O constante dimensionamento característico de Balança tem um fim: o estabelecimento do ponto de equilíbrio. O mundo é sustentado por esse ponto de equilíbrio, e o iniciado sob sua influência o sabe.
Na realidade, as Leis do Karma podem ser consideradas como atividades de equilíbrio, que impedem a continuidade de uma condição desequilibrada. “Crescimento natural das potencialidades inerentes, bem-estar e lógica de desenvolvimento, elegância de crescimento, estas são as jóias da arte de viver; essas são as provas da mestria”
A nota-chave deste signo é Adaptabilidade.
Como as demais, três constelações representam este signo.
A primeira é a “Cruz do Sul”, vista apenas no tempo da crucificação, quando foi vista em Jerusalém. Não é observada no ocidente. Composta de quatro estrelas que simbolizam o número do aspecto material do Homem, o quaternário.
A Cruz do Sul está retrocedendo.
Semelhante ao simbolismo observado em Gêmeos, onde Castor, a imortalidade, está ficando mais brilhante, e Pollux, a mortalidade, está enfraquecendo, representando que a imortalidade começa a encontrar sua expressão sobre a mortalidade, o retrocesso da Cruz do Sul representa a promessa de Libra, “o caminho estreito, o fio da navalha” que leva o Homem ao reino da Alma.
A segunda é “Lupus”, o Lobo; a cabeça do lobo simboliza o lado material do Iniciado. O Lobo está morrendo, ou seja, a parte material que sempre obscureceu a espiritual está agonizante, pois à proporção que o Homem conquista o equilíbrio, a atividade do Lobo morre.
Vale lembrar aparece como o animal que amamentou Rômulo e Remo, como também o feroz animal que Francisco de Assis domesticou pelo amor e pelo senso de unidade para com ele. “Corona”, a Coroa, é a terceira constelação, é mantida diante do Homem que trabalha em Balança. Seu simbolismo fundamenta-se na história de Ariadne, o aspecto materno, que recebera de Baco uma coroa de sete estrelas.
A coroa é o símbolo do segundo aspecto da divindade que glorifica a matéria ao torná-la a expressão da Mente Divina. “Balança é o signo do Ar, e está na Cruz Cardinal que governará o próximo sistema solar e, neste sistema, governa o caminho da iniciação, que é trilhado pela fina flor da raça”.
“Novamente o mistério o encobre de modo que achamos difícil compreender o signo.
Mas as notas-chaves do signo são claras: elas falam diretamente ao coração e sua obscuridade. Para o homem comum, sem desenvolvimento da consciência, a palavra ecoa repetidas vezes através dos eons: ‟E a Palavra disse: que a escolha seja feita‟.
A resposta finalmente vem como resultado do processo evolutivo e da Alma. 'Eu escolho o caminho que conduz entre as duas grandes linhas de força".
O oitavo trabalho é “A destruição de Hidra de Lerna”
Signo: Escorpião.
O Grande Ser Que presidia, envolto em radiante calma, disse uma palavra.
O instrutor ouviu o comando dourado, e convocou Hércules, o filho de Deus que era também o filho do Homem. “A luz agora brilha no Portão de número oito”, disse o Instrutor. Na antiga Argos ocorreu uma seca. Amímona procurou ajuda de Netuno.
Ele recomendou que ele batesse numa rocha, e quando ela o fez, começaram a correr três correntes cristalinas; mas logo uma Hidra fez ali sua morada. “Para além do Rio Amínoma, fica o fétido pântano de Lerna. Neste pestilento lamaçal está a Hidra, uma praga para as redondezas. Nove cabeças têm esta criatura, e uma delas é imortal. Prepara-te para lutar contra esta asquerosa fera. Não penses que os meios comuns serão de valia; se uma cabeça for destruída, duas aparecerão em seu lugar”.
Ansiosamente Hércules aguardava. “Uma palavra de aconselhamento só, posso dar”, disse o Instrutor.
“Nós nos elevamos, nos ajoelhando; conquistamos, nos rendendo; ganhamos, dando. Vai, oh filho de Deus e filho do Homem, e conquista”.
Pelo portão oito, então, Hércules passou.
O terrível pântano era um charco fétido e traiçoeiro, com um odor tão terrível, que quase venceu nosso herói; áreas de areia movediça exigiam extrema atenção e astúcia para não fosse sugado. Muito procurou, até encontrar a cova do terrível monstro. Por dias ali permaneceu, aguardando que o mesmo se mostrasse, mas em vão. Recorrendo a um estratagema, embebeu suas flechas em piche e, acendendo-as, lançou dentro da cova, obrigando a fera vir para fora, furiosa. Era Anteu, cumprindo sua promessa de novo embate no oitavo portal.
Com suas nove cabeças, tão horríveis que pareciam condensar todos os piores pensamentos concebidos pelo homem desde o começo dos tempos, chicoteou violentamente sua cauda salpicando-o de água e lama. Atacou nosso herói procurando envolvê-lo pelos pés.
Pulou para o lado e, com violento golpe, decepou-lhe uma das cabeças.
Mal tocou o solo a cabeça decepada, outras duas surgiram em seu lugar. Novamente atacou o monstro, porém, a cada ataque, mais forte ele ficava.
Recordando a orientação do Instrutor: “nós nos levantamos, nos ajoelhando”, deixou de lado sua clava e, ajoelhando-se, agarrou com suas mãos nuas a serpente e a ergueu ao ar. Suspensa, sua força diminuiu. Suspensa e em contato com o ar purificado e a luz do sol, o monstro que era forte na escuridão e no lodo, enfraqueceu progressivamente, até que suas nove cabeças tombaram ao chão. Mas somente quando elas jaziam sem vida, Hércules percebeu qual era a cabeça imortal mística. Decepando-a, enterrou-a sob uma rocha, ainda sibilando ferozmente. Voltando, Hércules se apresentou ao Instrutor.
“Conseguiste a vitória”, disse-lhe, “A Luz que brilha no Portão oitavo está agora misturada com tua própria luz”.
Scorpio, o Escorpião.
Elemento: Signo da Água. (como também o são Câncer e Peixes). Qualidade: Conflito. Prova. Tentativa. Triunfo.
Pontos de Crise: Momentos de reorientação. Ponto de inversão na vida da humanidade e do indivíduo. Hércules tornou-se um discípulo triunfante em Escorpião.
Oposto Polar: Touro. Um signo da Terra (desejo e crescimento da luz da Alma).
Regentes: Exotérica e Esotericamente, o mesmo: Marte.
Seu primeiro embate simbólico com a fascinação material se deu com a figura de Anteu, aqui representado por uma serpente, que somente foi derrotado quando erguido, novamente, ao ar. Recordemos que, ao ser vencido na primeira batalha, prometeu retornar para nova batalha no oitavo portal. A Hidra, ou Anteu, tinha agora nove cabeças.
Cada cabeça representa um dos problemas que assaltam aquele que deseja o domínio de si mesmo.
Três representam simbolicamente os apetites associados ao sexo, ao conforto e ao dinheiro.
Outras três simbolizam as paixões, o ódio e o desejo de poder. As três últimas representam os vícios da mente não iluminada: orgulho, separatividade e crueldade.
Pode-se deduzir o combate contra os aspectos inferiores dos três corpos que compõe a natureza humana, o Físico, o Astral e o Mental, através do Mental Superior, o Intuicional.
O candidato, como Hércules o fez, deve aprender a transmutar e redirecionar as energias de sua personalidade para associá-las às de sua Alma.
As qualidades que devem ser expressas, a humildade, a coragem e o discernimento, são a nova representação destas energias.
Humildade, para ver seus objetivos claramente - “nós nos levantamos, nos ajoelhando”.
Coragem, para atacar o monstro que jaz enroscado em seu próprio interior – “conquistamos, nos rendendo”.
Discernimento, para encontrar o melhor caminho para vencer seu inimigo interno – “ganhamos, dando” (ou servindo).
Portanto, este trabalho reflete a luta do iniciado contra seu eu material e sua personalidade emocional, alojados na escuridão e lama dos recessos obscuros de sua própria mente, profundamente, nas regiões subterrâneas ou cavernosas do subconsciente.
Tranqüila em determinados momentos, vezes outras surge como fera feroz a nos direcionar aos erros capitais de uma personalidade fraca e despreparada.
Não é fácil descobrir a existência destas “cabeças” em nosso “eu”. Muito tempo se passa antes que se dê conta de que ele está nutrindo e sustentando criatura tão feroz e destruidora.
O verdadeiro teste de Escorpião nunca tem lugar antes que o estudante fique coordenado, isto é, antes que a mente, a natureza emocional e a natureza física estejam funcionando como uma unidade.
Neste signo, seu equilíbrio é subvertido e o desejo parece exacerbado, ainda que julgasse equilibrado. Sua mente que julgava controlar sua personalidade parece não agir.
Deve demonstrar a si próprio, e a mais ninguém, que a matéria, a forma, não mais pode detê-lo.
A forma, a emoção e a mente, ou seja, a representação da personalidade, não deve ser aniquilada, mas adestradas e orientada. Deve ser conduzida como um tríplice canal de expressão para os três aspectos divinos da Alma. A grande ilusão é a sua utilização para fins egoístas.
Em resumo, em Escorpião, o Ego, ou “Eu Maior”, está determinado a matar o pequeno Ego, ou “Eu Menor”, para ensinar-lhe o significado da Ressurreição. “Escorpião, o Signo da Magia. Magia não significa fazer coisas curiosas; a verdadeira magia é a expressão da Alma através da Forma: A Magia Negra é o uso da Forma para alcançarmos o que quisermos para a Forma.
A Magia Negra é o egoísmo sem adulteração. A Magia Branca é o uso da alma para fins de elevação da Humanidade, utilizando a Personalidade. Por que é Escorpião o signo da Magia? Um antigo livro diz: ‟Virgem é a feiticeira, ela prepara os ingredientes que são pesados nos pratos da Balança, e em Escorpião o trabalho mágico é desenvolvido‟.
Em termos dos aspirantes, isso significa que em Virgem eu terei descoberto o Cristo em mim mesmo, que no passar do tempo, minha natureza Forma alimentou um Cristo; na Balança, eu flutuo entre os pares opostos, a Forma e o a natureza crística, até que conquisto o equilíbrio, e o Cristo e a Matéria se acham em um estado de equilíbrio.
Em Escorpião eu sou testado para ver quem vi triunfar, a Forma ou o Cristo, o Eu Superior ou e Eu Inferior, o Real ou o Irreal, a Verdade ou a Ilusão. Isto é o que está embutido em Escorpião”.
Estrelas - Touro, o oposto de Escorpião, é o signo do desejo expresso predominantemente no plano físico como sexo.
No interior de Escorpião encontramos Antares, uma das quatro estrelas reais, uma estrela vermelha. Vermelho é a cor do desejo, e esta é a mais rubra estrela nos céus; simboliza aquele vermelho do desejo que subjaz a toda manifestação da vida divina.
Em Gêmeos, nosso herói também lutou com Antares, para colher as maçãs douradas. Novamente, em Escorpião, estamos diante da estrela vermelha, porque o grande problema da humanidade em nosso sistema solar é o da atração dos opostos, significando desejo.
Aquila, a Águia, é o pássaro fora do tempo e do espaço e, ao lutar com Hidra, Hércules olha apara o alto e vê a águia, e se lembra de que ele veio à encarnação e voará de volta para onde veio. As três constelações de Escorpião são: “Serpeus”, a Serpente da Ilusão, a serpente que encontramos em Genesis e que iludiu Eva; “Ophiucus”, o home que luta com a serpente.
No antigo zodíaco encontramos a serpente nas mãos desse homem. Ele a agarra com ambas as mãos e pisa em seu coração, que é a estrela vermelha do desejo. Ao fazer isso, olha na direção da constelação que vimos em Libra, a Coroa. Assim temos a personalidade, simbolizada por Ophiucus, lutando com a serpente da ilusão, aspirando pela coroa que se conserva em sua frente.
E a constelação de “Hércules”, simbolizando o aspirante olhando para a águia, Aquila, mas não para a Coroa.
A personalidade está olhando para a Coroa, mas Hércules, o discípulo, não se preocupa mais com ela, pois seu olhar dirige-se para a Águia, o aspecto espiritual. Ele se ocupa com aquele maravilhoso símbolo de luz emergindo, e que torna toda vitória possível. A grande mensagem deste trabalho: “Mantenha seu olhar na águia; atraia o fogo; não olhe para o chão; centre-se na divindade”.
O Nono trabalho foi “A morte dos Pássaros de Estinfalo”
Signo: Sagitário.
Do lugar de paz o Instrutor dirige-se a Hércules e diz: “oh filho de Deus que és também um filho do homem, é chegado o tempo de trilhar outro caminho. Tu estás diante do Portão Nono. Cruza-o e busca o pântano de Estinfalo onde habitam os pássaros destruidores. Descobre, então, o caminho para espantá-los de sua morada segura”.
Ele fez uma breve pausa. “A chama que brilha além da mente, revela a direção certa. A tarefa te espera. Através do Portão Nono deve ir agora”. Longamente ele procurou, até chegar a Estinfalo. Em sua frente estendia-se fétido pântano. Uma multidão de pássaros gralhava loucamente à sua aproximação.
Mais próximo, viu três grandes pássaros grandes, ferozes e horríveis, e incontáveis menores. Cada um tinha um bico de ferro, afiado como uma espada. As penas, também, se assemelhavam a dardos de aço e, caindo, podiam cortar em dois as cansadas cabeças dos viajantes. Suas garras competiam com seus bicos em capacidade de corte e força. Eles estavam estragando a terra, mas não se conseguia vê-los na totalidade; estavam ocultos nos ramos dos arbustos, danificando tudo, sem que se pudesse corretamente localizá-los.
Três deles, os maiores, percebendo a presença de Hércules, sobre ele se arremeteram. Sem se mover, revidou o ataque com sua clava, atingindo um dos pássaros ruidosamente no dorso, arrojando algumas de suas penas no chão. Assustados, os pássaros se retiraram e se esconderam.
Diante do pântano Hércules permanecia, e pensava como poderia cumprir com sua tarefa: como livrar o local daqueles pássaros predatórios. Pensou em distribuir armadilhas pelo pântano, porem, nenhum animal ou pé humano podia atravessar o lodaçal.
Meditando, lembrou-se das palavras do conselho que recebera “A chama que brilha além da mente, revela a direção”. Refletindo longamente, uma idéia brotou-lhe na mente. Ao se livrar da Ilusão, a deusa Athena lhe presenteou com pratos de bronze. Montado em seu branco cavalo alado, Pegazzo, brandiu-os com tal intensidade que os pássaros, assustados, levantaram vôo buscando fugir, quando então, cavalgando seu belo animal, os abateu com suas certeiras flechas. Seguiu-se um grande silêncio em todo o pântano. Os horrendos pássaros haviam desaparecido.
Os suaves raios de sol poente eram vistos enquanto ele se punha na paisagem que escurecia.
Quando Hércules retornou, o Instrutor o saudou: ”Os pássaros foram expulsos. O trabalho está feito”.
Sagitário, o Arqueiro
Elemento: Signo do Fogo (como também o são Áries e Leão). Qualidade: Direção focalizada. Atividade unidirecionada. Nos estágios iniciais, satisfação do desejo; nos estágios ulteriores, aspiração à meta da iniciação.
Oposto Polar: Gêmeos. Um signo do Ar (eventual controle da fluidez e dos pares opostos; fusão, síntese, unificação).
Regentes:
Exotérico - Júpiter;
Esotérico – a Terra. Em Áries, Hércules começa no plano da mente, em sua tentativa de capturar as éguas antropófagas, e fracassou parcialmente ao lidar com elas, inicialmente, no nível da Personalidade, pois tratou do “pensamento” pelo ângulo da Matéria e não da Alma.
Em Sagitário ele retorna ao problema da mente, demonstrando seu completo controle. Se controlarmos nossos “pensamentos”, conseqüentemente controlamos nossas “palavras”. Este é o primeiro grande passo do aspirante, e não haverá Iniciação enquanto isso não acontecer.
Mas é em Áries que ele começa a controlar o pensamento.
Em Touro Hércules desce para trabalhar no Plano Astral e se depara com o problema do sexo, a demonstração da grande Lei de Atração do universo, em seu aspecto mais baixo.
Com êxito razoável, controla o Touro e o conduz à cidade dos Cíclopes.
Em Gêmeos começa a despertar para sua realidade dual, ocupando-se com o problema do Corpo e da Alma, e como coordená-los.
Em Câncer deixa de ser psíquico, ou racional, e passa a ser Intuitivo, signo onde alcança a chamada “consciência de massa”.
É um estágio da encarnação humana, onde se adquire a consciência da vida grupal, do relacionamento e trabalho em prol dos demais. Leão é um estagio de poder, de governo dos homens, o que nosso herói faz, inicialmente, de forma errada, pois necessitava esquecer-se do “eu” ou “eu sou”.
É quando o candidato deve estar identificado com a verdadeira entidade espiritual que está por trás de todas as formas, não se preocupando mais consigo mesmo, nem com suas reações mentais ou emocionais.
Em Virgem torna-se consciente, não da Alma e do Corpo colocados em justaposição recíproca, mas do fato de que, latente dentro de si, estava o Cristo Cósmico; desvela que, por trás do homem, existe algo maior e mais belo, ainda que em encarnado: seu Espírito.
Em Balança, ou Libra, conquista o difícil, mas necessário, equilíbrio entre o Espírito, Alma e Corpo.
Balança é o equilíbrio dos pares opostos no plano físico. Em Escorpião, no Plano Astral, o guerreiro retoma o trabalho iniciado em Touro completando-o, e afastando em definitivo a “Grande Ilusão”, tornando-se livre e com seus objetivos claramente definidos à frente.
Gêmeos, a dualidade, o oposto de Sagitário, a unidade.
A unidirecionalidade adquirida avançando, com a Personalidade unificada e consciente da Alma, o aspirante caminha determinado a entrar em Capricórnio, onde a grande transição é feita à custa de passagem do quarto para o quinto reino espiritual.
Sagitário é o Arqueiro montado no cavalo branco, algumas vezes representado como o Centauro com arco e flechas.
Belíssimos símbolos, pois o centauro simboliza aquela metade homem e metade animal que trazemos, e o arqueiro no cavalo branco, simboliza a metade humana e a metade divina de todos nós. Tal como em Escorpião, em Sagitário Hércules assumiu o trabalho iniciado em Áries; se em Áries ele lidava com o “pensamento” em sua fonte, neste signo demonstra completo controle do “pensamento” e da “palavra”.
No momento em que nos libertamos da “Ilusão”, entramos em Sagitário e vemos o “Objetivo” de nossa verdadeira vida, anteriormente ofuscado pela nuvem de formas-pensamentos que nos impede de vê-lo.
O candidato costuma a construir em sua volta um número tão grande de nuvens de pensamentos-formas sobre suas aspirações, que se esquece simplesmente de “ser” aquilo que aspira.
Quando pensamos, nós construímos, e construímos formas-pensamentos que orbitam em nosso redor. Mais do que pensar, o mais importante é “ser” realmente aquilo que aspiramos. Talvez, por essa razão, em alguns livros antigos, Sagitário é denominado de o “Signo do Silêncio”.
Os pântanos simbolizam a mente com a emoção. Nosso herói percebe que, embora já seja um “Aspirante” e tenha triunfado em Escorpião, ele ainda possui uma natureza emocional, e verifica que os Pássaros de Estinfalo, as Formas-Pensamentos, especialmente três deles são de uma espécie antropófaga, e que tem de fazer algo a respeito.
Este fenômeno natural ocorre com todo iniciado, à medida que cresce em sua evolução espiritual, descobrindo-se portador de uma força devastadora: seus pensamentos e palavras, que pode gerar muito mal.
Quanto mais atuar como uma entidade espiritual, isto é, com a predominante orientação de seu próprio Espírito, mais potentes serão seus pensamentos e palavras, e muito maior será o mal que poderão fazer, caso não saibam corretamente conduzi-los. É o trabalho de “magia”, força adquirida em Escorpião.
É a decisão de seu uso, para o bem ou para o mal. Geralmente se tornam o centro de um grupo e seus pensamentos e atividades de palavras será sua principal empresa.
Há que se lembrar que, quando pensarem de forma errada, o mal que produzirão será muito mais potente do que o mal produzido por pessoas menos evoluídas. Nos textos esotéricos, os três pássaros maiores simbolizam a “maledicência”, a “autovalorização verbal”, e a “fala irresponsável”.
A “maledicência” é também denominada de “assassinato espiritual” por outros textos mais severos.
Desnecessário é enumerar os prejuízos que as palavras maledicentes podem causar.
É considerado “inofensivo” aquele candidato que retribui o desprezo que recebe com serviço, a maldade com bondade, e as agressões com amor. Se por alguma razão for vítima de maus tratos nos ambientes em que vive, sabe o iniciado que bastará procurar dentro de si mesmo a falta os motiva, onde encontrará a razão da citada agressividade.
Diz antiga escritura: “Para aquele que é inofensivo, toda inimizade cessa”. A “autovalorização” refere-se, por dedução lógica, a aquele que se elogia constantemente, valoriza seus feitos e só tem palavras para seu “ego”, sempre preocupado com seus problemas e assuntos próprios. A “fala irresponsável”, também representada por “jogar pérolas aos porcos”, compreende falar do ocultismo, das “Verdades” alcançadas em sua evolução, do “Conhecimento” conquistado, com aqueles que ainda não são capazes de compreendê-los, ou estejam prontos para recebê-los.
Talvez por essa razão, parte de um importante mantra ensinado por um Mestre diz: “Que eu cumpra minha parte no trabalho Uno, através do esquecimento de mim mesmo, da inofensividade, e da palavra correta”.
Há dois “Portões Cósmicos” no Zodíaco: Câncer, o “Portão” para a reencarnação, e Capricórnio, o “Portão” de entrada para o reino espiritual.
Sagitário é o pequeno Portão para Capricórnio, também denominado de “o Portão Menor”. As três constelações do signo são “Lira”"Ara” e “Draco”.
Lira, a Harpa de Sete Cordas, onde o candidato aprende a tocar e faz música com sua vida. Ara, o Altar, “porque o aspirante coloca tudo sobre o altar, com o espírito da triste renúncia, como sendo perfeitamente miserável, mas com o espírito de, não há outra coisa a fazer‟.
Estou desapegando-me dessas coisas para que eu possa servir da maneira mais perfeita e mais plena‟”.
Draco, a Serpente.
Encontramos a Hidra, a serpente, em Gêmeos; agora encontramos Draco, a serpente da Sabedoria.
E pairando acima destas três, duas outras constelações: Aquila, o Espírito, e Cygnus, a Alma. Aquila, a águia voando diretamente para a face do Sol, o pássaro fora do tempo e do espaço, o símbolo da imortalidade, o símbolo de algo secreto que jaz por trás de nossas Almas.
É sabido que a Matéria, a Forma, é o veículo de manifestação da Alma, e a Alma em uma volta superior da espiral, é o veículo para a manifestação do Espírito, a trindade unificada da vida humana.
Cygnus é o símbolo da Alma. Sagistarius Áquila, o aspirante, olhando para a esquerda e para a direita. À direita, vendo Aquila e dizendo para si mesmo: “Eu sou o Espírito voando diretamente para meu lar”; e para a esquerda, para Cygnus, o ganso, com suas quatro estrelas em forma de uma cruz, e dizendo: “Eu sou a Alma crucificada na matéria, da qual me libertarei”.
A grande lição de Sagitário é a restrição da fala através do controle do pensamento. “Depois de abandonar o uso das formas comuns da fala, tais como falar da vida alheia, então será preciso aprender a silenciar sobre as coisas espirituais. Tem-se de aprender sobre o que não dizer sobre a vida da Alma, muita conversa sobre coisas para as quais pessoas podem não estar preparadas”.
“O reto uso do pensamento, o calar-se, e a conseqüente inofensividade no plano físico, resultam na libertação; pois nós somos conservadores na unidade humana, estamos aprisionados ao planeta, não por alguma força externa que nos mantenha ali, mas pelo que nós mesmos termos dito e feito.
No momento em que não mantivermos mais relações erradas com as pessoas pelas coisas que dissemos quando deveríamos ter ficado calados, no momento em que pararmos de pensar sobre as pessoas, coisas que não deveríamos pensar, pouco a pouco aqueles laços que nos prendem à existência planetária serão rompidos, e ficaremos livres e escalaremos a montanha como bode Capricórnio”.
Talvez o sigilo que se solicita sobre os ensinamentos da Maç.‟. aos profanos e aos IIr.‟. dos diferentes GG.‟.fundamente-se neste princípio. “Sagitário me parece muito interessante, porque ele tem uma aplicação tão especial para cada um de nós, que respondemos pelo nome de „Aspirante‟.
Há duas palavras que gostaria de ver excluído do vocabulário ocultista, „Iniciado‟ e „Mestre‟. „Iniciado‟ é deliciosamente separatista, é uma palavra de pedestal. „Mestre‟ fez crescer na consciência das pessoas o sentimento de que existem homens que são super-homens e que assumem a atitudes de dirigentes ou mestres sobre seus discípulos; que lhes diz que e como fazer. “Nenhum adepto jamais soube fazer isso”.
O décimo trabalho foi “A morte de Cérbero, o Guardião de Hades”
Signo: Capricórnio.
“A luz da vida deve agora brilhar num mundo de trevas”, declarou o Grande Ser Que Presidia.
O Instrutor compreendeu.
Quando Hércules ficou face a face com aquele que o guiava, este falou: ”Enfrentaste com êxito mil perigos, oh Hércules, e muitas conquistas foram feitas. A sabedoria e a força te pertencem. Farás uso delas para salvar alguém em angústia, uma presa de imenso e infindável sofrimento.
O Instrutor tocou gentilmente a fronte de Hércules. Diante de seu olho interno, surgiu uma visão. Um homem jazia sobre uma rocha e gemia como se seu coração fosse partir-se. Suas mãos e pés estavam acorrentados; as fortes correntes que o prendiam estavam ligadas a anéis de ferro. Um abutre, feroz e audacioso, mantinha-se bicando o fígado da vítima; em conseqüência, uma corrente de sangue jorrava de seu flanco.
O homem elevava suas mãos acorrentadas e clamava por socorro; mas suas palavras ecoavam em vão na desolação e eram engolidas pelo vento.
A visão desapareceu. Hércules estava, como antes, ao lado de seu guia. “Aquele que viste acorrentado chama-se Prometeu. Ele sofre assim há muito tempo e, contudo, sendo imortal, não pode morrer. Do céu ele roubou o fogo; por isso foi punido. O lugar de sua morada é conhecido como Inferno, o reino de Hades. Pede-se que sejas o salvador de Prometeu, oh Hércules.
Desce até as profundezas, e lá liberta-o do sofrimento”.
“No entanto, três coisas deverás fazer: purifica-te antes de partir, iniciate nos grandes mistérios, e faças uma pausa em teu caminho e serve a quem necessita antes da grande tarefa”. Tendo ouvido e compreendido, o filho do Homem que era também filho de Deus, partiu para aquele novo desafio e passou pelo Portão décimo. Ele encetou sua viagem descendo e descendo através das ligações dos mundos da Forma. A atmosfera se tornava cada vez mais pesada, a escuridão crescia sempre. E, contudo, sua vontade estava firme.
Essa íngreme descida continuou por longo tempo. Sozinho e, contudo, não absolutamente só, ele vagueava, pois quando procurava em seu intimo, ouviu a voz prateada da deusa da sabedoria, Athena, e as palavras encorajadoras de Hermes.
Por fim chegou a um rio escuro, envenenado, um rio que as almas dos mortos tinham de cruzar. Um óbulo ou moeda tinha que ser pago a Charonte, o barqueiro, para que ele as levasse ao outro lado.
O sombrio visitante da terra assustou o barqueiro que, esquecendo-se de cobrá-lo, o levou até a outra margem. Hércules finalmente penetrou em Hades, uma nevoenta e escura região onde as sombras, ou melhor, as conchas dos que haviam partido, esvoaçavam. Quando Hércules percebeu Medusa, seu cabelo encaracolado com serpentes sibilantes, ele tomou a espada e procurou atingi-la, mas bateu apenas no ar vazio. Através dos caminhos labirínticos ele prosseguiu até chegar à corte do rei que governava o mundo subterrâneo, Hades. Este último, inflexível e severo, com semblante ameaçador, sentava-se rigidamente em seu negro trono quando Hércules se aproximou. “Que procuras, um mortal vivo, em meus reinos?” Hades interpelou. “Procuro libertar Prometeu”, respondeu Hércules. “O caminho está guardado pelo monstro Cérbero, um cão com três cabeças, cada uma com serpentes enroladas em torno, assim como em seu rabo”, replicou Hades. “Se puderes derrotá-lo com tuas mãos vazias, um feito que ninguém jamais realizou, poderás libertar o sofredor Prometeu”. Satisfeito com a resposta, Hércules prosseguiu. Logo viu o cão de três cabeças e ouviu seu feroz latido.
No caminho, encontrou duas pessoas amaradas, aguardando o ataque do feroz animal. Esquecendo-se de sua tarefa principal, correu para libertá-las. Foi quando então, rosnando ferozmente, o cão avançou sobre o herói. Este, agarrando-se na garganta da cabeça central, reteve-a em seu abraço com estrema força. Enfurecido, o monstro debatiase até que, finalmente, suas energias cederam.
Isto feito, Hércules continuou e encontrou Prometeu. Em uma lage de pedra jazia em dores agonizantes. Rapidamente, rompeu as cadeias e libertou o sofredor. Retornando sobre seus passos, Hércules voltou por aonde viera, quando, mais uma vez alcançou o mundo dos vivos.
Encontrando seu Instrutor, dele ouviu: “A luz agora brilha no mundo das trevas. O trabalho está feito. Agora descansa meu filho”.
Capricórnio, o Bode Qualidade:
Características extremas do melhor e do pior tipo. Ambição. Cristalização. Luta superada. Transfiguração. Consciência do Iniciado. “O Unicórneo de Deus”.
Oposto Polar: Câncer. Um signo da Água (Primeira porta para a encarnação).
Regentes:
Exotérico e Esotérico – Saturno.
Capricórnio é o portão para o reino espiritual, somente transposto quando o aspirante não mais se identifica com as coisas da matéria em sua existência, mas sim, com as do Espírito.
Isto representa esotericamente falando, tornar-se um Iniciado.
“Um iniciado é uma pessoa que não põe mais sua consciência em sua Mente, ou Desejos, ou Corpo Físico. Ele pode usá-los, se assim o desejar; e o faz para ajudar toda a humanidade, mas não é nesses corpos que focaliza sua consciência. Ele está focalizado no que chamamos de Alma, que é aquele aspecto de nós mesmos que está livre da Forma. É na consciência da Alma que finalmente funcionamos em Capricórnio, conhecendo-nos como Iniciados, e entramos nos dois grandes signos universais de serviço à humanidade”.
Este signo representa a terceira iniciação, e a primeira das iniciações principais. Três coisas foram necessárias ao nosso herói, antes de sua descida a Hades.
Primeiro teve de purificar-se. Já havia vencido as demais provas e estava transfigurado e, para viver naquele interessante momento humano, tinha de libertar-se da irritabilidade e do egoísmo.
“É uma regra no ocultismo que, na escala da iniciação, se você não puder viver puramente em seu próprio circulo familiar, você de nada serve no céu ou no inferno. Que quero dizer com "puro"?
Usamos a palavra particularmente em seu sentido físico, mas "puro" realmente é a libertação das limitações da matéria.
Mas se eu, de alguma maneira estiver aprisionado mesmo que por minha mente, que é uma forma de matéria sutil, eu não sou puro. Se eu tiver quaisquer emoções egoístas, não sou puro.
Hércules teve de se purificar”
A sua iniciação nos grandes mistérios, significou atravessar o seu próprio inferno, antes que pudesse atravessar o inferno universal. Os grandes e terríveis momentos de nossas vidas, corretamente vividos, correspondem ao nosso próprio inferno, tornando-nos um Iniciado.
Somente se pode aprender a natureza universal através da experiência pessoal. Viver na prática e não na teoria.
O aparecimento da Hidra com seus cabelos de serpentes simbolizam as tentações a que todos que se vestem da carne, mesmo os “salvadores do mundo”, são submetidos.
O ato de servir antes de enfrentar a fera canina, ocorreu ao se deparar com duas pessoas amarradas e indefesas, sendo atacadas. Teve de resgatá-las antes de cumprir sua própria tarefa. Para o verdadeiro Iniciado, o serviço ao próximo sempre será priorizado, abandonando o que se predispôs a fazer quando há necessidade de ajudar. Este princípio baseia-se na consciência grupal que se adquire em Câncer.
A lenda deste trabalho enfatiza a descida nos infernos para libertar a Humanidade, aqui representada pela figura de Prometeu, acorrentado na lage de pedra.
Aqui, a mesma figura de Prometeu libertado em Gêmeos, simboliza agora a grande massa humana, diferente do que foi sua própria libertação para poder seguir para o serviço do mundo.
Não mais a sua libertação do mundo das formas, mas da própria Humanidade.
Agora Hércules é um “construtor social”.
A Humanidade (Prometeu) vive “acorrentada” em suas “ilusões”, sendo constantemente “devorada” pelo Abutre, que representa a ação da Lei de Causa e Efeito, com as dores lacerantes da reposição de seus próprios erros.
O fígado que se regenera, simboliza as oportunidades que se repetem nas múltiplas e seqüentes encarnações da Alma em evolução.
“Este é o signo do bode; é um signo suprahumano, um signo universal e impessoal.
Todos os trabalhos de Hércules até aqui, estiveram relacionados com sua própria libertação. Agora entramos nos três signos que não têm relação com suas conquistas pessoais.
Ele está livre, é um Iniciado, um Discípulo Mundial.
Ele passou pelo Zodíaco várias vezes, aprendeu todas as lições dos signos e escalou a montanha da Iniciação; ele se transfigura; está perfeitamente livre e assim pode ocupar-se universalmente nos trabalhos que já não têm qualquer relação consigo mesmo”.
Analisando a evolução dos seres humanos, esotericamente, quando se observa o bode no sopé da montanha, identifica-se o materialista, procurando se nutrir de lugares ou objetivos áridos. Quando é encontrado a meio do caminho, observa-se o bode em expiação, com suas flores do desejo, cada uma com seu próprio espinho de saciedade e desilusão.
No topo da montanha, o bode sagrado vê a “visão” e o Iniciado aparece. Cérbero, o cão com serpentes crescendo em seus pescoços e corpo, e outra como rabo, têm, nas três cabeças, a simbologia da “sensação”, do “desejo” e das “boas intenções”.
A primeira cabeça, ou o apego as “sensações”, leva a humanidade à busca de conquistas materiais, ou a uma pseudo “felicidade” em um mundo de prazer material. Os violentos impactos da sensação são buscados para manter a mente ocupada. O “desejo” antecede todas as sensações, pois necessita se expressar para conquistar as satisfações do mundo exterior, tornando-se, assim, a cabeça central do animal. A terceira cabeça é das “boas intenções”, que não passam de apenas intenção, jamais concretizadas.
O rabo e o corpo repleto de serpentes representam todas as ilusões que impedem o progresso espiritual. Quais seriam estas ilusões: o materialismo que nos detêm no nível inferior da existência; a natureza psíquica inferior, que causa tanta destruição; o medo. Sob qualquer tipo de manifestação; o medo do fracasso que impede tantos de agirem, criando somente a inércia, aliás, uma grande falta comum aos aspirantes. Hércules agarrou o cão pela cabeça central e o dominou, porque todos os servidores do mundo estão ocupados com os problemas da humanidade e descem ao inferno (a vida material) para auxiliá-la.
“Capricórnio relata a história da escalada da montanha e da descida ao inferno. Há três grandes ascensões de cada Alma.
A Maçonaria, ao longo da história, tem sido uma guardiã desta tradição”.
“Primeiro, há a elevação da matéria ao paraíso. Encontramos isso em Virgem.
Depois, há a elevação da natureza psíquica que está sob o diafragma. Você já não é emocional e egocêntrico, apenas vivendo em seu Plexo Solar (Chakra Gástrico ou Manipura), mas sim, focalizado no coração (Chakra Cardíaco ou Anahata) e consciente do grupo; seus sentimentos e desejos estão relacionados com o grupo”. “Você não vive mais na natureza animal, interessado na criação do Plano Físico, mas se torna uma criatura espiritual trabalhando na matéria mental.
Você já não fica preso à forma, mas a terá de tal maneira manipulada que terá elevado à consciência da cabeça (Chakra Frontal ou Ajna), e da cabeça é possível controlar sua garganta (Chakra Laríngeo ou Vishuddi), seu coração (Chakra Cardíaco ou Anahata), seu plexo solar (Chakra Gástrico ou Manipura) e qualquer parte de seu corpo.
Você faz isso, não se centralizando neles, não pensando neles, mas vivendo como um consciente filho de Deus, sentado no “Trono entre as Sobrancelhas” (Chakra Frontal ou Ajna), o “Centro da Água” (ou Hipófise) como os hindus o chama. Essa é a segunda grande ascensão”.
“A ascensão final é a marca da emancipação do iniciado de muito alto grau que se torna um salvador mundial (Chakra Coronário ou Sahasrara). Mas é na segunda Iniciação, a elevação da natureza psíquica inferior, na qual temos de trabalhar de modo que cada desejo, cada estado de ânimo e toda emoção sejam elevados aos Céus”
O marca do Iniciado é o “silêncio”, o que dá ao signo de Capricórnio a representação de um signo triste com seu aspecto universal e impessoal; é o signo do sofrimento intenso e da solidão, características próprias da luta de todo Iniciado.
As constelações ligadas ao signo são Sagitta, a Flecha, Aquila, a Águia, e Delphinus, o Golfinho ou Delfim. Sagitta não tem qualquer relação com Sagitário.
Naquele signo tivemos o arqueiro com a flecha, com a qual o aspirante buscando a conquista, atingia a Personalidade.
Aqui, temos a Flecha que vem de uma fonte cósmica, penetrando o coração do filho de Deus, chamado Cristo, o mais próximo de nós dos Salvadores Mundiais.
“Um homem de dores e acostumado com o sofrimento”.
Ele foi atingido pela flecha de Sagitta, a flecha cósmica.
Aquila, a Águia, está intimamente relacionada com Capricórnio e com Sagitário.
Temos o “pássaro de luz”, o símbolo do mais elevado aspecto do Homem, se manifestando como a Alma que conquistou, seu segundo aspecto.
Dephinus é representada em um antigo zodíaco como um peixe cheio de vida brincando, saltando da Água para o Ar.
É o símbolo de filho de Deus que, trabalhando sob a Lei, toma a forma e vive na Água e no Ar e, como não mais está limitado pela Lei Física, pode jogar com as forças da natureza.
O Décimo Primeiro trabalho foi “A limpeza dos Estábulos de Augias”
Signo: Aquários.
No Lugar de Paz do Grande Ser Que Presidia jorrou a irradiação de seu pensamento exaltado.
O Instrutor se aproximou. “A chama singular deve acender as demais quarenta e nove”, afirmou o Grande Ser que Presidia.
“Que assim seja”, respondeu o Instrutor.”
Tendo acendido sua própria lâmpada, Hércules deve agora trazer a Luz aos demais”.
E convocando Hércules, lhe disse: “Onze vezes a roda girou, e agora estás diante de outro Portão.
Por muito tempo perseguiste a Luz que tremeluzia, primeiro de maneira incerta, depois aumentando até tornar-se um firme farol, e agora brilha para ti como um sol brilhante.
Agora volta tuas costas para o brilho; inverte teus passos; volta para aqueles para quem a Luz é apenas um ponto de transição e ajuda-os a fazê-la crescer.
Dirige teus passos para Augias, cujo reino deve ser limpo do antigo mal. Eu falei”. Hércules dirigiu-se, então, para o décimo - primeiro Portal, e o cruzou em busca de Augias, o rei. Ao se aproximar do reino, no entanto, percebeu o terrível odor que exalava de por todo o reino. Buscando saber da causa, foi lhe contado que o rei por trinta anos não fizera por limpar o excremento que se gado deixava nos estábulos reais.
Pela mesma razão, os pastos estavam tão adubados, que nenhuma colheita crescia. Conseqüentemente, terríveis epidemias assolavam o país devastando muitas vidas humanas. Dirigindo-se a Augias em seu castelo, Hércules ofereceu-se para a limpeza de seus estábulos, o que lhe foi permitido, sob dúvida e descrença. “Dizes que farás esta imensa tarefa sem recompensa?”, declarou o rei respeitosamente.”
Não confia naqueles que anunciam tais bazófias. Há de ter algum plano astucioso que arquitetaste, oh Hércules, para me roubar o trono.
Jamais ouvi de homens que procuram servir o mundo sem recompensa. Nunca ouvi. A esta altura, contudo, eu de bom grado acolheria qualquer tolo que procurasse ajudar. Mas deve ser feito um trato, para que não zombem de mim como sendo um rei bobo. Se tu, em único dia, fizeres o que prometeste um décimo de todo meu rebanho será teu; mas se fracassares, tua vida e teus bens estarão em minhas mãos.
Não penso que possas cumprir tuas promessas, mas podes tentar”.
Deixando o rei, vagou nosso herói pela malcheirosa área do reino. Por todos os lados encontrava peste e mortes, vítimas das doenças.
Observou, no entanto, que dois rios, Alfeu e Peneu, fluíam mansamente ao redor do reino. Sentado á margem de um deles, pôs-se a meditar, quando a solução do problema lhe veio à mente. Com grande determinação e força iniciou seu trabalho.
Com enorme esforço conseguiu desviar ambas as correntes, fazendo com que suas águas fluíssem através dos estábulos imundos.
As águas somadas e aceleradas limparam a imundície por tanto tempo acumulada, e todo o reino foi limpo de sua fétida treva. Em um único dia, a tarefa prometida foi cumprida. Satisfeito, retornou ao rei que o aguardava. “Conseguiste êxito com um truque”, berrou o rei Augias. “Os rios fizeram o trabalho, não tu. Foi uma manobra para tirar meu gado, uma conspiração contra meu trono. Não terás recompensa. Vai, sai daqui ou mandarei decapitar tua cabeça”.
O enraivecido rei assim baniu Hércules e o proibiu de jamais voltar ao seu reino, sob pena de morte. Com sua tarefa cumprida, retornou ao seu ponto de partida. “Tu te tornaste um servidor mundial”, disse o Instrutor, quando Hércules se aproximou. “Avançaste ao recuares; vieste à Casa da Luz por outro caminho; gastaste a tua luz para que a luz dos outros pudesse brilhar. A jóia que o décimo primeiro Trabalho dá, é tua para sempre”.
Aquário, o Carregador da Água
Elemento: Signo do Ar (como também o são Gêmeos e Libra). Qualidade: Vontade de servir, primeiro com o “Eu Inferior”, depois com o “Eu Superior”. Serviço Mundial. Consciência individual transmutada na consciência grupal.
Oposto Solar: Leão. Um Signo do Fogo (consciência individual; impulso para o autoconhecimento; autodomínio final, preparatório para o serviço impessoal).
Regentes:
Exotérico - Urano;
Esotérico - Júpiter.
Augias, filho de Netuno, o rei das águas e do sol, mantinha grande rebanho de animais e por trinta anos, por não limpar a sujeira cumulada, criara uma ambiente doente e mal cheiroso, que castigava toda a população de seu reino. Inúmeras pessoas haviam tentado limpá-los, porém, fracassaram por ser um trabalho além de suas forças.
Hércules, sendo um Iniciado e tendo bom senso, qualidade necessária de todo Iniciado, recebeu a incumbência do trabalho. Desceu do alto da montanha e estudou detalhadamente os estábulos.
Primeiro derrubou as paredes que os cercavam para, em seguida, fazer dois grandes buracos em seus lados opostos, neles conduzindo as águas de dois grandes rios. Não tentou varrê-los ou limpá-los, como o fizeram os demais, mas rompeu as barreiras usando dois rios. Sem esforços de sua parte, os estábulos foram limpos.
Ao informar ao rei seu sucesso, este lhe deu as costas, recusando-se reconhecer o trabalho e afirmando tratar-se de um engodo. Pode-se fazer uma analogia com o tempo de demora para a limpeza dos estábulos.
Trinta anos: Três, multiplicado por Dez.
Três é o número da Personalidade (Mente, Natureza Emocional e Corpo Físico), e Dez o número da do Homem completo.
Derrubar barreiras simboliza destruir conceitos antigos e arraigados por longo tempo, para que se possam absorver as novas energias provenientes de Aquário e limpar nossa antiga estrutura humana.
Isto deve significar o início de se pensar de forma ampla, de abandonar raciocínio de exclusividade. Este é o trabalho do signo de Aquário.
É modificar os conceitos de nações lutando umas contra as outras por interesses materiais, nações com lutas internas para satisfação de conceitos individuais ou de pequenos grupos, ou ainda, o cultivo do ódio em nome de um pseudo-patriotismo.
Esse é o trabalho de um “construtor social”.
Quando se tiver rompido as barreiras da separatividade, então deixar-se-á entrar dois rios, a água da vida e o rio do amor para a construção de uma nova sociedade.
Aquário é a era do Amor.
Existe uma escola de pensamento que rastreia todos os mistérios, dos chamados de Sabedoria Eterna, até uma forma de adoração animal. “O que causou a adoração do boi em Touro?
Não a natureza bestial da humanidade – que tomou o boi como símbolo da natureza animal e o deificou – como afirma o ser humano comum que investiga os mistérios.
É por que havia forças subjetivas atuando sobre nosso planeta, quando nosso sol passava pelo signo de Touro. A lição para o homem, é que sob o símbolo do boi, ele teve de lutar com o animal nele mesmo”.
“Depois nosso sol passou por Áries, o Carneiro, e nós tivemos o sacrifício do caprino, mostrando que o sacrifício da natureza animal estava começando a se tornar bem sucedido o conceito de lutar contra ela”.
“Depois o sol passou por Peixes.
As forças que atuaram em nosso planeta trouxeram à consciência do homem sua dualidade essencial, e o elo entre as duas partes dele próprio, dois peixes ligados por uma banda. Essa consciência começou a fazer seu impacto em larga escala sobre o ser humano, i.e., a noção de que ele é Alma e Corpo. O Cristo nasceu em Peixes para nos demonstrar perfeitamente qual seria nossa conquista última ao ligarmos aqueles dois: o peixe, o símbolo da segunda pessoa, ou Peixe Avatar, e o peixe nadando na matéria, o símbolo do ser humano encarnado”.
“Tendo acompanhado aquele maravilhoso, idealista e evolucionário ensinamento ao longo dos últimos cinco a seis mil anos como o resultado da forças subjetivas atuando sobre a humanidade, estando agora passando para o signo de Aquário onde, através do simbolismo da água e da purificação, aprenderemos como ser Alma e não ser humano. É isso o que vai acontecer em Aquário”.
Hércules, sendo Iniciado, deveria fazer três coisas, que podem ser resumidas como as características de todos os verdadeiros Iniciados. Segundo os textos esotéricos, se alguma delas não estiver presentes, o homem não é um Iniciado:
Serviço Impessoal: Não estar mais interessado em si mesmo e sim com o próximo, procurando absorver seus problemas e ajudá-lo. Nossa consciência não está mais centrada em nós mesmos.
Trabalho Grupal: existem organizações, sociedades e fraternidades que ficam felizes em dar oportunidade de treinamento às pessoas. Aqui abrimos um espaço para citarmos nossa S.‟.O,‟, onde, muitas vezes, é observado um canteiro de ciúmes, de pessoas tentando impressionar as outras com a quantidade de “conhecimento” e a maravilha de suas vidas de auto-sacrifício. Isto não é trabalho grupal.
“O trabalho grupal é permanecer sozinho espiritualmente na manipulação dos assuntos pessoais, esquecendo completamente de si mesmo no bem estar do particular segmento da humanidade ao qual está associado. Ele nega a ambição; ele nega o progresso vertical em qualquer loja ou organização; ele nega qualquer pretensão a assumir prerrogativas oficiais”.
Auto-Sacrifício:
O significado do auto-sacrifício é tornar o ego sagrado. Do topo da montanha, Hércules tem de descer, literalmente, até a sujeira da matéria e limpar os estábulos de Augias. Ele havia escalado até o cume da montanha; havia passado em todos os grandes testes, passando de Capricórnio para o reino espiritual, e conheceu algo do que chamamos de êxtase místico e, daquele estado espiritual recebeu a ordem para descer e limpar os estábulos.
O signo em oposição a Aquário é Leão, o signo do indivíduo, o homem que se descobriu como um ser humano.
Ereto, tornou-se o centro do universo, com as estrelas girando ao seu redor, assim como tudo que acontecia.
Aprendeu grandes lições, como talvez não fosse tão importante como pensava e que, submetendo-se a determinado treinamento, poderia encontrar em si um “ego maior” e, passando por Escorpião, teve seu teste de persistência.
A característica predominante do candidato é a paciência, e o apelo que faz principal apelo à paciência é Escorpião.
Ele triunfa em Escorpião, e em Sagitário ele se torna um discípulo unidirecionado que, tendo posto a “mão no arado”, não pode recuar, pode até querer, mas é impossível.
Avança, e porque prossegue, escala a montanha e em seu topo, se transfigura.
Em Aquário o discípulo se torna um Mestre Servidor.
O Objeto, e grande lição deste trabalho, é que todo Iniciado têm de ajudar na limpeza do mundo, pela direção correta das forças da vida, através do mundo.
Mas não espere por reconhecimento por esta ação, pois não o receberá.
Aquário está dividido em três decanatos, como também o são outros signos.
O primeiro, atualmente em curso, é regido por Saturno, o que explica as atuais dificuldades sociais que vivemos e as perturbações políticas de diferentes matizes, mas já se observa uma tendência para um vivencia grupal, ou globalização.
É um período de fortes contrastes, entre fanatismos religiosos e exemplos angelicais, entre ambições imorais e solidariedades emocionantes. Esta é a influência turbilhonante de Saturno.
Em quase todos os campos do pensamento, nós encontramos as forças compulsivas de Aquário e Peixes, gerando dois grupos diversos: os que estão amarrados no passado e ao aspecto material, e os que estão alcançando a “visão” e vendo a vida, a consciência, o propósito do viver emergindo por seu intermédio. Em que pese os distúrbios superficiais e acontecimentos diários, no geral a humanidade está progredindo, mas tempo será necessário para seu reconhecimento.
O segundo decanato é governado por Mercúrio, e do presente tempo virá à iluminação da “consciência do Eu” adquirida em Leão, para a “consciência da humanidade” que é o trabalho de Aquário.
No terceiro decanato, sob a regência de Vênus, teremos a emergência do Amor inclusivo, o verdadeiro amor fraternal, ainda que sejam necessários mais dois mil anos. Contudo, o candidato individual que hoje batalha por seu progresso, não poderá ser Iniciado antes que tenha aprendido a amar desinteressadamente, a amar não só aqueles que pensam como ele e agem como ele deseja, mas também seus desafetos e discordantes.
Há três constelações em Aquários: o “Peixe Meridional”, ou Pisces Autralis, representando em conexão com Aquário, a vinda de “salvadores mundiais”. Há que se destacar que na culminação de Peixes, temos apenas um peixe, um Avatar, e não dois peixes ligados um ao outro. “Pegaso”, o Cavalo Alado, sempre símbolo inspirador da mente superior, do amor, desdenhando a terra e voando no ar. E “Cygnus”, o Cisne, ainda em um vôo adiante, voando no meio do céu; o cisne da eternidade, voando no tempo e no espaço, o símbolo da própria Vida.
Todas estas constelações são as limpadoras, as purificadoras “águas vivas” de Aquário. A Lei Aquariana é baseada na iluminação espiritual, na percepção intuitiva e no amor fraternal, que é a identificação com toda a forma em cada reino na natureza. Aquário é descrito como um homem sustentando um vaso invertido. O homem vira o vaso e verte duas correntes de água, o “rio da vida” e o “rio do amor”, e essas duas palavras, “vida e amor”, são as que encarnam a técnica da era de Aquário; não a “forma”, não a “mente”, mas vida e amor.
Duas palavras que usamos constantemente, mas que, de volta, não sustentam qualquer conceito adequado. Cristo emitiu a nota “para o final dos tempos”, quando ele disse: “Um novo mandamento eu vos dou, que vos ameis uns aos outros”.
O décimo primeiro Mandamento, o décimo primeiro signo.
O décimo Segundo trabalho foi “A captura do Gado Vermelho de Gerião”.
Signo: Peixes.
Na sagrada Câmara do Conselho, o Grande Presidente revelou ao Instrutor a Vontade do Que Deveria Ser.
“Perdido ele está, e encontrou; morto, contudo vibrante com a Vida. O servidor se torna o salvador, e se dirige de volta ao lar”.
O Instrutor refletiu; e depois convocou Hércules: “Tu agora estás diante do último portão. Falta ainda um trabalho para que o ciclo seja completo, e a liberação conquistada. Vai até aquele lugar sombrio chamado Eritéria, onde a Grande Ilusão está entronizada; onde Gerião, o monstro de três cabeças, três corpos e seis mãos, é rei e senhor.
À margem da lei ele mantém um rebanho de gado vermelho escuro. De Eritéria deves trazer até nossa Sagrada Cidade, este rebanho. Cuidado com Eritião, o pastor, e seu cão de duas cabeças, Ortrus”.
Ele fez uma pausa. “Mais um aviso posso dar”, acrescentou lentamente, “ Invoca a ajuda de Helio”. Pelo portão de número doze Hércules partiu em busca de Gerião. No templo, fez oferendas a Hélio, o deus do fogo e do sol. Um cálice dourado caiu aos seus pés.
Ele sentiu em seu íntimo que esse objeto brilhante o capacitaria a cruzar os mares para alcançar o país de Eritéia. E assim foi.
Sob segura proteção do cálice dourado, ele velejou pelos mares agitados até chegar a Eritéia e, em uma praia naquele distante país desembarcou. Subiu ao topo de uma montanha, onde passou a noite em oração. Depois desceu para o cumprimento de sua tarefa.
Não muito longe dali chegou a um posto onde o gado vermelho escuro pastava. Era guardado pelo pastor Eurutião e o cão de duas cabeças, Ortrus.
Quando Hércules se aproximou, o cão lançou-se rapidamente sobre o herói, rosnando ferozmente e tentando alcançá-lo com suas presas. Com um único golpe Hércules derrubou o animal. Então Euritião, amedrontado pelo bravo guerreiro à sua frente, suplicou por sua vida. Hércules concedeu-lhe o pedido. Voltando-se para a Cidade Sagrada, Hércules passou a conduzir o gado vermelho-sangue diante de si.
Não muito longe daquelas pastagens, percebeu uma distante nuvem de poeira que rapidamente crescia. Adivinhando que o monstro Gerião teria vindo em louca perseguição, voltou-se para o inimigo. Logo ficaram face a face; exalando fogo e chamas de todas as três cabeças simultaneamente, o monstro avançou sobre ele. Brandindo grande lança, arremessou-a contra Hércules que dela se safou, evitando o mortal ataque.
Com o poder de sua força, esticou seu arco e lançou sibilante flecha que parecia queimar o ar em sua passagem, atingindo o monstro em seu flanco. Tamanha foi o ímpeto com que fora lançada, que todos os três corpos de Gerião foram transfixados.
Com desesperado guincho o monstro oscilou, para depois cair para não mais levantar. Voltou, então, nosso herói a conduzir o rebanho. Tarefa difícil, pois, vez por outra, algumas cabeças se desgarravam, obrigando-o a deixar o rebanho e buscar as que se perdiam.
Através dos Alpes os conduziu até Halia. Onde quer que o mal houvesse triunfado, ele golpeava as forças do mal, corrigindo a balança em favor da justiça.
Quando Eryx, o lutador, o desafiou, derrubou-o tão vigorosamente que ele assim permaneceu. Novamente, quando o gigante Alcioneu laçou sobre Hércules uma rocha que pesava uma tonelada, este último a deteve com sua clava e a mandou de volta, matando seu agressor. Às vezes perdia seu rumo, mas sempre se voltava refazendo seus passos, e prosseguia.
Embora exausto por este cansativo trabalho, Hércules por fim voltou à Cidade Sagrada e ofereceu o rebanho em sacrifício à Athena, a Deusa da Sabedoria. O Instrutor, que aguardava sua vinda, o recebeu: “Bem-vindo, oh Filho de Deus que também é filho do homem. A jóia da imortalidade te pertence. Por estes doze trabalhos tu superaste o humano e te revestiste do Divino. De volta ao lar vieste, para não mais partires. No firmamento estrelado o teu nome será inscrito, como um símbolo para os batalhadores filhos dos homens, de seu imortal destino. Os trabalhos humanos estão encerrados, tua tarefa Cósmica começa”.
Da Câmara do Conselho veio uma voz que disse: “Bem feito, oh Filho de Deus”.
Pices, os Peixes
Elemento: Signo da Água (como também o são Gêmeos e Libra). Qualidade: Dualidade. Fluidez dotada com a consciência intuitiva. Mediúnico. Mente polarizada não despertada. Intuição adormecida. Morte da Personalidade. Libertação da Alma, de seu cativeiro. Cristo, o Salvador Mundial.
Oposto Polar: Virgem – um Signo da Terra (matéria; o Cristo na caverna do coração).
Regentes:
Exotérico – Júpiter.
Esotérico – Plutão.
A Cidade Sagrada consiste de duas cidades, ligadas por um belo muro e um portão chamado o Portão do Leão. Após este trabalho, Hércules prosseguiu para trabalhos cósmicos, além de nossa concepção.
O Homem de três cabeças simboliza o ser humano com os Corpos Físico, Emocional e Mental unidos, o monstro que ainda domina a Humanidade. O gado vermelho sangue simboliza os desejos inferiores, uma sempre destacada característica de nossa raça. Eles são guardados por um pastor, que é a Mente, e o cão de duas cabeças – a matéria e psiquismo.
Ele poupou o pastor, simbolizando que a Mente ainda pode ser o pastor do gado, mas matou a cão de duas cabeças, ou a natureza psíquicoemocional e o aspecto matéria.
A sua morte representa a privação de seu poder e domínio. Devemos observar a simbologia de Hércules ser transportado pela taça dourada, que se pode inferir como a simbologia do Santo Graal, símbolo do trabalho de um Salvador Mundial, o Cristo.
O termo “Salvador Mundial” deve ser associado com o pensamento da emergência de um grande Filho de Deus chamado para um grande trabalho, pela necessidade da Humanidade.
Eles sempre vieram através dos tempos, habitaram corpos humanos, agiram pelo exemplo e Amor, sempre muito inteligentes. Por suas vidas, deram um exemplo a fim de que pudéssemos seguir seus passos; por suas palavras entoaram a nota, a mensagem que a Humanidade precisava para dar o passo seguinte.
Em suas ações deram uma demonstração de serviço, distribuindo o Bem e marcando seus nomes pelos séculos.
“O signo de Peixes marca um lugar triangular nos céus, um símbolo da realidade. Este signo rege os pés e daí a idéia de trilhar o Caminho”.
“Peixes é também o signo da morte sob vários aspectos. A morte do corpo, algumas vezes, ou talvez alguma velha tolice que tenha chegado ao fim, ou de uma indesejável amizade que cessará, ou a devoção a alguma forma religiosa de pensamento que reteve o aspirante talvez agora acabe e este emergirá para um novo caminho.
É o signo da morte da Personalidade.
Também significa a morte de um Salvador Mundial, pois é o signo da crucificação e marca o fim de um ciclo zodiacal”.
As três constelações do signo são “A Banda”, “Andrômeda”, a mulher encadeada, e “Cepheus”, O Rei.
“A Banda” é um curioso aglomerado de estrelas ligando os dois peixes, um deles com a cabeça erguida para o norte, e o outro nadando na linha do horizonte. O peixe com a cabeça voltada para o norte é o símbolo de quem aspira aos mistérios, enquanto que o peixe na linha do horizonte representa o homem comum.
“Andrômeda”, a mulher encadeada. Temos três mulheres entre as constelações. Cassiopéia em Áries, representando a matéria sentada na cadeira, dominante; Coma Berenice em Virgo, que sacrificou seu cabelo para permanecer no serviço, representando a Alma assim começando a firmar-se, e Andrômeda em Peixes, representando a matéria com a armadura. “Cepheus”, o Rei, marido de Cassiopéia e pai de Andrômeda.
Isto sugere que “O Rei” represente o Espírito ou o aspecto Pai. Há na natureza o Reino Humano; acima dele há os Reinos Espirituais e Cósmicos; abaixo dele, os Reinos Mineral, Vegetal e Animal.
O trabalho do Homem é agir como transmissor, através da Mente, da Energia Espiritual que salvará e vitalizará todos os reinos inferiores da natureza.
Segundo os textos esotéricos, grupos de “Aspirantes a...” e “Iniciados” já se formam, em um número bem maior do que nas épocas que passaram dispersos pelos diferentes países do planeta. Trazem consigo duas tarefas a fazer.
Primeiro, aprender a reconhecer a “nova nota” à medida que ela venha dos discípulos, onde quer que se encontrem e, segundo, ajustarmo-nos para deles fazer parte.
Afirmam, também, os textos esotéricos que, os grandes Mestres da Humanidade que por ela velam, não tratam diretamente com os homens, mas através de seus discípulos já eleitos, com posição perfeitamente definida pela evolução e méritos adquiridos. E serão estes que estarão a emitir a “nova nota” a que os candidatos a Aspirantes devem se esforçar para reconhecer.
A marca deste grupo é a da “não afirmação pessoal”, visto estarem muito ocupados fazendo trabalhos em prol das massas, para terem tempo de falar de si mesmos.
Eles trabalham através da Meditação, que os mantêm em contato com a espiritualidade e entre eles mesmos; portanto, estão em contato com a Grande Vida, que derrama sua força e energia através deles e para o mundo.
É freqüente encontrarmos nas Instruções Maçônicas a orientação que devemos buscar na Meditação as conquistas necessárias para o devido comportamento do verdadeiro maçom.
A Meditação, quando corretamente conduzida, é árduo trabalho mental, pois significa orientar a mente para a Alma.
E quando alcançar o aprendido de focalizar a mente na Alma tem-se de aprender a tomar do que a Alma disse, e traduzir em palavras, em frases, para a correta racionalização do cérebro. Isto é Meditação.
“O que vos digo na sombra, aquilo falai na Luz” - palavras simbólicas que expressam as conquistas que vêem pelo lado interno, que só a Meditação permite alcançar. Esses discípulos, representando a Vida Maior, a cada um dirá algo diferente, de acordo com suas necessidades, e mergulharão nas trevas, deliberadamente, para enviar uma mensagem da Luz.
Não estão presos a dogmas, tampouco a doutrinas, porque eles têm que lhes veio na treva, que eles lavraram por si mesmos na aspiração e empenho de suas próprias Almas.
Vão ao encontro das necessidades de seus semelhantes, e sua é a mensagem do Cristo:
“Um novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros”.
Isto não é sentimento, mas um comportamento fraterno.
O amor enunciado pelo Cristo é uma inteligente compreensão e apreciação das necessidades de um indivíduo, quando nos encontramos com ele, e passamos a servi-lo fraternalmente. “Um novo mandamentos vos dou” pode ser resumida na “Inclusividade”, a marca da Nova Era, o espírito universal de ajuda mútua, a identificação, a unidade com todos os seus semelhantes.
Isso é Amor. Não é apenas falar, mas vivê-lo plenamente.
É cultivar a atitude correta e estar inteiramente aberto ao semelhante.
Para se ajustar a tais requisitos, para alcançar tais características que automaticamente nos incluirá no grupo dos servidores do mundo, não basta tão somente falar sobre o Amor, ou dele explanar teórica e magistralmente.
Temos, uma vez mais, de vivê-lo plenamente.
Este foi o grande e último trabalho de Hércules, e o será de todo aquele que realmente desejar se tornar um verdadeiro Iniciado.
Entendimento deste Trabalho:
Em dias de trevas e aparente morte espiritual, principalmente com as constantes notícias e acontecimentos veiculadas nos diferentes meios de comunicação, é de se esperar que o descrédito e a dúvida seja o caminho de muitos, quanto a uma organização de administra e vela pela Humanidade.
Porém, o que vemos e ouvimos sempre existiu, e muitas vezes de forma muito mais grave e terrível.
A diferença nos dias de hoje, é que a comunicação globalizada nos permite o conhecimento dos fatos no momento em que ocorrem. No entanto, o espírito do Homem está em seu caminho e a realidade permanece imutável por trás da superfície em ebulição, em constante mutação, e dos acontecimentos materiais.
A Verdade está, como uma fênix, emergindo novamente no campo da experiência humana, mas ela deverá ser sentida e conhecida, e não forçada por um autoritarismo sectário e da tradição antiga.
Cada um deve reconhecer que a verdade é o que conhece e que o faz pela sua experiência. Uma das grandes revelações que chegaram de maneira quase imperceptível à Humanidade no século passado foi o lento despertar em nossa consciência de nossa origem divina.
O Homem está se reconhecendo que ele é, na verdade, “feito á imagem de Deus”, e são “unos”, em natureza, com o Pai Celestial.
Hoje Deus, os propósitos da Criação e os Planos subjacentes ao trabalho criativo de Deus, estão sendo amplamente estudados tanto do ângulo científico quanto religioso.
É esta verdade, ou verdades, que estão implícitas e reveladas na história do herói Hércules, o discípulo iniciado.
Um quadro completo e sintético do progresso da Alma, da ignorância à Sabedoria, do desejo material à aspiração espiritual, da cegueira da humanidade infantil, à visão das dimensões cósmicas.
Muitos livros foram escritos sobre o assunto do Discipulado; o estudo sobre “Os Doze Trabalhos de Hércules”, cobrindo, como ele o faz, cada aspecto da vida do discípulo, pode nos capacitar a conquistar uma diferente atitude diante das perdas temporárias e dificuldades momentâneas que enfrentamos na luta contra nossa natureza inferior.
Ao estudarmos este antigo mito, descobrimos que Hércules assumiu determinadas tarefas, simbólicas em sua natureza, mas universais em seu caráter, passando por episódios e acontecimentos que retratam, em todos os tempos, a natureza da preparação e as conquistas do homem a caminho da perfeição.
Ele representa o Filho de Deus encarnado, mas ainda não perfeito que, em um particular estágio no ciclo evolutivo, toma em suas mãos sua natureza inferior e, voluntariamente, a subm‟ete à disciplina que finalmente ensejará na emergência de sua natureza inata.
A partir de um ser humano falho, mas sincero e sério, inteligentemente cônscio da obra a ser feita, um “construtor social” e um “Salvador Mundial” é criado, posição expressa nos dois últimos trabalhos realizados.
Na história de Hércules são descritas as experiências do Caminho do Discipulado, e as primeiras etapas do Caminho da Iniciação.
Do profano que vivia na escuridão, abriu-se a Luz nos Caminhos da Maçonaria...
Bibliografia: 1.Os Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey. 2. O Zodíaco: Uma síntese da Vida. – Walter H. Sampson. 3. A Mensagem de Aquária – Homer Curtiss. 4. Astrologia Esotérica – Alice A. Bailey
Os Trabalhos de Hercules são simbolizados de forma sutil nas Colunas Zodiacais que sustentam a Abobada Celeste de um Templo Maçônico na qual ainda há várias discussões de qual a sua representatividade. Em cada signo é observado um trabalho que Hercules executou a pedido do rei Euristeu. Nestes trabalhos, o leitor conseguirá ver cada passo em que pode ser feito o desenvolvimento pessoal e da sociedade, observando a execução e cada agente participante.
ResponderExcluirNeste contexto, o caminho do maçom começa antes da sua Iniciação, no momento em que ele é convidado para entrar na Ordem. Assim, ao seguir o caminho das Colunas Zodiacais, o maçom saberá o que deve fazer passo-a-passo para conquistar a Verdadeira Luz.
Se você é ligado em mitologia e em astrologia, com certeza já ouviu falar dos 12 trabalhos de Hércules, não é mesmo?
ResponderExcluirRegados de muita intensidade, eles têm significados profundos e complexos. Os trabalhos, que foram interpretados ao longo do tempo, marcam aspectos muito importantes na jornada humana e no nosso desenvolvimento espiritual.
O número 12 tem toda uma simbologia astral. Com referência explícita aos 12 signos do zodíaco, os trabalhos de Hércules têm forte referência e inspiração na constelação do zodíaco.
Os 12 trabalhos de Hércules
ResponderExcluirOs trabalhos têm relação direta com os signos do zodíaco e seguem a mesma contagem cronológica, respeitando as datas estabelecidas para cada signo no horóscopo que estamos acostumados.
Confira agora um pouco mais sobre cada um dos doze trabalhos de Hércules.
Áries e a captura das éguas antropófagas – De 20 de março a 20 de abril
ResponderExcluirEsse trabalho foi realizado por Hércules junto com seu amigo Abderis. Após aprisionar as éguas, Hércules enfrentou problemas devido à fraqueza e insegurança de seu amigo. Abderis acabou sendo pisoteado pelas éguas que vieram a fugir. Posteriormente, Hércules as capturou novamente e, humilhado, as levou a um lugar onde pudessem ser domesticadas.
No plano astral, as éguas simbolizam os pensamentos descontrolados. É preciso capturá-los e muitas vezes recapturá-los para aprender a lidar com eles.
Significado: o ariano deve ter foco no controle mental. A obtenção do autocontrole é uma das principais conquistas que deve ser buscada pelos nativos de Áries.
Touro e a captura do Touro de Creta - De 21 de abril a 20 de maio
ResponderExcluirNesse trabalho, Hércules tinha a tarefa de capturar o touro.
Esse trabalho tem uma ligação forte e expressiva ao corpo físico. O domínio da sensualidade é um dos principais destaques que deve ser dado a este trabalho.
Significado: O touro representa o desejo animal e descontrolado, o fato de conseguir montar no animal significa conseguir controlá-lo. Os nativos de Touro devem ter atenção e cuidado ao controlar seus desejos mais profundos e intensos.
Gêmeos e os pomos de ouro de Hespérides – De 21 de maio a 20 de junho
ResponderExcluirGêmeos é tido como o signo da dualidade. O signo pode ser representado por dois deuses: Nereu, o verdadeiro mestre que simboliza a alma, e Busiris, símbolo da razão -- ou pelos irmãos Castor e Pólux, onde Castor é mortal e Pólux, imortal.
Esse trabalho mostra que do sacrifício vem a recompensa.
Significado: para os geminianos, é importante saber lidar com totalidade de seus sentimentos e de seu próprio equilíbrio.
Câncer e a captura do cervo dourado – De 21 de junho a 21 de julho
ResponderExcluirNeste quarto trabalho, a corça simboliza a intuição. Sempre muito intuitivos, os cancerianos costumam sofrer constantes transmutações do instinto. O trabalho refere-se à necessidade de aprender a desenvolver a intuição e trabalhar com ela dentro da realidade.
Significado: Para os nativos de Câncer, é importante tomar consciência das coisas do espírito e das realidades espirituais.
Leão e a morte do Leão de Neméia – De 22 de julho a 22 de agosto
ResponderExcluirAqui o homem precisa matar o leão de sua personalidade. Relacionado ao egoísmo, a vaidade e ao instinto controlador, o leão deve ser morto para que a fraternidade tome o lugar de muitas características ruins.
Significado: O domínio do eu interior é a tarefa mais difícil encontrada pelos nativos do signo de Leão.
Virgem e a tomada do cinturão de Hipólita – De 23 de agosto a 22 de setembro
ResponderExcluirNeste trabalho, Hércules se depara com o mal feito por ele à Hipólita. Surpreendido por um monstro das profundezas, o remorso toma conta dele, que se recorda com amargor do mal que havia feito e das palavras que havia dito.
Significado: Esse trabalho é muito importante no processo evolutivo de todos os nascidos sob o signo de Virgem. Ele mostra que é preciso se proteger e nutrir bons pensamentos. Hércules nos mostra que é preciso compreender profundamente nossa missão espiritual, mesmo que já se tenha obtivo aquilo que buscava.
Libra e a captura do javali de Erimanto – De 23 de setembro a 22 de outubro
ResponderExcluirNo sétimo trabalho, Hércules enfrenta uma grande batalha antes de seguir seu caminho. Se deparando com amores e mortes, Hércules busca seu equilíbrio.
Significado: O símbolo de Libra é uma balança e, apesar de simbolizar o equilíbrio, é preciso ter cuidado, pois os librianos costumam oscilar entre a justiça e a injustiça e entre a ignorância e a sabedoria.
Este trabalho destaca o desenvolvimento que devemos ter na capacidade de controlar nossos desejos através da força do pensamento.
Escorpião e a destruição da Hidra de Lerna – De 23 de outubro a 21 de novembro
ResponderExcluirNeste trabalho, Hércules enfrenta três serpentes que simbolizam a paixão, o ódio e o desejo de poder. As três também fazem referência a três importantes aspectos interiores do ser humano: o físico, o astral e o mental.
Significado: O trabalho destaca a luta diária dos escorpianos com as personalidades emocional e material.
Sagitário e a morte dos pássaros de Estinfalo – De 22 de novembro a 21 de dezembro
ResponderExcluirNeste trabalho, Hércules consegue enxergar o verdadeiro objetivo de sua vida. Através de dificuldades enfrentadas e muitas lições aprendidas, consegue deixar as nuvens de pensamentos mais limpas e claras, eliminando palavras mal ditas e os pensamentos criados por elas.
Significado: O trabalho mostra que os nativos de Sagitário devem se libertar da ilusão da mente inferior e se aprimorar na mente superior. Só assim será possível alcançar plenitude e liberdade.
Capricórnio e a morte de Cérbero, o guardião de Hades – De 22 de dezembro a 21 de janeiro
ResponderExcluirNeste trabalho, três coisas são necessárias para Hércules: purificar-se, atravessar o próprio inferno e enfrentar as tentações. Durante o percurso, o herói luta para libertar-se da irritabilidade e do egoísmo, atravessa o inferno coletivo e ainda é seduzido por Medusa.
Significado: o trabalho mostra que é preciso descer aos infernos para salvar a humanidade. Hércules mostra aos capricornianos que, apesar das dificuldades encontradas para lidar com sua personalidade, é preciso enfrentá-las para se conseguir aquilo que deseja.
Aquário e a limpeza do estábulos de Áugias – De 21 de janeiro a 19 de fevereiro
ResponderExcluirEste é o 11º trabalho de Hércules. Nele, o Deus derruba barreiras e simboliza destruir velhos conceitos. A limpeza dos estábulos pode ser associada à limpeza que devemos fazer em nossas estruturas humanas, tanto no nível mental quanto físico e emocional.
Significado: é preciso modificar conceitos. Os aquarianos devem, constantemente, limpar conceitos antigos. Baseados na iluminação espiritual, na percepção intuitiva e no amor fraternal, devem desenvolver a capacidade de identificar o que é bom e puro.
Peixes e a captura do gado vermelho do Gerião – De 20 de fevereiro a 20 de março
ResponderExcluirO homem de três cabeças presente nesse trabalho simboliza os desejos inferiores de todo nós. Ao matar o cão de duas cabeças, Hércules mostra que é possível controlar o psíquico e o emocional.
Significado: As batalhas enfrentadas neste trabalho mostram aos piscianos que é importante valorizar o interior de nossa alma. Que, mesmo com as dificuldades e provações encontradas no caminho, após uma boa dose de coragem, é possível se manter intacto quanto aos seus valores e princípios.
MEGAVILHA!!!!!!
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