Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo.
A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.
A reflexão filosófica é tida como radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.
Não somos, porém, somente seres pensantes.
Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações.
A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações.
A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:
- por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos?
- o que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?
- para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?
Essas três questões podem ser resumidas em: o que é pensar, falar e agir?
E elas pressupõem a seguinte pergunta: nossas crenças cotidianas são ou não um saber verdadeiro, um conhecimento?
A atitude filosófica inicia-se indagando: o que é?, como é?, por que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam.
São perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas.
A reflexão filosófica, por sua vez, indaga: por quê?, o quê?, para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão.
São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.
Bibliografia
PRÉ-SOCRÁTICOS, Col. “Os Pensadores”, vol. 1, seleção de textos e supervisão do prof. Dr. José Cavalcante de Souza, São Paulo, Abril Cultural, 1978.
Bibliografia Complementar
CHAUI, M. Filosofia, Série Novo Ensino Médio, Volume Único, São Paulo, Editora Ática, 2004. CHAUI, M. Introdução à História da Filosofia – dos procráticos a Aristóteles, Volume 1, São Paulo, Cia. das Letras, 2002. COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e Grandes Temas, São Paulo, Ed. Saraiva, 7a tiragem, 2005. KIRK, G.S., RAVEN, J. E. & SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos, Lisboa, Fund. Calouste
A propósito desse assunto, o filósofo italiano AntonioGramsci diz: “não se pode pensar em nenhum homem quenão seja também filósofo, que não pense, precisamenteporque pensar é próprio do homem como tal”.
ResponderExcluirPitágoras (século VI a.C.), um dos mais antigos pensadores gregos, teria usado pela primeira vez a palavra filosofia (philo-sophia) , que significa amor a sabedoria. Por essa razão, a filosofia não é pura racionalidade, mas a procura amorosa da verdade.
ResponderExcluirÀ primeira vista, entendemos a filosofia como algo enigmático, profundamente abstrato e distante da realidade.
ResponderExcluirEssa visão da filosofia decorre dos complexos trabalhos de pensadores que, ao longo da história, refletiram e buscaram diferentes respostas sobre questões que continuamente fazemos ao longode nossa existência.
Indagações sobre o conhecimento, sobre os valores, sobre anatureza, sobre a beleza, sobre o homem.