Cavaleiros Kadosh

Os Templários Kadosh (30.º Grau Kadosh) – Por Vitor Manuel Adrião |  Lusophia - Vitor Manuel Adrião

O Cavaleiro Kadosh é um Grau Maçônico ou cerimónia de iniciação realizado por certos ramos do Antigo e Aceito Rito Escocês da Maçonaria. 

É o grau da Jurisdição Sul do Rito Escocês para os Estados Unidos da América[1], para o Antigo e Aceito Rito Escocês da Maçonaria do Canadá[2]

A Jurisdição Norte Maçônica do Rito Escocês, no momento, não conferem um grau intitulado "Cavaleiro Kadosh". 

Em vez disso, o seu Grau, é intitulado como "Grande Inspetor"[3].

O termo "Kadosh", é derivado da palavra em hebraico "קדוש", que significa sagrado ou consagrado[4]. "Kadosh" e "Cavaleiro Kadosh" é frequentemente, abreviado em documentos ou siglas maçônicas, como "K--H.'.[5] e "K.'.K.'.D.'.H".[6]


História

O retrato mais antigo gravado de um "Cavaleiro Kadosh",no seu Grau, pode ser vinculado no Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente em 1758. 

Este conselho, unido em vários graus maçônicos, foi levado a cabo em Paris, no século XVIII, em França.[7][8]

O "Cavaleiro Kadosh", ou originalmente, "Ilustre e Grande Comendador da Águia Branca e Negra, Grande Eleito Kadosh", fazia parte de um conjunto completo de vinte e cinco graus ou graus regidos por este Conselho. 

O "Cavaleiro Kadosh" foi o Vigésimo quarto Grau do complemento.[8][9].

Em 1801, o primeiro e mais antigo Supremo Conselho do Rito Escocês foi fundado em CharlestonCarolina do Sul

Este órgão aprovou muitos dos graus do Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente, incluindo o de "Cavaleiro Kadosh". 

O Grau "Cavaleiro Kadosh", foi adotado como Grau e foi intitulado simplesmente como "Cavaleiro Kadosh"[8][10]

O grau recebeu um substancial re-escrita na década de 1850, quando Albert Pike, foi o Grande Comandante da Jurisdição Sul dos Estados Unidos. 

Além disso, foi revisto em 2000.[11]

Uma forma diferente do grau de Cavaleiro Kadosh, através de um ritual, não de autoria de Pike, foi durante muitos anos realizado em Jurisdição maçônica do norte dos Estados Unidos, com sede em Lexington, Massachusetts. 

No entanto, nos últimos anos, o Grau de Cavaleiro Kadosh foi descartado por esse órgão totalmente.


Lição do Grau

Como todos os Graus Maçônicos, o Grau de Cavaleiro Kadosh, tenta ensinar ao inicio de uma série de lições de moral pelo uso de alegorias e simbolismo. 

A descrição oficial da lição retratado no sul da Competência do Rito Escocês para os Estados Unidos da versão americana do Grau de Cavaleiro Kadosh é o seguinte:

"A lição deste Grau é de ser fiéis a nós mesmos, para defender o que é certo e justo em nossas vidas hoje. Crer em Deus, pátria e em nós mesmos."[12]


Controvérsia

O Grau de Cavaleiro Kadosh é por vezes acusado de ser anticatólica

Na edição de 1918 da Enciclopédia Católica, afirma que, na cerimônia em uso na Jurisdição Sul do Escocês Antigo e Aceito Rito nos Estados Unidos, pretendida ter sido escrita por Albert Pike, a Tiara Papal é pisoteada durante a iniciação.[13] 

Esta afirmação não aparece em nenhum edições subseqüentes da Enciclopédia Católica, apesar de ter sido repetido pelo Padre William Saunders no Arlington Catholic Herald, em 1996.[14][15]

Nem a Enciclopédia Católica, nem como conta o Padre Saunders, concorda com o ritual de Pike, que inclui de nenhum maneira, pisar ou golpear um crânio e nenhuma menção de Tiaras Papais.[16]

No livro de Pike, intitulado Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry (Moral e Dogmas do Rito Escocês Antigo e Aceito Rito da Maçonaria), faz menção a hostilidade à Tiara Papal pelos históricos Cavaleiros Templários, quando se discutia o Grau Kadosh;[17] 

No entanto, este é o comentário de Pike no Grau e não faz parte do Grau em si.

Referências

  1.  Freemasons for Dummies, Christopher Hodapp, ISBN 0-7645-9796-5, Hungry Minds Inc, U.S., 2005. pág. 225
  2.  [1], accessed Aug 3, 2006
  3.  Freemasons for Dummies, Christopher Hodapp, ISBN 0-7645-9796-5, Hungry Minds Inc, U.S., 2005. pág. 227
  4.  An Encyclopedia of Freemasonry, Albert G. Mackey, The Masonic History Company, New York, 1917. Vol. 1, p. 378
  5.  [2], accessed Aug 3, 2006
  6.  A New Encyclopedia of Freemasonry, A.E. Waite, ISBN 0-517-19148-2, University Books, New York, 1970. Vol. 1, p. xx
  7.  A New Encyclopedia of Freemasonry, A.E. Waite, ISBN 0-517-19148-2, University Books, New York, 1970. Vol. 1, p. 254
  8. ↑ Ir para:a b c An Encyclopedia of Freemasonry, Albert G. Mackey, The Masonic History Company, New York, 1917. Vol. 1, p. 379
  9.  A New Encyclopedia of Freemasonry, A.E. Waite, ISBN 0-517-19148-2, University Books, New York, 1970. Vol. 1, p. 432
  10.  A New Encyclopedia of Freemasonry, A.E. Waite, ISBN 0-517-19148-2, University Books, New York, 1970. Vol. 2, p. 412
  11.  The Scottish Rite Ritual Monitor and Guide, Arturo de Hoyos, ISBN 0-9708749-2-8, The Supreme Council, 33°, Southern Jurisdiction, First Edition 2007, pág.79-86.
  12.  "30º - Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Preto: A lição deste grau, é de ser fiéis a nós mesmos, para defender o que é certo e justo em nossas vidas de hoje. Crer em Deus, pátria e nós mesmos. Não existe um avental, mas a jóia, é uma cruz teutônica de ouro, esmaltada em vermelho, com as letras J '. B.'. M. '. no reverso, e um crânio transluzente por um punhal normalmente com uma lâmina fina quadrada ou triangular no verso." Ancient and Accepted Scottish Rite, Southern Jurisdiction from freemasoninformation.com
  13.  "O Kadosh (Trigésimo Grau), pisando a Tiara Papal e da Coroa Real, é destinada para causar uma vingança apenas sobre estes criminosos "elevados" ao assassinato de Molay [128] e "como o apóstolo da verdade e os direitos do Homem "[129], para distribuir a humanidade" da escravidão do despotismo e da escravidão de tirania espiritual "." do artigo Masonry (Freemasonry) em a Enciclopédia Católica.
  14.  New Catholic Encyclopedia, 1967 ed, Volume 6, pp 132–139, McGraw-Hill, New York. The most recent edition (2002) não contém qualquer artigo sobre a Maçonaria.
  15.  "Quando se atinge o grau 30 da hierarquia Maçônica, chamada de Kadosh, a pessoa que esmaga com seu pé a Tiara Papal e da Coroa Real, e jura para a humanidade livre "da escravidão do despotismo e da escravidão espiritual tirana.' "Catholics and the Freemason 'Religion'" by Father William Saunders, The Arlington Catholic Herald9 de Maio1996, organizada pela Eternal Word Television Network.
  16.  Pike, Albert; The Magnum Opus or Great Work; Kessinger Publishing Co.; ISBN 1-56459-245-6
  17.  "Assim, a Ordem dos Cavaleiros do Templo foi na sua origem muito dedicado à causa da oposição à Tiara de Roma"; Albert Pike, Morals and Dogma, 1871, XXX KNIGHT KADOSH

Comentários

  1. Dos 33 Graus Simbólicos que constituem a Maçonaria Escocesa (Rito Escocês Antigo e Aceito), as funções dos 3 últimos resumem todos os anteriores, tal como o 30.º resume os posteriores. Com efeito, o 31.º Grau tem a função de manter a regularidade da acção social maçónica, ou seja, de inspeccionar sobre o exercício restrito dos landmarks ou “regras” por parte das Lojas junto do mundo profano; o 32.º Grau assegura a regularidade do “Real Segredo” no interior das Lojas, isto é, assegura a manutenção ou obediência ao Rito prescrito conforme a Constituição Geral; por fim, o 33.º Grau constitui o Supremo Tribunal ou cúpula da Ordem Maçónica assegurando a boa ordem dos trabalhos das Lojas para o mundo profano, e a boa ordem dos trabalhos no interior das Lojas e entre elas. Só o Grande Inspector Geral do 33.º Grau é quem pode decidir, dar a “última palavra” sobre as decisões das Lojas acerca do que se passa fora ou dentro delas, nisto, por exemplo, sobre a aceitação de novos membros no seio da Fraternidade, ou então a erradicação, a expulsão daqueles que por palavras e actos tenham provado ser indignos dela ao lesá-la moral e fisicamente.

    O 30.º Grau do Grão-Eleito Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra é exatamente o dos Ritos, o da legislação e manutenção dos Ritos, que os posteriores 3 últimos Graus, constituindo o “Tribunal Maçónico”, em princípio aprovam o seu exercício nas Lojas. Os Kadosh são, pois, os “Templários” da Maçonaria.

    Isso vai bem, encaixa perfeitamente com a sua tradição, tema que aqui me traz, repito, após solicitado várias vezes para o desenvolver por parte de amigos e conhecidos correlacionados a essa corrente reconhecida da Tradição Iniciática das Idades.

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  2. É, pois, no Grau Kadosh que todos os Graus posteriores e anteriores do Escocismo se encontram. Será por isso que a sua divisa é Nec Plus Ultra, “Nada mais além”. De facto, não há nada mais além senão a Lei do Eterno, incarnada pelo Manu (Vaisvasvata) junto da Hierarquia Planetária, o que veio a derivar nas leis ou landmarks do Código Maçónico destinadas a fazer do Maçom sobretudo um Obreiro justo e perfeito de um novo Edifício Humano, isto é, de uma Sociedade Humana em que a Concórdia Universal reine finalmente no seio dos povos. Com isso terá a ver a legenda da bandeira do 30.º Grau – Ordo Ab Chao, “A Ordem saída do Caos”. O que me levou a proferir anteriormente (in Dogma e Ritual da Igreja e da Maçonaria, Editora Dinapress, Lisboa, Setembro 2002, p. 131):

    “Nos Graus Filosóficos (19.º ao 30.º) da Maçonaria Escocesa, sob o patronímico do Kadosh (do hebraico, “Santo, Consagrado”), este o “Cavaleiro da Águia Branca e Negra”, logo, bicéfala ou andrógina, ele expressa ocultamente o Kadoshim ou o Construtor Encapuçado (Adepto Real) de Kaleb, sendo altamente iniciático o lema Kadosh: Ordo Ab Chao, “A Ordem saída do Caos”. Nesse caso, é o Caos antecedendo o Cosmos, que é dizer, a Treva (Arcano XVIII, “A Lua” – Cor Negra do Grau) donde haverá de sair a Luz (Arcano XIX, “O Sol” – Cor Branca, antes, Vermelha do Grau), ou por outra, o Pralaya antecedendo o Manvantara, o Repouso Cósmico antes da Actividade Universal. Mas como muitos elementos dessa Agremiação persistem em permanecer lunares, apásicos ou apáticos à Grande Luz (Maha Sun ou Maçonaria, em interpretação livre), convir-lhes-á antes: Chao Ab Ordo – “O Caos saído da Ordem”… Tudo pela Anarquia, nada pela Sinarquia? NÃO! Antes, ORDO AB CHAO… TUDO PELA SINARQUIA, NADA PELA ANARQUIA!”

    De maneira que os Kadosh estão presentes no escrínio de todas as Ordens Iniciáticas e Secretas, como legítimos mantenedores da parte Sacerdotal ou Templária das mesmas, dando forma ao Plano Subjectivo (“Espaço Sem Limites”) e subjectivando o Plano Objectivo (“Espaço Com Limites”) por meio da mecânica sublime do Ritual.

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  3. Como “Consagrados, Santos, Puros” (em hebraico Kad-osh-shin, que deu em Ka-do-che originando Kadosh), não deixam assim de expressar simbolicamente, mas na origem o foram realmente, os “Irmãos de Pureza”, esses encobertos transhimalaios Bhante-Jauls que são os Adeptos Perfeitos da Excelsa Loja Branca, havendo uma parte deles, “os discípulos dos B. J.”, tombado tragicamente no fracasso da Iniciação Real durante três Tragédias consecutivas rematadas numa quarta (Gólgota – Tibete – França… Lisboa, Rua Augusta), como repercussão da original Tragédia Atlante em que eles se tornaram, realmente, “Filhos da Viúva”, isto é, cosmogonicamente a Terra separada pelos densos véus da Maya lunar, do influxo espiritual directo do Sol, o que coincidiu com o início da Kali-Yuga, “Idade Sombria”, e a “viuvez” da Alma da Terra do seu Espírito Universal; antropogonicamente e recuando aos dias finais da Atlântida, os Kadosh que antes eram Príncipes Sabaoth porque de origem Sedote ou Badagas (“frutos proibidos” da união sexual ilícita dos deuses com as filhas dos homens, o que está descrito no Genesis bíblico e também alegorizado na lenda medieval de Melusina), parte deles, instigados por ALUZBEL, o “Arcanjo Revoltado”, revoltou-se contra a LEI estabelecida pelo MANU (Chakshusa) da 4.ª Raça-Mãe Atlante e aliou-se aos Assuras revoltados, que também eles o eram, indo assaltar a 5.ª Cidade e Capital desse Continente, o que resultou na morte do seu Rei, MU-ISKA, e VIÚVEZ da sua Rainha, MU-ÍSIS, perecendo também o Filho de ambos, RA-MU. Desde então, os Kadosh derrotados (777) portam o epíteto funesto de “Filhos da Viúva”, que lhes foi imposto por outros Kadosh vencedores (111), ou os que, “contra ventos e marés”, permaneceram fiéis à Lei, acompanhando os seus Mestres Sabaoth (“Guerreiros Divinos”, donde Jeohvah-Sabaoth ou Zabaoth, “Exército de Deus”) ao escrínio lapidar dos Mundos Subterrâneos, a Badagas, onde desde então passaram a viver, conservando consigo ciosamente toda a “Ciência Divina” ou Proibida à Humanidade vulgar.

    Para trás ficou uma Raça e um Continente em estertores mortais sob os vagalhões carrascos das ideias animalescas e das paixões nabalescas…

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