Senhora, onde quer que haja um Maçom, e os há em toda parte do mundo, esse Maçom combaterá a peito descoberto por vossa honra, por vossa tranquilidade e por vossa felicidade”.
Irmão Valdemar Sansão - São Paulo/SP
Tradicionalmente, a Maçonaria não aceita a participação das mulheres em sua organização.
A exclusão feminina é justificada por meio de alguns argumentos.
Um deles se baseia no fato de que, originalmente, os “pedreiros” que formavam as primeiras corporações e grupos maçônicos (Maçonaria Operativa) não permitiam a participação de mulheres.
A mulher - Deus criou homem e mulher e definiu seus papéis com o mesmo grau de importância.
A mulher deve andar junto ao homem e não à sua frente ou retaguarda.
Até na simbólica, mas respeitável versão bíblica, Eva foi criada a partir de uma costela de Adão.
A origem de Eva, portanto, à lateral, paralela e não anterior ou posterior.
O neófito recebe, após a Iniciação, um par de luvas brancas para serem entregues à mulher que mais estima.
De forma geral, o neófito casado destinará à sua esposa.
Nos casos de pessoas solteiras, a mulher estimada passará a ser sua genitora, sua irmã, ou mesmo alguma que se ligue pelos efetivos laços de uma amizade pura.
Atividade paramaçônica
A família natural do Maçom passa a ser também maçônica, uma vez que as esposas são denominadas “Cunhadas” e os filhos, “Sobrinhos”.
O trabalho da mulher, quer em entidades paramaçônicas (“paramaçônico” significa “estar ao lado do trabalho maçônico”), quer auxiliando na ornamentação dos Templos, comparecendo nas sessões públicas (brancas), nos almoços e jantares festivos, chás beneficentes e outros eventos, preparando festividades e participando de viagens de visitação, tanto nos trabalhos manuais, como na confecção de roupas e enxovais para bebês, que são distribuídos para pessoas carentes e em de assistência e benemerência (sempre praticados pela Instituição maçônica), como na elaboração de trabalhos intelectuais, pois, além de tudo, a Maçonaria tem vivo interesse na preservação da família.
Atuação feminina
É necessário promover uma estreita aproximação dos familiares com a Maçonaria.
Já é ultrapassado o conceito de que a Maçonaria é um mistério e que a própria condição de Maçom deve ser ocultada aos próprios familiares.
O conceito moderno de Maçonaria envolve toda a família natural do Maçom.
Há um dito popular que nos adverte: “lembre-se, se você precisar de uma mão amiga, vai encontrá-la no final de cada um de seus braços”.
Entretanto, a Ordem Maçônica afirma que mãos devem uma ajudar a si mesmo e a outra ajudar aos outros.
A propósito, não podemos deixar de citar a atitude de uma Cunhada, que deve ser imitada. Foi constatado gravíssimo mal no cérebro de um querido Irmão de nossa Loja. Sua esposa entregue ao desespero, aflita, telefonou pedindo contato com alguém que a orientasse. Uma zelosa Cunhada, médica, ligou para a esposa do enfermo, procurando animá-la, dar-lhe forças, buscando a tranquilidade e equilíbrio que ela carecia, no momento de dor.
Depois de longo diálogo, rezaram juntas.
Apesar de não ser sua especialidade profissional, saiu revolvendo mundos e, enfim, o Irmão foi operado.
Sua especialização não é cancerologia, mas sim, amor ao próximo, fraternização.
Aquele convívio fraterno não requeria ajuda financeira, mas um ombro amigo, o compartilhamento da dor.
E elas nos ofereceram uma visão solidária e humana inesquecíveis.
É preciso dizer que, mais importante do que ser Maçom, é, antes de tudo, praticar as virtudes maçônicas?
Advertência
Conhecemos casos em que é convidada para ingressar na Ordem pessoa que economicamente não pode suportar as despesas da Iniciação - joia, mensalidades, capitações etc.- dadas as despesas no orçamento familiar.
O Maçom, numa posição de inferioridade, que o leva a não atender os compromissos maçônicos, tende a recorrer à compreensão dos Irmãos, diminuindo-se e sentindo que a proclamada “Igualdade” não existe!
Portanto, quando um profano é convidado, ele deve ser orientado para consultar a família e com ela decidir da conveniência ou não de seu ingresso.
Senhora, onde quer que haja um Maçom, e os há em toda parte do mundo, esse Maçom combaterá a peito descoberto por vossa honra, por vossa tranquilidade e por vossa felicidade.
Casamento
ResponderExcluirHá mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
Coisas prateadas espocam:
vamos dormir.
somos noivo e noiva.
(ADELIA PRADO, Terra de Santa Cruz, Rio de Janeiro: Record. 2006. p. 25)
Meu marido e meu filho saem, disciplinadamente, todas as noite de quartas-feiras – elegantes, em seus ternos, gravatas e sapatos pretos. (Há muito tempo atrás, meu avô fazia esse mesmo itinerário.) Vão encontrar outros homens. Vão estudar antigas doutrinas e saberes. Vão discutir filosofia, política, arte e religião. É tudo o que sei, pois, de seus ritos e antigos procedimentos não me dou conta – coisas de homens:
ResponderExcluir(Há mulheres que se opõem. Será que se fosse uma reunião de bebidas e futebol estariam mais à vontade? Não sei…)
Nossos homens se vestem bem e saem, rotineiramente, para discutir o mundo e suas humanidades – e buscar jeito de serem, ambos, melhores. Gosto disso.
Há milênios se reúnem assim. E escrevem sua participação na História: Revolução Francesa, Independência dos Estados Unidos da América, Independência do Brasil, Abolição da Escravatura, República… para falar de algumas. A Maçonaria tem estado presente – deixando rastros de luz.
Tenho orgulho disso.
Separo terno, meia, sapato. Penteio cabelos. E torço, torço muito, para que novas soluções sejam encontradas. Que posturas mais comprometidas sejam adotadas. Que atitudes concretas, novos movimentos os engajem. Que continuem levando para esse nosso mundo, tão precisado, correntes do Bem que ajudem a transformá-lo.
Espero palavras e atitudes que tragam mais que as lamúrias e os medos cotidianos, espalhados por todas as mídias mundiais e conversas de botequim. Espero bons sonhos e estratégias para contruí-los. Espero brilho nos olhos.
Tenho muita esperança – e mãos, braços, pernas, mente e coração abertos e prontos para ajudar!