Entre os quatro elementos primordiais, a água é considerada como aquela que é fundamental para a existência da vida.
Diferentemente da terra, que fornece a matéria-prima dos corpos, a água é a responsável pelo funcionamento dos seres vivos (processos circulatórios, digestivos, linfáticos, respiratórios etc.).
Na Antiguidade e na Idade Média, a Alquimia estudava a água como portadora do “fluxo da vida”. Com essa crença, os alquimistas tentavam produzir um tipo de água com poderes especiais, o Elixir da Longa Vida.
A Alquimia da Idade Média entendia que a água detinha as capacidades de dissolver quaisquer substâncias e de retirar suas impurezas. Deste modo, os alquimistas utilizavam os processos de dissolução e de lavagem como formas de tornar mais puros seus produtos.
A crença nas propriedades purificadoras da água e o seu uso nas cerimônias de iniciação, na recepção de novos membros e em rituais sagrados é muito utilizado por várias religiões e ordens místicas.
O Cristianismo, através do batismo, o Judaísmo, através do mikvá (ou mikvah, ou mikvé), o Hinduísmo, através do banho religioso no rio Ganges, ou mesmo o "banho festivo" que se dá em novos membros de sociedades secretas ou universidades são exemplos de tradições que usam a água para dissolver o "homem anterior", pecador e impuro, para emergi-lo purificado e digno de fazer parte do novo grupo.
Em algumas cerimônias de purificação e de ablução (banho ritual), a água recebe antes uma consagração mística especial, passando a ser chamada de água lustral.
Ao longo da História, as "águas sagradas" deram origem a locais e a recipientes consagrados. Entre eles, os mais conhecidos são: a pia batismal, nas igrejas católicas, os caldeirões mágicos celtas, o Santo Graal, o Mar de Bronze, no Templo de Salomão, a Taça da Amargura maçônica, os leitos dos rios Ganges, Jordão e Estige e o tanque de Siloé, em Jerusalém.
O tanque (ou reservatório) de Siloé é local citado na Bíblia, como o local onde Jesus curou um homem nascido cego. |
Na Maçonaria, personagens como: João Batista, que batizou Jesus no rio Jordão; Moisés, o nascido das águas; o deus Osíris, atirado no rio Nilo após ter sido esquartejado, e o patriarca Noé, estão diretamente relacionados à mitologia aquática.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a água é usada em pequenas abluções no Grau 1 (Aprendiz), durante a Prova da Água, e no Grau 15 (Cavaleiro do Oriente).
O arco-íris foi a marca no céu da aliança entre Yahweh e Noé. |
No Grau 21 (Noaquita, ou Cavaleiro Prussiano), a narrativa da Mitologia do Dilúvio simboliza a decomposição da humanidade impura pelas águas enviadas como castigo divino.
Após a purificação pelo Dilúvio, ocorreu a reintegração do Homem ao amor divino, através da aliança firmada entre Yahweh (o Deus Único dos hebreus) e o patriarca Noé. Essa aliança assegurava que Deus não enviaria uma nova inundação como castigo aos homens.
No Grau 29 (Grande Escocês de Santo André), a água é um elemento importante. Nesse grau são ensinados os mistérios do Sinal da Água e do Anjo da Água.
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