O FOGO Como Elemento Do Rito Escocês Antigo e Aceito.





Entre os 4 Elementos, o fogo é o que está mais relacionado à intensa espiritualidade.

Muitas tradições esotéricas e religiosas, antigas e atuais, utilizam o fogo em suas cerimônias.


O primeiro significado atribuído ao fogo é o que está relacionado às suas propriedades de transformação e de destruição, muito usadas na Alquimia
     
Na Antiguidade, a crença no poder transformador do fogo originou, nas civilizações grega, chinesa e egípcia, o mito da fênix, um animal lendário que, ao morrer, se auto-consumia em chamas e renascia das próprias cinzas.
     
Na Mitologia Grega, Hefesto, o deus do fogo, dos artesãos e dos ferreiros, usava o fogo para transformar metais nas ferramentas dos deuses.

O tridente de Poseidon, o escudo impenetrável de Zeus, 
o cinto afrodisíaco de Afrodite e o as sandálias aladas de 
Hermes foram alguns utensílios produzidos por Hefesto.
    
Na tradição hebraica, conforme o Livro do Levítico, os animais eram queimados no altar dos holocaustos com a finalidade de purificar o povo hebreu dos seus pecados.

O Altar dos Sacrifícios era peça central nas cerimônias de purificação hebraicas.

Segundo a tradição dos Evangelhos, João Batista anunciou a vinda do Salvador, o qual faria o batismo com fogo e com o Espírito Santo.
    
Na Alquimia, a propriedade purificadora do fogo era utilizada através do processo de calcinação, o qual consistia em submeter uma substância ao calor intenso, a fim de retirar a água e as substâncias voláteis, reduzindo a substância a cristais mais puros.
    
Ainda na Alquimia, o poder transformador do fogo é destacado na palavra INRI, abreviatura de Ignis Natura Renovatur Integra (traduzindo: o fogo renova toda a natureza), a qual é estudada no Grau 18 (Cavaleiro Rosacruz) do Rito Escocês Antigo e Aceito.

O Inferno era tido como um
local com chamas eternas,
visando purificar os pecadores.

Na Idade Média, a Igreja Católica, através da Santa Inquisição (ou Tribunal do Santo Ofício), adotou como punição, a condenação ao fogo, pois considerava-o capaz de purificar os espíritos dos pecadores.
   
Deste modo, tornaram-se comuns as sentenças de morte através da queima na fogueira, aos réus condenados por heresia, bruxaria e outros crimes contra a Santa Igreja.
   
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a simbologia da purificação pelo fogo (Prova do Fogo) é utilizada durante as cerimônias de iniciação.
    
O segundo significado para o fogo é a sua associação à presença divina e ao mundo espiritual.
   
Em tradições antigas, a cremação dos mortos era a forma de transformar o corpo em uma substância em condições de retornar ao mundo espiritual, em oposição ao enterro, o qual devolvia o corpo à sua origem material (a terra).
    
No Zoroastrismo, o fogo é um dos símbolos do deus Ahura Mazda e seus seguidores realizam o culto do fogo.

Momento de oração de uma seguidora do culto do fogo.

Na tradição hebraica, Yahweh, o Deus Único hebreu, apresentou-se a Moisés na forma de uma vegetação em chamas (sarça ardente).
     
Na tradição católica, Isabel anunciou à sua prima Maria, mãe de Jesus, o nascimento de seu filho, João Batista, através de uma grande fogueira no alto de um monte
   
O terceiro significado importante do fogo são suas propriedades de fornecer energia e de iluminar.
     
Na tradição bíblica, após a expulsão de Adão e Eva, querubins portando espadas que emitem fogo (Espada Flamejante) guardam a entrada do Jardim do Éden.
    
Especialmente no Grau 1 (Aprendiz) do Rito escocês Antigo e Aceito, a Espada Flamejante simboliza o poder do Venerável Mestre.
   
Na Mitologia Grega, Hélio, deus do sol, simbolizava a energia e a luz que diariamente eram divinamente oferecidas à Humanidade.

A bela deusa Aurora (o alvorecer) vinha à frente do cortejo do deus Hélio (o sol), o qual atravessava o céu durante o dia.

Ainda na Mitologia Grega, o deus Prometeu roubou de Zeus, rei dos deuses, a chama do intelecto divino e o concedeu ao homem, tornando-o, a partir daí, um ser que pensava. 

No Antigo Egito, o faraó Akhenaton impôs uma religião de adoração ao sol, na qual o astro-rei simbolizava a luz e a vida ofertados pelo deus único Aton.

O monoteísmo egípcio encerrou-se logo após o reinado de Akhenaton.

Na tradição católica, as chamas das velas são usadas para destacar as imagens de santos e de lugares sagrados.

Na Maçonaria, muitos graus utilizam a chama das velas como forma de iluminar ritualisticamente as sessões.

No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Prova do Fogo é um dos importantes episódios das cerimônias de iniciação.

No Grau 2 (Companheiro), a Estrela Flamígera, portadora do fogo e da luz, dá origem a um importante estudo sobre a simbologia maçônica.

Estrela Flamígera

No Grau 14 (Perfeito e Sublime Maçom), a aparição de Yahweh a Moisés é destacada pelo Sinal do Fogo e de Ordem.

O pramantha usa a fricção
para produzir a chama
.
   








No Grau 18 (Cavaleiro Rosacruz), o fogo ritualístico é gerado simbolicamente pelo pramantha e o pelo arani.
  No Grau 29 (Grande Escocês de Santo André), são apresentados o Sinal do Fogo e Anjo do Fogo como importantes elementos ritualísticos na execução desse Grau.

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