Histórico
12/03/1829 – o Irmão Francisco Ge Acayaba de Montezuma, depois Visconde de Jequitinhonha, então no exílio, recebe do Supremo Conselho dos Países Baixos, hoje Bélgica, uma carta de autorização para instalar um Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil.
12/11/1832 – de volta ao Brasil o Irmão Montezuma instala o Supremo Conselho usando a autorização do Supremo Conselho da Bélgica.
Durante os anos seguintes, várias foram as cisões e aproximações em torno do Supremo Conselho.
Uma das características dessa fase é um amálgama, entre o Supremo Conselho e o Grande Oriente do Brasil, de forma que o Grão-Mestre eleito passava a ser o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês, mesmo que tal Grão-Mestre sequer fosse membro do Rito.
1925 – O Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, e portanto Soberano Grande Comendador do Rito Escocês, era o Irmão Mário Behring que, concluindo pela irregularidade de tal situação decidiu separar as duas jurisdições a exemplo do resto do mundo, os Graus Simbólicos com o Grande Oriente do Brasil e os Graus Superiores com o Supremo Conselho. Assim, não mais se candidatou ao cargo de Grão-Mestre permanecendo como Soberano Grande Comendador. Estava feita a tão desejada separação.
O Grão-Mestre eleito, Irmão Octavio Kelly, levado por alguns dissidentes achou por bem não mais reconhecer a separação decidindo assumir também o cargo de Soberano, para o qual não foi eleito, sendo prontamente rechaçado pelos Membros com direito a voto no Supremo Conselho. O que era uma separação amigável transformou-se em cisão.
1927 – Assim, ficou o Supremo Conselho sem ter base simbólica onde buscar os Mestres Maçons para ingresso no Grau 4, e o Grande Oriente do Brasil sem ter para onde mandar os Irmãos das Lojas Escocesas desejosos de continuar os seus estudos. Não tendo alternativa, o Supremo Conselho, que continuava a ser dirigido pelo Irmão Mário Behring, promoveu a criação das Grandes Lojas Brasileiras para delas poder continuara retirar os Mestres para as suas Lojas de Perfeição (Grau 4 ao 14). Membros do Grande Oriente do Brasil, por sua vez, criou, apoiado em alguns ex-membros do Supremo Conselho, um novo Supremo Conselho, que foi chamado de reconstituído.
1929 – Paris, França, é realizada a IV Conferência Mundial, onde comparecem os Supremos Conselhos Montezuma e o Supremo Conselho “reconstituído”. Naquela ocasião ficou definitivamente assentado que o único Supremo regular, reconhecido e única autoridade legal e legítima para o Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil é o que hoje se denomina “SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33 DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO DA MAÇONARIA PARA A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, com sede em Jacarepaguá, Rio de Janeiro cujo Soberano Grande Comendador é o Irmão Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33°, que é também presidente da XVI Conferência Mundial de Supremos Conselhos.
Tal decisão tem por base o Art. 5°, das Grandes Constituições de 1786, que determina que só pode existir um Supremo Conselho em cada País, exceto nos Estados Unidos da América, onde foi previsto a existência de dois. Não se trata, entretanto, de cisão até porque um é filho do outro.
2000 – Rio de Janeiro, Brasil – Realizada a XVI Conferência Mundial dos Supremos Conselhos com a presença de quase todos os Supremos Regulares do Mundo. O Ir. Luiz Fernando Rodrigues Torres, 33°, Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República do Brasil passa a ser o Presidente da XVI Conferência Mundial, e em 2005 transferiu o cargo para o Ir. JACK BALL, 33º, Soberano Grande Comendador da Austrália.
Mensagem do Soberano Grande Comendador
Meus Irmãos
A saúde de uma instituição deve ser mensurada, principalmente, pela sucessão de administrações dentro do seu próprio critério estabelecido. A instituição se renova, evolui e progride naturalmente, sem interrupções ou solução de continuidade não necessárias à sua continuidade.
Assim tem sido as grandes democracias, que ultrapassam as mais graves tormentas sem que essas tragam exceções à norma estabelecida e aceita por seus cidadãos.
E assim tem sido nosso Supremo Conselho, evoluindo no curso natural da vida, tanto humana quanto institucional. A passagem de governo deve ser um ato solene, digno, altivo, consciente.
Pequenos ajustes, adaptações necessárias ao tempo em que vivemos e à interação com a sociedade fraterna em que nosso Supremo Conselho se insere.
É apenas um passo à frente – necessário, mas não radical. Festivo, mas discreto. Um amanhã que honra, considera e dignifica o ontem.
Afinal, há um longo passado a conservar, especialmente em um país onde muito poucas instituições podem gabar-se de estar às vésperas de comemorar 190 anos.
Como neste Admirável Mundo Novo encurtado pelas comunicações, o Supremo Conselho tem a seu dispor um tremendo ferramental administrativo que pode e será usado para agilizar seus processos.
Da mesma forma, as comunicações exponenciaram as possibilidades de pesquisa e aperfeiçoamento na ritualística do Rito Escocês Antigo e Aceito.
O resultado dessas pesquisas em breve teremos incorporado aos nossos rituais, um velho sonho.
Enfim, não estamos dizendo adeus ao passado, mas incorporando ao acervo que ele criou toda a potencialidade do moderno, sem criar hiatos, sem ferir nossa tradição e fiel à regularidade do Rito e ao reconhecimento de todos os Supremos Conselhos
regulares do mundo.
Este é o nosso desafio e nosso compromisso.
A vocês, meus irmãos,
meu respeito e minha dedicação.
Jorge Luiz de Andrade Lins, 33 °
Soberano Grande Comendador
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