SEGREDOS NO TETO DA CAPELA SISTINA

Os afrescos do teto da Capela Sistina, considerados um dos maiores tesouros artísticos da humanidade – exibido ao público pela primeira vez em 1º de nov./1512, guarda segredos desvendados por cientistas norte-americanos e brasileiros.

O Mol-TaGGe faz uma homenagem à comemoração da primeira apresentação pública das obras e ao mestre renascentista Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni. 

O mestre renascentista realizou sozinho todas as pinturas da Capela [quase inacreditável], uma vez que dispensou seus assistentes, por estar insatisfeito com o trabalho que realizavam.

Diagrama do teto da Capela e visão geral das obras
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O segredo

Segundo cientistas norte-americanos e brasileiros, Michelangelo Buonarroti pintou, nas imagens principais do teto da Capela Sistina, estruturas anatômicas ocultas. 

Os brasileiros foram além, afirmaram existir um segredo, um código oculto, de forma pictórica ou iconográfica, presente dentro das cenas e em seus adornos, para a identificação dessas peças, o que afastaria a hipótese de simples coincidência.


Fatores do código identificador do segredo nas pinturas

  • a posição das figuras muitas vezes expõem a parte do corpo ocultada, principalmente nas dobras das vestimentas;
  • direção dos olhares (os personagens olham para a parte do corpo ocultada no conjunto da cena);
  • movimentos das mãos apontam a peça anatômica escondida; luminosidade destacada na região do corpo retratado;
  • ignudi (homens nus) imitam, freqüentemente, a posição da figura principal, evidenciando a estrutura oculta;
  • querubins indicam com as mãos a peça anatômica camuflada;
  • nichos, nos quais foram pintados pares de escravos, ramos mais evidentes apontam em seus corpos a região correspondente ao órgão escondido.

As estruturas anatômicas escondidas nos afrescos

Os cientistas identificaram 32 órgãos pintados no teto da Capela Sistina. 

Alguns são mais fáceis de serem identificados:

  • pulmão e árvore brônquica, ambos no afresco “A criação de Eva”. Localização: o primeiro escondido no manto de Deus e, o segundo, no tronco da árvore sobre a qual Adão repousa. Pista: tórax aberto, do lado esquerdo, de Adão;
  • o osso temporal direito, estruturas do ouvido, poro acústico externo, arco zigomático e a emergência do nervo facial: Localização: na pintura que retrata o profeta Joel. Localização: na carta – arco zigomático e emergência do nervo facial; na estrutura triangular (na qual o profeta apóia o braço direito) – poro acústico externo; no manto sobre as costas e braços do profeta – contorno superior do osso temporal em forma de arco.
Os mais difíceis de serem localizados, revelam a enorme criatividade e conhecimento de anatomia do pintor:
  • articulações do punho e a fáscia. Localização: em “O sacrifício de Noé”, onde feixes de lenha representam os tendões e o braço direito da figura, a fáscia. Pista: figura de dois jovens, na qual um entrega as vísceras de um carneiro ao outro, examinandolhe o punho;
  • sistemas de artérias. Localização: em “O pecado original”, onde o pequeno tronco, junto ao dorso de Eva, descreve o arco aórtico, com as coronárias emergindo da base. Pista: o anjo que ordena a expulsão do casal aponta a espada para a região cervical de Adão, que estica o pescoço e flexiona a cabeça para a esquerda.

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Na “Separação da luz das trevas”, no pescoço de Deus, seria possível ver uma estrutura do cérebro

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No afresco “A criação de Adão”, o neuroanatomista inglês Frank L. Meshberger descobriu um cérebro camuflado
 
58_teto capela sistina_michelangelo_segredos_projecao torax altura mamilos forma quilha_osso hioide_pescoco acima laringe
Ainda na “Separação da luz das trevas”, o tórax da representação de Deus e seus braços levantados, em forma de “U”, associados a uma projeção do tórax na altura dos mamilos em forma de quilha e outros aspectos criam a imagem do osso hioide. 

Esse osso se situa no pescoço, acima da laringe.
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Segundo pesquisadores, chama a atenção chama a posição da sibila líbica (uma profetisa, filha de Zeus e de Lâmia), impossível de ser reproduzida por uma pessoa. 
Nela é possível perceber a estrutura do ombro (imagens centrais).
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 56_teto capela sistina_michelangelo_segredos_pulmao na criacao de eva
 “A criação de Eva”, segundo os cientistas, é possível identificar não só os pulmões, no manto de Deus, como a árvore brônquica, na árvore sobre a qual Adão descansa
 
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Na imagem da sibila Criméia (ou Cúmica), identifica-se na bolsa um coração, inclusive com a veia cava


Histórico da descoberta

Em 1990, o neurocirurgião Frank Lynn Meshberger publica artigo no jornal da associação médica norteamericana descrevendo sua analogia entre o afresco “A criação de Adão” (Michelangelo e o cérebro humano.

Em 2000, o nefrologista Garabed Eknoyan (EUA) publica no jornal científico “Kidney International” artigo identificando a figura de um rim no afresco “A separação das águas e da terra”.

Em 2004 é a vez de dois cientistas brasileiros – Gilson Barreto (cirurgião) e Marcelo Ganzarolli de Oliveira (químico) –, relatarem a identificação de estruturas anatômicas ocultas em todas as obras pintadas por Michelangelo no teto da Capela Sistina.


Alguns dados sobre a Capela Sistina

Nome: a Capela passou a ser chamada Sistina após restauração da Capela Magna, iniciada pelo Papa Sisto IV, no período de 14771480;
Localização: Palácio Apostólico, residência oficial do Papa Cidade do Vaticano;
Período: Renascença;
Arquitetura: projeto de Baccio Pontelli, inspirado no Templo de Salomão – Antigo Testamento;
Decoração: afrescos, por Bernini, Domenico Ghirlandaio, Michelangelo, Pietro Perugino, Rafael e Sandro Botticelli;
Função religiosa: realização de conclaves (processo pelo qual um novo Papa é escolhido)

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