Praticamente a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicaram importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria.
Torna-se praticamente impossível referir-se a Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos.
Cada Vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original. A visão que se possui sobre um símbolo é sempre pessoal e intransferível.
São estas múltiplas visões que dão a Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas idéias que constantemente surgem.
Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro “Mensagem”, o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas:
. Simpatia;
. Intuição;
. Inteligência;
. Compreensão ou Discernimento;
. Graça ou Revelação.
Na Maçonaria a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provêm da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais. Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais corporativamente organizados constituíam a Maçonaria Operativa que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas:
“Embora não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco-maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois caso contrário não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna.
A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve (…), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco-maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse (…)” (PETERS, 2003, passim)
O escritor Ambrósio Peters, nos coloca ainda que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais a existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica). Cabe destacar também que são destes símbolos que os Maçons metaforicamente retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos éticos e morais:
“O trabalho dos franco-maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si. Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas, o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada, e o nível e o prumo, para assentá-las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra. Eram, portanto três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra (…)” (Idem)
Podemos, com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos. Cada um destes instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e finalização:
. A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras;
. O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras;
. A aplicação e o assentamento das pedras na construção.
Estes conjuntos de instrumentos que são necessários a execução de cada etapa da obra., indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente os diversos Graus que nela existem.
Cada Grau, representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons.
Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante as mensagens da Simbologia Maçônica.
Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos. A reflexão e a conseqüente meditação são essenciais a compreensão da linguagem maçônica.
O avanço pelos diversos graus, portanto não deve ser considerado pelo tempo que esta sendo empregado, não devem ser conduzidos pela pressa. o que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar com segurança e sabedoria os degraus da Escada de Jacó.
Bibliografia:
BONDARIK, Roberto – A Interpretação e o Entendimento dos Símbolos.
Escolas do Pensamento Maçônico. In: A Trolha: Coletânea 6. Londrina: A Trolha, 2003. p.141-151;
CAMPANHA, Luiz Roberto – A Filosofia e a Análise dos Símbolos. In: Caderno de Pesquisas 20. Londrina: A Trolha, 2003. p.33-40;
PESSOA, Fernando – Associações Secretas.
PETERS, Ambrósio – O Simbolismo dos Instrumentos.
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