A Ceia do Grau 18 é a mesma "Santa Ceia", ou comunhão ou Missa dos cristãos, constitui uma Cerimônia que, embora evoque a Santa Ceia realizada por Jesus, foge a qualquer semelhança.
No centro da Câmara é colocada uma mesa coberta com uma toalha branca, onde estão dispostos pão, vinho e um recipiente contendo brasas.
O pão deverá ser do tamanho comum e proporcional aos Cavaleiros presentes.
Há quem prefira consumir "pãos ázimos" usados pelos judeus nos seus cerimoniais.
O vinho será tinto, de preferência seco e colocado num único recipiente.
O braseiro, por sua vez, deverá conter brasas suficientes para consumir as sobras de pão e vinho.
A Cerimônia recorda que esses elementos são sagrados pois simbolizam a presença física de Jesus.
A Ceia constitui um cerimonial cuja origem é lembrada como sendo a realizada por Jesus com os seus doze Discípulos, sem contudo pretender ser a repetição daquele ato.
São recordados, também, os Rosa Cruzes, médicos do século XVI.
A Ceia do Grau 18 é realizada com cará ter de obrigação, pelo menos, uma vez por ano, na quinta-feira santa, denominada de "Endoenças".
A palavra "endoenças" provém do latim, significando "indulgência", pois nos séculos passados a Igreja distribuía nas quintas-feiras santas indulgências especiais.
A Ceia do Grau 18, porém, pode ser realizada por ocasião de Iniciação de novos Cavaleiros, em qualquer época e quantas vezes for necessário.
Recorda, também, os Cavaleiros da Távola Redonda da época medieval.
A Ceia simboliza a despedida e, face isso, os Cavaleiros "retomam os seus cajados".
Desse ponto em diante, os trabalhos são "suspensos (e jamais encerrados) e os Cavaleiros irão percorrer o mundo em busca de conhecimento e de realização dos seus mistérios (aventuras cavalheirescas).
Na Ceia, os Cavaleiros serão distribuídos ao redor da mesa, permanecendo de pé a fim de receber o pão e o vinho.
Não se confunda essa "ceia de despedida" com o "banquete" quando além do pão e vinho, haverá o cordeiro assado, nessa ocasião os Cavaleiros, sentam e confraternizam, ale-mente, sendo individual o copo de vinho.
Na Ceia de despedida todos bebem de uma só taça.
Jesus, ao distribuir o pão e o vinho, esclareceu que simbolizava o seu próprio corpo e o seu sangue.
Porém, a Ceia rosacruciana distribui a nutrição que simboliza o sangue e o corpo de todos os Cavaleiros presentes, para que as forças da Vida sejam aumentadas; a inteligência seja sã e sincera e que a Verdade seja discernida e as aspirações esclarecidas ante o Grande Arquiteto do Universo.
O Sapientíssimo "rompe o pão", tira um pedaço e o come em primeiro lugar; Jesus tinha uma maneira peculiar de "partir" o pão, que não chegou até nós, mas, quando isso fazia, era logo conhecido, como sucedeu na Ceia de Emaús, após a sua ressurreição.
Após ingerir o pão, o Sapientíssimo o distribui, passando todo pão ao Cavaleiro que se encontra à sua direita; esse, por sua vez, come sua porção e o vai passando, até fechar o círculo.
Somente o Sapientíssimo é quem fala; ao distribuir o pão diz: "Comei, meus Irmãos e dai de comer a quem tem fome. Amai e frutificai".
Aqui o Sapientíssimo coloca-se na posição de Mestre, ordenando. Ele não diz: "devemos comer", incluindo-se, mas, apenas dá ordens. O pão circula, após, silenciosamente, de mão em mão. Deve haver o cuidado de não sobrar pão; apenas, algumas migalhas para serem queimadas no braseiro.
Quanto ao vinho, a Cerimônia prossegue de igual forma; em primeiro lugar o Sapientíssimo bebe na mesma Taça que deve ter o formato maior que as comuns (o Santo Graal) e a Seguir a passa ao Cavaleiro de direita, proferindo as seguintes Palavras: "Bebei, meus Irmãos e dai de beber a quem tem Sede; aprendei e ensinai".
Cada Cavaleiro, ao passar a Taça, como fez com o pão, repete a frase referida.
Pelas palavras que o Sapientíssimo profere é demonstrado que a preocupação não é só alimentar o corpo, mas também, os sentimentos.
Ao final, as migalhas que sobrarem do pão e as gotas do vinho são devolvidas ao Sapientíssimo que as coloca no braseiro. O vinho reacenderá o fogo transformando-se em "incenso místico".
Esse ato de queima é de suma importância, porque nenhuma parcela do corpo e do sangue dos Cavaleiros poderá ser perdida ou jogada fora; constitui elemento sagrado.
Encerrada a Cerimônia, diz o Sapientíssimo: "Consumatum est", ou seja, "Está consumado", palavras de Jesus proferidas ao expirar na Cruz.
Está findo um final irreversível; assim, encerram-se as Cerimônias da Ceia da despedida.
Os Cavaleiros retiram-se, ampliando o círculo que haviam formado ao redor da mesa.
Ao atingirem as Colunas, depositam seu óbulo e o Ritual prossegue na parte do encerramentos declarando ao final o Sapientíssimo que os trabalhos são suspensos, e diz: "Ide em Paz"!
O significado da despedida, em primeiro lugar, constitui uma ordem de deixar o Templo e ir embora, percorrendo horizontalmente o Mundo, retornando a identificarem-se com os profanos, com a maldade, a dor, a miséria, campo propício para o cumprimento do dever maçônico.
Finalmente, é a Paz que tranqüiliza e conforta.
O Mundo de hoje sofre as tensões nervosas da soma de milhões de seres infelizes ou que se sentem desprotegidos.
Nada mais precioso, apropriado e justo para o homem profano que receber a Paz.
Jesus proferiu palavras adequadas para que o povo se sentisse bem: "Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou".
Ir em Paz significa cumprir a verdadeira missão maçônica.
Paz na consciência, em todo o seu ser, irradiando Luz, bênção para muitos, conforto e sobretudo, ESPERANÇA!
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