A PRAMANTA






Trata-se de um vocábulo originado do sânscrito, com a afia atualizada, pois escrevia-se com "th"; há variações no vocábulo, podendo-se dar-lhe o sentido feminino ou masculino. 

Simboliza a criação do fogo, pois, constitui um aparelho que por meio de fricção, produz calor e, conseqüentemente, fogo, pelo incêndio dos elementos de combustão contidos em seu recipiente. 

A Pramanta deveria fornecer o fogo para o acendimento das velas durante a sessão ritualística. 

Consiste a Pramanta em um bastão cilíndrico de madeira dura, que é colocado dentro de um recipiente encaixando-se num orifício. Friccionando-se o bastão, quer manuseando-o, quer provocando-lhe rotação rápida por meio de um cordel que se enrola e desenrola, como os meninos fazem com os seus piões, o atrito provocará fagulhas que irão incendiar combustível colocado dentro da tigela; esse material é lenhoso ou musgo seco, enfim, material extraído da própria Natureza.

Encontramos muitas referências ao uso da Pramanta nos livros védicos. A tigela tem a denominação de Arani e seria a representação simbólica da fêmea, enquanto a Pramanta seria o macho. 

A produção do fogo equivaleria ao ato sexual, um ato de geração. 

A Pramanta deveria ser colocada no centro da Cruz, escondida por uma Rosa. 

O ato sexual sempre foi discreto e oculto. 

A geração do fogo constitui também um ato oculto e secreto, fora do alcance de vista profana. 

Nos dicionários maçônicos e na literatura ocidental, não encontra referência, alguma a respeito da Pramanta e, mesmo poucas pessoas possuem o conhecimento adequado de sua origem e dos motivos por que a Maçonaria a adotou. 

Nos rituais antigos não se conhece o vocábulo Pramanta Ele foi introduzido há poucos anos, e não sabemos as razões dessa escolha. 

Mas, sentimos, após presenciar o ato litúrgico de seu uso que realmente se fazia necessário um instrumento tão sofisticado e tão antigo, para valorizar a chama de fogo que irá acender as luzes necessárias para a Cerimônia geral. 

Hoje, pouco valor se dá a esses gestos requintados e esotéricos eis que se torna muito mais prático riscar um fósforo para se obter o fogo. 

As Cerimônias que se desenvolviam no monte Olimpo por ocasião das Olimpíadas, eram comoventes, porque o fogo que acendia as tochas era obtido através de uma lente, incindindo o Sol, num material combustível, chama que era conservada durante todo o cerimonial, que durava dias consecutivos. 

No Brasil tínhamos o fogo da Semana da Pátria que acendido do fogo de lâmpadas votivas das igrejas, era mantido durante a semana toda, em todo o território nacional. 

A obtenção do fogo por meio de Pramanta resulta de um ato cerimonioso; portanto, profundamente esotérico, que assume aspectos divinos e que produz resultados benéficos. 

Todas as reuniões do Capítulo deveriam ser obrigatoriamente observadas dentro dos preceitos ritualísticos, cabendo a fiscalização às Autoridades Maçônicas Superiores.

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