A ARCA E A INFLUÊNCIA EGÍPCIA RELIGIOSA NA MAÇONARIA


Parte dos graus que compõem a Loja de Perfeição pertence à classe também denominada Graus israelitas, bíblicos, judaicos, salomônicos, porque estão baseados na Bíblia. 

Por isso, estão recheados de passagens, lendas, símbolos, extraídos do Livro Sagrado, particularmente da Torá ou do Pentateuco que formam os cinco primeiros livros da Bíblia, Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 

A prática do rito, assim como suas instruções, aludem também à sequência histórica do povo hebreu e sua influência egípcia, adquirida nos longos anos de escravidão, diretamente relacionada a partir da citação bíblica para a construção do primeiro Templo de Jerusalém, o Templo de Salomão. 

Os textos maçônicos abordam a direção da construção do Templo ao artífice fenício Hiran Abif (Senhor Hiran), cujo personagem, segundo a lenda, teria sido enviado pelo rei de Tiro (Hiran), ao rei hebreu Salomão. 

Fenícios e hebreus eram descendentes de Sem, o primogênito de Noé, de cujo nome vem a denominação semita (de Sem, semita). 

Segundo Jorge Adoum, “Grau de Mestre Maçom e seus Mistérios”, sete anos durou a construção do Templo, porque o resultado da genuína e Verdadeira Iniciação se obtém depois de sete anos, necessários à purificação do homem. 

Cabe ainda aqui uma observação à influência religiosa católica em nossos ritos, herdada da maçonaria francesa, Rito de Perfeição, onde é possível observar algumas características comuns, típicas das Igrejas: a sala de reuniões da Loja, denominada Templo e a necessidade de uma cerimônia específica para sagrá-lo; a planta do Templo, cujo formato parede do Oriente até pouco tempo era arredondado; o piso do Oriente mais elevado que o ocidente e uma “balaustrada” para separa-los; a luz votiva acesa em nossas reuniões; e ainda, a bolsa de coleta de metais com fins de solidariedade. 

Diante de tanta referência bíblica e costumes religiosos incrustados em nossos rituais, não caberia entranhar a presença do Candelabro Místico (candelabro de Sete Velas), da Arca da Aliança em nossas Lojas, mais precisamente no Oriente. o “Sanctum Sanctorum”, que de acordo a Lenda, à morte de Hiran estava ainda inacabado. 

Nicola Aslan, discorre ainda da grande analogia entre o Candelabro e a Arca da Aliança, sendo ele mais uma testemunha da aliança mística existente entre a criatura e o criador, entre o homem o e Princípio da Vida. 

E explica ainda Aldo Lavagnini (Magister): “por esta razão, a Arca da Aliança há de ser iluminada pelo candelabro de sete luzes, que são ao mesmo tempo os sete Elohim ou Criadores (manifestados nos sete raios, as sete Forças Planetárias e nos sete Anjos que se sentam diante do Trono de Deus), as sete virtudes, as sete Artes, e os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, juízo, fortaleza, ciência e temor a Deus (compreensão da Lei). 

Na Maçonaria a Arca da Aliança representa o “ovo cósmico” ou a “matriz universal”, que encerra dos germes da “nômada”. 

A simples referência a estes termos já demonstra o quanto nossa Ordem sobre influência das tradições egípcias e gnóstica, já que esse simbolismo está presente tanto na filosofia egípcia como gnóstica. 

Para os egípcios, o “ovo cósmico” era o caos inicial, de onde o deus Toth havia tirado o sol, princípio criador de toda matéria existente no universo

Neste simbolismo, o fato da Loja guardar a Arca da Aliança, representa também o Tabernáculo, onde e situa o altar do “Santo dos Santos”. 

Na tradição hebraica, esse era o local onde originalmente de depositavam as Tábuas da Lei, (o Decálogo), aliança feita entre o povo de Israel e Deus, já que pra os hebreus, saber o conteúdo da Arca da Aliança significava estar de posse do segredo dos segredos. 

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