A Maçonaria na América Latina



Conforme os preceitos da liberdade de pensamento e o racionalismo, são princípios fundamentais da Maçonaria na América Latina, que, de modo geral, também segue os princípios dessa Instituição. 

Com adeptos em todo o mundo, a Maçonaria tem apoiado em muitos países e diferentes épocas, a luta pela independência e outros movimentos políticos progressistas, como a própria revolução francesa.

No que se refere à história da Maçonaria na América Latina, não foi diferente. 

A atuação política da Organização nessa região, no século XVIII, graças à ascensão da burguesia e à difusão das ideias iluministas, adquiriu prestígio na Europa. 

Aliada aos movimentos liberais, marcou presença efetiva nos grandes acontecimentos políticos e desempenhou papel decisivo nas lutas da independência e, no século XIX, nas lutas dos liberais contra os conservadores clericais, sobretudo no México, Colômbia e Chile.

As ideias liberais que cercavam a Europa nos meados do século XVIII, contagiaram, de certa forma, os maçons que lutavam pela emancipação política dos países da América Latina. 

Foi por meio desses ideais que muitos lutaram até a morte pelas 42 independências das colônias. 

Assim como Simon Bolívar e Francisco Miranda, San Martin é um exemplo na luta pela libertação de países latinos americanos. 

Suas ações libertaram Chile, Peru e Argentina.

Segundo pesquisadores, por meio das ideias de Bonaparte, San Martin se deslocou, em 1811, para a América, a fim de participar dos movimentos revolucionários. 

Tendo aprimorado os seus conhecimentos tático e de estratégia bélica nos campos de batalha da Europa, teve papel na formação de estrategista, principalmente, em ações na Cordilheira dos Andes.

Para Mitre:

“Ao mesmo tempo em que a Espanha se defrontava com problemas da ocupação napoleônica, na América suas colônias ensaiavam movimentos pela libertação. Associado a outros companheiros no interior de lojas maçônicas, San Martin viu-se atraído pela proposta dos movimentos emancipatórios americanos disseminados pelas forças napoleônicas e, toda a Europa”.

Mitre denuncia, ainda, que o movimento de reação contra a dominação francesa teve caráter popular e expressou na ação de guerrilhas, acompanhada da ação de sociedades secretas, dentre as quais a Loja Lautaro, à qual se filiara San Martin.

No início de 1816, em Tucunamá, ocorreu a declaração de independência das Províncias Unidas do Rio da Prata. 

O novo governo nomeou San Martin para General e Chefe do Exército dos Andes, em cuja posição desenvolveu seu plano de cruzar a cordilheira, libertando o Chile e avançando até o Peru, onde ainda havia resistência espanhola.

Em 1822, San Martin encontrou-se com Simon Bolívar, também maçom, na cidade Guayaquil, Equador. 

Segundo os pesquisadores, o teor dessa conversa não pode ter sido outro, senão a questão da independência das colônias americanas.

Os ideais maçônicos estão, também, na história de Simon Bolívar, maçom, General e estadista, Chefe das revoluções que libertaram a Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Bolívia. Oficialmente, investido do título de “O Libertador” pelos congressos desses países , Bolívar foi o fundador da Grã-Colômbia, que formou com as (duzentos) colônias revoltadas de Nova Granada, Venezuela e Reino de Quito. 

Herói de mais de 200 batalhas (duzentas), ditador-presidente da Bolívia (Pais que lhe deve o nome) sua vida é um dos mais colossais painéis de glória e tragédias, aventuras e derrotas da história. 

Seus escritos, discursos, proclamações e cartas são as grandes heranças políticas da América espanhola. 

Suas análises das condições da vida e das necessidades políticas nas colônias fazem dele o mais sábio observador de seu tempo, tendo previsto com extraordinária precisão a sequência das lutas pela democracia, em cada uma das unidades políticas do velho império espanhol na América. Seus planos de Governo estavam bem à frente de seu tempo e até hoje oferecem algumas das melhores soluções para as dificuldades dos países que libertou. 

Embora violentamente criticado em vida e depois de morto, Bolívar foi, reconhecidamente, um dos grandes gênios da era revolucionária dos fins do século XVIII e princípios do XIX.

Em 1805, no Monte Aventino, em Roma, Bolívar jurou a seu antigo mestre – Simon Rodrigues – libertar sua terra do jugo espanhol. 

Na Venezuela, desde fins de 1806, ligou-se a grupos liberais e tomou parte na Junta de Governo que, em 1810, substituiu a autoridade espanhola na colônia. 

Foi esse o primeiro Governo constituído, sem interferência da metrópole na América Latina. 

Enviado a Londres como representante diplomático, de lá voltou com Francisco Miranda, que também era um maçom venezuelano que lutara com Washington na Guerra da Independência Americana, foi General no Exército de Napoleão e teve, depois, papel de destaque nas primeiras campanhas revolucionárias da Venezuela, cuja independência foi proclamada a 05 de julho de 1811.

É impossível, portanto, falar da história da independência da Bolívia sem falar de Simon Bolívar, guerreiro maçom que lutou e travou importantes batalhas pelas independências dos países da América Latina.

POMER destaca um breve histórico sobre Bolívar e a libertação:

“Bolívar atravessou os Andes – extraordinária façanha – e invadiu as povoações granadinas situadas ao pé da Serrania Oriental. Travaram-se violentíssimas batalhas e, numa delas, realizada no Pântano de Vargas, consegue sucesso, graça à Legião Britânica que o acompanhava. Em 7 de agosto de 1819 decidiu-se por sorte do vice-reino na Ponte de Boyacá. A capital foi libertada e o inimigo teve que render-se em massa. Mas ainda restava libertar a própria Venezuela, pátria do Libertador. Logo depois, a 17 de dezembro do mesmo ano, um Congresso em Angostura, ao qual compareceram também deputados Venezuelanos, determinou a união entre Colômbia e a Venezuela, dando origem à grande Colômbia. “Bogotá foi declarada a capital e Bolívar o primeiro chefe de novo Estado”.

No Brasil, a Maçonaria teve momentos marcantes, dadas às evidências da presença de maçons no maior país da América do Sul, desde o século XVIII. 

No País, o movimento assumiu as mesmas posições libertadoras, que manifestara nas demais colônias americanas. 

A ideologia da Inconfidência Mineira coincidiu, de modo geral, com a da Maçonaria da época. 

Quando se iniciou o ciclo das conspirações nordestinas, a rede de sociedades secretas formou a base das comunicações entre os núcleos de intelectuais influenciados pelas novas ideias europeias.

Na luta pela independência, a Maçonaria passou a ser o centro mais ativo do trabalho e propaganda emancipadora. 

Sua missão libertadora continuou até a República. 

Após a fundação das três primeiras Lojas “oficiais”, espalharam-se, nos primeiros anos do Século XIX, Lojas nas províncias da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro. 

Algumas livres, outras sob a égide do Grande Oriente Lusitano e da França.

Regida por mais de vinte constituições, a última aprovada em 24 de junho de 1990, a Maçonaria brasileira, denominada Grande Oriente do Brasil, permanece como autoridade suprema da maçonaria simbólica (os três primeiros graus).

 Os demais graus estão sujeitos aos órgãos supremos dos diversos ritos, que devem permanecer em comunhão com o Grande Oriente.

Para LERA, há, contudo, uma profunda distinção entre as Lojas que seguem o Rito Escocês Antigo e Aceito, que enfatiza a existência de um Ser Supremo (o Supremo Arquiteto do Universo) com o primado do espírito sobre a matéria, e o rito francês moderno de sete graus, professadamente laico e materialista. 

Além desses, existem no Brasil os ritos York, Schroeder, Adonhiramita e Brasileiro. 

Os membros dos ritos York, Schroeder e Adonhiramita reúnem-se em Assembleias, denominadas capítulos, enquanto as reuniões do rito brasileiro, classificam-se hierarquicamente em capítulos, conselhos filosóficos, altos colégios e supremo conclave.

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