A Maçonaria tem um histórico de engajamento político-social em todos os países em que se instalou, até hoje.
Os relatos históricos comentados neste trabalho demonstram sua participação efetiva, não só na consolidação de regimes democráticos na Europa Medieval, como também na história recente da América Latina, na luta pelas independências das colônias portuguesas e espanholas.
Tal participação seu deu, principalmente, pela congruência dos ideais maçônicos e das ideias liberais que inspiraram as revoluções e lutas políticas das regiões nas quais a Maçonaria estaria instalada.
Em alguns casos, inclusive, a instalação de Lojas maçônicas teve como motivação maior a necessidade de se organizar para aliar-se aos movimentos libertários em ascensão.
Não por acaso, líderes e idealistas desses movimentos eram, por vezes, também grão-mestres ou iniciados na Maçonaria.
Da mesma forma, a expansão da Maçonaria está relacionada às conquistas desses líderes.
Seja o monarca inglês que, refugiado na França, para lá levou os ideais maçônicos, seja o revolucionário latino maçom que, ao longo de suas conquistas libertadoras, promoveu a criação e a consolidação da Maçonaria nos países liderados.
O paralelo entre a história da independência brasileira e o surgimento e a consolidação da Maçonaria no país são um exemplo interessante da ligação entre movimentos político-sociais e ideais maçônicos.
Foi em meados do Século XVIII que a maçonaria brasileira apareceu, inspirada no liberalismo que marcava as atividades da Maçonaria francesa.
Tal inspiração se deve à presença de estudantes brasileiros na França, no final do século XVIII, que se empolgaram pelas ideias liberais da época, e se entusiasmaram com a emancipação dos Estados Unidos da América, conquista na qual os líderes maçons tiveram participação intensa e efetiva.
Com a atuação do Grande Oriente do Brasil, criado por Lojas maçônicas, em 1822, a Maçonaria passa a ser reconhecida e consolidada no Brasil.
Essa Instituição marcou a história como a primeira a se empenhar nas questões político-sociais que cercavam o país na época.
Sob a égide do liberalismo, o País forma um movimento emancipador para a libertação da pátria, um dos objetivos essenciais do Grande Oriente.
Os achados históricos e estudos diversos, mesmo de historiadores não vinculados à Maçonaria, mostram com precisão que a independência brasileira era o objetivo primordial da Maçonaria.
Por meio das Lojas maçônicas, os integrantes foram responsáveis pela divulgação das ideias liberais e das campanhas para a separação do Brasil de Portugal.
Grupos foram formados, como o já citado Clube da Resistência, fundado por José Joaquim da Rocha, que foi um dos centros propulsores do movimento emancipador do Brasil, que depois veio a ser chamado de Clube da Independência.
E assim, a Maçonaria se manteve influente e ativa nas lutas seguintes: Revolução Pernambucana, Independência, Proclamação da República e outros movimentos foram fortemente acompanhados e organizados pelos maçons.
Até hoje, não só no Brasil como no mundo inteiro, as Lojas se mantêm ativas e atuantes, ainda que o contexto político e social mundial seja outro, menos revolucionário.
Atualmente, as Instituições possuem vínculos entre si por meio de Tratados internacionais que consolidam uma grande rede continental.
Dessa forma, a história antiga e recente da Maçonaria comprova que a Organização rege ideais que independem da época e do contexto sócio-político para serem valorizados.
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