Desde que o ser humano aprendeu a reconhecer a existência de um ser supremo no Universo, que lhe deu origem e vida e que condiciona, orienta e comandam os seres que criou, ele também aprendeu a respeitar esta divindade, a tentar interpretar as suas manifestações e a exteriorizar os seus sentimentos sobre a forma de credos mais ou menos complexos.
Para isso, locais especiais preparados de forma adequada e adornados de acordo com o grau de desenvolvimento dos povos, foram e são utilizados para as práticas religiosas e sagrados.
Estes lugares sempre foram cercados de cuidados e segurança contra indivíduos estranhos e ameaçadores e intempéries.
Com o passar dos tempos foram adquirindo características místicas, de acordo com o grau evolutivo da cultura que os construía e, para seu serviço, foram sendo treinados homens e mulheres, que transmitiam os ofícios litúrgicos de geração em geração, por processo permanente a seu serviço.
Um templo apresenta, em geral, uma distribuição interna do espaço, de acordo com a seita, ordem ou religião a que serve. Sendo esses espaços comuns à maioria dos templos, podendo-se citar:
1 – Local onde a divindade se manifesta. Normalmente é um altar de pedra ou de madeira, colocado em um ponto proeminente e bem visível, destacando-se no conjunto arquitetônico da construção.
2 – Concentração dos fiéis. Este espaço de razoável amplitude, devendo comportar a totalidade dos fiéis. Possui abertura para o exterior, não raro guardadas por animais selvagens ou seres mitológicos.
3 – Praça ou altar de sacrifícios. É aquele que o rito pratica seu ofertório sacrifical, seja ele realmente um sacrifício ou por meio de atos teatral. Estes atos costumam ser interpretados, também no espaço sacrifical do templo.
4 – Locais de iniciação de sacerdotes ou adeptos. Costumam serem reservados espaços específicos, dentro ou fora do templo, para a realização dos atos litúrgicos referentes às iniciações ou aceitação do pessoal que se dedicará ao serviço do rito ou do templo . Ai está depositado os materiais iniciáticos, os altares ou tronos específicos, as câmaras de expiação, etc..
Além dessas características, os templos costumam ostentar ornamentos diversos, de acordo com a filosofia que orienta a seita, ordem ou religião.
Normalmente encerram significados simbólicos, que servem para preservar os ensinamentos contra as mutações semânticas da língua predominante entre os adeptos, garantindo a sua perpetuidade.
O templo Maçônico é, em si mesmo, um símbolo múltiplo, dentro do qual devem ser desenvolvidas e aprimoradas as qualidades consideradas pela filosofia Maçônica como indispensáveis para atingir a perfeição.
Se o homem é um templo, e se os templos são os locais de manifestações e adoração do G .’. A .’. D .’. U .’., constitui-se dever do homem buscar, em si mesmo, as manifestações divinas que tornam um ser impar na natureza, ele que tem consciência do que deve ser e o que deve fazer para o ser.
A Maçonaria utiliza templos para a prática de sua liturgia, inspira-se nos relatos bíblicos sobre a construção do templo de Salomão, associados às práticas e lendas cristãs da Idade Média e conhecimentos ocultistas.
O Templo Maçônico tem forma retangular ou de um quadrilongo, seu comprimento é do oriente ao ocidente, sua largura de Norte a Sul, Sua altura da Terra ao Zênite e sua profundidade da superfície ao centro da terra.
Divide-se internamente em dois espaços, separado por uma balaustrada: O Oriente, de onde nasce a luz para os MM.’.; e o Ocidente de onde chegam os MM.’. em busca da luz. No Oriente tem acento o Vem.’. M.’. e os MM.’. que, por dever de ofício, direito honorífico ou convite específico, ali se colocam durante os trabalhos. No Ocidente tem assento os demais IIr.'..
Dá-se também a orientação do templo no sentido Oriente – Ocidente, seja porque essa era a orientação do templo de Salomão, seja porque, a sabedoria e a cultura veio do Oriente para o Ocidente, ou porque o Sol, símbolo da Sabedoria, ergue-se no Oriente, dirigindo-se para o ocidente.
O Templo Maçônico é decorado com Ornamentos e revestido de Paramentos e Jóias.
Os Ornamentos são: Pavimento mosaico, Orla dentada e a Corda de oitenta e um nós.
Os Paramentos são: O L.’. da L.’., Esquadro e o Compasso.
As Jóias são: Fixas (Prancha da Loja, P.’. B.’. e P.’. P.’.), e as Jóias móveis (Esquadro, Prumo e Nível).
Doze colunas zodiacais são colocadas nos lados do templo, simbolizando a luz que todos os MM.’. recebem no interior do templo.
No Oriente, há três altares, a saber: do Ven.’. M.’. (retangular), do Or.’., do Secr.’. (triangulares).
No Ocidente existem quatro altares: 1o Vig.’., 2o Vig.’., Tes.’., Chanc.’..
O hábito de Estrelar o teto dos Templos tem sua origem no Egito antigo, notado no magnífico Templo de Carnac (hoje, Luxar).
Porém para a simbologia Maçônica é correto que ele tenha apenas a presença do Sol e da Lua, e as nuvens de cor, mostrando a transição do dia (Oriente), para a noite (Ocidente).
Duas colunas denominadas de J.’. e B.’. ficam de cada lado externo da porta.
Podemos interpretar que o Templo Maçônico é o Símbolo do Universo, pois Deus ocupa todo o espaço e todo o tempo universal.
Ele reproduz o macrocosmo em um microcosmo; segundo a máxima hermética:
“Assim como é em cima é em baixo”.
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