Corroborando, a importância desses Mistérios como um todo, vejamos um trecho do “Manual-diccionário de Esoterismo” de Hervé Masson:
“Las ‘religiones de misterios’ de la antiguedad se han extinguido. Privadas de su soporte esotérico, perdieron su carácter de necesidad iniciática. Pero el mensaje que habián recibido y que constituía su contenido primordial, ha pasado a otras manos. Hoy como hace miles de años, la via inicática discurre por los mismos sítios, con variantes, claro está, pero inspirada por el mismo espíritu y persiguiendo un propósito idêntico. Mitos parecidos (como la leyenda de Hiram en la Masonería), ritos análogos y un proceso palingenésico semejante caracterizan a la iniciación de hoy y a la del pasado. No ha existido una verdadera fractura entre una y outra. En primerísimo lugar, el esoterismo de las ‘religiones de misterios’ se prolongó en las asociaciones de oficio, tanto en Grecia como en Roma. Se sacralizaba el trabajo por la afiliación a este o aquél rito, por la práctica de una iniciación. En estrecho paralelismo com la obra divina de la creación, la labor humana se elevaba al plano demiúrgico. Se convertia, también ella, en una ‘creación’. Hemos visto que ciertas confraternidades y corporaciones estaban afiliadas a los ‘misterios’ de Dionysos. Los metalúrgicos fueron particularmente dionisíacos.Acaso los ocultos ritos de las Cabirias legendarias, ancestros de la alquimia guardaban relación con el culto de Dionysos, o del Zagreo órfico? Más tarde, en Roma, las corporaciones de talladores de piedra y obreros de la construcción, invocaban el patronazgo de Jano bifronte. La afiliación a los ‘collegia’ presentaba un carácter eminentemente iniciático, que será transmitido hasta nuestros días mediante el Compagnonnage y la Masonería. (Grifo meu) Es evidente que las formas esotéricas, el soporte religioso, e incluso cultural, han cambiado profundamente. Pero el mismo esoterismo, los mismos temas iniciáticos, han resistido a la prueba del tiempo con una simple y transparente transposición. Intangibles, reaparecen en pleno siglo XX en el seno de las sociedades iniciáticas modernas especulativas y operativas. La leyenda de Hiram que resumimos en su capítulo, es un ejemplo de esta vocación iniciática del mito palingenésico.”
Os Mistérios de Elêusis – Existe uma herança na Maçonaria? A opinião do irmãos e estudioso Theobaldo Varoli Filho
Em primeira instância, tendo tomado conhecimento do que eram propriamente os Mistérios de Elêusis, já é possível a partir desta leitura, perceber as analogias decorrentes que poderão ser feitas com relação à Iniciação Maçônica.
Para isso, transcrevo o trecho referente a estes mistérios em particular, constante no verbete MISTÉRIOS GREGOS do “Vade-Mécum Maçônico” da autoria do irmão João Ivo Girardi:
“Nos Mistérios de Elêusis encontramos: o culto agrário da deusa Deméter, que ensina o cultivo do trigo, e o culto de sua filha Perséfone, ou Core (Prosérpina, para os romanos). Deméter, deusa das colheitas amava, de maneira intensa, sua filha Perséfone, que foi raptada certo dia, enquanto colhia flores no campo, por Hades, (Plutão para os romanos), deus dos infernos. Após procurá-la pelo mundo interior, Deméter se encontra com Apolo (o Sol), que a informa de tudo. Deméter, tomada de cólera contra a Terra, não permite que nela, cresçam os grãos e os frutos. Diante de tal situação, Zeus resolve interferir junto a Hades, afim de que devolva Perséfone. Estabelece, entretanto, uma condição: a de que poderia voltar ao Olimpo, caso não houvesse ingerido nenhum alimento. Como ela havia ingerido os grãos de uma romã, não pode voltar, sendo-lhe permitido, somente, que passasse seis meses do ano com sua mãe e os outros seis meses no inferno. A lenda nos mostra, assim, Perséfone simbolizando as sementes, que, sob a terra, permanecem durante a metade do ano, frutificando depois sobre a mesma. Representa, esotericamente, a eternidade e a imortalidade, segredos que os Mistérios de Elêusis transmitiam aos iniciados e que, sem dúvida vieram a influenciar o 3º Grau maçônico, quando apresenta a lenda da morte e da ressurreição de Hiram-Abif. Os Mistérios de Elêusis dividiam-se em dois Graus: os Mistos – onde eram dados ensinamentos relativos à vida depois da morte, no mundo astral, como que intermediário entre o material e o espiritual. Os Epoptas – representava um Grau mais elevado – recebiam instruções mais profundas sobre a origem do homem e do Universo, e mais sobre o domínio da mente. O símbolo do Grau era uma espiga de trigo. Nos Mistérios de Elêusis encontramos algumas analogias com a Iniciação Maçônica. Nesta, as provas, que representam a morte física do Iniciado e o seu renascimento num plano superior, são iguais aos ensinamentos ministrados aos Iniciados no culto de Deméter sobre os mistérios da morte e da ressurreição. No 1º Grau – Mistos – deparamos com uma grande relação com o 1º Grau Maçônico – Aprendiz. Em ambos, por exemplo, o Iniciado se dedica ao estudo da evolução racional da espécie humana e da formação do universo, de acordo com as Doutrinas Iniciáticas. No 2º Grau – Epoptas – dos Mistérios de Elêusis , bem como o 2º Grau Maçônico – Companheiro – o símbolo é o mesmo: a renovação constante da vida, através da imortalidade da alma, tão difundidos na Doutrina Mística da Maçonaria.”
À página 164, do seu “Curso de Maçonaria Simbólica”, escreveu o Irmão Theobaldo Varoli Filho:
“Certos escritores ditos ‘ocultistas’ encarecem os mistérios de Elêusis, como outros, e fazem conjecturas, as quais, apresentadas com uma certa magnificência literária, parecem exprimir a verdade. Nas bibliotecas maçônicas sobejam livros dessa espécie. Muitos deles chegam a afirmar que os próprios maçons não entendem a Maçonaria. Acautelem-se os Aprendizes contra essa literatura que a Maçonaria repele. A Sublime Instituição abomina o obscurantismo e a superstição. Quanto a pretender que a Maçonaria derive também dos ‘Mistérios de Elêusis’, constitui um atestado de crassa ignorância ou um propósito de mistificação. O culto a Elêusis foi duradouro, mas instável, como todos os anteriores ao do Grande Arquiteto do Universo.”
O Irmão Theobaldo Varoli Filho tece suas considerações, sem se deixar levar por simples influências. Uma pergunta que ele formula sobre os Mistérios de Elêusis e que ele mesmo responde, é digna de figurar aqui pelo seu teor. Vejamos:
“Os cultos de Elêusis estariam para Ceres ou Deméter assim como o culto da atual Maçonaria mística estaria para o Grande Arquiteto do Universo?
Assim entendem muitos maçons místicos. Essa comparação, entretanto, não passa de exagero. Ceres era uma divindade especialíssima, conforme veremos, e o G.’.A.’.D.’.U.’. é a denominação dada pelo maçons a Deus, Criador Supremo, conhecido e venerado por vários nomes em diversas religiões.
A diferença é tão grande que não se pode estabelecer comparação.
Além disso, a iniciática maçônica consiste em integrar o iniciado na ética universal e não em preparar o maçom para alcançar o céu.
Este mister a maçonaria deixa aos cuidados dos próprios crentes das diversas religiões, todas elas respeitadas pela Sublime Instituição.”
Para fechar este bloco, voltamos a recorrer ao Irmão João Anatalino Rodrigues, com suas sábias considerações sobre o assunto:
“A Influência na Maçonaria
– Eis por que tanto os Antigos Mistérios egípcios quanto os Mistérios de Elêusis são constantemente invocados nos rito maçônicos, pois ambos evocam a necessidade de uma morte ritual e uma regeneração do recipiendário, como condição essencial a sua passagem de um estado de consciência profana para uma consciência superior de iniciado.
A cerimônia de iniciação na Maçonaria tem sido comparada à recepção do neófito nos Pequenos Mistérios e a cerimônia de elevação ao Grau de Mestre na Maçonaria Simbólica é, para muitos autores maçônicos, numa corruptela da iniciação nos Grandes Mistérios.
Há inclusive autores que acreditam que a lenda de Hiram tenha sido diretamente adaptada dessa fonte, pois que o arquiteto do Templo de Salomão, assassinado por três companheiros traidores, cumpre idêntico papel ao de Osíris nos Mistérios Egípcios e de Perséfone nos Mistérios Eleusinos.
Essas comparações e analogias são, a nosso ver, um tanto licenciosas.
Todavia a instituição que existia por trás dessas práticas iniciáticas se assemelha bastante ao que hoje praticamos na Maçonaria Moderna.”
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