Justiça é um termo muito presente na Maçonaria, principalmente porque está diretamente ligada a um personagem presente nas lendas maçônicas, Rei Salomão, tido como o rei mais sábio e justo de todos.
Mas a justiça não é algo natural, não é um elemento da natureza, encontrado em todos os lugares.
A justiça é algo alcançado, conquistado.
E assim como para se fazer a Luz havia antes a Escuridão, ou não haveria necessidade da Luz ser feita, para se fazer Justiça deve haver antes a Injustiça, ou não haverá a necessidade de Justiça.
Entendendo a ligação entre Injustiça e Justiça como início e fim, ação e reação, causa e efeito, percebe-se a necessidade de um “fio condutor”, de um “combustível” que promova tal mudança. E, nesse caso, é a Compaixão.
É muito fácil compreender o papel fundamental da Compaixão.
Afinal de contas, mesmo num mundo inundado de Injustiças, se não houvesse Compaixão, por que alguém desejaria e buscaria promover a Justiça para outros?
Faltaria o tal fio condutor, o combustível.
Compaixão é exatamente aquele sentimento benévolo que domina o homem ao presenciar uma infelicidade ou mal alheio.
Nós sentimos compaixão quando vemos alguém sofrendo uma injustiça.
Ou quando assistimos pessoas passando fome e outras necessidades, não por opção, mas pela falta de opção, pela injustiça socioeconômica.
O maçom deve ter os olhos abertos para os males da sociedade.
Ele não pode fechar os olhos para o sofrimento do próximo, pois o compromisso do maçom é buscar a felicidade da humanidade.
O maçom é um homem de atitude, que procura construir templos às virtudes e cavar masmorras aos vícios.
Ele busca trabalhar de forma Justa e Perfeita.
E a compaixão nada mais é do que um sentimento de quem se incomoda com a infelicidade alheia, pois deseja a felicidade da humanidade.
Nada mais é do que um sentimento de quem se irrita com as injustiças, pois tem um compromisso com o que é justo.
Enfim, a Compaixão é um sentimento próprio do Maçom, que faz parte do seu ser enquanto houver injustiças no mundo.
É o seu combustível, o mobiliza para seu objetivo como Maçom.
E quais são os caminhos que essa Compaixão nos leva, em direção à Justiça?
Podemos crer que, dentre tantos caminhos, o principal talvez seja a Caridade.
Como um dos três pilares da Escada de Jacó, a Caridade pode ser interpretada como a ação de um homem livre e de bons costumes quando sente compaixão perante o sofrimento do próximo.
Ele tenta reduzir as injustiças com as quais se depara através de um ato de amor.
Não há caminho melhor.
A compaixão é sentimento típico daqueles puros de coração, daqueles que amam ao próximo e não fecham seus olhos.
E a caridade nada mais é do que a prática desse amor.
A caridade é a reação, o efeito da Compaixão.
A busca pela Justiça é um trabalho diário de auto-desenvolvimento.
E esse aperfeiçoamento pessoal não tem valor se não é voltado ao bem do próximo e da humanidade. Albert Pike bem registrou que “O que fazemos por nós mesmos morre conosco. O que fazemos fazemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal“.
Vê-se que a Compaixão é parte fundamental em todo o processo de evolução maçônica, porque um maçom nunca se faz de cego perante uma injustiça, ele a sente como se fosse a si mesmo.
E se a evolução se alcança pelo amor ou pela dor, a compaixão está diretamente ligada a ambos.
MAÇONARIA E A ORIGEM DO DIREITO
ResponderExcluirO tema procura trazer à luz uma exposição histórica da influência da ordem Maçônica na origem do Direito, tal qual a configuração que ele se apresenta nos dias atuais.
Apesar de ser amplamente reconhecida a maciça presença de maçons dentro do âmbito doutrinário e jurídico, é Mister que façamos uma pesquisa dentro dos preceitos maçônicos, demonstrando em última análise, que não por acaso a ordem maçônica sempre esteve presente nos mais variados momentos da história.
A maçonaria é uma ordem basicamente iniciática, filosófica, filantrópica e evolucionista. Dentro desses preceitos, ela transmite sua doutrina por meio de sua ritualística própria que envolve alegorias e lendas.
Existem vários “Ritos”, que em nada alteram a sua filosofia, mas só a forma de se apresentar. Em sua maioria, o estudo é divido em 33 graus, e é baseado em filosofia e mitologia.
A busca pela verdade e justiça é uma constante desde o início da caminhada maçônica. Para exemplificar, o sétimo grau é chamado de “Preboste e Juiz”. Preboste era o encarregado de ministrar a justiça.
Esse ensinamento remonta aos anos de 966 até 926 a.C., quando o Rei Salomão, após o término da construção do templo que levava o seu nome, instituiu Tribunais para que a justiça continuasse a ser aplicada à todos os obreiros.
Além de julgarem, os juízes daquela época também legislavam a chamada “Lei Salomônica”, que era um código que procurava distribuir equitativamente a justiça, tanto para os hebreus, quanto para os fenícios e outros povos que conviviam com eles.
O seu lema era Justiça igual para todos. Outro grande ensinamento maçônico é o “Tribunal Fêmico”, que foram consolidados por Carlos Magno em terras onde hoje estão estabelecidos os povos germânicos.
Após a queda de Roma, as instituições garantidoras dos direitos e deveres entraram em colapso, o que ocasionou grande desordem social.
O principal objetivo desses tribunais era colocar em pé de igualdade perante à justiça, o forte e o fraco, o pobre e o rico, o nobre e o vilão.
Sua aplicação da lei era dura e inflexível. Eles perduraram por toda a idade média, tendo o seu fim após a formação dos estados nacionais e a criação de poderes judiciários independentes. A própria filosofia maçônica codificada é anterior ao movimento positivista que originou os códigos que hoje utilizamos.
Os ideais de liberdade e igualdade que permeiam nossos princípios hoje são o cerne do estado democrático de direito e um garantidor dos direitos fundamentais do homem.