Lei de Lótus

O Bom Samaritano

No Evangelho Segundo Lucas, no capítulo X versículos 25 à 37 vemos Jesus ensinar com mais uma parábola, e por isso deve ser estudada com calma e diligência, que ali está nítido o amor ao próximo não há dúvidas, mas existe muito mais para ser visto...

A parábola diz que certo homem descendo de Jerusalém foi tomado por salteadores que lhe tiraram a roupa e o espancaram deixando-o como morto...

Desceu de Jerusalém também um levita que não o ajudou e tão pouco o Sacerdote...

É importante entender porque Jesus destacou o "descendo" de Jerusalém.

A Lei que pode ser lida em Levítico 21:11 e em Números 19:11 proibia o homem e principalmente o sacerdote de se aproximar de qualquer cadáver quando estivesse a caminho de Jerusalém, até mesmo se fosse seus pais, porque ficaria impuro por sete dias e assim profanaria a Habitação, logo se estivessem subindo para Jerusalém estariam escusados pela Lei e não haveria ali nenhuma repreensão, mas como desciam, já haviam feito suas ofertas e orações no Templo...

Então, diz a parábola, que um samaritano também passava pelo caminho...

Os samaritanos eram tidos como "inimigos" da tradição judaica, uma vez que adoravam a D'us em outro Monte que não o Moriah, onde está o Templo e onde tradicionalmente Abraão teria levado seu filho ao sacrifício, e Salomão Edificado o primeiro Templo, os Samaritanos adoravam no Monte Gezarim de sua própria forma...

Quando os hebreus voltaram do exílio na Babilônia encontraram os Samaritanos usando uma versão diferente da Torah e a interpretando de forma diferente, logo eram tidos como estranhos aos israelenses e tratados com desdém como se fossem idólatras...

Jesus continua e diz que este samaritano movido de compaixão lavou as feridas do homem com óleo e vinho, itens usados nos rituais do templo para "agradar" D'us, símbolos belos em ambos os casos, o óleo era usado para consagrar reis e sacerdotes, para acender as velas da Menorah diante do Santo dos Santos...

A Parábola segue e o Samaritano entrega duas moedas de prata para o dono de uma estalagem para que cuide desse homem.

O dinheiro também era ofertado no templo com as primícias da terra ou por livre entrega, mais uma vez Jesus sugere que o Verdadeiro Templo onde habita o Eterno, é o Homem...

Sendo assim, conhecendo o tempo e a mente daqueles que o ouviam, disse abertamente: "Os homens de deus entregaram tudo o que tinham dentro de um templo de pedra, deram sua oblação e libação, suas primícias e sua oferta, mas descendo do templo nada trouxeram consigo, nem mesmo a compaixão, e de frente a alguém que eles diziam ser idólatra viram nele a verdadeira doação ao Verdadeiro Templo, não importa se se adora a D'us neste ou naquele monte, O Importante é Adorar a D'us em Espírito e Verdade, dando amor ao próximo, e esse próximo não é aquele que concorda com você, que tem a mesma fé que você, que ora ao mesmo signo de D'us, mas o próximo é aquele que é D'us no outro, seja homem ou mulher, indigente ou nobre, sacerdote ou levita, pescador ou ferreiro, samaritano ou judeu... O Próximo é o outro de mim mesmo ..."

"Eis que não ficará pedra sobre pedra deste templo"

"Eu destruirei este templo e o reconstruirei em três dias"

"Sendo você homem e judeu, falas a mim? Uma samaritana?"

"Quem é minha mãe e quem são meus irmãos, senão todos aqueles que fazem a vontade de D'us?"

Devemos olhar cada passagem com calma e diligência, buscando entender como um todo e não levianamente, o milagre dessa parábola não está em ajudar um ferido, a repreensão não está em sacerdotes não ajudarem, o milagre está em reconhecer o templo de D'us no seu próximo, e a repreensão está em não faze-lo...

Então, assim como o mestre perguntou nós também perguntamos "Quem foi o mais próximo daquele homem?"