Quantos de nós, na calada da noite, ou mesmo em momentos perdidos durante o dia, não temos sonhos ou devaneios olhando o horizonte, apreciando as flores, viajando com as nuvens?
Quantas vezes nosso pensamento se perdeu no espaço, pairou em qualquer lugar para procurar alguma coisa, que não sabemos o que é, e onde está?
Como uma hélice em alta rotação, nosso pensamento voa, procura um ponto de sustentação e, muitas vezes, desaparece como a fumaça e se esvai pelo ar.
Devaneios, sonhos, pensamentos perdidos? Talvez! Muitas vezes, porém, eles retornam à base de origem e encontram um lugar no próprio cérebro fertilizando-o, desenvolvendo-o a ponto de criar uma ideia e a ela dar sentido para beneficiar toda a humanidade.
Surgiram, assim, os grandes artistas, os inventores, os filósofos, os compositores, os escritores e os músicos; os cientistas e os estadistas, enfim, todos os construtores do progresso, da evolução e da tecnologia atual.
De um sonho também surgiu a Arte Real, ou melhor, de sonhadores. Sonhadores, há tempos pensaram numa forma de unir a humanidade, pelo amor, estreitando as boas relações entre os homens tão distantes uns dos outros.
Uma realidade
Uma instituição universalmente reconhecida, soberana, tendo como fins supremos a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, proclamando nos seus princípios a prevalência do espírito sobre a matéria pugnando pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade buscando constantemente a Verdade. Nasceu e floresceu a Maçonaria…
Maçonaria: O que somos, para onde vamos
A Maçonaria não é apenas uma sociedade secreta, de origem antiga, com seus diversos graus iniciáticos e ritual próprio.
Maçonaria não se faz nos templos, aprende-se nos templos; Maçonaria não se encerra nas lojas, principia-se nelas; Maçonaria não se executa nas oficinas, – cumpre-se na consecução dos seus fins – exaure-se na realização dos seus objetivos. – completa-se no desempenho de sua missão; A Maçonaria não é uma sociedade comum, que bastam contratos e estatutos. Não é uma religião, nem seita, nem tampouco anti-religiosa.
A Maçonaria é um movimento filosófico ativo, universalista e humanitário, corporação disciplinada, que exige dos seus adeptos a crença fundamental no Grande Arquiteto do Universo – Que é Deus e no primado do espírito sobre a matéria.
A Maçonaria trabalha no aperfeiçoamento do homem, para a construção de uma sociedade humana fundada nos princípios da moral, da razão, do direito e da justiça. É, portanto, uma instituição científica filosófica, adogmática, filantrópica, apolítica, apartidária.
O fim primeiro da Maçonaria é o homem; o fim último a sociedade em que ele vive.
O objetivo da ordem maçônica é alcançar a Perfeição dos poucos escolhidos para que estes, com a beleza dos seus espíritos e a força avassaladora da sua substância material, possam encontrar o caminho da superação consciente, a solução dos problemas, a seiva da vida, a transcendência da morte.
A missão da Maçonaria é transformar a Sociedade, pelo homem, fazê-la mais justa e perfeita, sem fanatismos, nem distinções.
E hoje? Onde estamos?
Só haverá sociedade ideal quando houver homens capazes, conhecedores da ciência criadora, dominadores da filosofia que edifica. Reunindo, assim, as forças imperecíveis da natureza aos princípios basilares e eternos da sabedoria, a Maçonaria busca a felicidade do homem, no seu sentido universal.
A Maçonaria quer então, a felicidade de todos: Felicidade – horizontal e vertical.
Não aquela fugaz, passageira… Mas a duradoura.
A felicidade está na crença em Deus, porque aquele que confia em Deus…
É feliz… Não no deus que os homens fizeram, mas no Deus que fez os homens…
A felicidade está em se ter uma religião… Não daquelas religiões dogmáticas autoritárias, que buscam nos mistérios a intimidação dos crentes ou na persuasão, a cegueira fanática.
Não na religião que abomina o corpo e amedronta a alma, mas naquela religião que busca Deus no interior de cada um, para encontrá-lo no mundo exterior.
Ninguém verá Deus lá fora senão encontrá-lo primeiro no seu interior.
As religiões não são as igrejas ou as suas Constituições, mas o que elas ensinam e praticam de são e puro.
O melhor templo está no nosso interior, no nosso coração e naquilo que pensamos de bom e verdadeiro.
O mais perfeito templo está na natureza.
Por isso que a Maçonaria transportou para o interior de seus templos – lojas ou oficinas, as grandezas do universo. Por isso que a Maçonaria faz das leis do universo os seus princípios.
Primeiro, os maçons creem em Deus; depois a Maçonaria ensina que os iniciados tenham religião, mesmo que seja aquela criada por cada um, forjada na essência daquilo que as religiões tenham de certo e autêntico – Que seja ao mesmo tempo elevado e profundo.
Prosseguindo, a felicidade só se completa com a constituição da família.
Nas afeições da família estão as mais nobres e preciosas forças.
O homem traz a força criadora. A mulher o poder vitalizante, tanto que já sentenciou um emérito estadista que foi Maçom: Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher!
Não há lares harmônicos sem homens com qualidades e mulheres virtuosas; nem filhos vencedores sem pais amigos.
É na família, pelos ensinamentos sólidos e pelos exemplos edificantes que se formam os valores. E a grandeza de um país, de uma nação, está no caráter de seu povo.
A Maçonaria não crê vitorioso apenas quem amealhou riquezas materiais
A prece, na ação dos homens para a manutenção da felicidade, é o alimento da alma; a meditação, a sustentação do espírito.
Pois, não há vigor físico sem boa nutrição; nem espírito iluminado sem a chama da Oração.
Tanto é verdade que os trabalhos maçônicos são sempre abertos e encerrados invocando-se a proteção do Grande Arquiteto do Universo.
Para o maçom a saúde do corpo e a do espírito são importantes. Esta, porém, mais que aquela, porque enquanto uma é passageira a outra é eterna. Para a Maçonaria não há felicidade distanciada do amor, afastada da amizade.
A Maçonaria não conhece a felicidade que não tenha a bondade no pensamento e a caridade nos gestos.
Para a Maçonaria a paz que se procura está no silêncio e na grandeza da humildade.
Não pode ser feliz quem não alcança a razão e atinge a sabedoria, na medida das limitações de cada um, pois um analfabeto pode ser um sábio e um cientista um neófito.
A felicidade, portanto, não se ganha, se conquista.
Para conquistá-la é preciso escolher,
- Amar… em vez de odiar;
- Rir… Em vez de chorar;
- Criar… Em vez de destruir;
- Perseverar… Em vez de desistir;
- Louvar… Em vez de difamar;
- Curar… Em vez de ferir;
- Dar… Em vez de roubar;
- Agir… Em vez de procrastinar; Crescer… Em vez de minguar; Orar… Em vez de amaldiçoar; Viver… Em vez de morrer.
Por tudo que lhe é concedido, o maçom deve ser um homem especial, diferente dos outros, incomum, extraordinário.,
Às vezes, entrementes, tropeça e cai, como os outros, mas não se detém; levanta-se e segue a sua rota, irredutível em sua fé, imperturbável em sua ação porque marcha em direção à luz.
E, quem marcha em direção da luz não pode se deter para contar o que acontece nas sombras.
Para atingir estes atributos a Ordem lhe ensina o caminho do aperfeiçoamento, desbastando a pedra bruta.
Um maçom pode ser identificado, não só pelos toques e pelos sinais, mas também e principalmente pelos gestos e ações porque ele é sempre discreto e sóbrio, conquanto alegre e seguro, reto e probo, humano e fraterno, empreendedor e humilde.
Por tudo e, portanto, o maçom há que ser um homem sábio, paladino nas lutas contra os males; sintonizado com a alma do universo, de coração largo, tolerante, nobre, cumpridor da ordem cósmica, caminhante do infinito imortal, não se subjugando em destino algum.
Os anos passam… A vida corpórea acaba… Contudo permanece de nós, maçons tudo aquilo que fizemos de bom de terno e de verdadeiro!
Autor: Lauro José Toledo dos Santos
Fonte: JB News nº 416
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