Paul Brunton escreveu que “o homem, separado de sua carne, converte-se em mente”.
Para podermos subir além do pensamento e penetrarmos no Universo, precisamos ser simples “mente”, mesmo que por alguns instantes, apenas.
Dean Inge assim se expressou: “Desde o ponto de vista astronômico somos somente criaturas de um dia”.
O tempo é fugaz.
Um instante dentro da eternidade.
O contrário do tempo é a eternidade, como o contrário do movimento é a quietude.
No livro do Apocalipse (capítulo X:7) está, escrito: “Não há mais o tempo”. Mahatma Ramalingan, no século XIX, disse: “O tempo é uma invenção da mente”.
A unificação mental dentro da Cadeia de União mesmo que dure uma fração de tempo, esse “intervalo místico” será suficiente para criar um estado de consciência superior.
O valor não está no tempo, mas no ato.
Dentro deste desiderato, faz-se necessário preparar as mentes para que se esvaziem e sejam ocupadas por novos pensamentos adequados ao momento - para atingir o alvo perseguido.
Para atingir esse esvaziamento, será preciso lançarmos mão de um “mantra”.
“Mantra” é uma expressão hindu, sem tradução em nosso vernáculo, muito usada para conduzir à meditação e que, trazida, pela tradição da Índia até nós, executa os mesmos efeitos.
A própria Maçonaria encontra seus “filamentos” na expressão de Teillard du Chardin, na lendária Índia, não nas “brumas ou noite do passado”, mas sim, na “luz do passado!”
“Mantra” é uma palavra criada para um efeito esotérico, uma palavra sagrada.
Uma palavra que tem o dom de esvaziar a mente e ao mesmo tempo, ocupá-la pelo “som” que emite.
Os pensamentos emitem “sons”, isto também é cientificamente pacífico.
O poder do “som” conduz à unificação das mentes.
Os yoguis usam os “mantras” e obtêm toda sorte de vantagens.
A meditação, por sua, vez, pode ser um estado de consciência muito rápido de alcançar.
Traz o seu resultado instantâneo, como a oração.
O devoto religioso encontra satisfação pelo singelo fato de penetrar em um Templo, ajoelhar-se e rezar.
O que medita, porém, retira-se dentro de si mesmo e descobre que seu coração já é o seu lugar sagrado habitado por Deus.
Permuta a imagem material de um Deus que anteriormente adorava por uma imagem mental, que agora adora em sua mente.
Substitui a “pedra” por seu próprio coração, a “escritura” por seu próprio espírito e ao “sacerdote” por seu próprio pensamento.
A meditação é, portanto, superior à oração, no sentido de que o maçom capaz de praticá-la possui uma capacidade mental superior porque já não depende da matéria.
A meditação é despertada pelo “som” do “mantra”.
Chegado este ao seu ouvido, desperta a criação de uma oração muda.
Ao penetrar na “Alma de dentro”, no “Universo de dentro”, no “Templo de dentro”, o maçom encontra o seu verdadeiro mundo onde sentirá a felicidade.
Imerge num oceano de felicidade jamais alcançado sem a meditação.
É evidente que cada “corrente” “orienta de uma forma diferente, usando métodos todos seus, para que o homem possa entrar em meditação.
A Maçonaria, que não é uma religião, pelo menos no sentido convencional, criou e estabeleceu seu método de meditação, através da prática da Cadeia de União, fugindo violentamente do convencionalismo e do usual.
O profano não aceita que através do “sussurro” de um “mantra”, possa a pessoa cair em meditação e realizar-se.
Se a Maçonaria criou este sistema é porque as suas bases são válidas. O “mantra” maçônico é a “palavra semestral” emitida pela Autoridade Maçônica Superior.
A “palavra semestral”, aparentemente, uma palavra comum que se altera de seis em seis meses, que em si, nada significa.
A função da Autoridade Maçônica, inconsciente e administrativa, emitida com efeitos esotéricos e místicos.
Aparentemente, ela surge ao acaso, uma palavra sonora, ligada aos nossos símbolos e linguajar característicos, mas, na realidade, surgida no momento certo, justo e adequado, que concilia no tempo e espaço as diversificações existentes.
É a vontade do Grande Arquiteto do Universo manifestada naquele que foi escolhido para exercer a autoridade maçônica.
O “mantra” ao ser “ouvido” produz o “contato” que desperta na mente a função meditativa que conduz, por sua vez, ao “Universo de dentro” e forma o “milagre” que é desconhecido da maioria dos próprios maçons: a unificação das mentes dos que participam da Cadeia de União.
Então, de “elo” em “elo”, o “mantra” produz seu efeito e, ao retornar após percorrer a Cadeia de União de um lado e de outro, terá cumprido sua missão mística.
O participante da Cadeia de União deverá preparar-se para receber o “mantra”.
Não é recomendável que o Venerável Mestre, logo que a Cadeia de União esteja formada, passe a “Palavra Semestral”, sem uma adequada preparação.
Deverá sempre esclarecer os efeitos da “Palavra Semestral” e referir que o “ouvido” deve estar preparado para receber o “som que dela emana” e que este “som” é benéfico porque, penetrando por meio dos nervos sensitivos no cérebro, beneficia todo o organismo.
Qualquer “mensagem” deve cair em terreno amainado, como sucede com a boa semente: terreno inadequado, pedregoso, cheio de espinhos e ervas daninhas, evidentemente não será propício para a germinação.
Assim é a Palavra do Senhor, a sua Mensagem, resumida em um “som”, vindo de uma palavra ou frase que semestralmente, a maior Autoridade Maçônica envia de forma escrita.
Ao ser lida a Palavra Semestral, silenciosamente, apenas com os olhos, vai depositada na “memória” sem nada produzir; no momento em que o Venerável Mestre a “sussurra”, a “Palavra Semestral” ativa-se, cria Vida e produz o “Som”, mágico, místico e apropriado para criar benefícios.
REFERÊNCIA: A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino
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