Para a formação da Cadeia de União, os seus componentes deverão assumir uma postura correta.
Os pés em Esquadro, com os calcanhares unidos e as pontas tocando as dos que lhe estão ao lado.
0s braços cruzados, passando o direito sobre o esquerdo, de modo que a mão direita de um aperte a mão esquerda do outro.
As mentes unidas por meio da “palavra semestral”.
Portanto, cada “elo” deverá comunicar-se com o outro através de três pontos.
O Esquadro, na antiguidade, era representado por um quadrado geométrico, porém foi perdendo sua forma primitiva até transformar-se em apenas um ângulo de 90º.
Temos hoje seu estado primitivo nos quadrados que formam o “pavimento de mosaicos”.
O maçom jamais se completará conservando a individualidade; fazse necessário “unir-se” a um outro para que encontre a “si mesmo”.
Os seus pés em ângulo de 90º buscam e seu irmão ao lhe tocar o pé, formando, assim, o quadrado perfeito e demonstrando o seu amor fraterno.
Sozinho nada é; junto a um irmão, não só encontrará a “si mesmo”, como proporcionará a que seu irmão, por sua vez, realize idêntico mistério.
O “marchar” em Esquadro tem o seu significado, mas não interfere com a posição em Esquadro para a formação da Cadeia de União.
Um será o significado do Esquadro como instrumento, e outro o formado pela posição dos pés.
Originado do latim “ex-cuadrare”, é um instrumento de desenho, ou seja, de trabalho, indispensável para uma edificação; as figuras geométricas não o dispensam para existir.
Trata-se de um dos instrumentos mais usados e mais característicos, mormente quando entrelaçado por um Compasso, formando assim o “escudo” da Maçonaria.
Símbolo da retidão, transforma-se em jóia para o Venerável e Vigilantes, porque estas Luzes devem ser os maçons mais “retos” e “justos” da Loja.
O Esquadro representa a Terra.
O Compasso, o Céu, por isto é usada a expressão de que o maçom se encontra “entre o Céu e a Terra”.
O Esquadro, junto com o Prumo, faz do maçom um homem justo e eqüitativo; ao lado do Compasso, forma a trilogia que o iniciado deve contemplar.
É o símbolo por excelência do Aprendiz.
Sua posição de “ordem” forma quatro Esquadros que, na interpretação da Astronomia, significa a posição onde a Terra é dividida em quatro partes, nos diâmetros do círculo zodiacal, correspondendo cada parte a uma estação do ano, de conformidade com a inclinação do Sol em seu giro.
O Esquadro é instrumento e também jóia móvel, presente em todos os graus da Maçonaria.
O Esquadro é a primeira das figuras geométricas que nos dá a noção exata de uma medida aplicável em toda obra humana e que nos ensina a limitar as nossas ações através das leis naturais para o cumprimento dos nossos deveres para “conosco e para com os nossos semelhantes”.
Nada nos convence mais de que podemos dominar o Mundo do que quando nossos pés estão bem firmados sobre a Terra.
Outros motivos temos para que nossos pés estejam em Esquadro dentro da Cadeia de União.
Com o movimento dos pés, estaremos “abrindo” as “colunas” que encobrem o órgão de criatividade, expondo-o simbolicamente, na intenção de “crescermos” e criarmos o “mundo melhor” que desejamos.
Toda postura tem sua razão de ser; em Maçonaria nada é feito em vão.
A postura deve ser feita com perfeição para que atinja o seu objetivo.
Infelizmente, assistimos muitos maçons não se preocuparem, em absoluto, com sua posição, quer de “pé e à ordem”, quer sentados, ou genuflexos ao prestarem um juramento.
As posturas maçônicas têm origem antiga e estamos inclinados a afirmar que procedente da Índia.
Eis a descrição de um “yogi” que faz a saudação ao Sol: de pé, olhos fechados, voltado para o nascente, pés unidos, junta as mãos à altura do peito, como em oração.
Limpa os pulmões, exalando todo o ar e encolhendo o abdômen.
À medida que lentamente inspira, eleva os braços acima e atrás da cabeça, como que procurando atingir com a ponta dos dedos o mais distante possível.
Sente um estimulante estiramento nos músculos.
Enquanto expira, abaixa o tronco, braços esticados, com a cabeça entre eles, até atingir o solo com as palmas das mãos, as quais chegam ao ponto mais próximo das pés.
A cabeça está pendente e a respiração presa.
A perna esquerda é conduzida para trás, com o joelho tocando o chão.
Flexiona a perna direita até que o joelho encoste-se ao peito.
Levanta ao máximo o queixo.
O pulmão ainda vazio.
A perna direita vai para trás até ficar apoiada sobre as palmas das mãos e sobre a ponta dos pés, como se fora uma tábua com o corpo.
Braços esticados. Inicia a respiração.
Flexiona os braços e toca o solo com a fronte, com o peito, os joelhos e as pontas dos pés, tendo as nádegas levantadas.
Seu abdômen abaixa bem como as pernas, apoiando-se sobre o solo, enquanto os braços se esticam, mantendo o tronco na vertical.
Seu queixo atinge o ponto mais alto possível.
Conservando cheio o pulmão, sem descolar os pés e as mãos, eleva as nádegas, ficando a cabeça entre os braços.
Começa a expirar, ao mesmo tempo em que flexiona a perna direita e, sempre mantendo alto o queixo, o pé vai colocar-se próximo das mãos e entre elas.
Tendo o pulmão vazio, leva o pé esquerdo para junto do direito e, com a cabeça o mais perto possível dos joelhos, estica as pernas, reproduzindo o movimento inicial.
Nova inspiração, lenta e profunda, levantando o tronco e conduzindo as mãos para o alto e para trás da cabeça.
As mãos voltam ao ponto inicial.
Seus olhos mantêm-se fechados e já nota o brilho do Sol que acaba de nascer.
O “yogi” não saudou o Sol apenas por reverência.
Ele obteve resultado: “o sistema nervoso lhe foi regularizado, o cérebro desanuviado e toda a face se iluminou de santidade”.
Para que a Cadeia de União tenha eficácia, a postura se torna um elemento vital.
Faz-se necessário que os pés se unam em Esquadria e toquem o do irmão ao lado.
Os antigos egípcios faziam a Cadeia de União mais aperfeiçoada, porque usavam apenas o “avental”.
Seus pés uniam-se “fisicamente”; seus calcanhares tocavam-se, e os nervos sensitivos que os gregos apelidaram de “calcanhar de Aquiles”, para demonstrar um ponto frágil do organismo se fortaleciam e protegiam.
Suas irradiações eram mais fortes porque, além do toque das mãos, havia o toque dos pés, ao natural.
Não pretendemos que, em nossos dias, a Cadeia de União se faça com os pés descalços.
As “pontas” de todos os dedos, tanta dos pés como das mãos, são veículos de irradiação.
Tanto o são os dedos os das mãos como o são os dos pés.
O homem civilizado não sabe usar os dedos dos pés, conservados em sapatos; Deus os criou para alguma função e o homem ludibriou a criação de Deus.
Os dedos dos pés e suas plantas têm as mesmas características das mãos.
A datiloscopia pode identificar o indivíduo tanto pelas mãos como pelos pés.
Pode-se dizer que a “História Sagrada”, também traz as origens da datiloscopia.
No Livro de Jó, capítulo 37, versículo 7, lemos: “Deus põe um selo na mão de cada homem, para que o conheçam todos os homens”.
Alguns povos primitivos marcariam com impressões digitais seus produtos de cerâmica.
Desde o século XII da nossa era, os chineses analfabetos autenticavam com o dedo os documentos de divórcio.
Posteriormente, o ato se estendeu ao assinalamento de criminosos e ao dos documentos de compra e venda. Coréia e Japão também conheciam tal uso.
João de Barros publicava em 1563 um livro que diz em determinado trecho: “Usam deste modo de sinal... por ser natural da pessoa, e mais certo e verdadeiro que os artificiais que podem falsificar”.
O inglês Grew, em 1684, apresentou à Real Sociedade de Londres um trabalho em que descrevia os desenhos papilares da mão.
No Brasil foi instituído o uso da datiloscopia em 1905. Até hoje não foram encontrados dois indivíduos com os mesmos desenhos papilares.
O exame datiloscópico dos dedos e da planta dos pés ainda não está em uso como método de identificação ou complementação, a não ser nos hospitais-maternidade que obtém dos recém-nascidos os desenhos dos pés para uma perfeita e total identificação em suas fichas.
Também não podemos deixar passar despercebido que a “orla dentada” não passa da reprodução do Esquadro formado pelos pés, que unidos representam o “ziguezague” em círculo que se coloca ao redor do “pavimento de mosaicos”, como um sinal permanente da existência da Cadeia de União.
REFERÊNCIA
A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino
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