A preparação para a meditação consiste em um rápido exercício respiratório, comandada pelo Venerável, para que a inspiração e a expiração passem a ser ritmadas.
O ritmo é necessário para que o participante, preocupado em observar o movimento respiratório, “limpe” sua mente, esvaziando-a do pensamento que a ocupa naquele instante.
A respiração, além do mais, “purifica” a mente e todo organismo.
As Sagradas Escrituras nos ensinam que o homem que não respirasse seria, apenas, um punhado de terra inerte, pois o Criador o fez de terra e lhe “soprou” no rosto o “sopro” da vida.
Através da respiração, Adão, o homem simbólico, despertou para a existência terrena. Com o primeiro “sopro”, integra-se o recém-nascido no ritmo da vida.
Com o seu inspirar e expirar, entra a sentir fluxo vital em suas fases alternadamente positiva e negativa, que pulsa dentro em si como corrente alternada.
A vida é uma “cadeia” ininterrupta de sopros rítmicos, tirada fora e para dentro, até que, com o sopro final, o homem “expira”, fechando o elo final da “corrente”.
Diziam os nossos velhos filósofos: “Somos feitos de terra, de sorte que comemos alimentos sólidos; fomos amassados com água e por isso bebemos líquidos; o espírito sensibiliza a massa inerte, portanto respiramos o ar; e com o fogo divino o espírito anima o conjunto, de sorte que este se converte no homem”.
A respiração é de capital importância, porque podemos jejuar, nos abster de líquidos, mas respirar, apenas podemos deixar de fazê-lo por alguns minutos.
De acordo com a filosofia hindu, “a cada indivíduo é dado apenas determinado número de respirações para cada encarnação.
Aquele que respira açodada e precipitadamente morre mais depressa, porque não pode respirar mais do que o número prescrito de vezes.
Por outro lado, aquele que vive tranqüilamente e respira devagar economiza a reserva,:de saúde e tem vida longa sobre a terra.
A gente do Oriente não se excita com facilidade, porque – muito sabiamente – prefere empregar a existência terrena na busca do progresso espiritual. E abana a cabeça quando vê os seus irmãos do Ocidente encurtarem o divino dom da vida com uma atividade febricitante, conseqüentemente um respirar acelerado e superficial.”
E o esporte?
A prática: da Yoga, que: em última análise é um, porque fortalece e desenvolve os músculos, é feita lentamente, para não acelerar a respiração.
Há exercícios de hata-yoga que prolongam o, ritmo da respiração para um minuto.
No mundo civilizado de hoje, dentro das cidades grandes, há a “poluição do ar”, que contamina os nossos pulmões e afeta o nosso organismo com reflexo na mente.
O homem não tem tempo! O homem corre!
O homem respira ácidos! Pobre do homem!
Mas se o homem aprendesse a respirar usando todo volume de seus pulmões (usa apenas uma terça parte), fazendo-o lentamente, estaria a ele assegurada vida mais longa.
A respiração ideal é a respiração profunda.
Para executá-la deve ser lenta.
Nós respiramos quinze a vinte vezes por minuto e em cada respiração inalamos cerca de meio litro de ar.
O ar “residual” que permanece dentro dos pulmões é cerca de um litro e meio.
Para obtermos uma vida saudável, precisamos três litros e meio em cada inspiração!
Os homens de hoje, e muito mais, as mulheres, encontram no cigarro um meio fatal para encurtar as suas vidas e abrigar enfermidades, especialmente as dos pulmões, criando ambiente propício ao câncer.
O povo hindu, exemplo de povo meditativo, não fuma; não confundir o “incenso” com o fumo, pois o “incenso” é feito de substâncias aromáticas e é aspirado em ocasiões quase raras, sem que possa causar qualquer prejuízo.
Como vimos no capítulo destinado ao “incenso”, apesar de constituir um “entorpecente”, pouco penetra nos pulmões, deixando de ser nocivo, quando aplicado somente nos atos litúrgicos.
REFERÊNCIA: A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino
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