As mãos se unem num aperto solene de solidariedade e afeto.
Um simples apertar de mãos, consola, alivia, traduz sentimentos.
Foi sempre o gesto das mãos que trouxe cura para os enfermos.
Nenhum ritual se desenvolve sem os movimentos adequados das mãos. Jesus usou muito o toque para as suas curas.
Na “corrente” o estreitar das mãos deve ser forte e sentir através deste aperto, a passagem de energia.
Nos cultos, as mãos têm função mística, seja no gesto de uma extrema-unção ou no símbolo de uma bênção.
O Aprendiz maçom deve usar suas mãos para desbastar a pedra bruta, com gestos precisos, posto primários. Paulatinamente, educando-as, aprende a dar a cada mão uma tarefa diferente, usando-as ao mesmo tempo; com o buril em uma delas, na outra o malho, aprende a dar forma estética à obra, até que abandona as ferramentas para dedicar-se ao polimento, quando usará toda arte e paciência. A energia é transmitida em grande parcela através das mãos, saída das forças advindas de um poder central; aquele que se empenha em “doar” receberá em proporção maior. Não se trata, apenas, de uma “troca”.
Não é uma singela “comunicação”, mas um real contato dinâmico, distribuindo equilíbrio.
O acumulador não pede tão somente acumular energias, sob pena de explodir.
As forças contidas no ser humano não podem ser, apenas, armazenadas; torna-se preciso distribuí-las para que haja maior produção e criatividade.
O “calor” fraterno se expressa através do aperto das mãos.
Entre nós, os ocidentais, o aperto das mãos traduz um cumprimento, muitas vezes polido e convencional, de respeito e mesmo intimidade; contudo há povos que se cumprimentam de modo diverso, até esfregando os próprios narizes como fazem os esquimós.
Mas na Cadeia de União, aqui ou em qualquer lugar, haverá o aperto de mãos traduzindo a distribuição de energia e o sentimento de união fraterna.
Se o toque dos pés produz o primeiro “contato”, o aperto das mãos ultrapassa o simples toque, porque há um entrelaçamento de dedos e uma função de “garras” que afirma os músculos como que exigindo a passagem de “energia”.
Para, depois se realizar o terceiro toque imaterial, através da mente.
Qual o “toque” de maior importância?
Evidentemente todos os três, porque cada um deles possui a sua função e executa a sua missão peculiar.
Os três deverão atuar uníssonos, por isso a exigência da perfeição.
As mãos “unem” de uma forma mais evidente e serão elas que formarão a corrente, unindo os elos.
A expressão maçônica de que a mão direita não saiba o que a esquerda faz, na Cadeia de União, assume o seu real significado, pois a mão direita irá apertar a mão do irmão que está colocado à esquerda e a mão esquerda a do irmão que está colocado a direita.
Sendo a função igual, haverá porém, distribuição de energia para dois pólos totalmente diversos.
Quem poderá medir e pesar a quantidade de energia dada e recebida, do irmão da direita ou do irmão da esquerda?
A distribuição não é uniforme e nem o recebimento.
A mão direita não saberá o que a esquerda recebe ou fornece!
A mão traduz poder.
Lemos no livre do Êxodo, capítulo 7, versículo 4: “Colocarei a minha mão sobre o Egito”, disse Jeová.
E mais adiante: “Quando Moisés erguia sua mão, os Israelitas venciam”.
E no Livro de Deuteronômio (cap. 32:40) “Eu ergo a mão ao Céu, e digo...”
O profeta Zacarias (cap. 14:13), assim descreve o Reino universal de Jeová: “Naquele dia haverá de parte de Jeová um grande tumulto entre eles; pegarão cada um na mão de seu próximo...”
O “Messias” fez séria advertência: “E, se tua, mão direita for ocasião de pecado, corta-a e lança-a de ti; porque melhor te é perecer um dos teus membros do que ir todo o teu corpo para o inferno”. (Mateus, 5: 30)
A mão pode simbolizar a identidade física, da pessoa como vemos na expressão do “Nazareno”: “Mas eis que a mão do meu traidor está comigo sobre a mesa”. (Lucas 22:1)
No livro do Apocalipse: “Fez com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, levassem uma marca na mão direita”. (Cap. 13 :16)
O Salmista canta no salmo 14: “Quem subirá ao mente de Jeová? E quem estará no seu santo lugar? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração”.
A expressão maçônica “livre e de bons costumes” encontra no salmo acima transcrito toda sua plenitude.
“Livre” de qualquer mácula, produto de obra de suas mãos; os “bons costumes” advindos de um puro coração!
O profeta Isaías, descrevendo a futura felicidade de Sião diz: “Confortai as mãos fracas, e firmai os joelhos que vacilam; dizei aos tímidos de coração: sede fortes, não temais”. (Cap. 35:3)
“Sião” é a “corrente” descrita com perfeição, com os seus benéficos resultados!
REFERÊNCIA
A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino
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