A Cadeia de União será formada ao redor do “Ara” onde está colocado a “Livro Sagrado”, o “Esquadro” e o “Compasso”.
O “Livro Sagrado” deverá permanecer aberto no trecho apropriado ao grau.
Muito se tem discutido a respeito da presença do “Livro Sagrado” dentro dos Templos e o Rito Moderno Francês, que já foi entusiasticamente adotado anos atrás quando o Positivismo encontrava ambiente propício, durante a primeira década da República, omitia a presença do “Livro Sagrado”, o que causou celeuma e combate de parte da Maçonaria Regular, aliás com razão.
Todos os povos têm na presença de “um Livro Sagrado” o símbolo da presença da Divindade.
A Maçonaria não exige este ou aquele livro, mas sim, um “Livro Sagrado” e, obviamente, cada região terá interesse em abrir o livro que catalise mais atenção e respeito; assim, no ocidente será a “Bíblia”, no oriente o “Alcorão”, na Índia os “Vedas” e tantos outros.
Porque a presença de um livro sagrado?
Os hebreus tinham vários livros: O “Livro da Aliança”, o “Livro das Batalhas do Senhor”, o “Livro da Lei”, o “Livro do Direito”, o “Livro das Memórias”, o “Livro de Moisés”, o “Livro da Vida”, o “Livro do Cordeiro”, mas todos eles, reunidos, constituem o “Livro Sagrado”, que para nós os cristãos, se denomina “Bíblia”, ou seja, coletânea de livros sagrados.
O livro é a presença simbólica da Lei.
Qualquer lei subjuga o homem, por mais altivo e independente que possa ser. É a presença de uma autoridade que deseja ser respeitada e o homem sente a necessidade de respeitar a alguém.
A presença do “Livro Sagrado” faz notar a existência de alguém superior, que no caso há de ser o Grande Geômetra, ou seja, Deus.
Não basta a “presença” de um livro, mas que este livro tenha sido lido para que as palavras pronunciadas permaneçam vivas e na mente de todos, pelo som emitido.
No grau de Aprendiz, que é o primeiro grau de trabalho maçônico, o mais usual e apropriado, o “Livro Sagrado” deverá estar aberto na parte que evoca a recomendação de os irmãos unirem-se, o que dá origem à própria Cadeia de União.
A abertura do “Livro Sagrado”, bem como o seu fechamento, exige um cerimonial prescrito nos rituais.
Não se abrirá um “Livro Sagrado” pelo simples fato de que deva ser aberto; os cuidados serão observados detalhadamente, dentro do mesmo ambiente e preparação que precedem os grandes atos litúrgicos.
A “luz”, o “som” e o “incenso” também hão de ser adequados à cerimônia; aquele a quem está afeto a abertura do Livro(15) deverá merecer a honra da elevada função; não há, propriamente, dispositivos rígidos a respeito; cada Loja terá sua regulamentação e suas razões para dispor sobre a cerimônia.
Abrindo-se o “Livro Sagrado”, apresenta-se aos Irmãos o Espírito Divino.
É a presença realmente simbólica, não só do Grande Arquiteto do Universo, mas do que Ele tem representado para a Humanidade.
A certeza de seu amparo, da sua atualidade e de que a promessa vindoura se cumprirá.
É o momento de fé dentro dos Templos.
A Cadeia de União é um círculo, e considerando-se que toda figura geométrica possui um centro, o “Livro Sagrado” será o ponto central da Cadeia de União.
A abertura do Livro da Lei está prescrita nos Rituais, porém, não há uniformidade a respeitar, pois dada a “autonomia das Lojas”, cada qual, seguindo sua própria tradição e costumes, adota uma regra.
Num sentido geral, quem abre o Livro da Lei é o “Past-Master”, ou seja, o Venerável Mestre que passou; na sua ausência, é dada a função ao Experto ou ao Orador.
Opinamos que deveria ser sempre o Experto o Oficiante, eis que o Experto representa na Loja de Aprendiz o “intercessor”; para conciliar os hábitos, costumes, praxe e tradição das Lojas; deveria ser eleito para ocupar o cargo de Experto quem foi Venerável Mestre; assim, não haveria conflitos.
Dos atos litúrgicos, o mais importante, é, numa Loja de Aprendiz, a abertura do Livro da Lei.
Algumas Lojas precedem esta abertura com outra cerimônia, a do acendimento das velas que ornam o Ara.
Porém, é costume que, ao entrar-se em Templo, as velas já se encontrem acesas; também não é uniformemente observada a cerimônia ao apagar das velas.
Não há, nos Rituais, uma uniformidade, em todo Brasil.
Posto tenhamos as Grandes Lojas estaduais, os Grandes Orientes Estaduais, o Grande Oriente do Brasil, os Grande Orientes Independentes, cada vez menos conflitantes entre si por questões de regularização, poderá em breve, e isto será útil, existir uma uniformidade ritualística.
NOTA
(15) O Oficiante.
REFERÊNCIA: A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino
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