O Templo na Cadeia de União.

Deve ser formada exclusivamente dentro do Templo? 

A concepção Templo não limita o conceito convencional; um Templo não se traduz em quatro paredes, mas sim onde se cultua a Deus(13). 

O Evangelho esclarece com palavras exatas o verdadeiro significado do conceito Templo: 

“Em seguida, desceu a Cafarnaum, em companhia de sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; demoraram-se aí uns poucos dias. Estava próxima a festa pascal dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo encontrou gente a vender bois, ovelhas e pombos; e cambistas, que lá se tinham estabelecido. Fez um azorrague de cordas e expulsou-os todos do Templo, juntamente com as ovelhas e os bois; arrojou ao chão o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas. Aos vendedores de pombos disse: ‘Tirai daqui essas coisas e não façais da casa de meu Pai casa de mercado’. Recolheram-se então os discípulos do que diz a escritura - ‘O zelo pela tua Casa me devora’. Os judeus, porém, protestaram, dizendo-lhe: ‘Com que feito poderoso provas que tens autoridade para fazer isto?’ Respondeu-lhes Jesus: ‘Destruí este Templo, e em três dias o reedificarei’”. Disseram os judeus: ‘Quarenta e seis anos levou a construção deste Templo, e tu pretendes reedificá-lo em três dias?’ Ele, porém, se referia ao Templo de seu corpo. Depois de ressuscitado dentre os mortos, lembraram-se os Discípulos do que dissera, e creram na Escritura e nas palavras que Jesus proferira”. (S. João cap. 2-21)

Logo, o conceito Templo assume vários aspectos, podendo ser, inclusive o “corpo”, a “alma” e a “mente”. 

O “corpo místico da Loja” é um Templo todo espiritual que assume importância muito maior que seu sentido material. 

São Paulo, na sua sabedoria cristã e através das espetaculares cartas dirigidas aos povos e às Igrejas, escrevendo aos Coríntios (1º Coríntios: 6-12 a 29), assim pontifica: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. 

Tudo me é permitido, mas não convém que eu me deixe escravizar por coisa alguma. 

As comidas são para o estômago e o estômago para as comidas; e Deus deixará perecer um e outro. 

O espírito, porém, não é para o corpo. Deus ressuscitou o Senhor, há de também ressuscitar-nos a nós pelo seu poder. 

Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo, e eu tomaria os membros de Cristo e os faria membros de uma meretriz? 

Nunca! Ou ignorais que quem se entrega a uma meretriz se torna um só corpo com ela? 

Pois foi dito que serão dois em uma só carne. Mas, quem se entrega ao Senhor fica um só espírito com ele. Fugi da luxúria! 

Todo o outro pecado que o homem comete não lhe atinge o corpo; apenas quem se entrega à luxúria peca contra seu próprio corpo. Não sabeis que vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós e que de Deus o recebeste? 

De maneira que já não pertenceis a vós mesmos? Fostes comprados por alto preço; pelo que glorifica, ha "Deus no vosso corpo.”

A Cadeia de União poderá ser também uma “Cadeia de Exemplos”, Templos Crísticos, no conceito espiritual de um “estado de consciência” superior cristã, pelo menos, no ocidente, onde a maioria dos povos se intitula cristã. 

Ainda, São Paulo, agora, em sua 2ª carta dirigida aos Coríntios (cap. 6: 11-18) assim se expressa:

“Não vos sujeiteis ao mesmo jugo que os incrédulos. Pois que tem que ver a justiça com a iniqüidade? Que há de comum entre a luz e as trevas? Em que se harmonizam Cristo e Belial? Que partilha tem o crente com e descrente? Como se coaduna o Templo de Deus com os ídolos? Pois que somos Templo de Deus vivo, e Deus disse: “Hei de habitar e andar no meio deles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisa impura! Então vos hei de receber e serei vosso Pai, e vós me sereis filhos e filhas, diz o Senhor o Onipotente.”

“Templo de Deus vivo” constitui uma expressão muito diversas de um simples “Templo de Deus”. 

Afoitamente, os homens entregam-se a atividades maçônicas sem considerar este aspecto de servir a um Deus vivo, contentando-se em atuar dentro de um Templo repleto de símbolos inertes, de um Grande Arquiteto do Universo estampado, como se fora tão-somente um ídolo estático. 

Idólatra não é quem adora imagens e sim, que se une a símbolos para sentir com eles unia satisfação egocêntrica Idólatra pode ser quem supõe adorar apenas a Deus, sem preocupar-se se este Deus é realmente o “Deus vivo” que habita no Templo! 

Templo crístico; Templo interior e espiritual. 

No livro do Apocalipse, que significa revelação secreta, é o único livro do Novo Testamento que se pode chamar de profético. 

Verdade é que também nos Evangelhos e nas Epístolas encontramos disseminadas, aqui e acolá, algumas predições sobre o futuro, mas em reduzido número, enquanto no Apocalipse há o anúncio de eventos vindouros. 

Predomina a linguagem figurativa, insinuam-se coisas futuras por meio de símbolos e de visões. No capítulo 3, versículos 12 e 13, encontramos:

“Ao vencedor fa-lo-ei Coluna de Templo de meu Deus, e daí não sairá mais; nela escreverei o nome de meu Deus e o nome da cidade de meu Deus, da nova Jerusalém, que desceu do céu, da parte de Deus; e também o meu novo nome. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas.” 

A Cadeia de União poderá representar, ao invés dos convencionais “elos”, uma corrente formada de “colunas’’, já que o símbolo “coluna” é dos mais citados e se presta a linguagem maçônica. 

Surge outro aspecto que não pode ser desprezado e diz respeito ao “nome simbólico” que cada maçom deveria receber após a sua iniciação. 

Quando o recipiendário sai da “Câmara das Reflexões”, onde deixou as “coisas” de seu velho corpo, ingressa no Templo com novo corpo, novas vestes e novo nome. 

A última frase é um convite feito pelo Anjo que escreve a sexta mensagem: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas”, reforça o que dissemos acima, que a “palavra semestral” circula de ouvido a ouvido, conduzindo sua mensagem. 

Uma única palavra, sempre igual durante seis meses, mas que traz em si, uma mensagem diferente para cada “coluna”, até que, todas equilibradas, recebem a mensagem unificada, que é lenitivo, encorajamento, solução. 

A descrição que o Apocalipse faz da “nova Jerusalém”, algo de sublime e tradicional, em determinado período, assim encontramos (cap. 21, vers. 22).

“... Não vi Templo nela. Deus, o Senhor, o Onipotente, o Cordeiro, é que são o seu Templo. A cidade não necessita da luz do Sol nem da Lua. A glória de Deus é que lhe dá claridade. A sua luz é o Cordeiro. Anda os povos ao seu fulgor, e os reis da Terra entram nela com as suas magnificências. Não se fecham os seus portais de dia. E noite lá não existe. Serão nela introduzidos a magnificência e os tesouros dos povos. Mas não entrará nenhuma coisa impura, nem ímpio nem mentiroso, senão somente aqueles que estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro.”

Dizem os rituais maçônicos que há quatro elementos: a terra, o ar, a água e o fogo. Como vimos acima, a luz da Nova Jerusalém é o Cordeiro.

Onde está Ele, há claridade, sendo desnecessária a presença cia luz-matéria. 

Sabemos da existência de mais dois elementos, que a título de revelação, diremos ser o sexto o “esplendor” e o sétimo “a Vontade de Deus”. 

O Templo pode ser perfeitamente dispensado, considerando-se que a soma dos elos de uma Cadeia de União formam um novo Templo, espiritual. 



NOTA

(13) Ou ao Grande Arquiteto do Universo


REFERÊNCIA: A CADEIA DE UNIÃO - Rizzardo da Camino

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